Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
CAPÍTULOS TRISTES PESSOAL
Já estava viajando há bastante tempo. Normalmente levaria bem menos, mas por causa do mal tempo e da neve acumulada na estrada, dirigia devagar e a viagem se tornou mais longa. Liguei o rádio bem alto para me distrair e ajudar passar o tempo.
Tinha voltado pra casa aquela tarde e não havia encontrado ninguém. Fui até a garagem e confirmei que meus pais haviam saído, já que só o carro da mamãe continuava lá. Resolvi deixar um bilhete informando que tinha saído e aonde iria. Em seguida, enviei uma mensagem de texto para o celular do Christopher, avisando que iria encontrá-lo.
Voltei de minha visita à Annie com a mente cheia de expectativa e questionamentos.
Um bebê! Um bebê meu e do Christopher! — não parava de pensar enquanto sentimentos contraditórios me invadiam o peito.
Eu estava assustada, e muito! Aquela notícia era completamente inesperada. Estava com medo e cheia de dúvidas. Eu não era desinformada, sabia muito bem o que sexo sem proteção poderia acarretar. Mas as circunstâncias haviam sido extraordinárias e a emoção superou qualquer racionalidade. Eu sei que isso não justificava, mas era a verdade e, depois, nós somos casados. Eu estava assustada, mas uma parte de mim estava maravilhada com a descoberta. Outro ser crescia em meu ventre, uma pequena semente se desenvolvia pouco a pouco, um filho feito do amor que nos unia.
Tinha ficado tão assombrada com a confirmação dos exames, que não tinha conseguido me refrear, precisava partilhar com Christopher o quanto antes. Não queria passar mais tempo escondendo isso dele. Foi com muita dificuldade que escondi minhas suspeitas, mas não podia ou conseguiria manter essa farsa por mais tempo. E ele merecia saber, afinal, era o pai.
Oh, minha nossa, vou ser mãe! — disse para mim mesma, tentando me acostumar com a ideia.
— Como será que ele vai reagir ao saber que vai ser pai? — pensei preocupada.
Éramos jovens, muito jovens, ainda morando na casa de nossos pais. Christopher já trabalhava e se sustentava. Mas agora seria diferente, estaríamos começando uma família, com novas e maiores responsabilidades, gastos, preocupações. Será que conseguiríamos lidar com tudo isso? Uma pequena voz bem dentro do meu coração dizia:
— Enquanto estivermos juntos e nos amarmos, nada é impossível!
Então voltei a sorrir, com a automática sensação de estar mais calma. Nossa união seria a força para vencermos qualquer desafio.
Finalmente entrando na cidade, pedi informações sobre onde ficava o hotel e, seguindo a direção que me foi indicada, cheguei sã e salva. Estacionei o carro, olhei o relógio e vi que já era bem tarde, a peça devia ter acabado há bastante tempo. Conforme combinado, enviei por celular uma mensagem para Anahí, avisando que tinha conseguido chegar bem. Entrei no hotel e fui direto à recepção, onde confirmaram que Christopher já havia retornado, e deram-me o número do seu quarto.
Era um hotel pequeno, apenas três pavimentos. Por isso subi as escadas correndo e fui até o último andar, onde ficava seu quarto. Não demorei a encontrar a porta certa, ajeitei meu cabelo, armei meu melhor sorriso e bati, imaginado a alegria que veria em seu rosto ao me ver ali. Não se passou muito tempo, a porta se abriu, mas meu sorriso morreu quando vi quem estava parada bem à minha frente, enrolada num lençol, com cara sonolenta.
— Desculpe, acho que bati na porta errada. — falei começando a me afastar.
— Quem você está procurando? — Natalia perguntou calmamente.
— O Christopher é claro — respondi. — Mas já vi que errei de quarto. — ela então sorriu.
— Sinto discordar, mas você veio ao lugar certo. — falou encostada no batente.
— Como assim? — perguntei confusa.
— Esse é o quarto do Christopher. — respondeu como se não fosse nada demais.
Senti meu peito comprimir com a informação.
— E o que você está fazendo aqui? — perguntei olhando seu corpo mal encoberto pelo lençol.
Ela deu uma risadinha
— Ora, Dulce! O que você acha que nós estávamos fazendo? — sussurrou maliciosa, antes de abrir a porta.
Na cama, Christopher dormia um sono profundo, de bruços, despido. Em seu pulso esquerdo, o relógio que ela havia lhe presenteado. Em cima de uma mesa, todos os outros presentes abertos. Comecei a dar passos para trás, até que senti a parede do corredor nas minhas costas.
— Sinto que tenha descoberto assim. Mas te avisei, não é mesmo, garotinha? — falou com voz infantil. — De um jeito ou de outro, sempre consigo o que quero.
Eu olhei pra ela horrorizada, vendo seu cabelo despenteado, seu sorriso perfeito. Quis gritar. Mas ao abrir a boca não consegui emitir nenhum som. Tinha perdido a voz. Ela me encarava com olhar vitorioso e sem nenhum constrangimento. Senti uma vertigem, acompanhada de forte enjoo. Eu tinha que sair dali antes que vomitasse na frente dela. Não lhe daria o prazer de me ver mais humilhada do que já estava. Saí correndo, com uma mão na boca e a outra tateando pelas paredes.
Desci as escadas como se estivesse sendo perseguida por cães ferozes. Passei pela recepção, atravessei a rua correndo, fazendo um carro parar bruscamente e ouvi o motorista reclamar chateado. Mas não conseguia prestar atenção a mais nada. Parando ao lado do meu carro, não suportei e vomitei tudo que tinha no estômago ali mesmo na calçada. Terminei esgotada. Procurei as chaves na bolsa. Minhas mãos tremiam tanto que não as encontrava. Consegui finalmente pegá-las, mas deixei-as cair três vezes no chão antes de acertar na fechadura. Com dificuldade, dei a partida e saí cantando pneus. Tudo o que sabia é que precisava sair dali, fugir pra bem longe, e rápido.
Minha mente ainda estava em choque. Há quanto tempo aquilo devia estar acontecendo? Há quanto tempo eles dormiam juntos? E todos aqueles presentes? O relógio em seu pulso! Ele tinha mentido pra mim! Ele tinha me enganado! Ele tinha me traído!
Eu sentia meu peito cada vez mais apertado, como se algo estivesse pressionando dolorosamente de dentro para fora, como o alienígena parasita dentro do corpo do astronauta no filme Alien, que saía rasgando as entranhas do personagem para conseguir liberdade.
Sem perceber, lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Um choro incontrolável começou. Uma dor além da compreensão me invadia, a dor de sonhos perdidos, planos inacabados e promessas desfeitas.
Maldita a hora em que havia acordado naquele quarto de hospital e visto o seu rosto. Maldita a hora em que havia sido enfeitiçada pelo seu olhar e que suas palavras fizeram morada em meu coração. Maldita a hora em que seus beijos me prenderam e me deixei seduzir pelo seu corpo, pela sua voz, por suas mentiras.
As lágrimas encharcavam meu rosto e embaçavam minha visão. Meu pé ainda pisava fundo no acelerador. Nada mais fazia sentido. O que importava na minha vida agora? Estava sozinha, tão sozinha. Eu tinha conhecido a perfeição, mas isso não impediu que um veneno perigoso se aproximasse de nós e nos separasse, nenhuma perfeição pôde manter esse amor vivo.
O gelo tornou aquele trecho da pista muito escorregadio e um carro parou bruscamente à frente do meu. Pisei com o pé no freio, mas como vinha com muita velocidade, a súbita freada fez meu carro rodar. Desesperada, tentei controlar com o volante, rodopiei na pista e, por um triz, consegui fazer o carro parar no acostamento.
Respirei fundo diversas vezes tentando me acalmar, entendendo que estava viva por milagre. Nesse momento, as palavras de Anahí me vieram à mente, a promessa que havia feito de ser cuidadosa, que tomaria conta de mim e do meu bebê. Então, com as mãos no ventre, compreendi que não estava sozinha, nunca mais estaria. Um pequeno ser dependia de mim para continuar vivendo, não podia mais me dar ao luxo de ser descuidada. Ao pensar no que o pai do meu bebê tinha acabado de fazer ou poderia estar fazendo, uma nova onda de desespero e tristeza me invadiu. Recomecei a chorar e soluçar descontroladamente. Com certeza, não tinha condições de continuar dirigindo.
Não sei como, peguei o celular em minha bolsa e liguei para a única pessoa que podia me ajudar nessa situação.
— Pai, sou eu. — identifiquei-me aos soluços. — Estou sozinha e preciso de ajuda. Por favor, pode vir me buscar com a mamãe? Mais tarde eu explico.
Depois de informar onde estava e dele prometer que viria o mais rápido possível, desliguei o celular e joguei os braços ao volante, onde afundei minha cabeça, enquanto meu corpo se sacudia com a força do meu pranto.
— Maldita a hora em que te dei meu coração, Christopher Uckermann!
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
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lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
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∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
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LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
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anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
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Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
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Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
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jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
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stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
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naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
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melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3