Fanfics Brasil - Capitulo - 11 Uma Noite de Prazer - AyA - Adaptada - FINALIZADA.

Fanfic: Uma Noite de Prazer - AyA - Adaptada - FINALIZADA. | Tema: AyA


Capítulo: Capitulo - 11

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Segunda-feira de manhã. Alfonso saiu de sua sala e, impaciente, parou na frente da mesa da irmã, que era também secretária executiva da empresa Nolan & Filhos.
— E o orçamento da reforma do St. Puente Hotel?
Carol desligou o telefone e encarou-o com igual impaciência.
— Já estou terminando de digitar, Alfonso.
Ele verificou as horas no relógio de pulso, sem disfarçar sua contrariedade. Já era quase meio-dia e Alfonso só tinha aquela tarde para analisar o orçamento para o St. Puente Hotel. Queria certificar-se da exatidão dos números antes de apresentar a proposta, na manhã seguinte.
— Então, termine logo. Eu precisava dele hora atrás. Carol ergueu uma sobrancelha.
— Faz apenas vinte minutos que você me deu o rascunho, Alfonso, além de meia dúzia de pedidos para serem calculados. Caso não tenha notado, Susan faltou hoje e o telefone está me deixando louca.
— Não quero saber de desculpas — ele resmungou, enquanto dois telefones tocavam ao mesmo tempo.
Carol puxou pela respiração, atendeu às duas ligações, deixando-as na espera. Depois, voltou-se de novo para o irmão.
— Tenho uma sugestão, Alfonso — disse ela com suavidade.
—Por que não veste uma saia e brinque de ser secretária só para ver se consegue administrar dez coisas ao mesmo tempo, como estou tentando fazer neste exato momento?
Em outro dia, ele teria achado divertido o sarcasmo da irmã. Naquela manhã, porém, seu humor estava péssimo e5 simplesmente, ignorou o comentário.
— O projeto St. Puente tem prioridade. Termine-o logo — Alfonso ordenou antes de voltar à sua sala.
— Eu vou entregar o meu pedido de demissão, isso sim... Ele fechou a porta da sala, recriminando-se por ter sido tão rude com a irmã. Carol não merecia ser vítima da sua irritabilidade e mau humor. Devia-lhe um pedido de desculpas e o faria antes do final do dia.
Sentado na poltrona de couro em sua sala, Alfonso examinou outro projeto de restauração. Sabia que apesar das reclamações, Carol não cumpriria a ameaça de deixar a empresa. Não era a primeira vez que alguma coisa ou alguém a tirava do sério, mas todos sabiam que ela era leal e correta com os negócios da família, assim como Alfonso e Alex.
Joel era o único que optara por não seguir os passos do pai, o que não surpreendera ninguém. Considerado a ovelha negra da família, jamais se submetera às expectativas ou regras de ninguém, a não ser as dele próprio. O ramo da construção nunca o atraíra, preferindo os riscos e os imprevistos da área de seguros.
Os toques insistentes dos telefones na outra sala só aumentavam seu sentimento de culpa em relação a Carol. As segundas-feiras eram sempre muito tumultuadas, e a ausência de Susan, a recepcionista, complicava ainda mais a situação.
Mas a ansiedade de Alfonso era mesmo por conta do orçamento do St. Puente Hotel. Se vencesse aquela concorrência, a empresa Nolan & Filhos seria definitivamente consagrada no mercado das reformas. A essa ansiedade acrescentava-se uma dose de tensão e indignação que o atormentava desde que Anahi desaparecera. Alfonso irritava-se com as mínimas coisas, o que contrariava sua personalidade pragmática e ponderada.
Passara o domingo inteiro repetindo a si mesmo que Anahi nunca lhe prometera nada além de uma única noite juntos. Mesmo assim, não conseguia parar de pensar nela, a ponto de começar a sentir-se obcecado por algo que não poderia ter. Anahi sufocava seus pensamentos e consumia sua mente. Eram muitas perguntas sem respostas. Quem ela era realmente e o que a impedia de se encontrarem de novo? Anahi mostrara-se intransigente naquela questão, e o brilho de ansiedade que Alfonso vira nos olhos dela desmentia suas tentativas de não se ligar emocionalmente a ele.
A situação com Anahi tinha algumas semelhanças com o que Alfonso sofrerá com Elaine. Esse era outro assunto que martelava sua mente. O caso com Elaine fora intenso desde o início, com ela perseguindo-o de um modo extremamente excitante. Passavam-se semanas, meses, mas Elaine fazia questão de manter os encontros no mais absoluto segredo, apesar das tentativas de Alfonso para tornar público aquele relacionamento.
Elaine sempre tinha uma desculpa para não conhecer a família dele ou para não convidá-lo a ir à casa dela. Recusara-se a dar o número do telefone de casa, e Alfonso só podia ligar para o seu celular. Além disso, Elaine estava sempre em alguma viagem de negócios, o que a impedia de vê-lo com freqüência. E quando se encontravam, era sempre nas condições e disponibilidade dela.
Por mais que tentasse confiar em Elaine, Alfonso sentia que alguma coisa estava errada. Havia muitos detalhes sobre ela que não se encaixavam, sem mencionar a absoluta discrição a respeito de sua vida particular. Se ele a pressionava para obter respostas, ela o acusava de paranóico. Inevitavelmente, as discussões terminavam na cama, com Elaine acalmando-o com seu fogo e paixão.
Um dia, quase por acaso, Alfonso descobrira que Elaine era casada com um advogado de Chicago. O homem era tão poderoso e influente que poderia ter acabado com ele e com a empresa da família se tivesse descoberto o relacionamento extraconjugal da esposa. Felizmente, Elaine nada revelou ao marido rico sobre o garoto com quem mantivera uma aventura, uma diversão fora de seu casamento "mais-do-que-feliz", como Alfonso descobrira mais tarde.
A falsidade de Elaine e sua própria credulidade tinham-no abalado demais. Sentira-se usado como um tolo, e Alfonso jurara que haveria sempre muita honestidade e franqueza entre ele e a mulher com quem, eventualmente, viesse a se envolver no futuro.
E então surgira Anahi, intrigando-o e encantando-o de todas as formas imagináveis, mas esquiva e misteriosa o suficiente para roubar-lhe a paz de espírito. Até o último momento, Alfonso esperara que as coisas terminassem de um modo diferente.
Entretanto, Anahi partira e ele não tinha como encontrá-la. Nenhuma pista, nenhum ponto de partida. Seu desaparecimento fora um modo seguro de não revelar os segredos que escondia. Pelo menos Alfonso tentava acreditar nisso.
Respirou fundo e soltou ruidosamente o ar pela boca. Precisava manter a cabeça no lugar. Não podia jogar pelos ares as chances de vencer a concorrência do projeto do St. Puente Hotel por causa de uma mulher que nunca mais veria de novo. Devia concentrar-se nas coisas mais concretas, sobre as quais tinha certo controle, tais como: orçamentos, propostas, pedidos e balancetes.
Uma leve batida na porta e Alex entrou na sala com um sorriso amarelo e alguns papéis na mão.
— Carol disse para eu entrar por minha conta e risco — disse ele. — Posso?
— Claro. Algum problema? Alex entregou-lhe os papéis.
— Carol me pediu para lhe trazer o orçamento do projeto St. Puente — Ela preferiu não vir pessoalmente para não esfregar... Alfonso interrompeu Alex com um gesto da mão.
— Poupe-me dos detalhes, por favor.
Alex soltou uma gargalhada. Depois, lançou ao irmão um olhar crítico.
— Pelo que Carol me contou, você está uma fera desde que chegou ao escritório. O que aconteceu, Alfonso? Eu pensei que você estaria flutuando nas nuvens, muito bem-humorado, depois de ter conquistado a loira do bar. — Percebendo a expressão de contrariedade do irmão, Alex franziu o cenho. — Pelo menos, nós estamos acreditando nisso.
Alfonso reclinou-se na cadeira e suspirou.
— Sim, passamos a noite juntos.
Um sorriso largo iluminou o rosto de Alex.
— Você é sortudo mesmo, hein, mano! — Ele tirou a carteira do bolso, separou algumas notas e colocou-as sobre a mesa. — Como você acertou onde os outros falharam, parece que ganhou cem pratas.
Alfonso empurrou as notas. Ele não queria nada que pudesse vulgarizar o que partilhara com Anahi, sobretudo uma frívola aposta.
— Não quero o seu dinheiro nem o de Joel.
A primeira reação de Alex foi de surpresa. Mas ao perceber que não se tratava de uma brincadeira, recolheu as notas e guardou-as na carteira. Depois, sentou-se.
— Tenho a impressão de que a aposta se transformou em algo mais sério entre vocês.
Alfonso soltou uma risada abafada, cínica.
— Até poderia, se ela não tivesse ido embora antes de eu acordar no domingo de manhã. Tudo que sei a respeito dela é que se chama Anahi. E nem tenho certeza se é o seu nome verdadeiro ou se o inventou apenas por uma noite. Resumindo, ela não deixou a mínima possibilidade de tentar encontrá-la.
— Que droga, Alfonso! Sinto muito.
— O que aconteceu, aconteceu. Agora está acabado. Alfonso encolheu os ombros. — Foi apenas uma noite para ser lembrada.
Levantando-se, pegou a proposta do projeto St. Puente e foi até a planta da reforma do hotel aberta sobre a mesa-prancheta.
— Você tem quinze minutos para uma última conferência desse orçamento comigo? — ele perguntou a Alex.
—Nós já conferimos esse orçamento umas vinte vezes — o irmão respondeu num tom exasperado. — E cada vez, você jura que é a última. Os valores são os mais espremidos possível, e se cortarmos mais um centavo, correremos o risco de perder dinheiro na obra.
0 risco de perder dinheiro na obra. Alfonso estremeceu. As palavras de Alex, intencionais ou não, despertaram-lhe lembranças desagradáveis. Havia algum tempo, acidentalmente, ele fizera a cotação de um projeto milionário muito abaixo do valor real, o que quase levou a empresa à falência.
Deixando o passado de lado, Alfonso concentrou-se no presente.
— Você sabe quanto é importante para o crescimento da nossa empresa ganharmos essa concorrência.
— Sempre batendo na mesma tecla — Alex respondeu num tom mais do que casual.
Alfonso encarou-o numa atitude defensiva.
— Que diabos você está querendo dizer?
— Ora, Alfonso. — Alex aproximou-se da prancheta e apontou a planta da reforma do hotel. — Você sabe tanto quanto eu que há razões pessoais para você querer vencer essa concorrência. Digamos que apenas quarenta por cento dessas razões têm a ver com o crescimento da nossa empresa. Os sessenta por cento restantes são porque você acha que deve compensar o que aconteceu com o projeto do Edifício Wrigley.
O caso do Edifício Wrigley era como uma ferida que não cicatrizava, pelo menos até Alfonso não fechar um grande negócio que compensasse aquele desastre financeiro.
O erro involuntário custara caro demais, e Alfonso passara os últimos cinco anos tentando consertá-lo, aceitando trabalhos muitas vezes insignificantes para conseguir pagar o empréstimo bancário que o pai fizera para fugir da falência. Agora, o projeto do St. Puente Hotel era exatamente a prova de que precisava para mostrar ao pai que ele poderia administrar a empresa e fazê-la prosperar ainda mais.
Cruzando os braços, Alfonso encarou o irmão.
— Talvez seja pessoal, sim — admitiu.
— Todo mundo às vezes faz bobagens, até mesmo os melhores. Você se considera responsável pelo que aconteceu com o projeto Wrigley, mas papai, não. Ele nunca o culpou e jamais o culparia. Apareceram despesas extras naquele projeto que não constavam no orçamento simplesmente porque ninguém havia imaginado que surgiriam. Nem mesmo você.
Alex estava certo. Nolan Herrera jamais responsabilizara o filho pelos prejuízos, mas Alfonso não se perdoava e a necessidade de reparar sua falha involuntária era uma questão de honra. Também queria que o pai reconhecesse seus esforços para solidificar a reputação da empresa.
— Para mim, é muito importante ganhar essa concorrência, fazer tudo direitinho e dentro do orçamento — Alfonso explicou secamente. — Posso contar com você ou não?
— Claro que pode — Alex confirmou, resignado. — Então, vamos checar esses números pela última vez. Só tenho quarenta minutos. Depois, vou encontrar Dana para um almoço rápido.
— Almoço rápido, hein? — Alfonso voltou a sua mesa de trabalho e sentou-se. — É assim que chamam hoje em dia?
Sorrindo, Alex sentou-se na cadeira de frente para o irmão, esquivando-se da resposta.
Alfonso abriu a pasta com o projeto e o orçamento detalhados da reforma do St. Puente Hotel.
— Está tudo bem com você e Dana?
— Acho que sim. — Alex encolheu os ombros de um modo eloqüente demais para Alfonso.
— Detectei alguma hesitação?
— Não de minha parte. É ela que parece relutante em assumir um compromisso mais sério.
— O velho charme dos Herrera não funcionou?
—Estava tudo ótimo até eu mencionar a palavra "amor".
Dana entrou em pânico e sumiu por alguns dias. A atitude dela feriu o meu ego, pois, até então, eu nunca havia falado de amor para mulher nenhuma. Dana foi a primeira. Quando nos encontramos de novo, ela agiu como se a conversa nunca tivesse acontecido, e agora estou meio receoso de tocar outra vez no assunto. — Ele olhou para Alfonso. — Sinceramente, eu não entendi. Não são as mulheres que esperam que os homens confessem seus sentimentos e proponham compromisso sério?
— Como vou saber? — Alfonso sentia-se a última pessoa em condições de aconselhar o irmão. Afinal, ele andava meio sem sorte com as mulheres ultimamente. — Eu quebrei a cara, Alex, e acho que jamais entenderei as mulheres e o modo como o cérebro delas funciona.
— Eu também.
Eles riram, balançaram a cabeça resignados com o que consideravam inconstância feminina e discutiram o único assunto que ambos entendiam muito bem: orçamentos e estimativas.
Anahi tornou a conferir a listagem do estoque de jóias da butique. Depois, olhou para as peças expostas no mostruário. O pingente em forma de coração em diamante Aaron Basha, no valor de mil dólares, não se encontrava lá. E de acordo com o relatório de vendas, também não fora vendido. Era a segunda jóia que desaparecia nos últimos três meses, além da falta do pagamento de algumas peças registradas como vendidas.
Somente os funcionários da butique tinham acesso ao mostruário, mas Anahi tentou não precipitar-se em suas conclusões, até ter certeza de quem era o responsável pela falta das jóias. Tremia só de pensar que algum de seus funcionários de confiança poderia ser o ladrão. Sempre fora muito criteriosa e exigente na seleção dos funcionários e não admitia ninguém sem antes fazer uma investigação completa da vida pregressa do candidato.
Os funcionários antigos eram absolutamente leais, mas nos últimos seis meses ela admitira dois novos vendedores para o período da tarde. Uma era Celeste, jovem universitária que trabalhava meio período. O outro era James, com experiência de mais de seis anos em vendas e charmoso com as mulheres, o que lhe rendia altas comissões mensais e a inveja dos demais vendedores.
Anahi esperou todos os clientes saírem para aproximar-se de Celeste e James.
— Algum de vocês vendeu o pingente de diamante Aaron Basha que estava no mostruário?
Celeste negou com um gesto de cabeça.
— Eu não vendi.
— Eu também não — James respondeu, ajeitando os papéis com o logotipo do St. Puente Hotel usados para embrulhar as jóias mais delicadas. — Ele estava no mostruário ontem quando encerrei o meu expediente, mas hoje pela manhã já não estava mais.
Em algum momento entre o final da tarde do dia anterior e o início da manhã daquele dia, o valioso pingente de diamante desaparecera. E quem trabalhara no turno da noite anterior fora Joan, funcionária antiga, promovida a assistente da gerência havia dois anos. Anahi sentia-se mal só de pensar que Joan poderia ser a responsável pelo sumiço das jóias.
Voltou a sua sala e ligou para a casa da assistente. Uma conversa rápida e a confirmação de que Joan não vendera e nem guardara o pingente de diamante em outro lugar. Na verdade, ela notara a falta da jóia no mostruário quando iniciara o expediente na tarde do dia anterior, o que contradizia a declaração de James.
Depois de desligar o telefone, Anahi friccionou as têmporas, aborrecida com o ocorrido. Por mais que lhe que custasse tomar uma atitude, só havia um recurso para descobrir quem era o responsável pelo desaparecimento das mercadorias da butique-
Desligou o computador, saiu da sala e foi direto para o escritório de Evan. Ela não o via desde o dia de seu aniversário, e queria manter aquela conversa estritamente no campo de trabalho.
Bateu de leve na porta.
—Entre — Evan disse num tom distraído.
—Você tem alguns minutinhos para mim?
Ele ergueu os olhos dos documentos que estava assinando e sorriu para Anahi.
— Para você, tenho todo o tempo do mundo. — Deixou a caneta de lado e reclinou-se na cadeira. — Está tudo bem?
Anahi não se sentou, como normalmente fazia. Não pretendia demorar-se mais do que o necessário para conseguir a ajuda de Evan.
— Preciso que os seguranças verifiquem as fitas das câmeras instaladas na butique.
— Está faltando alguma coisa?
— Infelizmente, sim. Outra jóia. Desta vez, um pingente de diamante Aaron Basha em forma de coração, avaliado em cerca de mil dólares. — Ela entregou-lhe a pasta do inventário e uma foto da peça para a pessoa que iria examinar as fitas gravadas saber o que estava procurando.
— O ladrão está se tornando mais audacioso e os itens roubados, mais caros -— Evan observou, franzindo o cenho. Depois, olhou novamente para Anahi sem muito otimismo. — Quero apanhar o culpado tanto quanto você, mas lembre-se, nas duas vezes em que verificamos as fitas, não conseguimos encontrar nenhuma evidência de que algum dos seus funcionários estava roubando.
— Eu sei, mas insisto mesmo assim. Alguém está roubando mercadorias da butique e quero descobrir quem é. Deve haver algum detalhe nessas fitas que está passando despercebido à segurança. — A voz de Anahi soava ríspida e autoritária. — Quero câmeras ligadas vinte e quatro horas por dia na butique vigilância absoluta, sobretudo quando o mostruário de jóias for aberto. Precisamos ter certeza de que em nenhum momento alguma peça vai para o bolso ou a bolsa de quem quer que seja.
— Você está certa — Evan concordou. — Vou tomar as providências.
— Amanhã cedo, vou a San Francisco — Anahi informou, suavizando o tom de voz. — Pretendo voltar sexta-feira. Se acontecer alguma coisa nesses três dias, avise-me, por favor.
— Claro que avisarei. — O sorriso encantador de Evan amenizou ainda mais o estado de espírito de Anahi. — Nós jogamos no mesmo time.
— Eu sei disso. — Anahi acreditava nas palavras dele. Evan estava tão envolvido pessoal e emocionalmente quanto ela na vida dos Hotéis St. Puente. Ela sabia também que aquele "jogando no mesmo time" significava muito mais do que o relacionamento profissional deles. — Obrigada pela sua ajuda, Evan.
Antes que Anahi se voltasse para sair da sala, ele soltou uma pergunta que a deixou gelada:
— A propósito, você se divertiu na comemoração do seu aniversário com os amigos?
O coração dela disparou, um arrepio percorreu-lhe a espinha, e suas pernas bambearam. Aquele era um assunto que não gostaria de conversar com Evan. Detestava mentir e temia que ele descobrisse a verdade, o que absolutamente não poderia acontecer.
Como por milagre, conseguiu sorrir e falar sem ser traída pela voz.
— Oh, sim. Foi muito divertido. Curioso, Evan inclinou levemente a cabeça.
— Aonde você foi, afinal? Direto ao paraíso, muitas vezes. O pensamento libidinoso explodiu em sua mente acelerando ainda mais as batidas de seu coração.
Em vão, tentou afastar as lembranças provocantes da noite passada ao lado de Alfonso. As imagens dançavam em sua mente como cenas de um filme repetidamente visto e revisto. Sentiu a pele queimando de paixão e desejo e não conseguiu evitar a pontada de dor que a torturava sempre que pensava em Alfonso e no que haviam vivenciado em apenas algumas horas. Arrependia-se de ter saído sorrateiramente da cama dele, deixando-o acordar sozinho... para nunca mais tornar a vê-la.
Sua cabeça sabia que teria de ser assim, que não tinha outro jeito, mas seu corpo e coração... Oh, como queriam que fosse diferente!
— Anahi?
Ela direcionou o olhar para Evan, que a fitava com ansiedade, como se ele pudesse ler além das suas tentativas de não mostrar-se preocupada. De repente, ocorreu-lhe que talvez Evan soubesse como ela passara a noite do sábado e que a estava testando. Ou talvez estivesse escrito em seu rosto as palavras romance ilícito.
De qualquer forma, Anahi não revelaria nada.
— Tomamos alguns drinques no Rive Gauche — disse ela, citando um nightclub em que, tinha certeza, Evan nunca colocaria os pés, por ser barulhento e antiquado demais para o gosto dele. Com um gesto teatral, verificou as horas no relógio de pulso. — Preciso ir. Combinei de almoçar com Rosalyn e não quero deixá-la esperando.
Anahi saiu rapidamente da sala sem dar tempo para Evan esticar a conversa, e foi direto ao restaurante do hotel. Passando pelos hóspedes que esperavam para almoçar, dirigiu-se à mesa exclusiva da família. Rosalyn já se encontrava lá com Sophie no colo.
— Desculpe o atraso. — Anahi beijou o rosto da sobrinha. Reconhecendo-a, a menina riu de alegria. Bastou um olhar ao rosto da irmã e notar as olheiras profundas para esquecer seus próprios problemas.
Sentou-se de frente para Rosalyn e, imediatamente, seus instintos protetores afloraram. A irmã era cinco anos mais nova, e, desde seu nascimento, Anahi trocara a coleção de bonecas Pela bonequinha de carne e osso. Ajudava a mãe a cuidar de Rosalyn e sempre insistia em empurrar o carrinho quando saíam a passeio. Havia uma afinidade muito grande e especial entre ambas, e Anahi tinha a sensibilidade tão aguçada em relação à irmã que notava o menor sinal de mudança em seu temperamento sempre alegre e radiante.
— Rosalyn, você está bem?
Sua irmã encolheu os ombros e forçou um sorriso.
— Estou apenas cansada. Os dentinhos de Sophie estão apontando e ela deu para acordar no meio da noite, em vez de dormir sem interrupção, como sempre. Isso está mudando todo o nosso ritmo.
Anahi tirou Sophie dos braços da irmã e sentou-a no banco ao seu lado.
— Parece que os bebês estabelecem seus próprios ritmos, e papai e mamãe têm que aprender a adaptar-se com as mudanças — Anahi disse a Sophie, embora as palavras fossem dirigidas à irmã.
— Estamos tentando, mas Adam e eu... Bem, estamos tentando nos ajustar às mudanças que aconteceram nas nossas vidas — Rosalyn explicou em voz baixa.
Anahi lembrou-se do modo como a irmã olhara para o marido na noite do jantar do seu aniversário, e pressentiu que eles estavam enfrentando problemas conjugais.
— Agradeço muito por ter concordado em almoçar comigo, Anahi. Sei que você está sempre ocupada com as butiques e tudo o mais...
— Sempre tenho tempo para você, Rosalyn. Sempre.
— Obrigada. — Os olhos de Rosalyn encheram-se de lágrimas. Piscou rapidamente, numa tentativa de afastá-las, e sorriu. — Eu queria vê-la ainda hoje, antes de você ir para San Francisco. Tenho me sentido um pouco... sentimental ultimamente.
Anahi gostaria de acreditar que tanta sensibilidade pudesse ser atribuída a alguma descompensação hormonal ou à mudança de rotina por conta do nascimento de Sophie. Apesar de Sophie já ter seis meses, aquela era a primeira vez que Anahi via a irmã tão triste. Quase deprimida.
— Tem certeza de que é só isso mesmo? — ela perguntou, dando a Rosalyn a abertura para desabafar.
— Tenho. — Rosalyn respirou fundo. — Juro.
Anahi não acreditou, mas não insistiu. Ficaria atenta ao comportamento da irmã por mais alguns dias, antes de aconselhá-la a procurar um médico.
— Tudo bem. Mas se precisar de alguém para conversar sobre qualquer assunto, você sabe que pode contar comigo. Estarei sempre ao seu lado.
— Eu sei, Anahi. É isso que faz de você uma irmã muito querida e minha melhor amiga.
Sim, aquela era a vida de Anahi St. Puente. Cuidar da irmã caçula e oferecer-lhe apoio emocional quando precisasse. Ser a gerente responsável e competente das butiques dos Hotéis St. Puente e lidar com a possibilidade de ter um ladrão entre seus funcionários. Fazer o possível para ser uma filha exemplar de quem seus pais poderiam orgulhar-se sempre, compensando-os do escândalo que quase destruíra a reputação da família e denegrira o respeitável nome St. Puente.
Uma vida, às vezes agitada e caótica, cheia de compromissos e obrigações pessoais que a mantinham constantemente rodeada de amigos, da família e de funcionários dos hotéis.
Uma vida solitária e vazia.


 



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Autor(a): ayaremember

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A vista noturna da baía de San Francisco do 36° andar do St. Puente Hotel era deslumbrante. Saboreando um copo de vinho Baileys, Anahi observava as luzes das lojas e restaurantes ao longo do píer 39 e dos barcos que cruzavam a baía. A noite estava clara, sem nuvens, e ela desejava que seus pensamentos fossem igualmente claros e calmos.Suspirando, t ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 17



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  • maria_cecilia Postado em 08/01/2015 - 01:14:10

    obs - desculta ta flo se to incomodando rsrs [WEB] Entre el Amor y El Odio - AYA http://fanfics.com.br/fanfic/41683/web-entre-el-amor-y-el-odio-aya-ponny Gente eu estou postando essa web,ela não é minha mais é muito boa, espero que gostem.

  • maria_cecilia Postado em 08/01/2015 - 01:13:58

    posta mais

  • mikaellaborges Postado em 23/12/2014 - 01:42:19

    Posta mais please

  • luizaportilla14 Postado em 09/12/2014 - 14:06:31

    Ansiosa pra ver quando a Anahi descobrir que ele tá trabalhando pra empresa dela *------*

  • luizaportilla14 Postado em 09/12/2014 - 12:50:02

    Posta maaaais <3

  • vanessinhaborges Postado em 08/12/2014 - 15:05:08

    Continuuua

  • luizaportilla14 Postado em 04/12/2014 - 14:40:20

    Continuaaa

  • luizaportilla14 Postado em 03/12/2014 - 16:06:13

    Posta mais!!!!!

  • luizaportilla14 Postado em 03/12/2014 - 16:03:44

    Oee Leitora nova. To adorando!!!! Posta mais *-------------*

  • andryaponnyever Postado em 25/11/2014 - 23:16:00

    Esses dois são uns perfeitos eroticos isso sim!!!


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