Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
CAPÍTULO DOZE
"O ciúme é a carta aberta que a desconfiança usa para destruir o amor."
Cerca de um mês depois, a peça teatral da qual o Christopher participava fazia um enorme sucesso. Breve ele sairia em excursão aos finais de semana, apresentando-a em outras cidades. Seu papel no seriado também tinha recebido ótimos comentários de crítica e do público, mas o programa faria uma pausa para férias. Enquanto isso, eu continuava frequentando a escola e tinha voltado às minhas aulas de dança, o que me dava grande alegria.
— Dulce? — alguém me chamava. — Dulce!
Abri os olhos surpresa. Olhei para lado e vi que tinha sido a Anahí. Estávamos na escola, assistindo ao segundo tempo da aula de matemática e, sem sentir, tinha cochilado.
— O professor estava te olhando! — sussurrou.
— Obrigada! Nem senti que tinha adormecido. — murmurei.
Na hora do almoço, pegamos nossas bandejas e fomos para a mesa de sempre. Assim que sentamos e olhei pra frente, vi dois olhos preocupados que me fitavam.
— Dulce, o que está acontecendo? Você cochilou por duas vezes hoje na sala de aula. — perguntou séria. — A semana inteira isso tem acontecido, não tem dormido bem?
— Não, pelo contrário! — respondi enfaticamente. — Nunca dormi tão bem como nessa última semana, coloco a cabeça no travesseiro e apago na hora! Acho que tenho pegado meio pesado lá no balé.Você sabe que estamos nos preparando para apresentação de final de ano e temos ensaiando bastante.
— É! Eu sei. Mas você está tão pálida, pode estar anêmica. — falou preocupada. — Talvez você devesse ter esperado um pouco mais antes de voltar a dançar, afinal, passou por um grande trauma com o acidente.
— Ah! Annie. Eu não aguentava mais! Sentia tanta falta de dançar e não queria ficar fora do espetáculo! — expliquei enquanto Anahí franzia a testa. — Olha, agradeço, de coração, o seu cuidado comigo, mas prometo que vou me cuidar.
— Tá bom! Só me promete que não vai exagerar. Ok?
— Prometo! Acho que vou começar a tomar umas vitaminas para dar um reforço. Mas pode ficar tranquila, estou bem.
— Está certo, então. Vou confiar em você! — afirmou me apontando o dedo. — Mudando de assunto, como estão os preparativos para minha festa surpresa de aniversário?
Arregalei os olhos.
— Anahí! Você não deveria estar sabendo de nada!
— Bem, eu não estava, ou melhor, não tinha certeza. — disse piscando um olho. — Até agora!
— Você devia se envergonhar! — falei fingindo-me de zangada. — Todo mundo pensando em te agradar e você querendo acabar com a festa!
— Longe de mim! — ela levou a mão ao peito num gesto exagerado. — Você sabe como adoro uma boa festa! Mas cá entre nós, comecei a desconfiar quando o pessoal lá em casa simplesmente pareceu ignorar que meu níver estava chegando, e isso nunca aconteceu! Afinal, toda a minha família é festeira e sempre comemoramos em alto estilo. Fora que o Poncho e a minha mãe começaram a cochichar sem parar pelos cantos e sempre que me aproximo parecem mudar de assunto.
— Você é terrível, sabia? Agora que descobriu não tem mais graça! — falei cruzando os braços, contrariada.
— Claro que vai ter! Vou fingir que não sei de nada. Na hora da festa serei a aniversariante mais surpresa que já viu!
— Você não existe! — declarei rindo. — Imagina se o Alfonso desconfia que toda a trabalheira que está tendo não vai dar em nada!
— Claro que vai dar! Eu te disse, vou continuar fingindo que não sei de nada. Fica tranquila, não vou desapontar ninguém, muito menos o meu Todo-Poderoso!
Caímos juntas na risada.
— Quer dizer, então, que o seu Todo-Poderoso agora está íntimo da sua mãe?
— Nem te conto! Também, do jeito que ele vive lá em casa, não tinha como não conhecer bem a família toda. Meus irmãos, no início, pegaram um pouco no pé dele, mas minha mãe ficou firme ao seu lado. Não tiveram a mínima chance. Tiveram que aceitar o fato de que o Poncho e eu somos um casal. Conhece a frase, né? “Mantenha os amigos sempre perto de você e os inimigos mais perto ainda”. Parece que estão seguindo essa filosofia. Meus irmãos estão incluindo o pobre do Poncho em todas as atividades que podem, até nas esportivas. Eles são loucos por futebol, principalmente o Tejas, que convidou o Poncho para jogar no time amador que participam. Para ter uma ideia do quanto o Poncho está integrado à nossa vida, minha mãe vive preparando coisinhas gostosas pra ele comer, e lembre-se que nem vegetariano ele é!
— Que hilário! — falei batendo palmas. — Estou imaginando a cena, o Alfonso sentado na sala, sendo servido pela Marichelo!
— Eles se adoram! — expressou animada. — Não deveria me espantar com isso, sendo o Poncho o sedutor que sempre foi. Ele sabe como conquistar a todos!
— Quem diria que o Alfonso Herrera tinha tantos talentos ocultos! — comentei maliciosa.
— Bota talentoso nisso! — enfatizou começando a se abanar e rimos juntas mais uma vez.
— Fico muito contente por saber que tudo está dando certo pra vocês!
— Obrigada, amiga. — agradeceu apertando minha mão. — O Poncho praticamente foi adotado pela minha família. Ele é um cara muito solitário, sabia? Os pais são divorciados. A mãe mora na Austrália e o pai é um executivo muito ocupado, que vive viajando. Ele divide o apartamento que recebeu de herança com o irmão mais velho, com quem mal fala e nunca me explicou o motivo. De repente, ele se viu no meio dessa família alemã muito maluca, alegre e barulhenta. Acho que no início levou um susto, porque meus irmãos são intrometidos e implicantes. Mas como o Poncho também não fica atrás, foi logo mostrando a que veio. Conclusão, o quarteto virou um quinteto! — com essa, tive que dar mais uma risada. — Mas eu sei que você e o Ucker também estão numa boa, não é?
— Às vezes me belisco para acreditar que não estou sonhando! — falei empolgada. — Ele é tão amoroso comigo, sempre cuidando de mim com tanto carinho, preocupado com meu bem estar; me liga sempre pra saber como estou, pra dizer que está com saudade, que está pensando em mim. Às vezes, tenho a impressão de sentir certo tom de desespero em sua voz, como se tivesse medo que algo pudesse acontecer.
— Entendo esse comportamento dele. O Ucker levou um susto tão grande com seu acidente, quase enlouqueceu, pensando que iria te perder. Nunca vi um homem sofrer tanto, como quando descobriu sobre sua amnésia. Mas ele foi corajoso e nunca perdeu a esperança de ter você novamente.
— Eu sei, ou melhor, imagino. — falei baixinho, enquanto esmigalhava um pãozinho, distraída. — Às vezes é muito frustrante não me lembrar do passado. Vejo fotos, escuto histórias... Algumas vezes consigo relembrar pequenas partes, mas logo acaba. São apenas impressões, passa rápido e permaneço incompleta. Queria muito voltar a ter o mesmo tipo de conexão que tínhamos. Estamos muito bem agora, mas parece sempre que está faltando alguma coisa. Sinto que ele tinha uma ligação com a “outra” Dulce que era muito especial. Por exemplo, ele sabe coisas sobre mim que não me lembro de ter dito ou feito, e fico meio sem graça quando revelo que não sei do que está falando. Então, ele me lança um disfarçado olhar frustrado, sorri e muda de assunto. Eu queria muito, mas muito mesmo, voltar a ser a Dulce de antes.
Anahí me ouvia em silêncio prestando atenção e, depois de refletir por algum tempo, disse:
— Acho que você nunca vai voltar a ser a Dulce de antes, porque o que é agora também faz parte de você. Ninguém passa pelo que você passou sem consequências ou mudanças, mas isso não significa que você mudou pra pior. Só significa que você passou por experiências que te fizeram ver a vida por outro ângulo, que te amadureceram, e isso não é ruim.
— Vendo por esse ponto de vista, realmente não é ruim. — concordei com ela. — Mas mesmo assim, queria poder ser também aquela Dulce, aquela garota que nunca quis um homem que não fosse ele, que nunca desejou outro homem na vida.
— Bem, mas você ama o Ucker, não ama? — perguntou insegura.
— Sim, claro que amo! — respondi sem duvidar. — Mas ao mesmo tempo, sinto como se não fosse o bastante para ele. O Christopher tem uma necessidade de mim que às vezes me assusta. E não é só fisicamente, quer dizer, com relação a isso, não tenho do que me queixar. — Anahí deu uma gostosa gargalhada e senti que corava. — Mas como disse, nossa relação é realmente muito intensa.
— Você definiu bem. Depois que vocês confessaram o que sentiam, passaram a viver intensamente esse amor. No caso do Ucker, diria que agia quase de forma desesperada.
— Ele ainda é assim. Impressionante! — confessei. — Será que eu era assim também, desesperada por ele?
— Sim, você era louca por ele. — respondeu prontamente. — E quando eu comentava que esse comportamento do Ucker às vezes era exagerado, você o defendia, dizendo que ele te esperou por tempo demais e, agora que podia te ter, os sentimentos explodiam quase sem controle.
— Eu dizia isso? — perguntei triste e ela confirmou com a cabeça. — Sinto que o conhecia profundamente e lamento muito não poder oferecer o mesmo tipo de amor. Acho que ele merecia alguém que pudesse retribuir com a mesma profundidade.
— Amiga, não pense isso. O Ucker morre se não puder ficar com você. Seja com o tipo de amor que for, ele quer você! Enfie isso em sua cabecinha! — declarou, encostando seu dedo indicador na minha testa.
— Vou tentar!
Depois da escola, segui para mais um ensaio puxado no balé. Quando terminou, voltei pra casa exausta, mas feliz. Encontrei a casa vazia. Todos tinham saído. Tomei banho e fiz um lanche rápido.
Já estava acabando de comer quando escutei a campainha tocando, fui ver quem era e me deparei com um entregador com uma encomenda para Christopher, recebi em nome dele e voltei a entrar.
O que será isso? — pensei curiosa.
Era uma sacola pequena. Abri e vi uma caixa. Na embalagem, uma marca famosa. Logo vi que se tratava de algo caro. Junto tinha um cartão. Curiosa, não resisti, abri e li.
“Estou contando as horas até nos vermos novamente. Beijos. Natalia .”
Vadeah
Autor(a):
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Fiquei gelada, peguei a caixa, abri e vi um lindo e caríssimo relógio. Eu sabia que essa semana a peça tinha saído de cartaz para que eles se preparassem para as apresentações em outras cidades. Na verdade, fiquei muito feliz em ver o Christopher longe daquela garota. Mas pelo visto, ela não perdia tempo. Uma semana sem se ve ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
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lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
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∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
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LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
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anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
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Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
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Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
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jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
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stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
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naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
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melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3