Fanfic: Entre o Amor e a Vingança

—Anahí: O irmão de seu falecido marido não tem muito boa opinião de nenhum dos dois, senhora Herrera —observou —. Assim ele fez. Esse papel me concede os votos que preciso para me fazer ficar com o controle da empresa, a não ser que seus advogados possam sacar um coelho da cartola —adicionou. Recolheu os papéis e voltou a introduzí-los na valise. Estava muito calma—. Desejo os contratos de minerais. Quero eles, ainda que para isso tenha que absorver toda a empresa. Já me comunicarão sua decisão. Agradeceria muito que eu fosse a primeira da semana a saber, quando me derem a resposta. Tenho uma série de contratos que dependem disto e que não podem demorar mais —concluiu. Fez uma indicação a Dom—. Muito obrigado por seu tempo. Boa tarde.

Saiu da sala seguida por Dom. Quando atravessou as portas, escutou a discussão que se montava na sala.

Alfonso não se moveu. Quase não podia nem respirar. Se deu conta de como Anahí tinha brincado com ele. Sua mãe tocou suavemente sua mão, mas ele se sobressaltou pela tensão que acumulava em seu interior.

—Myrna: Ela é a razão pela que Henry Tennison tratou de destruir-nos —sussurrou—. Foi por Anahí!

—Alfonso: Deus... —sussurrou. Compreendeu que, de algum modo, ela tinha conseguido se casar com um dos homens mais ricos do mundo e tinha se convertido em sua pior inimiga. Se não se cuidasse, ela acabaria destruindo-o.

—Myrna: Eu sinto muito—disse entre lágrimas—. É culpa minha...

Alfonso quase não escutava a sua mãe e, de todos modos, não entendia o que dizia. Seu sofrimento era quase insuportável. Tinha dito a Anahí que ela jamais encaixaria em seu estilo de vida, que nunca teria a suficiente sofisticação, mas resultava que Anahí podia comprá-lo e vendê-lo. Ela devia ter rido muito... Era a viúva de Henry Tennison. Tinha um império próprio e uma fortuna incrível. Tinha em suas mãos as ferramentas necessárias para a vingança e as tinha utilizado aquela noite. Alfonso fechou os olhos. Tinha pensado que talvez ela seguia querendo-o apesar de tudo. No entanto, Anahí acabava de demonstrar o que sentia. Seguramente o único que tinha pensado, inclusive enquanto se entregava a ele, era na [b]vingança[/b]. Ele tinha voltado a se apaixonar por ela, enquanto Anahí simplesmente estava preparando o terreno para realizar aquela OPA hostil. Levantou-se e se dirigiu para a janela. De algum modo, a dor que sentia pela possibilidade de perder sua empresa não era nada comparado ao que sentia pela traição de Anahí.

O senhor Smith chegou trinta minutos mais tarde do previsto, para pegar Dom e Anahí, por culpa de um pneu que furou. Isso significou que os dois estavam esperando ainda, quando Alfonso e Myrna Herrera saíram da sala de reuniões. Anahí precisou respirar fundo para não se deixar abater quando viu que Alfonso se dirigia a ela com os olhos tão frios como o gelo.

—Alfonso: Aquilo também era parte do plano? —perguntou.

Ela sabia perfeitamente o que ele se referia. Sorriu, levantou uma sobrancelha e o olhou atenciosamente.

—Anahí: Não era vc que costumava dizer que, no mundo dos negócios, nada é sagrado?

—Alfonso: Me diz sua bruxa!

Anahí observou uma destroçada Myrna Herrera. Sentiu uma profunda pena por ela. Em certo modo, envergonhava-se de si mesma.

—Anahí: Sim —disse, sem sentimento algum—. Tudo fazia parte do plano.

O ódio que se refletiu no rosto de Alfonso resultou quase insuportável, mas Anahí não podia permitir que ele soubesse o quanto ela o amava. Além do mais, tinha que proteger seu filho. Deixar que Alfonso se acercasse demais poderia custar a guarda de Miguel. Então, horrorizada, contemplou como o senhor Smith se acercava com o menino à porta. A seguir, abriu-a e deixou que o pequeno entrasse na porta da empresa antes que ele.

—Miguel: Mami, atrasamos! —exclamou o menino, levantando os braços para que sua mãe o levantasse.

—Anahí: Meu menino, vc tava preocupado de não chegar a tempo? — disse, tratando de dissimular, ainda que sabia que Alfonso e Myrna estavam atônitos de ver ao menino.