Fanfic: Uma Noite de Prazer - AyA - Adaptada - FINALIZADA. | Tema: AyA
A vista noturna da baía de San Francisco do 36° andar do St. Puente Hotel era deslumbrante. Saboreando um copo de vinho Baileys, Anahi observava as luzes das lojas e restaurantes ao longo do píer 39 e dos barcos que cruzavam a baía. A noite estava clara, sem nuvens, e ela desejava que seus pensamentos fossem igualmente claros e calmos.
Suspirando, terminou de tomar o vinho e colocou o copo no bar. Anahi sempre gostara das viagens a San Francisco. Adorava a cidade, suas paisagens, sua peculiaridade, sua atmosfera, enfim. Essas eram algumas das razões pelas quais considerava seriamente a possibilidade de mudar-se para aquela cidade encantadora e fazer do hotel sua residência oficial.
Os outros motivos eram pessoais. A idéia de começar uma nova vida, ser independente, era estimulante demais. E sempre havia aquela esperança secreta de que, talvez, com novos objetivos, novos amigos e um novo estilo de vida longe da família, ela poderia finalmente exorcizar-se das culpas e arrependimentos que lhe pesavam na consciência, e também das sombras do passado que tanto a atormentavam.
Se isso fosse possível, pensou, indo para o banheiro. Precisava de uma hidroterapia para relaxar os músculos enrijecidos pelo estresse. Abriu as torneiras da banheira, jogou uma quantidade generosa de sais e óleos de banho. Despiu-se, prendeu os cabelos enquanto esperava a banheira encher de água. Depois de passar pelos jatos massageadores, deitou-se na banheira, deixando a água cobri-la até o queixo. Recostou a cabeça na borda e fechou os olhos.
O dia fora cansativo. Durante mais de doze horas, cuidara do inventário dos vários itens de mercadorias e jóias da butique, analisara com a gerente os pedidos para a nova coleção de verão de roupas e acessórios. Deveria se sentir cansada e ansiosa para deitar e dormir uma noite de sono repousante.
Mas não fora bem assim. Estava elétrica e irrequieta demais para dormir. Decidira dar uma volta pela cidade antes de recolher-se à suíte. Foi de táxi até a Union Square e jantou informalmente num café ao ar livre. Depois, perambulou pela loja Neiman Marcus e comprou uma bolsa Kate Spade para Rosalyn. Não resistiu à tentação de entrar na F.A.O. Schwarz, onde comprou uma adorável girafa de pelúcia para Sophie.
Estava acostumava a andar sozinha pela cidade, mas, pela primeira vez, gostaria de ter alguém especial ao seu lado. Alguém divertido e descontraído como Alfonso. Aquele era o ponto crucial para a sua mente conturbada de emoções conflitantes.
Chegara a acreditar que a longa distância entre Chicago e San Francisco fosse suficiente para arrancar de sua cabeça a lembrança de Alfonso e da única noite de amor que haviam partilhado.
Puro engano. Não conseguia esquecê-lo um minuto sequer, por mais que tentasse. Lembranças sensuais e imagens tentadoras de Alfonso invadiam-lhe a mente durante o dia e apareciam em seus sonhos à noite. Até mesmo naquele momento, com a água morna e perfumada roçando em seu corpo nu, era fácil imaginá-lo ali com ela, afagando-lhe os seios, o ventre e todos os outros pontos que ansiavam pelos carinhos dele.
Gemendo, Anahi começou a acariciar o próprio corpo. O desejo era quase insuportável. Quatro dias ignorando o clamor e sua carne. Quatro dias rememorando cada momento erótico com Alfonso, mas negando ao corpo o alívio pelo qual ansiava com desespero.
A água ondeava ao seu redor, provocando-a impiedosamente, como dedos líquidos acariciando-lhe a pele sensível. Os jatos massageadores vindos de diferentes ângulos despertavam-lhe fantasias diversas e tentadoras para satisfazer sua frustração sexual.
Antes que mudasse de idéia ou recuperasse a sensatez, Anahi ajoelhou-se na banheira e aproximou-se de um dos bocais. O jato de água forte e vibrante bateu em suas coxas. Ela se agarrou à borda da banheira, pendeu a cabeça para trás, gemeu e contorceu-se com os tremores do clímax finalmente atingido. O tão esperado alívio pacificou a tensão sexual, mas, ao sair da banheira, foi obrigada a admitir quanto se sentia vazia por dentro. O orgasmo satisfizera suas necessidades físicas, porém não amenizara o desejo de estar com o único homem que afetara seu coração e corpo. O homem generoso e honesto que se interessara por ela, e não pela herdeira da família St. Puente.
Ofegante, terminou de enxugar-se e vestiu a camisola. Apaixonara-se por Alfonso Herrera, e por mais que quisesse acreditar que sua noite com ele não passara de um encontro fugaz, Anahi sabia que significara muito mais do que isso.
Mesmo depois do prazer solitário, ela ainda estava ansiosa e irrequieta, e não era mais uma sensação física. Precisava sentir aquele tipo de conexão emocional que vivenciara com Alfonso, o aconchego e a intimidade que só um envolvimento sentimental proporcionaria.
Além de fascinada e atraída por Alfonso, Anahi estava curiosa. Queria saber mais sobre ele. Queria saber tudo, na verdade. Mas isso exigiria reciprocidade, e não estava disposta a revelar seus segredos pessoais e íntimos... a menos que ela direcionas-se a conversa e, cuidadosamente, evitasse as perguntas que poderiam fazê-la falar mais do que o permitido.
Indecisa, olhou para o telefone celular que deixara sobre o criado-mudo. Seu plano era perigoso e arriscado, porém se consolava em pensar que, enquanto seu número de telefone estivesse bloqueado no celular de Alfonso, ele não poderia retornar a ligação. Dessa forma, ela estaria no controle da situação, sem a ameaça de ter sua identidade descoberta.
Apertando o telefone na mão, reclinou-se contra os travesseiros e fechou os olhos. Lutava entre a razão e o coração.
Céus, estava morrendo de vontade de ouvir novamente a voz grave e sedutora de Alfonso, mas, sobretudo, não queria ficar sozinha naquela noite. E não ficaria se desprezasse a voz da razão e fizesse o que seu coração pedia.
Alfonso terminou a 25ª volta em sua piscina, ainda exultante com os acontecimentos do dia.
Logo depois do almoço, recebera um e-mail confirmando que a empresa Nolan & Filhos vencera a concorrência para a reforma do St. Puente Hotel. Desde então, parecia estar flutuando nas nuvens. Depois de uma rápida comemoração com Alex, Alfonso passara na casa do pai e da madrasta para contar a novidade. Nolan batera nas costas do filho, apertara-lhe a mão e abraçara-o com indisfarçável orgulho. O apoio e a aprovação do pai eram muito importantes e incentivadores, e Alfonso jurou que, dessa vez, não iria desapontá-lo.
As obras começariam dentro de duas semanas, e Alfonso pretendia supervisionar o trabalho pessoalmente. Acompanharia todos os custos para certificar-se de que nada fugiria do orçamento apresentado. Por nada no mundo permitiria que alguma coisa mudasse o projeto, e isso exigiria seu envolvimento pessoal desde o início.
Assim pensando, saiu da piscina, enxugou os cabelos e enrolou a toalha ao redor dos quadris. Entrou em casa e foi direto para o chuveiro. Depois do banho, vestiu o roupão, dirigiu-se à cozinha e pegou uma lata de cerveja na geladeira. Abriu-a e foi para o quarto.
Naquele instante, seu celular tocou. Passava das onze horas.
Olhou o display, e seu coração bateu mais forte ao ler as palavras "número bloqueado".
A última vez que lera aquela mensagem em seu celular, fora Anahi quem ligara, mas depois de quatro dias sem notícias dela, não tinha mais esperança de ouvir sua voz. Entretanto, se houvesse a menor possibilidade de ser Anahi, não perderia a chance de conversar com ela.
Atendeu no terceiro toque.
— Alô?
— Olá, Alfonso. Aqui é Anahi. Como se ele não reconhecesse sua voz doce e sensual! Uma onda de alívio envolveu-o e um sorriso largo iluminou-lhe o rosto depois de quatro dias de angústia e mau humor.
— Oi, Apenas Anahi! — ele respondeu num tom alegre. — A que devo a honra do seu telefonema?
Ela soltou ruidosamente a respiração, de um modo eloqüente.
— Não consigo parar de pensar em você e na noite que passamos juntos.
— Eu pensei que fosse o único a remoer as lembranças daquela noite. — Uma pontada de desejo despertou-lhe os sentidos. — Estou contente por você ter ligado.
— Eu também.
O tom de hesitação na voz de Anahi não passou despercebido a Alfonso.
— Por que tenho a impressão de que você não está cem por cento certa da sua resposta?
Ela riu.
— Você é muito perceptivo, Sr. Herrera. E o que acha de noventa e nove por cento de certeza?
Alfonso colocou a lata de cerveja em cima da cômoda. Com o telefone encaixado entre a orelha e o ombro, abriu a gaveta e pegou uma cueca. Tirou o roupão e vestiu-a.
— E o um por cento restante?
Anahi suspirou, agora lenta e suavemente.
— Digamos que eu não tenha certeza absoluta de estar fazendo a coisa certa.
— Por que não?
— Bem... o que aconteceu entre nós... Há a possibilidade de tornar-se emocionalmente complicado demais.
Alfonso franziu o cenho. De repente, lembrou-se do seu relacionamento com Elaine.
— Emocionalmente complicado para quem?
— Sobretudo para mim. — Ela fez uma pausa antes de acrescentar: — Nunca pensei que um único encontro pudesse tornar-se tão...
— Envolvente? — ele completou, entendendo muito bem a situação. A necessidade de estar com Anahi era tão forte que o consumia desde o momento em que ela fugira da sua cama.
— Você é absolutamente inebriante — Anahi murmurou com voz enrouquecida. — E me proporcionou uma noite realmente inesquecível.
— O que houve entre nós, Anahi, independente do que você diga, não foi apenas sexo satisfatório. Não deveria terminar nunca.
— Ah, mas encontros de uma noite são assim mesmo... encontros furtivos, de uma noite só.
Alfonso tomou um gole de cerveja. Ajeitou os travesseiros contra a cabeceira da cama e recostou-se neles.
— Você acredita nisso? Se acreditasse, não estaria me ligando a esta hora.
— Tem razão. Talvez não tenha sido mesmo uma boa idéia. — Mais hesitação na voz dela, e Alfonso podia até imaginá-la mordiscando o lábio, tamanha sua indecisão. — Acho melhor desligar antes que as coisas se compliquem ainda mais.
— Não desligue — ele ordenou com rispidez, quase em desespero. Finalmente, Anahi tivera coragem de telefonar, e, se ela desligasse, talvez nunca mais teria notícias dela.
Ele não iria perder essa oportunidade. Queria dar-lhe tempo e espaço, sem pressão, sem muitas perguntas, para descobrir até que ponto Anahi pretendia levar as coisas entre ambos. Com um pouco de sorte, poderia descobrir mais sobre a vida dela também.
Alfonso tomou o restante da cerveja de um só gole. Depois, colocou a lata no criado-mudo.
— Vamos combinar uma coisa, Apenas Anahi — disse ele com mais calma. — Vamos deixar esse assunto de lado e aproveitar esta noite para uma conversa leve e descontraída. O que acha?
— Tudo bem. — A voz dela soou mais relaxada. — Eu gostaria.
Alfonso passou os dedos pelos cabelos ainda úmidos e fez a pergunta básica e inofensiva:
— Onde você está agora? Em casa? — Imaginou-a numa casa elegante e bem decorada num condomínio de luxo, em algum ponto nobre da cidade, talvez às margens do lago.
—Estou em San Francisco—Anahi informou, para decepção de Alfonso. — Vim a trabalho.
Os músculos do estômago dele se contraíram. Tentou manter o passado fora do presente. Não poderia mais ignorar as semelhanças entre o comportamento evasivo de Elaine e a armadura na qual Anahi se trancara desde o momento em que a conhecera.
Havia muitos segredos complexos envolvendo Apenas Anahi, além da camada de mistérios para serem desvendados gradualmente. Mas havia uma questão que precisava resolver naquele momento, antes que o relacionamento deles se aprofundasse mais.
— Anahi, eu preciso lhe fazer uma pergunta e quero que você seja absolutamente honesta comigo.
Seguiu-se um breve e assustador silêncio.
— Tudo bem — ela concordou, por fim.
Alfonso fechou os olhos. Detestava ter de chegar a tal ponto, mas a resposta era importante demais para ser ignorada.
— Você é casada?
— Oh! — ela exclamou com indignação. — Claro que não sou casada! Eu teria ido para a cama com você se tivesse algum tipo de compromisso?
Anahi foi tão enfática e parecia tão horrorizada que Alfonso acreditou nela. Ele achou por bem explicar o motivo da pergunta tão íntima.
— Desculpe, eu não queria ofendê-la. E que descobri que muitas mulheres não se importam de manter um relacionamento com outro homem mesmo sendo casadas. E esse tipo de experiência me tornou muito cauteloso.
— Fidelidade é importante para mim.
A afirmação dela tranqüilizou-o. Resolveu mudar de assunto.
— Que tipo de trabalho você faz que inclui viagens?
— Sou compradora de uma rede de butiques exclusivas com lojas em San Francisco, Chicago e Nova York.
Alfonso percebeu que Anahi informara o necessário para satisfazer sua curiosidade, sem entrar em detalhes. De repente, ocorreu-lhe que ela poderia estar em Chicago a trabalho bem no dia do seu aniversário. Uma oportunidade ideal para uma noite com um estranho.
— Em qual dessas cidades você mora? — ele arriscou.
— Chicago. Nascida e criada.
— Eu também. — Alfonso sorriu por saber que ambos viviam numa cidade que abrigava outros tantos milhões de pessoas. Encontrá-la, sem saber seu sobrenome ou onde trabalhava, era o mesmo que procurar uma agulha no palheiro.
— Na verdade, ultimamente estou pensando em me mudar para San Francisco.
— Uma cidade mais excitante que Chicago?
— Não. Apenas uma cidade diferente. Um novo lugar. Novas pessoas.
— Uma nova vida? — Alfonso pressentiu que a necessidade de Anahi por alguma coisa "nova" era muito maior do que ela deixava transparecer.
— Também. Uma vida nova faz parte quando se muda de cidade.
— Seria muito egoísmo de minha parte dizer que eu não gostaria que você se mudasse?
Anahi riu e o som cristalino de sua risada invadiu a intimidade do quarto dele.
— Estou lisonjeada.
Alfonso não riu. Sua seriedade revelava o grau de seu envolvimento com ela. Aquele relacionamento estava prestes a tornar-se emocionalmente complicado. Para ele. E não podia fazer nada para evitar sua queda livre, a não ser manter viva a esperança de que, em algum momento do caminho, Anahi decidisse acompanhá-lo naquela viagem louca e fantástica.
— Agora é a sua vez de ficar na berlinda, Sr. Herrera — disse ela, escapando do interrogatório.
Imediatamente, Alfonso percebeu a estratégia de Anahi, mas não protestou. Ao contrário dela, ele não tinha nada a esconder... e muito a ganhar por permitir que Anahi invadisse sua privacidade.
— Pergunte o que quiser, meu bem. Sou um livro aberto.
— Certo. Vamos começar pelo básico. Onde você trabalha?
— Sou construtor.
— Então, você trabalha para a Nolan & Filhos?
— Como você sabe? — Alfonso perguntou, surpreso.
— Eu li o nome na porta da caminhonete quando o acompanhei até a sua casa.
Anahi fora mais observadora do que ele imaginara.
— Ah, sei. Nolan é meu pai, e a empresa pertence à nossa família.
— Presumo que os filhos são você e seus irmãos.
— Eu e Alex. O outro irmão, Joel, é da Marinha e se tornou especialista em seguros. Temos uma irmã, Carol, que também trabalha no escritório e faz com que tudo corra muito bem e com eficiência.
— E seu pai? Ele ainda trabalha na empresa?
— Só quando é necessário ou quando eu preciso dos seus conselhos. Ele se aposentou e me deixou no seu lugar na direção da firma. Meu pai trabalhou muito e agora está aproveitando a vida com a minha madrasta. Jogando golfe, pescando, viajando, enfim, fazendo tudo que não pôde fazer nos primeiros anos de casamento com Amélia.
— Seus pais são divorciados? — Anahi perguntou com visível interesse pela família dele.
— Minha mãe morreu quando eu tinha quinze anos.
— Sinto muito, Alfonso. Não deve ter sido fácil para todos vocês perderem a mãe ainda tão jovens.
— Realmente, a morte de minha mãe foi um choque para todos. Sendo o mais velho, automaticamente assumi o controle para manter a casa e a família em ordem, enquanto meu pai trabalhava duro na empresa.
— Ah, o filho responsável e de confiança! — Anahi murmurou quase só para ela mesma. — Eu conheço muito bem essa história.
Alfonso ficou alerta. Eles tinham um traço em comum, um senso natural de obrigação para com a família. Talvez o motivo de Anahi ser tão misteriosa tivesse origem justamente nos laços familiares. Ele queria respostas para as perguntas que torturavam sua mente.
— E você, Anahi? Tem irmãos ou irmãs?
— Apenas uma irmã, cinco anos mais nova que eu. E mesmo sendo a caçula, ela não é a rebelde da família.
— Suponho que essa honra pertence a você — ele brincou, seu pensamento voltando à noite do aniversário dela, sua ousadia e desinibição.
Anahi soltou ruidosamente o ar pela boca, numa mistura de risada e incredulidade.
— Apesar do que você deve pensar a meu respeito, estou longe de ser rebelde.
Se bem me lembro, você é a boa moça que quer ser má. Eu gostei de ser má com você.
— Por que comigo?
Anahi hesitou, como se estivesse escolhendo palavras coerentes.
— Porque ser má com você é seguro. Você é confiável. Alfonso franziu o cenho, tentando entender o comentário dela.
— Confiável como?
— Somos estranhos, e o anonimato mantém a privacidade, sem que nenhum de nós corra qualquer risco. Podemos fingir tudo, fazer tudo que quisermos sem nos sentirmos ameaçados.
Alfonso entendeu menos ainda. Por que diabos ela se sentia ameaçada? Friccionou o queixo e respirou fundo. Anahi estava se esquivando novamente, e disfarçar sua frustração não era nada fácil.
— Mas eu confio em você, Alfonso Herrera, o que torna nosso caso e você seguros para mim — ela concluiu num fio de voz tão macio e triste que todo aborrecimento de Alfonso evaporou-se no ar.
Anahi não confiava nele, não do modo como ele esperava. Porém, independente das razões dela para manter-se no anonimato, Alfonso agradecia aos céus por Anahi ter admitido o relacionamento deles, ainda que em termos de "caso". Era um começo. Uma pequena e exultante vitória.
— Eu gostaria que você estivesse aqui comigo, Anahi. Aqui no meu quarto, na minha cama... nua e ardente.
— Eu estou aí com você, ao seu lado, meu corpo colado ao seu — ela sussurrou sedutoramente.
Um quadro formou-se na mente de Alfonso. Anahi na sua cama, os seios firmes em suas mãos, o corpo trêmulo esperando para ser possuído por ele.
— Oh, sim, eu gosto dessa fantasia.
— E eu gosto de como você me faz sentir. Confiante, excitada e muito sedutora. Você está aí, esperando-me tocá-lo, não está?
Alfonso mudou o telefone para a outra orelha.
— A espera já está quase me matando, Anahi.
Ela riu.
— A espera é uma coisa boa. Imagine que estou acariciando seu rosto e seus lábios. Sua boca é sensual, e eu adoro como você umedece meu corpo com seus lábios e sua língua. Eu me lembro da sensação enlouquecedora de você mordiscando meus mamilos...
Anahi ia relatando sua fantasia passo a passo, como se estivessem realmente juntos, vivenciando mais uma noite de amor intenso. Alfonso acompanhava a descrição, e à medida que ela ia falando, seu desejo aumentava. Seu corpo estremecia, suado e excitado, e ele não conseguiu controlar o momento do clímax, que chegou com toda força.
— Oh, Anahi... — murmurou, ofegante.
Alfonso sentou-se na cama e pegou a caixa de lenços de papel no criado-mudo. Entretanto, por mais que seu desejo físico fosse saciado, não era suficiente. Ele queria mais de Anahi do que simples ligações telefônicas nos momentos convenientes para ela e orgasmos solitários.
Anahi admitira que criara uma rede de segurança para manter seu anonimato e suas emoções a salvo. Ele atendera às exigências dela na noite em que se conheceram, e também agora, por conveniência de Anahi, acabara consentindo aquela loucura de fazer sexo por telefone. Ele partilhara com ela passagens de sua vida, de sua família e até mesmo revelara pequenas inseguranças de sua vida sentimental, e queria que aquelas obstruções superficiais que existiam entre ambos desaparecessem para sempre.
Nada mais de segredos, nada mais de Apenas Anahi escondendo-se atrás do anonimato. Ele merecia honestidade e a confiança incondicional dela.
— Quero vê-la de novo, Anahi — Alfonso confessou com sinceridade. — Deixe-me convidá-la para um encontro de verdade.
Um momento de silêncio e hesitação. Depois, a resposta suave, mas cheia de arrependimento:
Infelizmente, isso não faz parte da fantasia.
Ao inferno com a fantasia, Alfonso pensou, mas conseguiu controlar sua irritação.
— E se a fantasia não for suficiente?
— Tem que ser. — Na voz dela, uma tristeza indisfarçável. — Além disso, muitas vezes a fantasia é melhor do que a realidade.
Obviamente, Anahi falava por experiência própria, e Alfonso ressentia-se por ela ter tanta dificuldade em confiar nele.
— Por que não podemos ter ambas?
De novo, um breve silêncio. Percebendo que Anahi não tinha uma resposta pronta, Alfonso ficou ainda mais determinado em derrubar-lhe as barreiras.
— Qual é o seu sobrenome, Anahi? É só o que lhe peço. — Uma pequena demonstração de confiança era tudo de que ele precisava. Alguma coisa real e nítida, um fio de esperança no qual pudesse agarrar-se.
— Não posso dizer.
Alfonso percebeu a angústia na voz dela, mesmo assim sentiu-se usado. A sensação era familiar e desagradável demais para ser relevada.
— Não pode ou não quer? — ele rebateu rispidamente.
— Os dois. Ah, Alfonso, eu sinto muito... — A voz de Anahi tremeu de emoção e de alguma coisa mais que lembrava pânico. — Vou desligar...
Abruptamente, ele sentou-se na cama e esbravejou:
— Droga, Anahi, não desligue!
Tarde demais. Um clique soou no ouvido dele. Ela cortara a conexão entre ambos, em todos os sentidos. Soltando uma imprecação, Alfonso jurou que na próxima vez, se houvesse uma próxima vez, ditaria as regras e determinaria quando e como terminaria o encontro dos dois.
Anahi seria sua, mas nas condições dele.
Autor(a): ayaremember
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Anahi entrou no elevador que a levaria até seu apartamento no St. Puente Hotel, em Chicago.Finalmente, em casa. Estava com dor de cabeça e não via a hora de tirar os sapatos, as roupas, tomar um banho e jogar-se na cama. Queria esquecer sua conversa com Alfonso e o conflito de emoções que o telefonema provocara. O desejo e a necessidade de ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 17
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maria_cecilia Postado em 08/01/2015 - 01:14:10
obs - desculta ta flo se to incomodando rsrs [WEB] Entre el Amor y El Odio - AYA http://fanfics.com.br/fanfic/41683/web-entre-el-amor-y-el-odio-aya-ponny Gente eu estou postando essa web,ela não é minha mais é muito boa, espero que gostem.
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maria_cecilia Postado em 08/01/2015 - 01:13:58
posta mais
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mikaellaborges Postado em 23/12/2014 - 01:42:19
Posta mais please
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luizaportilla14 Postado em 09/12/2014 - 14:06:31
Ansiosa pra ver quando a Anahi descobrir que ele tá trabalhando pra empresa dela *------*
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luizaportilla14 Postado em 09/12/2014 - 12:50:02
Posta maaaais <3
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vanessinhaborges Postado em 08/12/2014 - 15:05:08
Continuuua
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luizaportilla14 Postado em 04/12/2014 - 14:40:20
Continuaaa
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luizaportilla14 Postado em 03/12/2014 - 16:06:13
Posta mais!!!!!
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luizaportilla14 Postado em 03/12/2014 - 16:03:44
Oee Leitora nova. To adorando!!!! Posta mais *-------------*
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andryaponnyever Postado em 25/11/2014 - 23:16:00
Esses dois são uns perfeitos eroticos isso sim!!!