Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
Abri os olhos, respirando fundo, e encontrar seu rosto tão perto do meu fez meu coração dar um salto no peito. Mesmo depois de todos esses anos de convivência, ele ainda tinha aquele efeito sobre mim. Olhei para baixo e verifiquei que ele estava sem camisa, só usava uma calça de moletom preta; quase fiquei vesga só de olhar para o peito dele, e minha vontade era estender as mãos e corrê-las pelo seu tórax. Sorte minha que estavam bem presas por ele.
— Acordada? — insistiu.
— O que você acha? — perguntei, irônica. — Será que agora dá para me soltar? — Ele me olhou por mais um instante e soltou minhas mãos, mas continuou sentado de pernas abertas em cima de mim. — Posso saber o porquê desse ataque matinal?
— Estou aqui para isso — respondeu, num sorriso glorioso. — Passei, Dulce, ganhei o papel, vou fazer meu primeiro filme!
Sentei na cama na mesma hora.
— O quê? Sério, quando? — perguntei, atordoada.
— Acabaram de ligar, consegui!
— Ah! — gritei de alegria, saindo da cama, e ficamos de frente um para o outro, pulando como duas crianças.
Há muito tempo Christopher procurava uma oportunidade de entrar no mercado cinematográfico, mas esse era um meio muito competitivo, a cada dia mais e mais atores tentavam ingressar nesse ramo, e a maioria muitas vezes só conseguia pequenas participações ou nem era aceita. Depois de muitas recusas, muitos desistiam de prosseguir. Mas ele era muito jovem, decidido e talentoso, já tinha feito alguns testes, contudo todos sem sucesso. Então, quando sua agente agendou mais uma audição, ele foi meio desanimado, pois se tratava de um filme de grande porte, baseado num monumental sucesso literário, porém ele estudou o texto com cuidado e fez o seu melhor. Ele tinha voltado indeciso para casa porque não tinha ideia de como havia sido o resultado e suspeitava que se tratasse de mais tempo perdido. Mas agora, com essa notícia incrível e surpreendente, tudo mudou, e eu estava muito feliz por ele fazer sua estreia em um filme tão esperado.
Deixando-me levar pela alegria do momento, saltei em seu pescoço, e ele me segurou apertado, rodopiando comigo pelo quarto, rindo juntos de pura felicidade.
— Isso é maravilhoso!
— Nem me fale! Ainda não acredito, parece um sonho! — Ele estava tão feliz, era contagiante.
— A gente tem que comemorar! — falei.
— Com certeza, vou marcar um encontro com a turma toda. Você topa?
Eu sei que não devia, mas meus sentimentos eram mais fortes do que eu, mesmo sabendo ser um sonho impossível já tinha imaginado um jantar à luz de velas, num lugar romântico, mas despenquei para a realidade depois que ele sugeriu um programa com a galera. Mantive o sorriso no rosto, apesar da minha decepção, e respondi o óbvio:
— Claro, já estou lá!
— Vou começar a ligar pra todo mundo agora mesmo! — disse, me dando um beijo rápido no rosto e saindo em seguida.
Sentei na beirada da minha cama, cruzei os braços, fechei os olhos e dei um suspiro profundo.
— Dulce, quando você vai aprender? — falei comigo mesma. — Controle-se! Mantenha o foco!
Às vezes, era muito difícil lembrar que ele era só o meu irmão, principalmente quando havia alguma proximidade física, como tinha acontecido há pouco, fazendo aflorar todo o sentimento guardado dentro de mim. Respirei fundo, procurando me acalmar, e fui para o banheiro para começar meu dia.
Já tinha tomado o café da manhã quando ouvi meu celular tocar, e fui olhar para o visor, já adivinhando quem seria.
— Pronta? — Anahí perguntou assim que atendi.
— Quase, te encontro em 20 minutos.
Tínhamos combinado de ir ao shopping aquela manhã de sábado, para fazer compras, almoçar e, claro, fofocar um pouco. Coloquei minha inseparável combinação de jeans, tênis e camiseta, prendi o cabelo num rabo de cavalo, passei um batom rosinha nos lábios e coloquei argolas nas orelhas. Olhei-me no espelho, confirmando se não tinha esquecido nada, satisfeita peguei minha bolsa e saí.
Encontrei Anahí na frente do shopping e fomos às compras. Na verdade, quem fazia compras mesmo era ela, mesmo assim era divertido ajudá-la a escolher roupas, sapatos, entre outras coisas. Deixamos minha loja favorita para o final, uma livraria imensa e moderna, repleta de tudo o que eu mais gostava: livros, filmes e música. Para desespero de Anahí, saí de lá com três livros balançando numa sacola.
— Sabia que, com o que você gastou nesses livros, poderia comprar uma roupa incrível? — perguntou, enquanto sentávamos no meu restaurante italiano favorito.
— Sei, Anahí, mas no momento não estou precisando de nada. — Ela me olhou, incrédula.
— Dulce, uma garota sempre precisa de alguma coisa, nunca é demais.
Suspirei, desistindo de contradizê-la, naquele assunto Anahí era absolutamente irredutível. Depois que o garçom anotou nossos pedidos, ela virou-se para mim com atenção, pousando suas mãos cruzadas em cima da mesa.
— OK, Dulce — disse, com um meio sorriso. — Esperei que você me contasse por iniciativa própria, mas parece que vou ter que arrancar a informação de você. Desembucha! Como foi seu encontro com Pablo ontem à noite?
Mordi os lábios, nervosa, realmente havia evitado aquele assunto a manhã toda, porque eu sabia exatamente qual seria a reação dela quando contasse.
— Foi assim tão ruim? — perguntou, fazendo uma careta.
— Na verdade não, o filme foi bom, ele é legal, comprou pipoca e refrigerante, mas... — não consegui continuar.
— Mas?... — disse, me encorajando.
— Ele tem uma risada bem estranha — falei, olhando para baixo, esperando os gritos da Anahí, mas como ela permaneceu em silêncio arrisquei dar uma espiada, e ela estava de olhos fechados, respirando fundo.
— Dulce — disse devagar, e agora me fuzilando com o olhar. — Não me diga que você saiu desse encontro sem beijar o cara! Ele é uma gracinha!
— Não dava, Anahí! Ele fazia umas piadinhas estranhas e depois dava uma risada esquisita, não teve clima! — disse, tentando me justificar.
— Dulce, você tem 16 anos e ainda é *BV!
— Eu sei bem disso, não precisa me lembrar — falei, me sentindo péssima.
— Puxa, sabe com quantos caras você saiu esse ano e nada ainda aconteceu? Um montão! — disse, enérgica. — Um tem mau hálito, o outro pés tortos, outro se veste mal, outro tem nariz engraçado... Dulce, o que você está procurando?
Continuei em silêncio, olhando para baixo, sem coragem de responder.
— Nenhum deles vai ser o Christopher, querida. — Fechei os olhos quando ela disse isso.
Anahí havia suspeitado do meu segredo logo no primeiro ano de escola. Apesar de ser muito discreta quanto à verdadeira natureza de meus sentimentos por Christopher, Anahí era uma pessoa dotada de uma sensibilidade incomum, que quase beirava o sexto sentido. Bastou me observar assistindo ao Christopher praticar esportes na escola, olhando-o completamente arrebatada, para que ficasse desconfiada, o que foi finalmente confirmado devido à minha distração ao deixar um determinado poema perto demais de sua curiosidade. Então, a partir do momento em que consegui abrir meu coração para Anahí, ela tornou-se minha confidente para todos os assuntos que me afligiam e, para minha sorte, sendo sempre muito leal, nunca contando nada a ninguém.
— Eu sei, eu sei — respondi, triste.
— Até parece maldição! Você tem que se livrar dessa assombração chamada Christopher Uckermann! — disse, impaciente. — Honestamente, não sei o que você vê nesse cara, desengonçado, se veste mal e faz cada piadinha sem graça! — Não tive como não rir de ver como a Anahí enxergava o Christopher.
— Como explicar por que uns gostam de morango e outros não? Simplesmente olhei pra ele e gamei na hora, simples assim.
— Mas esse sentimento não está te fazendo bem, Dulce! Você disfarça bem, é verdade, mas posso imaginar o que deve ser ficar naquela casa, vendo o cara dos seus sonhos todo dia passar por você e nada acontecer. Por que você não tenta esquecê-lo?
— Olha. Eu estou tentando...
— Não, você não está! — me interrompeu, falando com firmeza. — Ouça, Dulce, me desculpa, sou sua melhor amiga e tenho que ser sincera. Você não pode continuar vivendo assim, sempre esperando, sempre suspirando pelos cantos, sempre fantasiando com ele. Se você quer tanto esse cara, por que não parte para o ataque?
— Não é assim tão simples — respondi, mexendo as mãos nervosamente sobre a mesa.
— Então me explica, porque não sei mais o que pensar. — Ela cruzou os braços.
— Veja bem — fiz uma pausa, tentando organizar meus pensamentos. — Eu e Christopher somos criados como irmãos de verdade, o tempo todo nossos pais falam “seu irmão isso” ou “sua irmã aquilo”, fica impossível esquecer o nosso papel lá em casa. Na cabeça dos nossos pais, não existe qualquer possibilidade romântica entre nós dois, então já imaginou o choque que seria? E se rolasse alguma coisa, o que eu duvido que possa acontecer, talvez eles nunca aceitassem.
Ficamos um momento em silêncio.
— Já reparou que você diz muito as palavras “se” e “talvez”? — recomeçou. — Isso significa que você não tem certeza de nada. Pode ser que rolasse, pode ser que eles aceitassem.
— Mas eu nem sei se ele me corresponde, Anahí! — desabafei.
— Você me disse que às vezes ele te olha diferente.
— Às vezes, quando olho para ele, tenho a impressão de algo no ar, mas sempre é tão rápido, e geralmente logo depois ele já começou a falar outro assunto ou simplesmente vai embora. Talvez seja coisa da minha cabeça, sabe? — Dei uma risada. — Vai ver, sem perceber, depois de todos esses anos, enlouqueci de paixão e estou vendo coisas que não existem!
Autor(a):
Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
— E se você arriscasse? — Como assim? — Agarra ele e pronto, tira sua dúvida! — Já pensei nisso, mas a verdade é que tenho tanto medo. Medo de ser rejeitada. Dele não me querer como o quero, medo do que vou ver nos olhos dele. E se ele ficar com raiva de mim, ou pior, nojo, sabe? Sei lá! Eu não suport ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
-
∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
-
LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
-
anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
-
Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
-
Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
-
jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
-
stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
-
naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
-
melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3