Fanfic: Mulher Apaixonada - Ponny | Tema: Ponny

CAPITULO II

Anahi olhou para a prima e engoliu em seco. As palavras de Blanche não a assustavam tanto quanto o ódio e o desprezo que havia em sua voz.
Mordendo o lábio e suspirando de tristeza, Anahi conseguiu manter uma certa dignidade.
- Eu tentei telefonar, mas parece que ninguém sabia onde encontrá-la. E, se Alfonso rompesse de fato o noivado, a culpa seria só sua, porque eu certamente não tenho nada com isso. -Anahi disse isso com voz trêmula e com seu rosto pálido começando a ficar vermelho.
Blanche, aparentemente receando que ela fosse ter uma crise histérica, foi logo dizendo:
- Sinto muito. Eu reconheço que você tem razão, mas não pode me deixar na mão agora. Você precisa me ajudar!
Anahi conseguia quase ver como a mente da outra estava trabalhai do. Blanche não teria deixado as coisas chegarem a esse ponto, se não fosse pelos dois homens que estavam lá embaixo.
- Se ajudar significa eu sair esta noite, infelizmente não posso.
- Eu não estou lhe pedindo muito, querida - Blanche estava agora adulando-a desavergonhadamente. - Nós iremos a algum lugar sossegado, onde Rex e eu não sejamos conhecidos, e só ficaremos lá durante uma hora ou duas.
- Mas o que está me pedindo é que eu a ajude a enganar Alfonso - disse Anahi, recuperando parte de sua compostura. - E é exatamente o que eu não gosto!
- Mas em que isso poderá afetar você? - Blanche começou a perder a paciência de novo. - Não me diga que se apaixonou por ele!
- É! Vai ver você tem razão! - A boca suave de Anahi se repuxou, num sorriso irônico. - Que possibilidades você acha que eu teria com um homem como aquele? Mas, se eu tivesse me apaixonado por ele, teria a decência de me lembrar de que existem coisas chamadas princípios e lealdade. Se Alfonso soubesse o que está acontecendo, ele não iria querer mais saber de você.
- Como é que você sabe? Você acha que ele é um santo? Se eu tenho que deixar passar os casos dele, não vejo por que ele não deva fazer o mesmo, quando se trata de mim. Por que é que as regras devem ser diferentes para homens e para mulheres?
- Espero que saiba o que está fazendo - disse Anahi, compreendendo que era perda de tempo tentar fazer Blanche entender.
- Nós já falamos sobre isso antes, Anahi. - E depois de uma pausa durante a qual ela fez um esforço quase visível para controlar a raiva, com a voz rouca pelo esforço, Blanche implorou: - Por favor, vista alguma coisa e pare de discutir.
- Eu não tenho um vestido.
- O quê? - Blanche explodiu. Sua fúria aumentou, por achar que Anahi estava procurando criar obstáculos de propósito. - Quando chegou aqui, você tinha vários! Qualquer um deles serve.
Anahi levantou o queixo em desdém.
- Sua mãe ficou com os meus vestidos e não perguntei o que ela fez com eles. Só me restou um, que ela achou que não valia a pena levar. É um que eu usava quando tinha catorze anos, nas ocasiões em que havia algum acontecimento na escola.
Blanche teve dignidade suficiente para corar, mas não havia nenhum pedido de desculpa em sua voz quando ela disse rispidamente:
- Acontece que eram modelos absurdamente caros, de Paris... De que eles adiantariam aqui? As traças teriam acabado com eles, e você nos custa muito dinheiro, de um jeito ou de outro. Essa foi a única forma de conseguirmos recuperar pelo menos uma parte desse dinheiro.
- Agora não importa - falou Anahi, querendo encerrar o assunto.
Ela mesma achava quase impossível acreditar que já possuíra uma boa quantidade de vestidos de noite, cada qual valendo muitas centenas de libras.