Fanfics Brasil - 1 Temporada - 011 Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída)

Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy


Capítulo: 1 Temporada - 011

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— Desculpe, Anahí — falei, muito embaraçada. — Eu não desconfio de você, só que, quando te vi segurando isso, não me contive.


Ela me olhou atentamente e disse:


— Tudo bem, também não gosto que mexam em algo que seja particular.


Movi a cabeça em concordância, afastei-me, sentei-me na cama e dobrei a folha cuidadosamente ao meio. Por alguns instantes, fiquei sem saber o que dizer, e quando ergui novamente a cabeça deparei com o olhar desconfiado de Anahí, que me fitava atentamente. Fiquei ainda mais desconcertada.


— Dulce, eu já li, então não adianta fingir que não aconteceu — disse, de forma direta. — Então, baseada neste e em outros pequenos fatos, só me resta perguntar: você gosta do Christopher? E, quando digo gostar, não é no sentido fraternal.


Apertei com força a folha entre as mãos, mordi os lábios e então, como se tivesse tomado um poderoso soro da verdade, cuspi a resposta de forma dramática:


— Gostar? Não! Eu o amo! Amo tanto que às vezes penso que vou enlouquecer! — revelei. — E garanto que o sentimento não tem nada de fraterno.


Como em nossa dupla, sempre fui a garota reservada e tímida, e Anahí agora estava de boca aberta, aparentemente assombrada com meu súbito descontrole emocional. Como ela continuava sem reação, senti as faces vermelhas e, largando o papel de lado, cobri o rosto com as mãos. Onde eu estava com a cabeça, para confessar tudo para Anahí? O que ela deveria estar pensando de mim nesse momento? Tinha até medo de imaginar.


— Eu sei, Anahí. Deve ter alguma coisa errada comigo, não devia sentir isso por ele — falei, angustiada. — Acho que não sou normal. Pode dizer, sou uma aberração!


Ouvi passos e, pouco depois, percebi Anahí se sentar ao meu lado.


— Dulce, olha pra mim — disse, puxando minhas mãos, e eu cedi, soltando-as. — Você pode ser qualquer coisa, menos uma aberração. Por que seria? Por amar o Christopher? Pelo que eu saiba, ele é um homem e você uma mulher, até aí tudo muito normal.


— Mas... ele é meu irmão — murmurei, temerosa.


— Apenas no papel — ela disse, muito prática.


— Então, você não acha que é pecado? — perguntei, um pouco mais calma.


— Se vocês fossem irmãos de verdade, acredito que seria sim, mas não existe essa ligação entre vocês dois, apesar de serem criados juntos e conviverem na mesma casa.


— E termos os mesmos pais — completei.


Anahí considerou aquilo por um minuto.


— O que ele sente por você? — perguntou.


— Acho que o mesmo que ele sente por nossas outras irmãs — respondi, dando de ombros. — Só tem uma pequena diferença.


— Qual?


— Eu o sinto mais reservado comigo. Ele sempre me tratou bem, nunca fez distinção entre mim e eles, mas não sei, tenho a impressão que às vezes ele me evita, como se algo em mim o incomodasse. Como se não conseguisse ficar completamente à vontade comigo.


— E o que você acha que o faz agir assim?


— Acho que o fato de eu chegar, passando a ser a nova caçula da família, talvez não lhe tenha agradado muito — respondi, confusa. — O que você acha?


— Acho que nesse mundo tudo é possível, até mesmo os porcos terem asas — respondeu, daquele jeito muito desinibido, que era sua marca registrada. — Sendo por que motivo for, acho que não seja uma coisa que deva preocupá-la, pra mim o Christopher sempre foi um esquisitão, então talvez essa seja somente mais uma esquisitice pra fazer parte da coleção. — Fiz uma careta de desagrado diante de seu último comentário, e ela suspirou. — Tá bom, desculpe. Já entendi; você o ama, e pra você ele é o cara mais perfeito do mundo. Como dizem por aí, o amor é cego, não é mesmo? Então acredite quando digo que você não tem por que se sentir culpada ou envergonhada de seus sentimentos, até que me provem o contrário vocês são dois seres livres e desimpedidos, então se rolar, rolou.


A capacidade de Anahí ouvir, assimilar e digerir informação, considerada chocante pela maioria, era impressionante, porém agora, mais do que nunca, aquela qualidade era uma bênção em minha vida. Eu já tinha aberto a boca para fazer um pedido quando ela disse:


— E pode ficar tranquila, guardarei o seu segredo.


— Anahí, você é o máximo! — exclamei, sorrindo, antes de lhe dar um grande abraço.


***


Nos anos que se seguiram, nossa rotina não mudou muito, exceto que crescemos, cada um fazendo os cursos de que gostava.


Ao completarmos 16 e 19 anos, eu e Christopher, respectivamente, Maite e Angelique já haviam terminado o colégio e saíram de casa para continuarem os estudos na universidade. Maite fazia jornalismo, já Angelique estudava sociologia, agora só nos encontrávamos nas férias ou nos feriados.


Já o Christopher tinha se formado há um ano na escola, fato quase milagroso, devido às suas notas medianas e à quantidade de faltas e atrasos que ele teve. Na verdade, se Christopher agora tinha um diploma de curso secundário, o mérito era todo de nossa mãe. Ela o incentivou a cada ano, quero dizer, talvez incentivar não seja a palavra mais apropriada, praticamente o obrigou a frequentar a escola, o empurrando porta afora, a cada manhã, e vigiando de perto seu rendimento escolar. No dia da formatura, papai disse para quem quisesse ouvir que o diploma era mais da mamãe do que dele. Não que Christopher fosse “burro”, estava muito longe disso, sempre foi um cara inteligente e sensível, mas com certeza seu futuro não estava no mundo acadêmico, desde muito cedo ficou claro para mim que sua estrela o guiava em outra direção. Era um excelente músico, tocava piano e violão, e tinha um estilo de vida meio boêmio, adorando uma noitada com os amigos. Profissionalmente, tinha optado pela carreira de ator. Ele havia entrado para um grupo de teatro, fazendo algumas peças, e já tinha gravado alguns comerciais para a televisão.


Ele havia se desenvolvido bastante fisicamente, continuou alto e magro, mas agora estava mais encorpado, com ombros largos e pernas fortes, esculpidas pela prática constante de esporte. Não se podia dizer que era musculoso, mas se tirasse a camisa não faria feio. Porém, para mim, seu rosto continuava a ser o que mais me chamava à atenção, não propriamente um rostinho de traços perfeitos, mas um rosto interessante de olhar, diferente e curioso, que logo nos fazia pensar: parece ser um cara legal, preciso conhecê-lo! Isso sem falar nos olhos, que continuavam as janelas da sua alma, límpidos e transparentes. Para mim, não havia no mundo todo rosto mais querido. E eu continuava sendo sua silenciosa admiradora.


Não cresci muito. Tive que me contentar com meu 1,65 cm de altura. Junto com Anahí, comecei a ter aulas de balé, o que ajudou a me manter magra, afinar minha cintura e desenvolver pernas bem torneadas. O que realmente não tinha parado de crescer foram os meus seios, não que fossem exagerados, mas é meio embaraçoso quando você, aos 13 anos, tem mais busto do que sua irmã mais velha. Lembro-me até hoje da primeira vez em que fui para a escola de sutiã, com a sensação de que todos estavam olhando para mim, ainda mais com o olhar descarado do Alfonso e com o que ele disse.


— Puxa Dulce, como você “cresceu” esse ano! — disse, olhando claramente para baixo do meu pescoço. Não deixei essa passar barato, eu podia ser tímida, mas do Alfonso eu sabia me defender.


— Engraçado, já você parece ter encolhido — falei, olhando para a calça dele. — Pelo menos, é o boato que anda circulando entre as garotas.


Tive o prazer de passar, todo aquele dia, sendo assediada por Alfonso, que insistia em querer saber quem estava espalhando essa “infame mentira”.


Minha relação com Christopher tinha se mantido a mesma, fraterna, pelo menos exteriormente, porque por dentro ainda me desmanchava toda por ele, apesar das nossas implicâncias eventuais, como naquele sábado pela manhã.


— Dulce! — chamou Christopher quando entrou no meu quarto, gritando como um doido. Fingi que continuava dormindo, nem me mexi. — Anda, acorda! — disse me sacudindo, porém continuei imóvel. — Prepare-se, você pediu! — falou subindo em mim, começando impiedosamente a fazer cócegas por todo o meu corpo.


Ele sabia que esse era meu ponto fraco, eu não resistia a cócegas, e comecei a rir descontroladamente, mandando-o parar, pois já estava ficando sem ar. Inesperadamente, ele segurou minhas mãos acima da minha cabeça e aproximou o rosto do meu.


— Se rende? — perguntou, com um sorriso travesso.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 767



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  • lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13

    vondy por suerte hasta la muerte

  • ∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10

    Amei a fic parabens *-*

  • LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48

    Sdds

  • anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43

    Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce

  • Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10

    PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO

  • Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15

    Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.

  • jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46

    lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3

  • stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51

    Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!

  • naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19

    Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.

  • melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22

    Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3


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