Fanfic: Entre o Amor e a Vingança

Lawrence Herrera tinha setenta e dois anos. Vivia numa casa situada em mais de quatro mil hectares de pastos no sul de Montana. Deu as boas vindas a Anahí com uma cortesia já passada de moda e lhe ofereceu café e biscoitos.

—Lawrence: Agora —disse ele, quando esteve comodamente sentado em sua mexedora e Anahí no sofá—. O que vc deseja saber sobre minhas ações?

Anahí sorriu. Estava vestida com um traje cinza e uma camisa azul. Levava o cabelo recolhido numa trança que lhe caía pelas costas. Tinha o aspecto da mulher de negócios que era. Notou que seu aspecto lhe dava mais pontos com o tio avô de Alfonso. Já tinha contado com isso.

—Anahí: Posso confiar que vc não dirá a Alfonso se eu contar tudo? —perguntou.

—Lawrence: Claro. Me agrada sua sinceridade. Sim, claro que pode confiar em mim. Te dou minha palavra.

—Anahí: Nesse caso vou dizer por que quero a empresa do seu sobrinho —afirmou—. Quero tudo e estou disposta a pagar muito dinheiro pelas ações. O que eu não possa comprar, desejo controlar através de poderes.

—Lawrence: E quando tenha a empresa, o que é que pensa fazer com ela?

—Anahí: Incorporá-la à minha.

— Lawrence: Você tem sua própria empresa? —perguntou, impressionado.

—Anahí: sim.

—Lawrence: Os tempos mudam.

—Anahí: Tem razão —afirmou. Rapidamente passou a descrever o que queria fazer com os contratos de minerais que tinha Alfonso e por que os precisava.

—Lawrence: Então ele não quer vender. É próprio dele não deixar passar um negócio como esse. Nenhuma empresa pode recusar essa quantidade de dinheiro.

—Anahí: Estou segura de que ele tem suas razões. Segundo tenho entendido, à junta de acionistas também não lhe pareceu correta sua linha de raciocínio. No entanto, eu preciso esses minerais e farei tudo o que esteja em minha mão para conseguí-los.

—Lawrence: Por quê? —Perguntou o ancião, franzindo o cenho—. Não é simplesmente por negócios, não é mesmo?

—Anahí: Você sabe demais. Não, também é um assunto pessoal. Sua mãe e ele me fizeram muito dano já faz alguns anos. Jogaram-me da cidade e me deixaram sozinha no mundo.

—Lawrence: Vc é Anahí, não é mesmo?

—Anahí: Como vc soube?

—Lawrence: Toda a família acabou sabendo do ocorrido, apesar dos esforços de Myrna por ocultá-lo. Te fez uma armadilha, verdade? Myrna é uma mulher fria e dura. Levou toda a vida fingindo ser algo que não é. Casou-se com o pai de Alfonso, que era um play boy. Jamais amou alguém a exceção de seu filho. Uma mulher não deveria ser tão possessiva com um menino. Não pode se tirar nada de bom com uma relação assim.

—Anahí: é o que dizem —murmurou, pensando em como protegia seu próprio filho. Naquele sentido, odiava compreender a Myrna Herrera.