Fanfics Brasil - 2 Temporada - 057 Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída)

Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy


Capítulo: 2 Temporada - 057

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CAPÍTULO DEZOITO




"Se eu perdoaria uma traição?


Não!


Apenas erros podem ser perdoados, e traição não é um erro, é uma escolha.


Acho que te amava, agora acho que te odeio."


 


 


 


 


Tentei me mexer, mas sentia o corpo pesado.Continuei respirando, tentando fazer a cabeça parar de girar. Fiz mais um esforço e consegui mover os braços, colocando um deles sobre os olhos.


Ainda não os tinha aberto, mas podia perceber a claridade que entrava pela janela e estava incomodando.


Nossa! Acho que aquela bebida acabou comigo! — pensei sonolento. — E o mais curioso é que nem bebi tanto assim.


Sentia a língua pesada e pastosa na boca, estava com muita sede. Apesar do mal estar, resolvi levantar e pegar uma garrafa de água no frigobar. Estiquei o outro braço e minha mão tocou algo morno e volumoso. Com a força da surpresa, abri os olhos rapidamente e gemi quando fiz isso, a luz incomodava muito mesmo, forcei minha vista a se acostumar com aquela luminosidade e olhei para o lado. Pulei da cama sem pensar duas vezes.


— Céus! — soltei ao me levantar.


Sonolenta e despida, Natalia começou a se mexer na cama devagar, se espreguiçando como uma gata embaixo do lençol.


— Volta pra cama, Uckerr. — ela murmurou. — Ainda é muito cedo!


— O que pensa que está fazendo? — perguntei apavorado.


— Até poucos minutos atrás, dormindo com você. — respondeu sem abrir os olhos, com a cara enfiada no travesseiro.


— Não era pra você estar aqui! — retruquei rápido. — Este é o meu quarto! — disse, olhando ao redor, certificando-me de estar no cômodo certo.


— Olha, você não reclamou sobre isso ontem à noite. Mas se soubesse que preferia o meu quarto, tinha mudado a direção que seguimos. — falou de olhos fechados.


— Como assim? Passamos a noite toda dormindo juntos? — perguntei confuso. Ela deu uma risadinha, abriu os olhos e me olhou.


— Bem, eu não diria exatamente dormindo o tempo todo. Dormir foi o que menos fizemos. Que tal voltar pra cá e descansar mais um pouco? — seu olhar desceu pelo meu corpo. Quando vi a direção que seguiu, percebi horrorizado que estava tão à vontade quanto ela. Senti-me completamente vulnerável e violado.


— Droga! — constrangido, coloquei as mãos tentando me cobrir, ela soltou mais uma risadinha atrevida.


— Relaxa! Nada que já não tenha visto antes.


Aquilo não podia ser verdade. Só podia ser um pesadelo! Sem condições de lidar com essa situação bizarra, corri para o banheiro e tranquei a porta. Fui até a pia, abri a torneira e joguei bastante água fria no rosto. Talvez isso me fizesse despertar de vez e quando acordasse descobriria que tudo não passou de uma ilusão pelos excessos da noite anterior. Quando olhei meu pulso, arregalei os olhos. Lá estava o relógio que Natalia tinha me dado, o mesmo relógio que tinha trazido para devolver.


Como isso pode ter acontecido? — perguntava-me totalmente pasmo. — Como o relógio tinha ido parar ali?


Retirei-o rapidamente como se aquele contato me queimasse e joguei na bancada. Não satisfeito, peguei uma toalha e coloquei por cima dele, escondendo-o. Não queria continuar olhando aquilo. Comecei a me examinar melhor a procura de outra possível anormalidade. De frente para o espelho, via meu reflexo de corpo inteiro. Podia ver com clareza pequenas marcas espalhadas pelo meu peito e pescoço, algumas avermelhadas e duas arroxeadas, bem próximas à orelha. Depois, senti um perfume que não era o meu impregnado pelo meu corpo.


Fiz uma careta, reconhecendo o aroma forte que costumava exalar de Natalia. Senti náuseas, estava com nojo de mim mesmo. Precisava tirar aquilo da pele antes que vomitasse.


Entrei rápido na ducha de jato forte e quente. Coloquei uma quantidade generosa de sabonete líquido na esponja e esfreguei com força rosto, pescoço, peito, braços, pernas, tudo. Queria me livrar de qualquer vestígio daquela mulher.


Repeti o processo três vezes e ainda não me sentia bem. Não conseguia me sentir limpo. Se pudesse, ferveria meu corpo em água escaldante para ficar esterilizado. Enquanto realizava esse procedimento de limpeza, esforcei por me lembrar o que tinha acontecido na noite anterior. Recordava claramente de chegar ao hotel e deixar minhas coisas no quarto. Depois, por estar atrasado, corri para o teatro, onde todo o elenco me aguardava impaciente e preocupado. Para tornar o clima mais descontraído, brinquei um pouco dizendo que adorava pregar sustos e o pessoal acabou me perdoando. Natalia foi a primeira a me abraçar, afirmando estar cheia de saudade.


Procurei ser educado, porém firme com ela. Gentilmente me livrei do seu abraço, avisando que mais tarde precisávamos conversar e que devolveria todos os presentes. Lembro-me do seu olhar decepcionado, quase triste e magoado. Por um momento me senti mal por ter que tratá-la assim, mas sabia que precisava esclarecer o tipo de relacionamento que tínhamos e garantir que nunca passaríamos de amigos e colegas de profissão. Foi com um sorriso tristonho que ela se afastou, mexendo a cabeça e concordando que voltaríamos a nos falar mais tarde.


A peça transcorreu da mesma forma de sempre, elenco afiado, teatro lotado, plateia animada e, ao final, palmas, muitas palmas. Voltei para o hotel sentindo mais do que apenas a sensação de dever cumprido. A satisfação por estar trabalhando naquilo que realmente gostava e os recentes resultados positivos me enchiam de alegria e esperança. Somados ao fato de que a minha vida pessoal voltava a se equilibrar, acreditei que o pior da tempestade havia passado e que as nuvens no horizonte começavam a se dissipar.


Natalia chegou logo em seguida, sorrindo bastante. Segurou-me pelo braço e agindo como se nenhum inconveniente tivesse ocorrido, convidou-me para ir até o bar para conversarmos. Fiquei em dúvida se seria prudente aceitar. Meu rosto deve ter refletido minha indecisão, pois soltou uma risada charmosa e garantiu que havia entendido a mensagem. De agora em diante, tudo o que desejava era minha amizade e companhia para um drinque de final de noite.


Seu olhar e sorriso amistosos acabaram por me convencer. Estava tão feliz com os recentes acontecimentos em minha vida, que achei que uma pequena comemoração não faria mal. Além disso, seria uma boa maneira de mostrar à Natalia que os fatos daquela semana eram página virada e não guardava ressentimento. Não querendo ser deselegante, ofereci-lhe o braço, que ela aceitou com um grande sorriso. Estávamos muito bem humorados. Ocupamos uma mesa no bar do hotel e a conversa interessante que se seguiu foi regada a vinho, brincadeiras, boas risadas e um brinde ao sucesso da noite. Fácil perder a noção do tempo quando estamos tão descontraídos. Fiquei surpreso ao perceber o quanto ela era resistente ao álcool, acostumado a sair com Dulce, que era tão comedida nesse aspecto. Estranhava ter ao meu lado uma mulher que se excedia com tanta facilidade.


Desse ponto em diante as lembranças começavam a ficar nebulosas, lembro de rir bastante e de Natalia perguntar se eu estava bem. Sentia-me relaxado, quase flutuando e estranhamente eufórico. Algumas imagens confusas atravessavam minha mente. Cenas saindo do restaurante apoiado na Natalia e parado em frente à porta do meu quarto sem conseguir acertar a chave na fechadura. Lembrava também da risada dela ao retirar a chave de minhas mãos e abrir a porta com facilidade. Desse ponto em diante nada, absolutamente nada.


Enquanto passava xampu em meus cabelos, esforçava-me por lembrar qualquer outro detalhe. Mas nada me vinha. Frustrado, acabei o banho e comecei a me enxugar.


Será que fiz o que penso que fiz? — perguntei-me angustiado.


Enrolei a toalha à cintura e voltei para o quarto disposto a tirar essa história à limpo de uma vez por todas. Mas qual não foi minha surpresa ao vê-la de pé, falando ao telefone, vestindo uma de minhas camisetas e parecendo completamente à vontade com a situação.


— Bom que voltou! — exclamou alegre, assim que desligou. — Acabei de pedir nosso café da manhã. Não estava muito certa sobre o que você gosta, então escolhi um pouco de tudo.


Continuei olhando para ela sem acreditar que aquilo pudesse estar acontecendo.


— Se não se importa, acho que vou tomar um banho também antes que chegue nosso desjejum, embora seja quase hora do almoço. — e ao dizer isso se aproximou e me segurou pela cintura. — Ia te convidar pra tomarmos banho juntos, mas já que você se antecipou, pode ficar pra próxima!


Não suportava mais aquilo, me afastei dela, empurrando-a bruscamente.


— Ei! — reclamou zangada. — O que você tem?


— Natalia, preciso que me responda uma coisa e quero que diga a verdade. — exigi muito sério.


— O que quer saber? — perguntou irritada, passando a mão pelos cabelos.


— Como você veio parar aqui?



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— Você não lembra? — falou desconfiada e estreitando os olhos. — Não estaria perguntando se lembrasse! — respondi impaciente. — Ontem você ficou meio alto com a bebida e tive que ajudá-lo a voltar para o quarto. — informou enquanto ajeitava sua franja com a mão. — E como você cont ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 767



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  • lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13

    vondy por suerte hasta la muerte

  • ∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10

    Amei a fic parabens *-*

  • LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48

    Sdds

  • anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43

    Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce

  • Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10

    PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO

  • Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15

    Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.

  • jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46

    lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3

  • stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51

    Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!

  • naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19

    Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.

  • melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22

    Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3


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