Fanfic: Entre o Amor e a Vingança

Havia muito tempo desde a última vez que Alfonso havia se preocupado pela saúde de sua mãe. No entanto, o pálido rosto que sua mãe refletia naquela cama de hospital, o fazia se sentir muito intranqüilo. Myrna parecia mais débil que nunca, apesar do fato de que o médico acabava de dar os resultados dos exames e tinha dito que Myrna estava muito sã e que podia ir para sua casa.

—Myrna: Não pedi a vc que viesse ao hospital por isso — murmurou, enquanto Alfonso a colocava no carro. Já quase tinha anoitecido quando ele foi buscá-la.

—Poncho: Não me interessa—respondeu ele antes de arrancar o carro—. Me alegro de que não tenha sido nada sério. Vc me assustou muito.

—Myrna: Foi uma noite de muitas surpresas —afirmou Myrna, olhando pela janela—. Imagina a pequena Anahí Puente é a famosa senhora de Henry Tennison.

—Alfonso: E eu dei um trabalho como garçonete a ela —reclamou—. Garanto que ela ainda não parou de rir. Veio te ver?

—Myrna: Sim. Por isso... por isso liguei para seu escritório.

—Alfonso: E?

—Myrna: É uma história muito longa. Podemos esperar até que chegamos em casa?

—Alfonso: Como vc quiser.

Percorreram o resto do trajeto até a elegante mansão em silêncio. Durante o mesmo, Myrna tratou de reunir a coragem suficiente para contar o que tinha feito. Quando Alfonso a ajudou a sair do carro, as mãos já tremiam consideravelmente.

Fez que a empregada, a senhora Dougherty, levasse uma bandeja com café ao salão. Ali, se sentaram e esperaram que a mulher os servisse antes de falar.

—Alfonso: Se é pelos poderes, não tem porque se preocupar —disse quando ficaram a sós—. Anahí não sabe, mas seu próprio cunhado está contra ela. Quer colocá-la fora da empresa. Ofereceu-me sua cooperação para conseguir o controle do resto das ações antes que a junta tome uma decisão sobre a absorção.

—Myrna: Mas isso não é justo —comentou, franzindo o cenho—. É uma traição.

—Alfonso: Eu acreditava que vc era a pior inimiga de Anahí.

—Myrna: Em muitos sentidos, eu fui —admitiu ela, depois de respirar profundamente. Então, olhou a seu filho com os olhos cheios de tristeza e arrependimento—. Alfonso fiz algo muito mau.

—Alfonso: Bem vindo ao clube.

—Myrna: Eu estou falando sério —afirmou ela, deixando a xícara sobre a mesa—. Alfonso, eu paguei a Tony Tanksley para que roubasse esse dinheiro e colocasse a culpa em Anahí. Eu dei a ele a combinação do caixa forte.

Alfonso não pareceu reagir em absoluto. Limitou-se a olhá-la fixamente.

—Alfonso: O que vc fez?

—Myrna: Eu fiz uma armadilha —contestou, depois de engolir saliva—. Alfonso ela tinha só dezoito anos, era muito ingênua e carecia de sofisticação...

—Alfonso: Eu não sabia que ela tinha dezoito anos. Não sabia, até que Tony e vc se enfrentaram contra ela naquele dia. Ela me disse que tinha vinte anos.

—Myrna: Eu não sabia...

—Alfonso: Quando eu soube da verdade, me senti um idiota. Não tinha nenhum direito de fazer dano a ela, do modo em que eu fiz. Vc sabia que ela iria embora?

—Myrna: Imaginei que assim ela faria —admitiu, muito pálida—. Era uma moça muito orgulhosa e não teria se atrevido a te pedir ajuda quando... quando vc acreditou nas mentiras que Tony e eu te contamos sobre ela.

—Alfonso: Ela não precisava de ajuda, verdade? Eu imagino que vc deu dinheiro suficiente para ela poder escapar da cidade.

—Myrna: Sim, mas ela me devolveu, junto com todos os presentes que vc deu a ela e eu nunca te disse. Todas as jóias estão numa das gavetas de minha cômoda.

—Alfonso: Como vc pode fazer isso, mãe? —Perguntou incrédulo—. Vc não sabia o dano que eu já havia causado a ela?

—Myrna: Eu tinha medo de que vc se casasse com ela. Que Deus me perdoe. Eu queria uma moça da alta sociedade, alguém de boa família, com educação, dinheiro e respeitabilidade. Eu tinha sacrificado tanto para estarmos na sociedade, para manter-nos ali... Pensei que vc se esqueceria dela —concluiu, fechando os olhos.

—Alfonso: Tentei, mas não consegui.

Mais um capitulo comentemmm...