Fanfic: "Nos Caminhos da Vida"(continuação da web original)

Dulce sentiu como carro se movimentava, enquanto ouvia o barulho que as pedras faziam ao chocar contras os pneus do carro durante o percurso. E só pelo barulho, ela percebeu que ainda não estavam na Rodovia que os levaria de volta à capital. 

Dulce: Você não gostou da festa?
Chris: Adorei a festa... Foi tudo muito especial!
Dulce: Eu gostei muito de te ver com a minha família... Porque 70% dos convidados eram minha gente! 
Chris: Eu faço parte da família agora também! (disse ele se fazendo de vítima)
Dulce: Agora sim, não é? (e abriu um sorriso grande)

O silêncio voltou a reinar por alguns segundos. Christopher ouviu como Dulce suspirou alto e olhou para o lado, vendo um sorrisinho em seus lábios.

Chris: Por que suspira?
Dulce: Tou pensando em tudo... Não consigo assimilar ainda que tudo aconteceu. Que agora somos esposo... Nos casamos na igreja e, putz... (deu uma risadinha) da maneira que eu nunca sonhei na vida! Como você conseguiu? Como você planejou tudo? E a pergunta principal... Como eu não me dei conta de nada?!

Ele deu uma risada, movendo a mão para o lado, agarrando seus dedos, entrelaçando-os, sentindo-os. Alcançaram a Rodovia.

Chris: Eu consegui com muito esforço...primeiro de tudo, tive que ter coragem de falar com seu pai. Não foi fácil... (foi a vez dele de suspirar) Eu fiz questão de participar em algumas coisas, mas minha mãe e a sua mãe foram as cabeças de todo o resto. Acho que as únicas coisas que eu realmente participei, foi na escolha das rosas brancas para a igreja, as músicas do casamento e as fotos do telão. Já a resposta para a terceira pergunta... (e respirou fundo) 2 semanas não é muito tempo. E estivemos todo esse tempo fora e ocupadíssimos nos preocupando com a banda, da notícia da gravidez, e preocupados com sua anemia, bebê e tudo mais. Já sabe...tínhamos muitas coisas na cabeça. Não queria te preocupar com mais alguma coisa. E minha mãe e sua mãe me apoiaram nisso. (ele riu) Não tinha como você saber, nós não costumávamos a falar muito no casamento, embora todo mundo soubesse.
Dulce: Ahh, então...nesse tempo inteiro que você se trancava no computador, era por isso?
Chris: Boa parte sim... (e riu) 
Dulce: E a outra parte?
Chris: A outra parte... (e se calou por dois segundos pensando no que diria) É que... (e travou de novo) Eu montei uma produtora...
Dulce: Que?!
Chris: Sim, estou por trás da Roptus...a produtora de Guillermo. Somos sócios.
Dulce: A produtora dos shows do RBD?

Chris: A mesma! Primeiro uma promotora de eventos, em breve um estúdio de gravação...uma produtora musical. Já temos um bom projeto pela frente...como agora com o RBD.
Dulce: Por que você não me disse isso antes? (e virou o rosto para ele, sem fazer menção de tirar o lenço dos olhos)
Chris: Porque queria ver se daria certo. Não foi fácil também. Tomei cursos digitais durante isso. Paguei um bom dinheiro neles, mas valeu a pena. Aprendi muito. Tenho certificado, posso exercer a profissão...posso até pensar em entrar na universidade.
Dulce: Christopher...

E ele riu, olhando para a estrada noturna e sonhando acordado.

Chris: Eu já aprendi bastante coisa. No painel eletrônico sei mexer em algumas coisas, mas ainda tenho que me aperfeiçoar muito. E isso só vou saber fazer na prática, por isso vou ter que passar muito dos meus momentos livres por trás disso tudo. O pessoal da gravadora estão me ajudando bastante... Já compramos quase todo o material. Saiu tudo um pouco caro, mas já temos tudo pronto. Até mesmo o espaço. Não é tão grande, mas é do que precisamos para começar. E eu queria fazer um pedido extremamente pessoal a você...

Dulce ainda estava chocada com tudo o que escutava. Não conseguia nem ao menos dizer nada. Christopher estava tão centrado em seus sonhos que nem ao menos prestou atenção se Dulce respondeu ou não, e logo a perguntou:

Chris: Quero que você seja a primeira cantora a cantar lá. (e sorriu para o vento) Vou gravar qualquer coisa que você cantar...e nós vamos conseguir um contrato com alguma gravadora, eu tenho certeza. Eu disse que iria lhe ajudar na Romênia, e vou cumprir com a minha palavra. Eu quero gravar o seu CD solo, Dulce!

Christopher então notou o silêncio dela. Franziu o cenho, enquanto passava a marcha para reduzir a velocidade do carro.

Chris: Disse algo errado?

Olhou para o lado, vendo como ela tragava a saliva, mas não dizia nada. E de repente ouviu sua risada nervosa, cada vez mais alta.

Chris: Dulce!
Dulce: Era por isso! Foi isso todo esse tempo... 

E constatar que por trás daquela risada, ela estava chorando, fez com que ele parasse o carro no acostamento. Tirou o cinto e virou-se para ela, agarrando-lhe a mão.

Chris: Você está chorando?
Dulce: Eu pensei que você estava me traindo!!!!!!!! (e acertou um golpe no peito dele) Todo esse tempo eu sabia que você estava me escondendo algo, mas nunca pensei que fosse isso!

Então ele riu.

Chris: Você é louca! Louca! (rindo, agarrou o rosto dela entre as duas mãos, trazendo-a apara um beijo rápido) Como você ousa pensar que eu sou capaz de te trair, Naca?
Dulce: Ontem você deixou aquelas vagabundas te tocarem... (dizia ela ainda com o lenço cobrindo seus olhos)
Chris: Era minha despedida de solteiro!
Dulce: Então você já sabia?!

O tapa passou raspando em seu rosto, mas acertou de cheio seu ombro direito. E ele riu, era o primeiro tapa de casados. E ele sabia, que esse seria o primeiro de milhares.

Chris: Não sabia, mas desconfiava. Eles foram bem insistentes. E eu não queria ficar com você na véspera do nosso casamento. (e suspirou) Acabou que saiu tudo errado.
Dulce: Por que você não queria ficar comigo?
Chris: Porque estive todo esse tempo me guardando pra essa noite... 

A voz dele soara tão triste que ela não evitou gargalhar.

Chris: Eu queria ter podido agüentar!

Ela ainda não tinha parado de rir.

Chris: É sério, Dulce! Há quanto tempo eu venho te evitando? Desde Ibiza nós não tivemos nada... (bufou) Bom, nada mais que carícias, porque eu também não sou de ferro.

Então ela pôs as mãos no rosto, coçando o nariz, ainda rindo.

Dulce: Senhor, faz com que eu acorde! O sonho só fica melhor...e eu não quero que melhore ainda mais e eu me frustre quando eu acordar! (dizia ela olhando para cima)
Chris: Então vamos a conclusão desse sonho... 

E rindo, pôs o cinto de segurança e arrancou com o carro em direção ao destino final daquela noite.

Ficaram quase o trajeto inteiro sem dizerem nada, mas Christopher se sentiu curioso por algo, e perguntou:

Chris: Nesse seu sonho, quando tocou aquela música...quando as portas da igreja se abriram... O que você sentiu?
Dulce: Morrer de amor. (e deu um sorriso rememorando tudo) Morrer de felicidade. Sem dúvida, é o sonho mais lindo que qualquer pessoa possa ter... (disse ela com um sorriso nos lábios) Onde tudo começou...como tudo começou. (e riu) Na época em que eu ouvi aquela música, eu pensei que nunca seria capaz de amar assim...
Chris: Assim como?
Dulce: Desmedidamente. Fielmente. Naquela época eu não sabia o que era ter fé...nem em mim mesma... (e o sorriso desapareceu) Eu era vazia, quando não estava ao teu lado. Graças a Deus estava contigo quase 24 horas por dia. (e abriu um sorrisão)

As comissuras dos lábios dele se ergueram em um meio sorriso, se sentindo bem em ouvir aquelas coisas dela. E suspirou, retornando ao passado, quando ele ansiava poder ouvir tudo isso...e não ouvia. Quando desejava que ela se entregasse assim, e ela não se entregava. Sofrera bastante com o silêncio de Dulce. E enquanto via a estrada a sua frente, se lembrou de um detalhe: Hoje era o dia que tudo ficava no passado. Hoje era o dia para celebrar o futuro. E com ela, sozinhos...deixando qualquer coisa para trás. 

Chris: Me sinto feliz, Dulce...
Dulce: Eu também. (disse ela em um fio de voz)
Chris: E...quero te dizer que... (suspirou) Sei que errei em esconder algumas coisas de você, mas eu não queria te dizer, te empolgar, e logo ter cortar suas asas...se algo falhasse. Eu queria estar seguro de que tudo daria certo, para depois te dizer.