Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
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Parei as mãos assim que ouvi aquela pergunta. Fiquei sem saber como responder. Dulce continuava aguardando uma resposta. Considerei seriamente me fazer de desentendido, saindo pela tangente com uma desculpa como: “Primeira, o quê?”. Pensando melhor, se fizesse essa pergunta, soaria tão estúpido que seria como se assinasse um atestado de demência. Queria dizer alguma coisa sutil, com um mínimo de maturidade. Pigarreei.
— Por que você está perguntando isso? — indaguei cautelosamente.
— Bem, não fiquei chateada com aquele lance lá na loja, mas com certeza, me deu muito o que pensar.
— Como assim? — insisti curioso.
— Estou tentando entender o que sinto por você, e por que sinto. — ela fez uma pausa parecendo organizar os pensamentos. — Racionalmente, sei que já devo ter vivido a experiência, afinal, tivemos relações. Mas emocionalmente sinto como se nunca tivesse feito isso antes. Quando nos tocamos, parece que estou vivendo tudo pela primeira vez. E é muito estranho saber que na verdade não é assim. Não sei por que tenho tanto medo, mas tenho. Se Maite e Angelique estivessem aqui, provavelmente perguntaria isso a uma delas. Como não estão, e não acho legal conversar sobre algo assim por telefone, sobrou pra você.
Deitei ao lado dela para que conversássemos mais à vontade. Assim poderia ver seu rosto e suas reações. Nunca tinha falado sobre essa particularidade com Dulce e estava realmente inseguro sobre como começar.
— Foi ruim? — perguntou, provavelmente julgando minha demora em responder como algo negativo.
Precisava ser sábio agora. Se dissesse que sim, isso poderia piorar ainda mais os temores dela. Se dissesse que não, ela poderia começar a se comparar com minha antiga parceira. Tinha que ser diplomático nessa questão, não desencorajar, mas também não fazer com que se sentisse inferior.
Convivendo com tantas mulheres a vida toda, sabia bem como suas cabecinhas eram complicadas, interpretando as coisas que dizíamos de um jeito próprio e, muitas vezes, inesperado.
— Não exatamente. — acabei por responder, torcendo para que conseguisse conduzir a conversa numa boa.
— Como assim? Não foi o que você esperava?
— Sim e não. — olhei seu rosto que revelava completa confusão e sorri. — Vou tentar explicar.
Esse é um momento do qual se ouve muito falar.Então, é muito fácil criar grande expectativa a respeito. Talvez para as garotas viver essa experiência não seja tão cobrado, mas para um cara é quase uma imposição, um rito de passagem pra provar que é macho, o que depois a gente descobre ser uma grande besteira. Fazer ou não sexo não te torna menos ou mais homem.
— Concordo. Pelo que sei, o Alfonso já cansou de fazer e continuava um imbecil.
— Ah, qual é! Ele mudou muito desde que firmou namoro com a Anahí. Virou até monogâmico!
— Tudo bem! Tenho que dar o braço a torcer. Isso realmente é espantoso! Só espero que não seja uma mudança passageira na vida dele.
— Acho que não, Anahí soube fisgar o cara direitinho. — falei dando uma risadinha.
— Verdade, ela sabe como lidar com ele, coisa que nunca conseguiria fazer. Bem, apesar de tudo, torço por eles. Anahí sempre foi louca pelo Alfonso. Acabamos mudando de assunto, você ainda não me revelou os detalhes sórdidos do seu passado e estou curiosa.
Ela me lançou um olhar cheio de expectativa. Vi que não teria mesmo como escapar desse tópico. Então resolvi falar de uma vez, de forma clara e sem muito sentimentalismo.
— Foi com uma garota da minha turma na escola. Ela já demonstrava interesse há algum tempo. No início, eu ficava na minha, sem muita certeza de estar interpretando corretamente o jeito dela.
— Ela era bonita?
— Bonita de um jeito normal, eu acho.
— Como assim?
— Quero dizer que não era uma garota estilo capa de revista, ela era só... normal.
— Como eu, então.
— Você nunca foi apenas “normal” pra mim. Desde que te vi, sempre foi a minha fada.
O leve rubor em seu rosto, acompanhado de seu olhar constrangido foi tão adorável que não resisti ao impulso de beijá-la. Foi um beijo gentil, mas que me deixou cheio de vontade de prosseguir. Só não o fiz porque Dulce continuou mantendo uma distância segura entre nós, demonstrando claramente que não considerava o assunto encerrado. O que se provou pela sabatina que seguiu.
— Como aconteceu? Onde foi? Você gostou?
Tive que rir.
— Que interrogatório, já considerou trabalhar na Scotland Yard?
— Não precisa responder se não se sentir à vontade, você não é obrigado. — falou sem graça.
Sacudi a cabeça vigorosamente em negativa.
— Está tudo bem, Dulce. Acho que consigo te responder numa boa. Vejamos, qual foi mesmo sua primeira pergunta? Ah, sim. Aconteceu na casa dela, mais especificamente em seu quarto. Fomos sorteados como dupla para um trabalho de Biologia e tivemos que nos reunir algumas vezes. Numa dessas vezes, rolou um clima e acabamos nos deixando levar.
— Só por curiosidade, qual o tema do trabalho?
— Acredite se quiser, foi reprodução humana. — respondi.
— Isso que chamo de passar da teoria à prática!
Dei uma boa risada, no que fui acompanhado por ela.
— Sem dúvida, o tema foi muito sugestivo e acabou contribuindo para que tudo acontecesse.
— E o resultado, foi o que você imaginava?
Passei a mão no cabelo, lembrando-me da impressão que tive na época.
— A coisa rolou meio rápida, porque tinha o fantasma de que algum dos irmãos dela aparecesse de repente.
— Pra ela também foi a primeira vez? Vocês chegaram a ficar juntos depois?
— Não, para as duas perguntas. Voltou a rolar mais algumas vezes, mas descobri que não tínhamos muito em comum e nos distanciamos. Foi gostoso nosso envolvimento, mas...
— Mas...
— A coisa parecia meio incompleta. — confessei.
— Não foi prazeroso pra você?
— Rolou prazer, lógico. Porém, depois que a sensação passava me sentia estranho. A princípio, pensei ter me sentido assim porque não estava acostumado a fazer. E pensei que repetindo a dose aquele sentimento fosse passar. Mas a situação permaneceu a mesma. Com o tempo, comecei a acreditar que o problema era realmente comigo e me conformei.
Ela pareceu refletir por um minuto diante de minha última afirmação.
— Será que quando chegar minha vez acontecerá o mesmo comigo? Vou descobrir que a coisa não é aquilo tudo que as pessoas comentam? Que fazem tanto estardalhaço a respeito por nada? Sei lá, se nem entre nós foi diferente...
Fiquei apavorado diante de suas conclusões! Precisava esclarecer a situação ou previa um futuro nada animador a caminho, com noites de intermináveis orgias de sorvete.
— Timeout! — exclamei enérgico, fazendo um T com as mãos — Quero que me escute com muita atenção. — seus olhos me fitavam sem piscar — Dulce, fazer amor com você foi a grande revelação. Foi incrível, maravilhoso! Todo o ato ganhou uma dimensão completamente diferente.Tinha prazer, sim, bastante prazer. Porém, estava envolvido num sentimento muito profundo e verdadeiro! E aí está a grande diferença! Nossa relação não era apenas transa, sexo. Fazíamos AMOR, em letras maiúsculas! Colocávamos em ato os nossos sentimentos, éramos uma unidade e nada poderia ser mais bonito do que isso.
— Então, conosco foi realmente melhor? — perguntou daquele jeito compenetrado, que era só seu.
— EXTRAORDINÁRIO. — respondi pausadamente. — Letras maiúsculas!
Foi impossível não sorrir ao ver a expressão orgulhosa no rosto dela.
— Você consegue descrever a sensação?
Deitei-me de costas, coloquei um braço atrás da cabeça, pensando em como responder.
— Deixa pra lá, acho que a pergunta é muito embaraçosa, não é?
— Não, não é isso. — logo esclareci. — Só que não é algo fácil de explicar, estou buscando encontrar as palavras certas. Sabe como os franceses chamam esse momento? La petite mort, ou seja, “a pequena morte”. Porque é essa a sensação: de que você está indo em direção ao seu fim. É como estar viajando num trem desgovernado, sem controle. Você não consegue parar, ou melhor, não quer parar. E, então, finalmente, você chega ao seu destino e, por alguns segundos, simplesmente, deixa de existir.
— Isso não soa muito prazeroso pra mim. — comentou com uma careta. — Parece... parece um pouco assustador.
— Não deixa de ser, especialmente na primeira vez. Mas eu não chamaria de assustador, é mais assombroso. Você fica meio sem entender o que aconteceu e curioso para sentir de novo, para ter certeza de que vai ser de novo tão bom. E cada jornada é uma nova descoberta.
Ela deu uma risadinha.
— Não sei por que, lembrei-me daquele pessoal que a gente vê na TV, saltando de Bungee-Jump. Parece uma coisa tão tola e perigosa de se fazer, mas mesmo assim as pessoas vão lá e fazem de novo. — ela disse deitando de lado, virada pra mim.
— Não deixa de ser uma boa comparação. — concordei virando pra ela, apoiado ao cotovelo. — Acho que... Não sei se um dia vou me sentir preparada para saltar de Bungee-Jump. — afirmou ao me encarar.
Seus olhos revelavam dúvida quanto ao meu entendimento da mensagem, assim como receio de que eu não respeitasse seus sentimentos. Eu realmente não podia apressar nada. Estendi o braço e segurei sua mão, entrelaçando nossos dedos.
— Quando e onde saltar de Bungee-Jump é uma decisão sua. — procurei falar num tom amistoso. — E quero que saiba que estarei aqui, esperando para saltar junto com você, de mãos dadas como agora.
Ela olhou para nossas mãos unidas.
— Obrigada por entender, por ser tão paciente e compreensivo. Sei que o que estou pedindo não é uma coisa fácil. — explicou com um sorriso triste. — Curioso, desde que saí do coma, tenho essa estranha sensação de perda, como se estivesse me desfazendo. Mas agora...
Ela parou parecendo não saber como prosseguir.
— Mas agora... — encorajei.
— Agora que começamos a nos entender, e depois dessa conversa, sinto que estou me encontrando.
— Fico muito feliz em ouvir isso. — falei aliviado.
Ela baixou os olhos timidamente.
— Se eu saltar, promete não soltar minha mão? — perguntou.
Senti meu peito inflar de júbilo. Embora ela tivesse pedido para continuar em dolorosa espera, não havia me descartado, ao contrário, tinha me incluído em seus planos futuros! Achei um excelente sinal!
— Nem por um segundo. — prometi, apertando carinhosamente nossos dedos.
Depois de mais uma rodada de beijos deliciosos, dormimos abraçados. Fiquei mexendo em seu cabelo, até que ela fechou os olhos.
— Chris... — murmurou já quase dormindo.
— Hum?
— Descobri mais uma coisa.
— O quê?
— Sobre me encontrar. — sussurrou. — Estou me encontrando em você.
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
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lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
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∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
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LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
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anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
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Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
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Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
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jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
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stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
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naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
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melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3