Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
— Só posso ser feliz com ela, só conheci a verdadeira felicidade depois que a tive. — confidenciei, enfiando meu rosto em sua blusa. — Preciso dela, assim como necessito do ar que respiro!
Foi então que algo curioso aconteceu, ao esfregar o nariz na blusa da minha mãe, senti um cheirinho muito familiar, um aroma levemente adocicado, sem ser enjoativo. Aquele cheiro aqueceu meu coração e inundou meus pulmões de oxigênio como há vários dias não sentia. Era impossível não reconhecer aquele perfume de baunilha. Comecei a aspirar com mais força e enfiava meu nariz onde o cheiro se concentrava, ansiando por mais.
— O que é isso, Chris? — minha mãe perguntou rindo. — Você está parecendo um cachorrinho me focinhando desse jeito!
— Ela esteve deitada bem aqui, não esteve? — perguntei continuando a aspirar prazerosamente. — Bem aqui, onde estou agora?
— Sim, é verdade! — respondeu surpresa. — Eu a abracei e ela colocou a cabeça bem aí enquanto chorava. Como sabe disso?
— O cheiro dela. — respondi emocionado. — Senti o cheiro do seu perfume, o melhor cheiro do mundo!
Que presente inesperado e surpreendente aquele! Era como se a Dulce estivesse bem pertinho, seu rosto junto ao meu. Eu não sabia que química era aquela que atuava no meu cérebro quando meu olfato acusava aquele aroma, mas imediatamente sentia meu corpo respondendo, o coração voltando a bater forte no peito, adrenalina circulando, sangue correndo veloz nas veias, mãos impacientes, pele formigando... Eu ansiava por mais, muito mais.
Mas o doce presente era também amargo. Eu a queria ali. Queria sentir sua presença, ouvir sua voz, ver seus olhos brilhando, seu sorriso, ouvir sua risada, tocá-la. Tal qual um viciado que sabe que a droga faz mal mas não consegue parar, continuei cheirando e fungando, roçando todo o meu rosto, banhando-me o máximo que podia naquela amostra grátis do cheirinho dela.
— Chris, estou ao seu lado, filho, mas não aprovo o que fez. Mesmo não tendo certeza sobre o que aconteceu, você cometeu um erro. — falou abraçada a mim — Ainda é jovem e tem muito para aprender nessa vida. Ter aceitado o convite daquela mulher, sabendo do interesse dela por você, foi muita ingenuidade sua... Uma mulher apaixonada, ou melhor, perdidamente apaixonada e sem caráter, está disposta a tudo, não tem limite e vai às últimas consequências para conseguir o que deseja. Com a Dulce você conheceu o amor de uma mulher carinhosa, sensível e extremamente gentil. Não é por ser minha filha, mas ela é uma das pessoas mais doces que conheço, sempre tão amorosa e dedicada. Mas você não pode tê-la como parâmetro, tem que ficar vigilante, tem que amadurecer!
— Perdão, mamãe. — murmurei me sentindo miserável. — Faria qualquer coisa para conseguir voltar no tempo e consertar tudo.
— Não é esse o desejo de todos que já cometeram grandes erros na vida? Mas como máquinas de viagem no tempo ainda não existem, trate de aprender com seus erros e não cometê-los novamente!
— Mamãe, se eu conseguir passar por tudo isso, se a Dulce me perdoar e continuarmos juntos, prometo que, além dela, não fico sozinho com outra mulher, nem mesmo dentro de um elevador! — ouvi sua risada baixa.
— Tenho outro assunto para tratar com você. — seu tom voltou a ficar sério. — Falta apenas uma semana para o Natal. O que você pensa fazer? Planeja ficar aqui mesmo no hotel?
— Bem, ainda estava me decidindo. — respondi na dúvida. — Eu tinha esperança de que até lá tudo se resolvesse. — falei chateado.
— Eu também gostaria, mas pelo andar da carruagem, acho muito improvável. — afirmou. — Tenho o lugar ideal pra você ficar. É uma casa familiar. Não terá custos e irá dispor de um lar, comida, boa cama para dormir e, se quiser, um piano para tocar.
Levantei a cabeça e olhei em seus olhos, não podia imaginar um lugar assim naquele momento. Estava muito curioso.
— Que lugar é esse? — perguntei desconfiado.
— Sítio do vovô Uckermann! — respondeu animada.
— O quê?! — perguntei arregalando os olhos, surpreso. — Mas fica muito distante, no interior, vou ficar longe de Londres e da… Dulce!
— Estando ou não aqui, vocês continuam distantes. Sejamos sinceros, ela não quer lhe ver agora. Não consegue, precisa de um pouco de tempo pra se refazer! — cada palavra, como facadas, machucava meu peito, e me encolhi — Considero, por enquanto, que lá seria o lugar ideal. O vovô gostará de vê-lo e de ter sua companhia. Desde que a sua avó faleceu, ele se tornou um homem solitário. Será muito bom ter um neto passando o Natal com ele. Eu ficaria mais tranquila sabendo onde meu filho está, que está seguro, sendo bem tratado, e que não estará sozinho no Natal.
Olhei para o chão pensando sobre aquela sugestão. Não via meu avô há algum tempo. Realmente, depois que vovó faleceu, ele ficou mais recluso, saía pouco e quase nunca aparecia. Eu sempre gostei do meu avô, apesar de nos vermos pouco. Costumávamos passar parte das férias escolares com eles, e tinha ótimas recordações do sítio, de andar à cavalo, fazer fogueiras à noite, comer a deliciosa torta de maçã da vovó, nadar no lago, correr das galinhas, brincar de pique-esconde com minhas irmãs, de me esconder no celeiro com a Dulce — e de ouvi-la reclamar que lá podia ter rato. Tantas recordações com ela... Meu peito ardia ao pensar naquilo, queimava inteiro de saudade. Talvez fosse uma boa ideia. Estava desempregado e não podia me dar ao luxo de gastar todas as minhas economias pagando hotel. Depois, mesmo distante, agora que eu tinha moto, poderia voltar à Londres se precisasse. O que esperava que acontecesse logo. Não obstante, estaria satisfazendo a mamãe, deixando-a menos preocupada comigo.
— Então, o que você me diz? — perguntou cheia de expectativa.
— Acho… acho que está certa. — ela deu um largo sorriso ao ouvir aquilo. — Pode ser uma boa!
— Perfeito! — exclamou alegre.
— Quando falamos com o vovô? — perguntei.
— Já falei! Está tudo combinado! — respondeu para meu espanto. — Eu tinha certeza que você ia aceitar. Então, tomei a liberdade de ligar para o seu avô. Contei o que aconteceu e acertei tudo. Ele estará esperando por você amanhã na hora do almoço.
— Como assim? Ele já sabe tudo? — perguntei preocupado.
— Ele tem uma ideia geral do que aconteceu, poupei-lhe dos detalhes. Mas você não precisará chegar inventando uma história qualquer para justificar sua estadia, ele sabe o suficiente. — fiquei um pouco nervoso ao ouvir aquilo.
— E o que ele achou de tudo? — perguntei encabulado.
— Bem, ele não disse muito, ouviu em silêncio e limitou-se a comentar: “Que confusão dos diabos!”. — respondeu imitando o jeito de falar do vovô. — Fique tranquilo, meu filho, seu avô não o receberá para julgá-lo. Pode ser meio caladão, mas é um bom homem.
Mesmo relutante, entendi que não tinha melhor opção no momento.
— Está certo! — falei passando nervosamente a mão pelo cabelo.
— Ótimo! Agora que a minha missão está cumprida, preciso voltar para casa, ninguém sabe que vim aqui e quero que continue assim. — falou ao se levantar, e a acompanhei.
— Não posso nem mandar um recado para a Dulce? — perguntei triste.
— Não, querido. Sinto muito. — respondeu igualmente triste, colocando a bolsa no ombro.
— Queria poder mandar alguma coisa para ela, um bilhete, uma carta, qualquer coisa! Eu queria muito que ela soubesse que ainda a amo e amarei pra sempre. — sentei novamente na cama, enquanto ela andava até a porta e ficava de costas pra mim.
— Eu não deveria fazer isso... Se o Vitor desconfiar do que vou dizer agora, vamos brigar feio! — falou se virando rapidamente. — Usar telefone, celular, carta... nada disso vai funcionar. Seu pai fiscaliza tudo, e com toda a razão! Mas se enviar uma mensagem pra ela é realmente tão importante …
Fiquei de pé e me aproximei, cheio de expectativa.
— Existe uma maneira? — perguntei animado. — Como? Fala, mãe!
— Está bem, está bem! — disse rápido e estendendo as mãos na frente do corpo. — Desde ontem a incentivamos tentar se distrair, e eu sei que ela tem navegado um pouco pela internet e lido e-mails.
— E-mail? — levei as mãos na cabeça e soltei uma gargalhada. — Por que não pensei nisso antes?
Minha mãe recuou, como se não estivesse muito certa de ter feito a melhor coisa.
— Faça-me um favor, finja que não estive aqui e, principalmente, que disse essas últimas palavras!
— Mamãe, você é a melhor! — falei agarrando-a pela cintura e erguendo-a.
— Não me agradeça. Ainda estou muito chateada com você, rapazinho! — disse erguendo o dedo pra mim com severidade. — Agora, coloque-me no chão, preciso ir pra casa antes que seu pai fique desconfiado.
— Obrigado, mãe. — agradeci ao seu ouvido, enquanto a abraçava.
— Cuide-se, meu filho! — aconselhou segurando meu rosto. — E se não nos falarmos até lá, tenha um feliz Natal!
— Não será Natal estando longe dela. Mas a senhora acabou de me dar um presente antecipado.
Depois que mamãe partiu, corri para o computador, entrei no meu e-mail, cliquei em “nova mensagem”, digitei o e-mail dela e… nada. Passou-se mais um tempo. Nada. Não conseguia digitar, via o cursor piscando à minha frente, mas não sabia como começar. Aquilo era muito irônico, depois de tanto tempo procurando um meio para falar com ela, consigo um e fico travado!
Naquela noite, deitei na cama pensando sobre o que deveria escrever e como começar. Tudo que me vinha à cabeça parecia bobo ou sem sentido. Queria encontrar a maneira correta, as palavras adequadas. Foi então que, ao ligar o rádio e colocar os fones no ouvido, o destino finalmente me deu uma luz. Tinha acabado de encontrar a maneira perfeita, tocando bem aos meus ouvidos.
Já era madrugada quando me sentei em frente ao computador, digitei uma mensagem curta, mas consistente, e anexei à mensagem principal. Cliquei ansioso em “enviar” e foi com excitação que li:
“mensagem enviada com sucesso”.
Voltei para a cama, mas não conseguia dormir. Tudo em que pensava era qual seria a reação da Dulce quando tivesse acesso à minha mensagem. Como receberia aquilo? Será que ela abriria o email ou simplesmente iria apagar? Engoli seco pensando nisso, afinal, essa era uma possibilidade. Eu preferia ter fé de que sua curiosidade seria mais forte. E foi com essa esperança que adormeci, deslizando suavemente para o mundo dos sonhos, onde baunilha e mel me aguardavam.
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CAPÍTULO VINTE E DOIS O tempo deixa perguntas, mostra respostas, esclarece dúvidas, mas, acima de tudo, o tempo traz verdades. Tempo.Segundos. Minutos. Horas. Dias. Semanas. Dia ou noite. Tempo: algo muito relativo e sem sentido em minha vida. Eu não sabia a que horas acordava, comia ou dormia. Tudo o que sabia era que a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
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lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
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∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
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LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
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anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
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Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
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Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
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jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
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stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
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naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
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melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3