Fanfics Brasil - 2 Temporada - 060 Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída)

Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy


Capítulo: 2 Temporada - 060

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Dizendo isso, girou o corpo, deu-me as costas, entrou e fechou a porta. Fiquei ali, estarrecido.


Olhei a mala e o violão à minha frente e não conseguia me mexer. Minha mente em confusão, tentando assimilar aquela estranha realidade. A impressão era que tinha acordado dentro desse estranho universo paralelo, onde coisas impossíveis aconteciam, coisas como acordar nu ao lado da Natalia, saber que sua esposa tinha dado um flagrante em sua suposta noite de adultério e, agora, ser expulso de casa sem ter a mínima oportunidade de defesa. E o pior de tudo, sem saber ao certo como me defender ou mesmo se havia defesa.


Suspirei tristemente. Estava só, perdido, vazio. Ficar sem Dulce era como estar pela metade, como se todo o oxigênio ao meu redor tivesse desaparecido. Estar sem ela me deixava desorientado, sem saber aonde ir e o que fazer. Por fim, numa reação automática, meus pés se moveram, peguei minhas coisas e comecei a me afastar dali. A cada passo, sentia meu coração ficar mais e mais pra trás, até que já estava tão distante, que havia deixado de ser eu a andar. Restava uma casca vazia, uma sombra.


A neve recomeçou a cair me envolvendo em seu branco manto. Não sentia o frio, nada se comparava ao gelo dentro de mim. Minhas pernas se moviam em marcha lenta. Olhava para frente, mas nada via. Nada escutava. Sentia que respirava porque o peso que carregava me obrigava a fazer um esforço físico redobrado e respirar pesado. Minha mão doía, mas não me importava. Aquela dor era bem vinda. Não era nada comparada a dor que estava sentindo na alma. Essa dor, sim, pela intensidade, faria com que gritasse tão alto que acordaria até os mortos.


Sem perceber, fui para o único lugar que acreditava ainda ser bem recebido. Estava tão imerso na dor que não percebi que já havia chegado. Fiquei parado diante da porta fechada, olhando para frente, como se fosse abrir por mágica, esquecendo totalmente que tinha que apertar a campainha ou bater à porta. Depois de ficar ali um tempo considerável, finalmente, percebi que a porta não abriria sozinha, nem se falasse palavras mágicas como “Abre-te, Sésamo!”. Estiquei o braço, apertei a campainha e aguardei. Pouco depois a porta se abriu.


— Christopher, que surpresa! — surgiu Marichelo, com expressão gentil. — Não sabia que já tinha voltado. Há quanto tempo está aí? Você está coberto de neve! Vamos entrar!


Entramos no ambiente quente e agradável. Só então pude comparar o quanto estava gélido lá fora. Ela olhou curiosa a bagagem que depositava no chão e me perguntei o motivo da mãe da Anahí estar ali.


— O Poncho está?


— Sim, ele está deitado em seu quarto. Tem estado de repouso por ordens médicas, devido a uma forte pneumonia. — respondeu simpática.


— Pneumonia? Ele está bem? — perguntei surpreso com seu estado.


— Está bem melhor, os remédios estão fazendo efeito e está se recuperando. Eu e a Annie temos nos revezado nos cuidados com ele. Ela estava aqui há pouco, mas recebeu uma ligação da sua casa e teve que sair para ver a Dulce. Então fiquei no lugar dela.


Fiquei apreensivo diante do que ouvi. Com certeza, nesse momento, Anahí já devia saber toda a história.


— Posso falar com o Poncho? — perguntei ansioso.


— Claro, ele está acordado. Pode ir. Conhece o caminho.


Parei na porta do quarto e dei uma pancadinha para me anunciar.


Poncho estava deitado, com as costas e cabeça apoiadas em alguns travesseiros, o corpo aquecido por um bom cobertor. Não me parecia doente, sua cor estava boa, saudável. Com certeza, reflexo do cuidado dobrado da família Portilla. Ele levantou a cabeça do livro que estava lendo. Vendo-me, sorriu e estendeu a mão em cumprimento.


— Chegou de viagem agora? — perguntou alegre, apontando a cadeira para que me sentasse.


— Mais ou menos.


— Como assim?


— Fui primeiro lá em casa, mas não pude ficar.


— Não pode? — perguntou franzindo a testa. — O que aconteceu?


Dei um suspiro e abaixei a cabeça.


— Não tenho mais pra onde voltar, Poncho. — respondi falando baixo. — Fui expulso de casa pelo meu pai.


O espanto em seu rosto se refletiu no tom de sua voz.


— Você o quê? — falou de forma exagerada. — Por quê?


— Ele acredita que sou adúltero. — respondi constrangido. — E pelo que percebi, a própria Dulce pensa assim também.


Seguiu-se um profundo silêncio, carregado de perguntas ansiosas e respostas envergonhadas que não foram verbalizadas. Poncho me olhava perplexo.


— Cara! Você tem que me contar tudo! — pediu preocupado.


Iniciei meu inacreditável relato, desde o momento da viagem até como tinha ido parar ali, sem saber o que fazer e nem para onde ir.


— Meu chapa, que loucura! Nem precisa pedir, pode ficar aqui o tempo que precisar! O sofá da sala não é lá essas coisas, mas, como dizem os mexicanos: mi casa, su casa!


— Realmente obrigado, Poncho! Fico te devendo mais essa. — agradeci desanimado.


— Nem pense nisso! — falou colocando uma mão em meu ombro. — Olha, quero que saiba que sinto muito, mas muito mesmo, que isso esteja acontecendo. Você e a Dulce não mereciam estar passando por essa, especialmente agora que estavam se acertando. Mas acho que depois que conversarem as coisas vão melhorar, não é mesmo?


— Gostaria de ter essa certeza. — respondi inseguro. — Só continuo de pé porque essa ainda é a minha esperança. Ah, cara! Não sei viver sem o meu Muffin de Baunilha!


— Eu sei, companheiro. — assentiu com um sorriso solidário. — Mas não perca o ânimo. As coisas vão se acertar. Como dizem por aí: “nada como um dia após o outro”.


— Que os céus te ouçam e digam amém!


— Cara, agora pensei numa coisa. — Poncho comentou sombrio.


— O quê? — perguntei preocupado com seu tom grave.


— O que a Annie vai fazer quando souber dessa história toda?


Olhamo-nos preocupados, tentando adivinhar qual seria a reação dela. Mas não precisamos esperar muito para saber a resposta.


Já que estava com o Poncho, Marichelo aproveitou para ir ao mercado comprar frutas, pão, leite e outras coisas que disse estarem acabando. Mais ou menos uma hora depois, Anahí chegou com a expressão cansada e triste. Assim que ela surgiu à porta, Poncho e eu nos entreolhamos tensos.


Quando os olhos dela me localizaram, senti como se fosse um alvo. Caminhou com passos duros e parou bem à minha frente. Depois de me lançar um olhar enigmático, sem aviso algum, deu-me um sonoro tapa no rosto.


— Esse é pela Dulce! — disse furiosa. E para meu espanto, deu-me um segundo tapa. — E esse é por mim!


Poncho correu para segurá-la, porque depois começou a me bater com a bolsa.


— Seu porco! Como pode fazer isso com ela? — gritava irada. — Faz alguma ideia de como ela está? Faz alguma ideia do mal que causou?


Poncho a segurava pelos ombros, enquanto ela continuava descontrolada.


— Acredite-me, Anahí! — falei, passando a mão no lado do rosto que ardia. — Eu também não estou em melhor estado!


— Acreditar em você? — esbravejou com tanta raiva que quase conseguiu voar novamente em cima de mim, não fosse o Poncho segurá-la com muita força. — Nunca mais acredito em nada que sair de sua boca! Eu sempre defendi você, mesmo nos momentos de maior desespero da Dulce. Apoiei você, incentivei para que ela lhe desse uma chance, encorajei para que ela se aproximasse de você! E para quê? Só para que você destruísse algo bom e puro como ela! Eu nunca vou lhe perdoar! E eu ainda havia lhe perguntado, lembra? Eu perguntei se você tinha ou pensava ter alguma coisa com a "rata”! Como vocês dois devem ter rido às minhas custas! Você abusou da minha amizade, tripudiou minha honradez e magoou uma das pessoas a quem mais amo no mundo! Nós alemãos dizemos que, quando um hóspede chega à nossa casa, é como se estivéssemos recebendo a visita de um deus. Mas quero que saiba que, daqui em diante, você não é mais bem vindo em minha casa, nem por mim, nem por minha família.


— Gata, vai com calma! — Poncho alertou. — Não exagere!


— Não exagerar? — falou imperiosa. — O que você quer dizer com isso? Por acaso pensa abrigar esse suíno em sua casa?


— Anahí, ele é o meu melhor amigo! — se justificou.


— Pois entenda uma coisa, enquanto ele estiver aqui, não voltarei a pisar nem no seu capacho de entrada! — e com um puxão conseguiu se soltar, virando de frente pra ele. — Por favor, não me decepcione também!



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Em seguida, sem voltar a olhar para nenhum de nós, saiu andando de costas retas e cabeça erguida. Depois que escutamos a porta da frente bater, Poncho e eu nos sentamos na cama, ainda sem conseguir acreditar no que tinha acabado de acontecer. — Vou embora. — anunciei depois de passado certo tempo pensando. — Não quero ser mot ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 767



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  • lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13

    vondy por suerte hasta la muerte

  • ∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10

    Amei a fic parabens *-*

  • LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48

    Sdds

  • anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43

    Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce

  • Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10

    PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO

  • Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15

    Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.

  • jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46

    lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3

  • stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51

    Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!

  • naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19

    Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.

  • melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22

    Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3


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