Fanfic: Entre o Amor e a Vingança

—Anahí: Os pecados da mãe, os filhos que pagam. Eu te odiava tanto... Vivia esperando o dia em que eu pudesse te fazer pagar o que vc me fez. Não pensava em outra coisa. Quando Henry morreu, a vingança se converteu na chispa da minha vida, no mais importante. Me deve!

Myrna apertou com força as mãos e fez um gesto de dor. Anahí se deteve um instante e respirou profundamente para tratar de recuperar a compostura.

—Anahí: Perdi minha casa, minha segurança, o único homem que estive apaixonada em toda minha vida. Perdi minha honra, minha reputação... Perdi tudo! Se não tivesse sido por Henry Tennison, poderia ter perdido a vida.

—Myrna: Ele adotou o menino? —perguntou.

—Anahí: Sim. Miguel era a luz de sua vida. Na certidão de nascimento de meu filho, ele aparece como pai — respondeu. Acabou de se dar conta de que aquele documento era seu salva-vidas contra qualquer tentativa dos Herrera por tentar a guarda de seu filho—. A todos os efeitos, meu filho é um Tennison —adicionou com gesto triunfante—, assim vc não tem que se preocupar que Alfonso possa descobrir a verdade. Não direi nada a ele. E você não terá que fazer isso.

—Myrna: Pensei que isso era o que eu queria. Evitar que meus pecados fossem descobertos —disse—. No entanto, vc parou pra pensar no que eles significam? No que vc está negando a Miguel?

—Anahí: Não se pode evitar. É tarde demais.

—Myrna: Alfonso... O amaria com todo seu coração.

—Anahí: Sim —sussurrou com os olhos fechados.

—Myrna: Oh, Anahí... Pensei que Alfonso se esqueceria de vc. Estava segura de que encontraria outra mulher, se casaria e teria filhos. Não me dei conta do... do muito que ele te precisava emocionalmente.

—Anahí: Se for o caso, se trata nada mais que atração física. De obsessão física.

—Myrna: Não —afirmou—. Durou muito tempo para se tratar simplesmente disso. Se reflete nos olhos dele quando te olha, inclusive quando fala sobre vc.

—Anahí: Vc não compreende. Antes da reunião, ele veio a mim e falou de seu marido, para assim me fazer compreender que não quer nenhuma classe de compromisso. Me disse que jamais quis casar ou ter filhos. Ele não acredita que a fidelidade possa existir.

Myrna ficou atônita.

—Myrna: Ele jamais me disse essas coisas.

—Anahí: Você é sua mãe. Ele te quer muito. Sempre a quis. No entanto, ele só estava me dizendo a verdade. Eu só era uma novidade para ele. Sabia que eu não encaixava com seu estilo de vida e jamais quis se casar comigo. Nisso você tinha razão. O compromisso só foi um pretexto para evitar que eu o abandonasse.

—Myrna: Ele sente algo por ti —insistiu.

—Anahí: Seguramente, mas eu não o quero. Não penso passar o resto de minha vida sendo utilizada como se fosse um objeto. Tenho minhas próprias responsabilidades e um filho para me ocupar. Não desejo ser a amante de Alfonso Herrera.

Myrna se sentiu incômoda, mas não apartou a mirada.

—Myrna: Vc se casaria com ele, caso meu filho te pedisse em casamento?

—Anahí: Não —afirmou, pondo-se de pé—. Ele me colocou fora de sua vida em duas ocasiões. Não tenho intenção de dar a ele mais uma oportunidade para ele repetir o que sempre fez.

—Myrna: No entanto, ele não sabe. Anahí ele não sabe que tem um filho, o que eu fiz...

—Anahí: E nunca saberá. Senhora Herrera, a vingança é uma estupidez. Alguém tratou de me dizer, mas eu me neguei a escutar. Queria me vingar de vocês dois, mas agora só quero recuperar minha vida e seguir com ela o melhor que eu possa. Sinto muito ter colocado as coisas difíceis para você e a Alfonso.

—Myrna: Não posso acreditar que vc esteja me pedindo perdão depois de tudo o que te fiz?

—Anahí: Tenho um filho, e por ele eu seria capaz de fazer qualquer coisa para protegê-lo, para evitar o sofrimento dele. Agora... Te compreendo.

—Myrna: Sim —suspirou—. Uma mãe seria capaz de fazer qualquer sacrifício por seu filho. Alfonso era o único que eu tinha. E segue sendo. Talvez o quis muito e o protegi demais. Agora, minhas boas intenções me parecem muito egoístas, considerando o preço que ele teve que pagar por elas. Ele tem que saber sobre o menino Anahí. Ainda que ele me odeie quando ficar sabendo o que eu fiz. Tem todo o direito de saber que tem um filho.

—Anahí: Eu não direi —insistiu—. Já disse que é tarde demais. Não serviria de nada, só serviria para revirar a vida de Miguel.

—Myrna: Posso te levar aos tribunais —ameaçou —. Há provas para demonstrar a paternidade de Alfonso.

—Anahí: Sim, mas para realizar elas, vcs tem que contar com minha permissão e eu não darei. Não deixarei que Alfonso tenha meu filho. Nenhum dos dois queria algum laço comigo há seis anos. Agora eu sou a que não deseja nada.

—Myrna: Te parece justo castigar o menino pelos erros que eu cometi?

—Anahí: Você não é a pessoa adequada para me falar —espetou.

—Myrna: Muito bem. Vc pode fazer o que quiser, mas eu vou contar a Alfonso.

Anahí sentiu que o medo se apoderava dela. Não queria admitir, mas estava muito assustada. Além do mais, ainda existia a possibilidade de que Myrna estivesse lançando uma armadilha.

—Anahí: Faça o que quiser.

Myrna deixou escapar um suspiro.

—Myrna: Vc não acredita que eu queira dizer a meu filho o que fiz com sua vida por um amor exagerado? —Perguntou—. Eu sou a má da película e aceitarei a minha sentença. No entanto, não consentirei que Alfonso não saiba que tem um filho.

—Anahí: E Miguel? —Perguntou—. Vc não parou pra pensar o que vc vai fazer com a vida dele? Ele acredita que seu pai é Henry Tennison.

—Myrna: Miguel tem todo o direito de saber quem é seu verdadeiro pai, não te parece? Talvez, se um dia ele descobre a verdade, te odiará por vc não ter dito a ele.