Fanfics Brasil - 2 Temporada - 055 Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída)

Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy


Capítulo: 2 Temporada - 055

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***


A primeira noite na casa do Poncho foi tranquila, dormi ao seu lado e programei o relógio para despertar nos horários da medicação. E tudo deu certo. Ele me deixou muito à vontade em seu apartamento. Só havia ficado um pouco temerosa a respeito da convivência com o seu irmão. De qualquer maneira, Samuel não dormiu em casa aquela noite e, caso aparecesse, já tinha decidido ignorá-lo.


Na madrugada seguinte, depois de dar o remédio ao Poncho, perdi o sono. Ele tinha voltado a dormir como um anjo. Depois de rolar na cama por um bom tempo, resolvi ir a cozinha tomar um copo com leite. O apartamento estava silencioso e, felizmente, nem sinal do Samuel. Bebericando meu leite achocolatado, sentei no sofá da sala e liguei a TV. Escolhi um canal que passava um filme clássico que ainda não conhecia e resolvi arriscar.


A história era interessante. Acabei deitando no sofá e, mesmo gostando do que via, meus olhos foram ficando pesados.


Sonhei que sentia um toque suave em meu tornozelo, tão leve que parecia uma pluma. Mãos de sonho. Essas mãos mágicas me tocavam com a ponta dos dedos de forma incerta. Soltei um suspiro de satisfação, apreciando aquele contato gentil. Parecendo se animar com a minha reação, as mãos prosseguiram até o joelho, em uma delicada carícia. Sorri. Aquilo era realmente bom. Subiram pela minha perna e foram parar na minha cintura. O Poncho era sempre tão carinhoso, mesmo em sonhos continuava maravilhoso. No sonho, não conseguia ver seu rosto, mas reconheceria essas mãos em qualquer lugar.


— Poncho? — murmurei adormecida.


— Hum, hum. — foi a resposta afirmativa que tive.


Eu usava um pijama de algodão confortável, amarelo claro, formado por blusa de manga comprida e calça. Percebi que os dedos se tornaram mais audaciosos, começando a tentar se esgueirar pela barra de minha blusa e ouvi uma risadinha. Franzi a testa. Tinha alguma coisa diferente, o Poncho não ria assim. Tinha alguma coisa errada ali. Senti lábios em minha barriga, o que me provocou arrepios. As mãos subiram pelos meus braços, ao mesmo tempo em que lábios se grudaram aos meus.


Congelei. Desde quando o Poncho mascava chiclete de morango? Abri os olhos. Assim que vi quem era, coloquei as mãos em seu peito e o empurrei com força.


— O que pensa que está fazendo? — perguntei, ao mesmo tempo em que sentava.


Novamente ouvi a risadinha maliciosa e debochada.


— Boa noite, Anahí. — cumprimentou Samuel, sentando ao meu lado no sofá, fazendo aquela paradinha proposital antes de dizer meu nome, irritando-me ainda mais. — O que foi? Não costuma ser beijada antes de dormir?


— Sim, mas não por você. — respondi furiosa. — Além disso, já estava dormindo, se é que não percebeu.


— Detalhes, Anahí, detalhes. — falou sorridente. — Mas agora que comentou, fiquei curioso. Por que está dormindo aqui na sala? Brigaram?


— Caso isso tivesse acontecido, não diria nada, porque não é da sua conta. Mas como poderemos nos encontrar por mais alguns dias, saiba que estou aqui porque Poncho está com pneumonia e tem que se submeter a um tratamento sério, ficando em repouso absoluto.


Ele continuou me olhando com tanta indiferença, que parecia que não tinha dito nada novo.


— Deixe-me adivinhar, você é a boa samaritana, ajudando ele.


— Algum problema?


Ele sacudiu os ombros.


— Nenhum. Só que você ainda não respondeu por que dormia aqui na sala e não no quarto.


— Perdi o sono e vim assistir TV, só isso. — respondi.


Ele passou os braços por trás do encosto do sofá, aproximando-se de mim.


— Repouso absoluto, você disse? Então talvez não tenha sido insônia, mas solidão que a trouxe pra cá. Está se sentindo solitária essa noite, Anahí? — perguntou malicioso.


Parei para observá-lo melhor, ele estava vestido de preto da cabeça aos pés. No rosto, a mesma expressão cínica da qual me lembrava. Era assombrosa a similaridade física com o Poncho. Mas nele a beleza estonteante parecia corrompida, conseguia ser másculo e charmoso, perigoso e mortal.


Sem dúvida, ele pertence ao lado tenebroso da força! — pensei me arrepiando inteira.


 E estranhei essa reação. Quanto mais olhava, mais arrepiada ficava. Ele sorriu daquele jeito diabólico, os olhos irradiavam malícia. Prisioneira daquele olhar, pisquei tentando quebrar à conexão.


— Isso realmente não é da sua conta. Agora, se me der licença... — fui interrompida quando ele me segurou pelo braço. — Tire as mãos de mim. — pedi puxando o braço. Ele foi mais rápido e me agarrou pelos ombros, puxando-me de encontro a ele.


— Não minta, sei pela maneira como me olha que queria muitas partes de mim em você. — falou cortante.


— Deixe de ser ridículo! Não tenho o menor interesse em você. — rebati, ainda tentando me afastar dele.


— Não foi o que me pareceu agora há pouco. — declarou triunfante e eu mordi os lábios, zangada. — O que foi, Anahí, tem medo de confessar a si mesma que o Alfonso não é o único Herrera que você quer?


— Não ficaria com você, nem que aparecesse pintado de ouro. — respondi, tentando me soltar do seu aperto.


— Por quê? O que a impede? — perguntou mordaz.


— Você ainda pergunta? — rebati zangada. — Já ouviu falar de fidelidade?


— Desculpe, apaguei essa palavra do meu dicionário há muito tempo. — ele aproximou o rosto ainda mais do meu. — Nessa vida, ninguém pertence a ninguém.


— Você está enganado. — retruquei chocada.


— Então isso é o que a impede, o conceito infantil da fidelidade? Tudo bem, tenho uma proposta pra você, uma proposta que resolve todos os problemas.


— Proposta? Do que você está falando? — estava tonta com a velocidade com que ele conduzia essa conversa.


— Se o problema para ficar comigo é esse, não faço questão, a gente pode ficar junto, você, Alfonso e eu. — meu queixo caiu, não conseguia acreditar no que ele tinha acabado de propor.


— Por acaso você está sugerindo… — mas ele me cortou.


— Eu não estou sugerindo, estou dizendo! — confirmou me olhando nos olhos. — Não me importo de partilhar você com o meu irmãozinho.


— Como você tem coragem de propor algo tão… tão… sujo! — refutei horrorizada.


— O que foi? Assustei você? Só porque tive a coragem de dizer em voz alta, o que as pessoas fazem ou querem fazer e não têm a coragem de confessar?


— Você quer dizer o que pessoas amorais e sem ética fazem! Você não tem escrúpulo! — continuei rebatendo ainda mais chocada.


— De que serve esse maldito escrúpulo, Anahí? — perguntou virando os olhos. — Só pra nos fazer perder tempo com sentimentos de vergonha e culpa? Eu não tenho tempo a perder com esse tipo de coisa.


— Ainda bem que seu irmão é diferente de você! — afirmei puxando minha mão mais uma vez, mas ele a segurou com mais firmeza.


— Diferente? Tem certeza? Querida, há quanto tempo o conhece? Você não sabe nada dele. — retrucou destilando veneno.


— Não comece esse joguinho. Sei que o Poncho não foi nenhum santo, mas pra mim, o que conta é o aqui e o agora! Então, não comece com esse argumento.


— É mesmo? — debochou me puxando e grudando o peito musculoso no meu corpo. — Pois saiba que isso não é novidade para ele, na verdade, começo a perceber um padrão se formando.


— O que você quer dizer? Poncho me contou sobre o que você fez com ele e uma antiga namorada. Posso garantir que, embora o cenário seja parecido, a atriz principal mudou, e o roteiro é outro.


— Cuidado, roteiros podem ser reencenados. — alertou num tom ameaçador.


Eu não soube o que responder diante daquilo. Usando toda força que tinha, empurrei-o para longe, finalmente me livrando dele.


— Seu demônio, me deixe em paz!


— Demônio, eu? — perguntou rindo. — Ou você teme o demônio que desperto em você?


— Pela última vez, me deixe em paz!


— Minha querida Anahí, todos temos um lado escuro dentro de si, um lado menos nobre que geralmente mantemos muito bem guardado. Por medo, vergonha, regras da sociedade ou, como você disse, escrúpulo, o mantemos sob controle. Não tenho esse problema, Anahí. E percebo que você sente isso. Sinto que você sabe que ajudo a despertar esse lado em você, não é? E você quer, não quer? Quer ser uma menina má, muito má! — levantei do sofá como se tivesse sido eletrocutada.


Falei com voz firme, embora por dentro estivesse assustada.


— Você não sabe nada sobre mim. E pode acreditar que isso é tudo o que continuará tendo de mim: nada. — falei friamente.


Ele também ficou de pé, parado à minha frente, me encarando com visível apreciação.


— Ah, Anahí! Eu sei! Senti desde a primeira vez que te vi que, finalmente, encontrara uma parceira à altura. — ele me olhava como se fosse me engolir. — Ele sempre escolhe o que deveria ser meu.


Recuei diante de suas palavras tão carregadas de ódio e inveja. Antes que algo mais pudesse ser dito ou feito, saí correndo e me tranquei no quarto do Poncho. Fiquei parada, encostada à porta, tentando controlar as batidas apavoradas do coração e o pensamento confuso.


Olhei para a cama onde ele dormia e, com alívio, deitei ao seu lado, abraçando-o com força, enfiando o rosto em seu pescoço.


— Hum... — resmungou. — Está tudo bem?


Abracei-o com mais força e fechei os olhos antes de responder.


— Sim. Tudo está bem. Não se preocupe.


***



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 767



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  • lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13

    vondy por suerte hasta la muerte

  • ∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10

    Amei a fic parabens *-*

  • LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48

    Sdds

  • anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43

    Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce

  • Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10

    PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO

  • Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15

    Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.

  • jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46

    lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3

  • stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51

    Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!

  • naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19

    Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.

  • melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22

    Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3


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