Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
De forma obediente, ele se sentou na pequena mesa de dois lugares, retirando o paletó, afrouxando e retirando a gravata, desabotoando um pouco a camisa branca. Preparei o chá num clima silencioso, mas descontraído.
— Obrigado. — retribuiu ao lhe servir uma caneca com a bebida fumegante.
Sentei à sua frente e começamos a bebericar com satisfação.
— Delicioso. — ele elogiou com expressão prazerosa.
— Hum, hum. — murmurei em concordância.
— Preciso ser sincero.
— Sobre? — perguntei curiosa.
— Sobre você. — respondeu pensativo. — Sobre mim.
— Sobre nós? — indaguei surpresa.
— E existe um nós? — replicou com um sorriso insinuante.
— Não coloque palavras em minha boca, você sabe o que eu quis dizer. — declarei séria.
Ele soltou um longo suspiro.
— Sim. Infelizmente sei, é que tive a esperança de... — parou de falar olhando fixamente para o seu chá.
— De... — estimulei.
— De que meus sentimentos fossem correspondidos. — completou, dando de ombros.
Parei a caneca a meio caminho da boca. Seria possível que tivesse ouvido corretamente? Estaria o Samuel Herrera se declarando? Achei melhor não levar aquilo à sério. Nosso pouco contato já havia revelado o grande conquistador que era; provavelmente, seria só uma nova tentativa leviana de sedução.
— Preciso ir embora. — informei, depositando a caneca na mesa e logo me pondo de pé.
— Espere! — pediu rapidamente, ao tempo em que segurava meu pulso. Mas me soltou, logo que viu que tentei me afastar de seu contato. — Por favor, fique. Eu preciso dizer algumas coisas antes que parta e quero fazer isso enquanto ainda tenho coragem e estamos sozinhos.
Ele falava sério, seu rosto demonstrava tensão e constrangimento, como se não estivesse muito acostumado a pedir favores, especialmente esse. A situação começava a revelar-se tão diferente, que resolvi ceder. Voltei a sentar e aguardei pelo que viria.
— Não sou homem de rodeios, costumo ser direto. Quando vejo algo que quero, estico a mão e pego, simples assim. — afirmou com voz firme. — E desde a primeira vez que te vi parada aqui na porta de casa, quando me confundiu com o Alfonso, soube que te queria. Apenas fisicamente à princípio, tenho que confessar. Uma atração louca que me tirou noites de sono, especialmente sabendo que você estava dormindo o tempo todo bem ao lado. — confessou com riso nervoso. — Até o sentimento ser só físico, tudo bem, eu sabia lidar com isso, afinal não sou mais adolescente. Os dias foram passando, comecei a te observar melhor. Mesmo me evitando como fazia, e nem tente negar, sei que você me evitava, e tudo bem. No seu lugar, talvez fizesse o mesmo, principalmente depois do meu assédio naquela madrugada. Acredite, foi impossível me controlar, o impulso foi mais forte que todo bom senso.
— Recaída da fase adolescente? — perguntei.
— Provavelmente! No entanto, seria mais certo afirmar que esta seja uma reação a você. — respondeu bem humorado. — Quero que entenda que durante esse tempo em que esteve aqui, pude ver a forma como você e o Alfonso se relacionam. Várias vezes testemunhei o jeito carinhoso que o trata, o cuidado ao lembrar-se de lhe dar os remédios, mesmo durante a noite, deixando de dormir para cuidar dele, providenciando sua comida e qualquer coisa para seu bem estar. Então, comecei a sentir ciúmes, Anahí.
— Ciúmes? — indaguei surpresa.
— Sim, você oferece ao Alfonso tudo o que um homem quer numa garota. Você é bonita, inteligente, engraçada, leal e, tenho quase certeza, não decepciona em quesitos íntimos, pois nunca vi o Alfonso ficar apenas com uma garota por tanto tempo — sinal que está mais do que satisfeito. Agora, acompanhe o meu raciocínio, um cara descobre diante dele a garota dos seus sonhos, que demonstra ter o coração mais generoso que conheceu, além do sorriso mais bonito e do par de pernas mais bem feitas em que já pôs os olhos. Então, pergunto, como não amar uma mulher assim?
— Não sei se são por esses motivos, porém concordo que seu irmão me ama. — afirmei.
— Parece que sim, mas não estou falando do Alfonso. — esclareceu sacudindo a cabeça em negativa.
— De quem está falando? — inquiri franzindo a testa.
Ele me fitou muito sério e respirou fundo.
— De mim. — confessou me olhando fixamente. — Anahí, descobri que eu te amo. Se alguém tivesse me dito que algum dia eu passaria por uma situação como essa, diria que esse alguém tinha enlouquecido. Como ele conseguia ser tão cara de p/au?
— O que você sente não é amor, é inveja. Foi essa a cantada barata que usou para seduzir a outra namorada do Alfonso? — rebati cheia de ironia.
Ele me olhou espantado.
— Você não acredita em mim?
Virei os olhos.
— Por que deveria?
Seu rosto ganhou um tom avermelhado.
— Assumo que já fiz brincadeiras maldosas, mas agora é diferente.
— Você chama roubar a namorada do seu irmão apenas de uma brincadeira? Eu chamo de falta de caráter. — pontuei irritada.
— “Quem nunca errou que jogue a primeira pedra”! — profetizou igualmente aborrecido. — Não estou aqui para me desculpar pelos meus erros, muito menos para justificá-los, mas se serve para alguma coisa, saiba que eu era muito jovem e me deixei levar por emoções menos nobres. Entretanto, a situação agora não é a mesma. O tempo passou, eu mudei, amadureci e passei a querer coisas diferentes na vida, algo parecido com o que você e o Alfonso têm. Acredite, Anahí, você é a primeira garota que digo amar, nunca me declarei a ninguém, e alguma coisa me diz que talvez não exista outra pra quem irei repetir.
Eu estava completamente aturdida.
— O que você espera que eu faça? Que me jogue aos seus pés?
— Não chegaria a tanto, mas sei que você não me é completamente indiferente.
— O que o faz pensar assim? — perguntei chocada.
— Como o Alfonso não partiu pra cima de mim, acredito que não contou a ele sobre a gente se agarrando aquela noite no sofá, não é?
— Correção: você me agarrando! — retruquei indignada.
Ele suspirou impaciente.
— Que seja, se prefere assim. A questão é que sinto que você não é tão distante como tenta aparentar e que tem curiosidade a meu respeito. Eu percebo que se você nos desse uma chance, poderíamos ser tão ou mais felizes quanto você e o Alfonso.
— Você usa alguma droga ou delirar faz parte de uma estranha patologia? — argumentei esbanjando malícia. — Eu não quero e nem pretendo ficar com você. Eu amo o Poncho, aceite isso.
Samuel fechou a cara e trincou os dentes, parece que eu tinha conseguido atingir um ponto fraco em sua armadura. O que se confirmou quando ele segurou minha mão de uma forma não muito gentil.
— Sabe, Anahí, se existe uma coisa que me tira do sério são mentiras. Que você não acredite em mim, tudo bem, que duvide de minhas intenções, posso compreender, mas não venha me dizer que não sente nada por mim, quando sei que sente. Afinal, por que mais você esconderia do Alfonso o que aconteceu entre nós?
— Porque simplesmente não quero ser mais um motivo para aumentar a inimizade que existe entre vocês! — respondi tentando me soltar — Isso acaba aqui! Isso acaba agora!
— Por que está tão nervosa? Se realmente não sente nada por mim, porque fica fugindo? Do que tem medo? — insistiu sem me soltar.
— Eu não tenho medo de nada! Agora me solte! — exigi.
— Solte a Anahí agora!
Samuel e eu nos viramos para a porta. Estávamos tão concentrados em nossa discussão que não percebemos a chegada do Poncho. Senti seus dedos me soltarem e Poncho marchou em nossa direção.
— O que está acontecendo aqui? — perguntou num tom ameaçador.
Percebi que ele tinha ouvido apenas o final de nossa conversa. Levantei rápido e fiquei ao seu lado. Ele me abraçou protetoramente pelos ombros.
— Nada, foi só um mal entendido, uma brincadeira boba. — tentei desconversar. — Tínhamos acabado de beber chá e o Samuel já estava se retirando.
Poncho me olhou desconfiado e depois voltou a olhar para o irmão que continuava sentado.
— Isso é verdade? — perguntou para Samuel.
Olhei nervosa para o Sam, tentando transmitir com o olhar uma súplica muda para que confirmasse minhas palavras. Ele balançou o olhar entre Poncho e eu algumas vezes, parecendo estar na dúvida sobre o que responder. Quando finalmente ficou de pé e abriu a boca para falar, meu coração quase sai pela boca.
— Você não confia na palavra da sua namorada? — perguntou enigmático.
— Confio minha vida à Anahí. — Poncho afirmou sem vacilar.
Samuel sorriu.
— Então já tem sua resposta. Agora, se me dão licença, tive um longo dia e vou tomar um banho.
Quando ele tentou sair, Poncho me soltou, colocando-se à sua frente e impedindo sua passagem. Temi pelo pior.
— Antes de ir, um último aviso. Não me interessa se é ou não uma brincadeira, mas se colocar a mão nela novamente, seja pelo motivo que for, quebro seus dedos. Entendido? — Poncho informou num tom baixo e ameaçador.
Samuel se limitou a sorrir, encarando o irmão com calma, depois olhou para mim.
— Obrigado pelo chá, Anahí. É muito bom saber que temos algo em comum.
E em seguida se retirou, sem olhar para trás.
Eiita, os casais daqui não andam na melhor fase né? O que estão achando dessa separação Vondy e dessa atitudes da Anahi?
Até a próxima gatenhas, fuii...
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CAPÍTULO VINTE E UM "Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e acreditar outra vez." Virei de frente pra porta para encarar os olhos azuis da minha mãe, que me olhavam de forma indagadora. Por um breve momento fiquei sem saber o que fazer. — Por favor, entre! — disse ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
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lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
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∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
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LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
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anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
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Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
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Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
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jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
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stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
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naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
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melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3