Fanfic: Entre o Amor e a Vingança

—Anahí: ele tem 32 anos—replicou—. Creio que ele já idade suficiente para sair de casa sem pedir permissão a vc.

Myrna a olhou com uma mistura de ódio e de súplica.

—Myrna: Te darei o que vc queira desde que vc vá embora. O que vc queira! Meu filho é o único que me resta. Seguramente vc precisa de dinheiro. Ainda é jovem e com certeza poderá encontrar alguém por quem se apaixonar. Vc pode casar e ter uma família. Eu te ajudarei a voltar a começar, mas em outro lugar.

—Anahí: É tarde demais para isso —replicou, sem mudar a expressão no rosto—. Vc já conhece minhas condições.

—Myrna: Não posso contar a Alfonso. Não posso! Ele me odiaria…

—Anahí: Você é a mãe dele. Não pode te odiar.

—Myrna: Anahí, pelo amor de Deus... Não me peça isso —suplicou com lágrimas nos olhos. Então se agarrou com força ao avental de Anahí—. É meu filho. Só queria o melhor para ele.

—Anahí: E eu não era.

—Myrna: Tinha dezoito anos. Era pobre. Eu queria uma mulher do mesmo nível que ele, alguém que pudesse reportar dar estabilidade, segurança e um futuro feliz. Ele te desejava, mas a luxúria o impediu de ver o que era na realidade. Não teria durado. Ele estava ressentido contigo. Ele não queria se comprometer contigo, mas me disse que teve que fazer isso somente para seguir te encontrando, disse que só estava brincando com vc...

Anahí fez um gesto de dor e fechou os olhos. Sempre jurou que Alfonso a amava. Agora sabia tudo. Ele só tinha desejo. Ele jamais tinha pensado em algo permanente.

—Myrna: Não me dei conta do que tinha feito até que foi tarde demais—prosseguiu—. Uns detetives privados estiveram te procurando durante mais de um ano, mas não puderam te encontrar. De algum modo, eu teria te compensado.

—Anahí: Há coisas que não se podem compensar.

—Myrna: Vc teve a criança? Ou deu em adoção?

Anahí não respondeu. Limitou-se a olhar para Myrna com o ódio refletido na mirada.

—Anahí: Terá que passar o resto da sua vida se perguntando e então nem sequer saberá o inferno pelo que tive que passar.

—Myrna: Não, suponho que eu nunca vou saber —disse Myrna. Durante um instante, refletiu-se em seus olhos algo parecido ao entendimento—. Não deveria ter vindo. No entanto, Alfonso está sofrendo. Sofre pra valer. Se não sente pena por mim, não pode sentir pelo menos por ele?

—Anahí: A única razão pela qual ele está sofrendo é porque eu neguei minha cama —espetou Anahí, vendo como a outra mulher ficava vermelha—. Jamais me amou. Só era desejo, como você mesma disse. Quando eu for embora, encontrará outras mulheres —adicionou com uma fria gargalhada—. Igual que ele fez quando eu fui embora de Billings a 6 anos.