Fanfics Brasil - O que acha de vivermos essa aventura todos os dias para o resto das nossas vidas? Uma Noite de Prazer - AyA - Adaptada - FINALIZADA.

Fanfic: Uma Noite de Prazer - AyA - Adaptada - FINALIZADA. | Tema: AyA


Capítulo: O que acha de vivermos essa aventura todos os dias para o resto das nossas vidas?

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Assim que abriu os olhos na manhã seguinte, Anahi viu o espaço vazio ao seu lado na cama. Instintivamente, soube que Alfonso fora embora e que ela estava sozinha na suíte do hotel que ele reservara para uma noite inesquecível. Enterrou o rosto no travesseiro, atormentada pela sensação de vazio e perda.
Agora, havia sido Alfonso quem saíra sem despedir-se. Ela merecia isso, considerando que fizera a mesma coisa antes. Depois da declaração apaixonada dele e da falta de uma resposta definitiva dela, com certeza Alfonso preferira poupá-los de uma cena desagradável logo cedo.
Anahi relembrou as palavras dele no momento em que estava dentro do corpo dela. O coração batia forte e os olhos de Alfonso eram só honestidade e sinceridade ao confessar seu amor:
Eu a amo, Anahi. Quero um relacionamento verdadeiro com você, quero construir uma vida e um futuro com você. Assim como a fantasia desta noite, a escolha é sua.
Sentiu um nó na garganta e abraçou o travesseiro de Alfonso. Estava confusa, cheia de conflitos, indecisa, dividida em várias direções. A fragrância masculina ainda impregnada na fronha invadia-lhe os sentidos, a alma, lembrando-a de tudo que perdera... um futuro sólido e seguro com Alfonso Herrera.
O homem por quem se apaixonara profunda e irremediavelmente.
Uma batida leve na porta da suíte assustou-a. Pulou da cama e vestiu o roupão do hotel. Apertando o cinto, ela correu até a porta, esperando que fosse Alfonso.
Espiou pelo olho mágico e viu a camareira. Só então deu-se por conta do horário. Outra batida. Se Anahi não respondesse, a empregada abriria a porta, entraria na suíte e ficaria chocada ao encontrá-la ali.
— Sim?
— É a camareira. Posso arrumar o quarto?
— Sairei dentro de alguns minutos — Anahi respondeu.
— Tudo bem. Voltarei mais tarde.
Pelo olho mágico, Anahi viu a camareira ir para o outro quarto. Encostou a fronte na porta e respirou fundo. Precisava sair dali e voltar à privacidade de seu apartamento. Seria uma a tarefa difícil com os empregados circulando pelos andares.
Decidiu resolver uma coisa por vez. Voltou ao quarto, vestiu-se e eliminou todos os vestígios de sua noite com Alfonso. Recolheu as tiras de veludo preto e considerou a possibilidade de levar a garrafa de champanhe vazia para guardar como lembrança. Mas não queria atrair a atenção de ninguém ao atravessar o saguão do hotel rumo à área de acesso particular que a levaria ao seu apartamento.
Ajeitou os cabelos com os dedos e abriu a porta da suíte. Após certificar-se de que o caminho estava livre, saiu rapidamente. Naquele exato momento, porém, a camareira abriu a porta do quarto em frente. Ao vê-la, a mulher arregalou os olhos de surpresa, e Anahi teve um minuto de pânico, antes de recompor-se. Decidiu enfrentar a situação com toda calma e casualidade, como se ela tivesse passado o final de semana na suíte 1.483, no 14° andar.
Anahi leu o nome da camareira no crachá e sorriu como se não tivesse nada com que se preocupar.
— Bom dia, Nancy.
A mulher inclinou a cabeça levemente e viu as fitas de veludo que Anahi segurava. Depois, fitou-a com expressão intrigada.
— Bom dia, sita. St. Puente.
Anahi enrubesceu, mas não podia fazer nada para disfarçar.
— Tenha um bom dia, Nancy.
— A senhorita também.
Anahi atravessou o longo corredor até o hall dos elevadores, nos lábios dançava um leve sorriso. Ser surpreendida não fora tão mortificante quanto imaginara. Na verdade, sentia-se até mais livre, mais liberada, sem aquele estresse de ficar pensando nas conseqüências ou nos prováveis prejuízos a sua reputação e ao nome da família St. Puente. Ela era uma mulher adulta, independente, e não devia se preocupar tanto com a opinião dos outros.
Repetindo silenciosamente essas palavras, entrou no elevador. O ascensorista também mostrou-se surpreso ao vê-la no elevador social em plena manhã de domingo. Seu vestido estava amassado; a maquiagem, sem dúvida, borrada, e os cabelos, em desalinho pela noite de amor com Alfonso.
Anahi atraiu mais olhares curiosos ao atravessar o saguão, desde os recepcionistas no balcão até o gerente do hotel, mas não se importou. Ela realmente não se importou! Sentia-se livre como nunca se sentira antes.
Entrou no elevador privativo e subiu para a cobertura. Ao entrar no apartamento, parou abruptamente. Era como se, de repente, a realidade e o futuro que escolhera se materializassem a sua frente para sacudi-la pelos ombros. Jogou as tiras de veludo numa poltrona e olhou para as caixas com seus objetos pessoais empilhadas junto à parede, esperando para serem despachadas para San Francisco, na semana seguinte.
Anahi suspirou. Era o que realmente queria? A pergunta pipocava em sua mente, exigindo uma resposta. Antes de conhecer Alfonso, ambicionava uma nova vida de liberdade e independência, morando e trabalhando em San Francisco. Agora, porém, já não tinha tanta certeza se era isso mesmo que queria.
As dúvidas que tanto a atormentavam estavam muito claras e vibrantes em sua mente, e Anahi não podia mais ignorá-las. Nem mesmo a voz da consciência ficou calada, a mesma voz que repetia incansavelmente que ela estava usando San Francisco como um pretexto para fugir dos problemas em vez de enfrentar seus temores e inseguranças.
Acreditara que, mudando para outra cidade, o passado desapareceria como num passe de mágica, dando lugar a uma nova vida sem sombras e sem culpas. Não haveria mais convenções e nem expectativas familiares, ninguém interferiria mais em suas decisões, só porque ela estava longe de casa e sozinha.
Mas quando fora mesmo a última vez que seus pais interferiram era sua vida? A constatação atingiu-a como um golpe no estômago. Estivera tão empenhada em agradar aos pais, em ser uma boa filha e fazer tudo o que podia para consertar o incidente com Greg que, inconscientemente, ela mesma se sobrecarregara com todas as exigências e expectativas. Acreditava que era isso o que os pais esperavam dela.
Como todos os pais do mundo, sua mãe e seu pai queriam apenas o melhor para a filha. E nunca lhe pediram para sacrificar a própria felicidade em favor do que eles queriam. Nunca. Ao contrário. Mesmo não concordando com as decisões dela, sobretudo a mudança para San Francisco, eles sempre apoiaram suas escolhas e sempre a amaram, independente de qualquer coisa.
Agora, Anahi precisava acreditar que eles entenderiam a nova direção que daria à sua vida e ao seu futuro. Ela queria amor, um amor verdadeiro, com romance, intimidade e muita emoção. O tipo de amor eterno que transcendia o dinheiro, o status, a classe social. Um relacionamento sólido com um homem que não se impressionasse com o nome St. Puente e com as vantagens que teria casando-se com uma das herdeiras St. Puente.
Anahi sabia, sem pestanejar, que encontrara tudo isso em Alfonso Herrera.
O episódio com Greg tornara-a cautelosa e com medo de confiar nos homens e em suas próprias emoções. Como resultado, escondera tudo de Alfonso, enquanto ele se abrira e partilhara tudo com ela... seus sentimentos, sua família, suas esperanças e sonhos para o futuro. Anahi vivera tão concentrada nas próprias inseguranças, no que ela queria e em suas necessidades que perdera de vista o que ele queria dela em retorno.
Antes de ser honesta com Alfonso, teria de ser honesta com si mesma. Isso significava resolver pendências que a impediam de apresentar-se a Alfonso como ele merecia: uma mulher sem segredos ou culpas. Precisava enfrentar James e acabar com sua tentativa de chantagem. Conversaria também com Evan para informá-lo de que mudara de idéia a respeito de San Francisco. Não omitiria o motivo.
Estava apaixonada e escolhera Alfonso.
Anahi dirigiu-se ao endereço que constava da ficha de admissão de James. Era um prédio de apartamentos numa área pobre da cidade. Ficou surpresa, sobretudo porque James recebia um salário decente, complementado pelas altas comissões sobre suas vendas mensais. Ele tinha condições de morar num lugar melhor. Com certeza, enfrentava graves problemas financeiros, o que explicava, mas não justificava, o furto das jóias.
Encontrou o número do apartamento e bateu na porta. Estava nervosa, mas aquele era um assunto que devia ser resolvido logo, por ela e pelo futuro que queria com Alfonso.
Bateu novamente, antes de James abrir. Um brilho de surpresa passou pelos olhos dele, que logo se recompôs.
— O que você quer?
O tom de voz era beligerante, bem diferente daquela do funcionário gentil e agradável que encantava as clientes da boutique. Também pela aparência, não lembrava em nada o homem que ela contratara meses antes. Estava com roupas desalinhadas, barba crescida e olheiras, e parecia bem mais magro do que a última vez que o vira. Apesar de tudo, Anahi não pôde evitar um sentimento de pena pela mudança drástica.
Não que isso tivesse importância para o motivo de se encontrar ali.
— Acho que você sabe o que eu quero — disse ela, orgulhosa do tom determinado de sua voz. — Posso entrar?
James cruzou os braços.
— Não.
— Você prefere conversar aqui mesmo no corredor, onde seus vizinhos poderão ouvir? — Anahi perguntou num tom mais autoritário.
— Eu prefiro não conversar. — Ele recuou e tentou fechar a porta.
Anahi colocou a mão na porta, impedindo-o de fechá-la totalmente, e encostou o cano da bota no batente. Pela pequena abertura, os olhares se encontraram.
— Será pior para você, James. Se não conversar comigo, terá de conversar com o delegado. Se a polícia vier aqui, tenho certeza de que você será preso por furto. Devo lembrá-lo de que roubou jóias da butique e que nos deve dinheiro.
James contraiu os maxilares e seu rosto ficou rubro de raiva. Anahi percebeu que ele estava fraquejando, e ela se aproveitou disso.
— Você ignorou os meus telefonemas, mas eu não desisti. Tudo o que quero é conversar, James.
Seguiu-se um longo silêncio e, finalmente, ele abriu a porta. Anahi respirou fundo e entrou.
— Se você veio buscar o dinheiro, esqueça. Eu não tenho — James foi logo avisando.
— Você tem uma semana para consegui-lo.
— Ou o quê? — ele a desafiou.
— Ou daremos queixa por furto.
— Você dá queixa e eu revelo informações interessantes a seu respeito.
Céus, ele sabia mesmo! Anahi sentiu um aperto no peito, mas não se intimidou. Estava ali para isso. Para James saber que não cederia às chantagens dele, independente das informações que dizia ter sobre ela.
Anahi recusava-se a ser usada novamente.
— O que você acha que sabe a meu respeito que possa valer os dólares que nos deve?
— Tudo sobre o seu caso secreto com Alfonso Herrera. Ela o fitou com incredulidade.
— O que você sabe sobre isso?
— Mais do que imagina. Tudo começou na noite em que você foi ao Nick`s Sports Bar e descaradamente abordou Alfonso e saiu do bar com ele. — James sorriu com sarcasmo. — Veja você, naquela noite eu estava lá com um amigo, que também trabalha no St. Puente Hotel, e admito que foi um choque vê-la saindo com um desconhecido.
Estarrecida, Anahi não conseguiu falar nada.
— Então, as coisas ficaram bem mais interessantes — James prosseguiu, todo convencido. — Depois que você me demitiu, meu amigo me contou que o seu amante estava trabalhando na reforma do hotel. Foi muito bom ter alguém lá de dentro mesmo, informando-me de todos os lances desse seu romance ilícito, apenas para o caso de eu precisar de uma forcinha. — James aproximou-se de uma mesa e examinou uma pilha de cartas e papéis, até separar um envelope pardo. De dentro dele, tirou algumas fotografias e entregou-as a Anahi. — Como você mesma pode comprovar, tenho tudo muito bem documentado.
Relutante, Anahi olhou as fotografias, em sua maioria tiradas de longe. Algumas eram do dia que Alfonso entrara na butique para conversar com ela; outras, dos dois no carro de Anahi, nas noites que haviam saído juntos; e outra registrando o abraço apaixonado num estacionamento. Havia outras fotografias, mas ela já vira o suficiente.
— Ontem, recebi um telefonema do meu amigo, e ele me contou que você e Alfonso passaram a noite numa suíte do hotel
Seu pai sabe que você está transando com um trabalhador braçal?
Anahi comprimiu os lábios, reconhecendo que, mais uma vez, seus pais seriam atingidos. Embora as fotografias não revelassem nada de anormal ou indecente, como as que Greg batera anos antes, não deixavam de ser uma prova de que ela estava tendo um caso secreto com Alfonso Herrera.
Anahi respirou fundo, obrigando-se a não perder a calma. Pensando no forte sentimento que nutria por Alfonso, tomou uma decisão. Alfonso dava-lhe forças para enfrentar o problema com coragem, sem medo.
— Faça o que você quiser com essas fotografias. Eu não vou me render às suas ameaças.
A indiferença de Anahi pegou-o de surpresa.
— Então, você pode chamar a polícia. Preso ou não, eu não tenho todo aquele dinheiro.
Ela jogou de lado as fotografias. Ainda queria conversar com James, tentar entrar num acordo.
— Então, entregue-me alguma coisa como pagamento. Por uma questão de honra, digamos.
— Não tenho nada — disse ele com os dentes cerrados, num tom de frustração e raiva.
Anahi fitou-o. James era um homem atormentado por alguma coisa mais além da dívida.
— O que está acontecendo, James? Você está encrencado?
— Por que quer saber?
— Eu estou vendo um homem muito diferente daquele que trabalhou para mim. E começo a me perguntar se você não roubou aquelas mercadorias levado pelo desespero.
Foi apenas um palpite, mas Anahi logo percebeu que acertara no alvo.
— Sim, estou desesperado! — ele esbravejou. — Estou desesperado para ajudar minha irmã para que ela tenha a chance de levar uma vida normal!
— Como assim?
— Esqueça. — James suspirou e tentou afastar-se, mas Anahi o segurou pelo braço.
— Não, não vou esquecer. O que há de errado com sua irmã?
— Vou lhe mostrar. — Ele pegou dois porta-retratos que se encontravam na mesa de canto. — Isto é Carrie, minha irmã. — James mostrou a fotografia de uma jovem bonita, sorridente, parecendo feliz. Em seguida ele exibiu a outra foto da mesma garota, agora vestindo camisola de hospital, sentada numa cadeira de rodas, com uma das pernas enfaixada.
A tristeza e o desânimo nos olhos da moça emocionaram Anahi.
— O que aconteceu?
— Ela sofreu um acidente de carro e a perna esquerda foi praticamente destroçada, quase impossível de ser reparada.
— Oh, meu Deus!
— Carrie só tem dezoito anos, nossos pais já morreram e só temos um ao outro. — A raiva de James amenizara-se pelo amor à irmã. — Infelizmente, ela não tem convênio médico e cada centavo que eu tenho é para pagar as contas médicas e para tentar juntar dinheiro suficiente para garantir a fisioterapia. É o que fará a diferença entre Carrie andar de novo sozinha ou ficar presa às muletas ou a um bengala pelo resto da vida.
— Oh, James, por que você não me contou antes? Ele forçou um sorriso.
— Porque isso não muda o fato de eu ter roubado as jóias da butique, ou que devo mais dinheiro do que alguém possa imaginar. Além disso, eu não quero a sua piedade.
— E a minha compaixão? Você acha que eu não entenderia? Talvez nós dois juntos poderíamos encontrar uma solução. Um empréstimo ou uma doação para ajudar sua irmã.
James lançou-lhe um olhar cético.
— Não estou acostumado com tanta preocupação. Anahi contemplou-o com um sorriso suave.
— Você nunca me deu chance.
Ele puxou pela respiração e depois fitou-a com um brilho de esperança nos olhos.
— Você me daria uma chance agora?
Anahi podia imaginar como estava sendo difícil para o orgulho de James pedir-lhe ajuda, e ela se dispunha a dar-lhe a segunda chance. Sem hesitar, concordou.
— Sim, eu daria. Ele suspirou aliviado.
— Então, eu agradecerei o que puder fazer por mim e por Carrie.
Anahi começaria oferecendo-lhe o emprego de volta.
— O que acha de voltar a trabalhar na butique? Você passará por um novo período de experiência, claro.
— Você faria isso por mim? — James perguntou, atônito com a generosidade e o perdão de Anahi.
Ela riu.
— Já fiz. Agora, é pegar ou largar.
— Eu aceito. Obrigado.
— E quanto a sua irmã, diga-lhe que ela terá todo o tratamento de fisioterapia que for preciso até a perna ficar completamente curada. E tenho certeza de que isso acontecerá muito em breve. Não lhe faltará nada.
Os olhos de James encheram-se de lágrimas, e Anahi podia imaginar seu alívio por ter resolvido os problemas médicos da irmã.
— Anahi... obrigado. — A gratidão dele era sincera, como o era seu pedido de desculpas. — Sinto muito por tudo.
— O medo e o desespero podem levar as pessoas a cometerem loucuras. — Anahi foi até a porta e abriu-a. Antes de sair, voltou-se para James. — Ah, diga ao seu amigo do hotel que as informações dele e as fotos não valem um tostão furado. — Ela sorriu. — Se depender de mim, o meu relacionamento com Alfonso se tornará público muito em breve.
Anahi andava nervosamente pelo escritório da butique. Olhou para o relógio. Fazia quinze minutos que deixara uma mensagem de voz no celular de Evan, pedindo-lhe para ir até o escritório dela com urgência. Cada minuto que passava parecia uma eternidade, e Anahi queria acabar logo com aquela conversa. Depois, iria à procura de Alfonso para falar com ele também.
O expediente da segunda-feira estava quase terminando, e Anahi vira a caminhonete de Alfonso estacionada na área reservada para a empresa Nolan & Filhos. Mas não o vira desde que ela voltara da casa de James.
Mais cinco minutos se passaram antes de Evan finalmente chegar.
— Desculpe a demora — ele disse, entrando no escritório de Anahi. — Eu estava falando com seu pai.
Ela sorriu.
— Parece que ele tem passado muito mais tempo aqui no hotel, não é mesmo?
Evan encolheu os ombros, evitando o olhar dela.
— Ele gosta de acompanhar o serviço de reforma e descobrir outras reformas que pretende fazer no hotel.
A resposta foi simples e convincente, mas alguma coisa nos modos de Evan deixou-a curiosa sobre o assunto que ele e o pai dela tinham discutido. Evan estava estranhamente distraído.
Por fim, ele a encarou com a postura do executivo que Anahi conhecia bem.
— O que aconteceu, Anahi?
— Eu quero conversar com você sobre alguns assuntos. Evan colocou as mãos nos bolsos da calça.
— Está tudo bem?
— Sim. — Melhor do quer nunca, Anahi pensou, mas não falou. — Eu tomei algumas decisões e, como presidente da companhia, quero que você seja o primeiro a saber, e por mim mesma.
— Certo.
Anahi sentou-se de lado na beirada da mesa.
— Fui até a casa de James esta manhã.
Evan ergueu as sobrancelhas.
— Você não deveria ter ido sozinha.
— Eu sei. Mas fui.
— Como foram as coisas por lá?
— Não como eu esperava. — Anahi contou toda a conversa com James. Os motivos que o levaram a furtar as jóias, sua dificuldade para pagar a dívida e as condições físicas da irmã dele. Depois de relatar tudo, ela fez uma breve pausa, preparando-se para a reação de Evan. — Eu dei a James seu emprego de volta.
— Você fez o quê?
— Eu dei a James... — Anahi começou com firmeza, mas Evan a interrompeu:
— Não! De jeito nenhum! Eu não acredito que você tenha feito uma loucura dessas! — Ele balançou a cabeça num gesto de incredulidade. — Ora, Anahi, apesar dos problemas que James causou, você ainda se arrisca a readmiti-lo?
Evan reprovava sua generosidade, porém Anahi confiava em James, e ela não voltaria atrás em sua decisão.
— Eu descobri que vale a pena correr alguns riscos, Evan. James é um bom rapaz que cometeu um erro por desespero e merece uma segunda chance. Vou cuidar pessoalmente das contas hospitalares da irmã dele e assumo total responsabilidade pela volta de James à butique. Se acontecer alguma coisa, ele terá de se entender comigo.
Evan não parecia convencido.
— Como pretende ficar de olho nele quando você não estiver mais aqui?
A pergunta puxou outro assunto que Anahi teria de esclarecer.
— Eu continuarei aqui em Chicago, supervisionando a butique. Não vou mais para San Francisco.
Evan abriu a boca e tornou a fechá-la. Sentou-se na cadeira atrás dele e fitou-a, visivelmente preocupado.
— Você está se sentindo bem, Anahi? Ela riu.
— Nunca estive melhor.
— Acho que devo acreditar em você — ele resmungou ainda incrédulo. — Posso perguntar por que desistiu de se mudar para San Francisco?
— Eu ia fazer essa mudança por todas as razões erradas.
— Eu sempre soube disso. Anahi ergueu as sobrancelhas.
— É mesmo?
— Nunca acreditei que a sua decisão de transferir-se para San Francisco fosse por motivos profissionais, mas sim por problemas pessoais. — A expressão dele revelava seu lado mais sério. — Sei que estes últimos anos têm sido muito difíceis para você em muitos sentidos, e cheguei mesmo a pensar que, talvez, uma das razões para querer mudar de cidade seria o nosso relacionamento que não deu certo.
Evan era mais perceptivo do que ela imaginara.
— Essa era uma das razões — Anahi admitiu, querendo ser honesta com ele. — Sei que meus pais gostam muito de você e que ficaram decepcionados quando terminamos o namoro. Mas a verdade é que eu não o amo.
— Eu sei, embora seja difícil de aceitar. Você não pode viver sua vida por ninguém, só por você mesma.
Evan a conhecia realmente muito bem.
— Você entendeu — ela murmurou.
— Claro que entendi. — Ele se levantou, pegou as mãos dela e apertou-as afetuosamente. — Eu gosto de você, Anahi, e quero que seja muito feliz.
— Eu estou feliz. Muito feliz.
Soltando-lhe as mãos, Evan inclinou levemente a cabeça.
— Sua felicidade tem a ver com Alfonso Herrera? Anahi arregalou os olhos de surpresa.
— Você sabia?
— Foi apenas um palpite. — Ele riu. — Pressenti que havia alguma coisa entre vocês. Percebi o modo como vocês se olham quando pensam que ninguém está observando. Você está apaixonada por ele, não está?
— Estou.
— Então, vou lhe contar uma coisa. Neste momento, seu pai está conversando com Alfonso no meu escritório. Chegou aos ouvidos do gerente do hotel um comentário de que` você foi vista saindo da suíte 1.483 ontem de manhã, e que a reserva estava em nome de Alfonso Herrera. Bem, o gerente falou comigo e eu decidi contar a seu pai antes que ele soubesse por outras pessoas.
Anahi encolheu-se.
— E...
— Bem, seu pai, logicamente, ficou muito preocupado com as intenções de Alfonso em relação a você e decidiu conversar com ele e descobrir o que está acontecendo entre vocês.
— Oh, não! — Ela imaginava Alfonso sendo submetido a um interrogatório por seu pai. Charles St. Puente sabia ser intransigente quando o assunto envolvia suas filhas. Anahi temia também que aquela conversa pudesse prejudicar a relação de trabalho entre Alfonso e o pai dela e futuros negócios com a Nolan & Filhos.
Anahi olhou para Evan.
— Preciso ir.
— Sim, você precisa. — Ele se inclinou e beijou-a de leve no rosto. — Alfonso é um bom rapaz, Anahi, e tem muita sorte por havê-la conquistado. Desejo tudo de bom para vocês.
— Se ele sobreviver a meu pai.
— Não se preocupe — disse Evan, rindo. — Vocês dois sobreviverão.
Alfonso foi chamado para uma reunião com Charles St. Puente. Pela expressão dele, Alfonso logo percebeu que o assunto era sério.
— Algum problema com o nosso trabalho? — ele perguntou.
— O trabalho está ótimo. — Sentado na cadeira de Evan, Charles cruzou as mãos na superfície da mesa e encarou Alfonso. — Vou direto ao assunto. O que está acontecendo entre você e minha filha?
Alfonso olhou-o estupefato. Ele não tinha a menor idéia do que o homem sabia sobre o seu relacionamento com Anahi. Ou a quê, exatamente, estava se referindo. Decidiu ser cauteloso.
— Não entendi muito bem o que o senhor está querendo dizer.
— Ora, não se faça de bobo comigo, Alfonso — Charles respondeu num tom grave e áspero. — Descobri que você passou a noite com ela numa das suítes do hotel. O que eu quero saber é se foi de comum acordo.
Alfonso ofendeu-se. Como Charles St. Puente podia insinuar que ele seria capaz de magoar Anahi de alguma forma? Mas logo se lembrou de que Greg não agira de comum acordo ao tirar as fotografias de Anahi e compreendeu a atitude protetora de Charles.
Alfonso também compreendeu que não poderia mentir para aquele homem, mesmo que isso prejudicasse os negócios entre a Nolan & Filhos e o hotel. Anahi significava muito mais para ele.
— Sim, foi de comum acordo. Anahi e eu estamos nos encontrando há um mês. — Depois, ele pigarreou e decidiu ir fundo. — Estou apaixonado pela sua filha, senhor.
Embora um tanto atônito com a confissão, Charles não se exaltou como Alfonso temia.
— Bem, essa notícia é totalmente inesperada, mas muito bem-vinda. Eu não tinha a menor idéia de que vocês estavam envolvidos, e não entendo por que Anahi guardou esse segredo de mim e da mãe dela. Tenho observado você nestas últimas semanas por conta da reforma do hotel e posso dizer que você merece minha filha. E mais, meu rapaz, você tem a minha permissão para continuar a vê-la.
Vindo de Charles St. Puente, um homem que Alfonso aprendera a respeitar, o cumprimento e a aprovação tinham um significado todo especial.
— Obrigado. Eu agradeço a confiança, mas não creio que continuaremos o namoro depois que Anahi se mudar para San Francisco.
— Ela não está apaixonada por você? A porta foi aberta e Anahi entrou intempestivamente na sala, a tempo de ouvir a pergunta do pai. Alfonso achava que cabia a ela responder, não a ele. E estava curioso para ouvir o que Anahi tinha a dizer.
Ela olhou para o pai e depois para Alfonso.
— Estou muito apaixonada por você, sim. Alfonso captou a verdade da declaração na voz dela, viu a emoção brilhando nos olhos verdes. Sentia-se o homem mais feliz do mundo, mesmo sem saber o que isso significava em relação ao futuro deles.
—Você deveria ter contado para mim e sua mãe que está namorando esse rapaz. — Aparentemente, Charles não se opunha à união deles. Pelo contrário, parecia até bem contente.
— Desculpe, papai. Prometo explicar tudo mais tarde, mas agora eu gostaria de conversar a sós com Alfonso.
Charles entendeu e levantou-se.
— Tudo bem. Já estou indo.
— Não, papai. Você fica. — Anahi pegou na mão de Alfonso. — Nós saímos.
Ela levou-o direto para o elevador. Assim que as portas se fecharam, Anahi o enlaçou pelo pescoço e o beijou apaixonadamente. Segundos depois, o elevador chegava à cobertura. As portas se abriram, mas Alfonso a impediu de descer. Quando as portas se fecharam de novo, ele avisou:
— Não vamos a lugar nenhum enquanto você não me contar o que está acontecendo.
Anahi sorriu, um sorriso bonito, radiante, cheio de confiança.
— Eu tinha algumas pendências para resolver antes de dar o próximo passo com você. E somente na manhã de domingo, depois de passarmos a noite juntos, foi que as coisas se encaixaram na minha cabeça.
— O quê, por exemplo?
— Passei estes anos todos sendo prática, conservadora, esforçando-me para ser uma filha responsável porque eu tinha medo de correr riscos, sobretudo com os homens. Tudo porque me enganei com Greg. Mas na noite em que o conheci no Nick` s, tudo mudou. Você me fez sentir ousada, aventureira e viva. E desde então venho lutando contra os meus sentimentos por você.
No elevador fechado, Alfonso permanecia em silêncio, ouvindo, esperando Anahi continuar sua confissão.
— Mas em algum momento, os meus sentimentos, de tão fortes, começaram a me assustar. Você foi o único homem que viu minhas inseguranças e me entendeu como ninguém, sem me julgar pelos meus erros ou pelo meu modo de vida. Você é forte como uma rocha, confiável e sensual. — Ela pousou a mão no peito dele e sentiu as batidas aceleradas do coração.
— Anahi...
— Espere. Eu ainda não terminei. — Ela respirou fundo e continuou: — Eu tenho sido muito egoísta, enquanto você arriscou tudo por mim. Como hoje, com meu pai. Você foi honesto a nosso respeito, mesmo sabendo que isso poderia lhe custar muito, pessoal e profissionalmente.
Alfonso encolheu os ombros.
— Ele merecia saber a verdade.
— Tem razão. Não foi justo meu pai descobrir tudo por intermédio do gerente do hotel. Eu deveria ter tido a coragem de lhe contar sobre nós há muito tempo, e peço desculpas por isso.
— Seus pais esperam uma explicação.
— Eu sei, e nós dois juntos explicaremos tudo. — Roçando os lábios nos dele, ela murmurou: — Eu o amo, Alfonso Herrera. Muito mais do que julgava possível.
Alfonso pressionou um botão no painel e as portas do elevador se abriram de novo.
— Você vai entrar agora? — Anahi perguntou ansiosamente. Ele assentiu com um gesto de cabeça e seguiu-a pelo hall até a sala de visitas. Viu as caixas empilhadas, prontas para a mudança de Anahi, e seu coração se apertou. Mesmo depois de dizer que o amava, ela não mencionara se pretendia continuar em Chicago.
— Parece que você está pronta para ir embora — Alfonso comentou no tom mais impessoal possível.
— Estou.
Ele tentou não demonstrar sua decepção, mesmo sentindo um nó na garganta.
— Você está mesmo decidida?
— Decididíssima! Mas não para San Francisco.
— Para onde, então? Nova York? — Alfonso arriscou. Afinal, havia um St. Puente Hotel naquela cidade.
— Não. Estou saindo deste apartamento de cobertura. O alívio foi tanto que Alfonso sentiu as pernas trêmulas.
— Então, você vai continuar em Chicago?
— Sim. Tudo o que eu quero está aqui, inclusive você. Foi muito conveniente morar neste apartamento, mas agora quero encontrar um lugar meu e abrir minhas asas.
Anahi estava abraçando sua tão sonhada independência, porém Alfonso não resistiu à tentação de lhe perguntar:
— Quer morar comigo?
Ela piscou de surpresa. Depois, um sorriso esperançoso iluminou-lhe o rosto.
— Você quer viver em pecado?
— Claro que não! Case-se comigo e tudo ficará legalizado.
— Por acaso, você está me pedindo em casamento, Alfonso Herrera?
Ele suspirou, pensando numa maneira de oficializar aquele pedido tão importante. De repente, ajoelhou-se diante dela, segurou-lhe a mão esquerda e olhou para aquela mulher bonita que já era parte do seu coração, da sua alma, da sua vida. A mulher com quem queria viver o resto de sua vida.
— Eu a amo, Anahi St. Puente. Aceita se casar comigo?
— Oh, meu Deus, pensei que você nunca me pediria!
— Isso é um sim?
— Sim, sim, sim! Quero fazer parte da sua vida. Sua família, minha família... e um dia, nossa família.
Ainda ajoelhado, Alfonso encostou a cabeça nas pernas dela.
— Obrigado, meu Deus! — ele agradeceu. Anahi enterrou os dedos nos cabelos de Alfonso.
— Sabe que eu gosto de você assim ajoelhado na minha frente? — ela murmurou com voz enrouquecida. — Fico imaginando tantas coisas...
— Você é uma mulher muito atrevida!
— Está se queixando?
— Claro que não! Farei tudo o que você quiser. — Ele se levantou já excitado. — Especialmente neste momento.
Anahi pegou as tiras de veludo que largara na poltrona e piscou para Alfonso.
— Quer viver uma grande aventura comigo esta noite? — ela o provocou.
Era tudo o que Alfonso mais queria.
— O que acha de vivermos essa aventura todos os dias para o resto das nossas vidas?
Anahi riu, sedutora.
— Oh, penso que estamos definitivamente combinados nesse sentido!


FIM! 



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Autor(a): ayaremember

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Comentários da Fanfic 17



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  • maria_cecilia Postado em 08/01/2015 - 01:14:10

    obs - desculta ta flo se to incomodando rsrs [WEB] Entre el Amor y El Odio - AYA http://fanfics.com.br/fanfic/41683/web-entre-el-amor-y-el-odio-aya-ponny Gente eu estou postando essa web,ela não é minha mais é muito boa, espero que gostem.

  • maria_cecilia Postado em 08/01/2015 - 01:13:58

    posta mais

  • mikaellaborges Postado em 23/12/2014 - 01:42:19

    Posta mais please

  • luizaportilla14 Postado em 09/12/2014 - 14:06:31

    Ansiosa pra ver quando a Anahi descobrir que ele tá trabalhando pra empresa dela *------*

  • luizaportilla14 Postado em 09/12/2014 - 12:50:02

    Posta maaaais <3

  • vanessinhaborges Postado em 08/12/2014 - 15:05:08

    Continuuua

  • luizaportilla14 Postado em 04/12/2014 - 14:40:20

    Continuaaa

  • luizaportilla14 Postado em 03/12/2014 - 16:06:13

    Posta mais!!!!!

  • luizaportilla14 Postado em 03/12/2014 - 16:03:44

    Oee Leitora nova. To adorando!!!! Posta mais *-------------*

  • andryaponnyever Postado em 25/11/2014 - 23:16:00

    Esses dois são uns perfeitos eroticos isso sim!!!


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