Fanfic: Entre o Amor e a Vingança

A possibilidade de que ele se negasse a ceder os contratos de
minerais e que tivesse que absorver por completo sua empresa começou a
preocupar ela. O faria só por vingança ou pelo bem de sua própria
empresa?
Se tinha que obrigar a Alfonso a renunciar à empresa que
era sua vida inteira, poderia carregar com ela essa culpa? Dom disse
que poderiam conseguir aqueles minerais em outra parte, e provavelmente
assim era. No entanto, os custos se incrementariam espetacularmente,
sobretudo em transportes. Esse esforço poderia terminar passando a
fatura deles. Dom não sabia, mas Anahí sim. Não tinha deixado nenhum
cabo solto naquele projeto. Efetivamente, não ficava mais nenhum
remédio, a não ser seguir adiante com seu plano.

McGee chamou à porta e entrou no escritório, fechando a porta a suas costas.

—McGee: Quanto tempo vai ficar por aqui?

— Anahí: Só hoje. Talvez amanhã eu ligo para dizer que estou doente. O que é que vc quer?

—McGee: Quero saber se vc se deu conta do tempo que teu cunhado passa nesta empresa e o que está pegando de teus arquivos.

—Anahí: Vc sabe o que está dizendo?

—McGee:
Sim. Estou te dizendo que Dom Tennison está trabalhando contra vc a
cada oportunidade que tem. Com esta briga que tem estado com Herrera
Properties, vc colocou uma arma nas mãos dele e vai te destruir com ela
se vc não tomar cuidado.

Anahí arregalou os olhos. Acabava de comprovar que suas suspeitas não eram totalmente inaceitáveis.

—Anahí: Me conte tudo.

—McGee:
Ele aproveitou de sua ausência e disse aos clientes que vc está de
férias. Desviou vários assuntos da sua própria sala, convenceu a sua
antiga secretária para que ela vá trabalhar com ele e, em seu tempo
livre, está cultivando os teus executivos em festas. Além do mais, está
falando com todos os acionistas de Herrera Properties, não só com os
que vc pediu que ele entrasse em contato.

—Anahí: Mas por que disso?

—McGee:
Creio que vc sabe. Nós acreditamos que ele vai pedir um voto de
confiança para vc e os demais na próxima reunião de acionistas.

—Anahí: Vc acredita que ele conseguirá?

—McGee:
De mim não. Os benefícios que reportaste à empresa resultam difíceis de
ignorar, ainda que este assunto dos minerais não esteja muito claro.
Estou contigo. E também cinco dos outros. No entanto, Dom tem muito
peso com alguns dos restantes e o está exercendo. Tenha cuidado.

—Anahí:
O farei —disse, ficando de pé—. Esses minerais são necessários, sabe?
Tenho estado trabalhando num relatório que explica minha posição. Vou
te deixar ele e vc se assegura de que todo mundo tenha uma cópia. Não
quero que ninguém pense que só procuro vingança. Tinha razões pessoais
para querer me vingar de Alfonso Herrera, mas já estão superadas.
Agora, trata-se estritamente de negócios. O custo de transportar os
minerais que precisamos de outros estados seria desorbitado. Além do
mais, Herrera não tem razões legítimas para me negar esses contratos e
seus diretores sabem disso. Se posso conseguir que se desfaça deles, o
farei. Com Dom ou sem Dom.

—McGee: Bem dito —afirmou McGee
com um sorriso—. Jamais acreditei que te interessasse a vingança. É
muito sensata —adicionou. Em silêncio, Anahí agradeceu porque McGee não
sabia de tudo—. Perdeu um pouco de peso, não?

—Anahí: Provavelmente. Sempre me ocorre com o frio. Eu trouxe as cifras da fusão com Camfield Computers, vc quer?

—McGee: Não posso. Dom já tem.