Fanfics Brasil - 2 Temporada - 067 Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída)

Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy


Capítulo: 2 Temporada - 067

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— Você deve procurar um médico o quanto antes. — aconselhou. — Fazer exames, verificar se está tudo bem, começar seu pré-natal. Não queremos mais sustos, não é mesmo? 


— Vou marcar uma consulta. — falei ainda fungando.


Dois dias depois, acompanhada por mamãe, já estava no consultório da médica que, num tom tranquilo e profissional, ouviu e falou tudo o que eu precisava saber. Depois do longo interrogatório, foi minha vez de fazer perguntas e tirar dúvidas. Tudo estava indo relativamente bem, até ela comentar algo que me fez remoer de dor novamente.


— Se não ocorrer desconforto ou sangramento, pode continuar a ter relações sexuais normalmente.


Senti minha cabeça girar, não queria pensar nele, não podia pensar nele, ainda mais fazendo sexo com ele. Precisava afastar aqueles pensamentos da cabeça. Imagens das várias vezes que nos amamos começaram a aparecer na minha mente. Mas a imagem que tive dele deitado naquele quarto de hotel e o sorriso triunfante daquela serpente, começaram a sobressair.


Pedi licença para ir ao banheiro. Segurei-me na bancada, fechei os olhos, respirei fundo várias vezes e lavei o rosto com água fria, procurando me acalmar. Tinha que conseguir me controlar, não queria desmoronar novamente.


Depois da consulta, fomos fazer a ultrassonografia. Troquei de roupa nervosa e deitei na maca. Segurei forte a mão da mamãe e quase voltei a chorar me lembrando de quem deveria estar em seu lugar. Prendi forte o choro enquanto a médica passava o gel em minha barriga. Eu olhava para aquela tela, sem conseguir enxergar nada. Só via manchas. Tinha até dúvida se havia realmente alguma coisa dentro de mim. Então vi a médica sorrir.


— Aqui está ele. — relatou alegre. — Confirmado, Dulce, cerca de seis semanas de gestação. Desenvolvimento normal para o período.


— Onde está? Não vejo nada. — perguntei forçando a vista.


— Bem aqui. — respondeu e marcou um pequeno ponto branco na tela. — Realmente, não tem muito para ver agora, mas irá crescer. Agora, seu bebê é do tamanho de um grão de arroz.


— Um grão de arroz! — repeti completamente deslumbrada, e mamãe me olhava sorridente.


Lá estava. Agora via a pequena sementinha dentro de mim. Parecia minúsculo, mas já era o meu bebê, não importava o tamanho. Por ele, deveria ser forte, parar de ser tão boba e chorona; deveria enfrentar os problemas de frente.


Aquele momento único e especial deveria ter sido compartilhado com o outro envolvido naquilo tudo, o pai do meu bebê, o mesmo que há poucos dias tinha revelado um lado sombrio que nos afastou inesperadamente. Olhei pra tela novamente e senti a tristeza sendo empurrada para um canto, substituída por outro sentimento igualmente poderoso, a raiva. Fiz uma promessa a mim mesma e ao meu bebê: não seria a única a assumir esta responsabilidade, meu filho tinha um pai que, mesmo tendo me decepcionado como marido, ainda era pai. E era meu dever contar tudo a ele o quanto antes.


— Quando os exames ficarão prontos? — perguntei.


— Os resultados saem em poucos dias. — a médica respondeu.


— Ótimo! — respondi satisfeita.


De posse de todos os resultados, colocaria o Christopher a par de tudo, não iria poupá-lo de sua responsabilidade. Durante todo o trajeto de volta pra casa, sentada no carro, a raiva silenciosa tomava conta do meu corpo. Raiva dele, dela, raiva de mim mesma, de como pude ter me deixado enganar tão facilmente por eles, de como tinha me deixado usar e ser manipulada daquela forma.


Fiquei na sala pensando sobre tudo que estava acontecendo, a cabeça trabalhando veloz. Nunca fui uma pessoa violenta. Agredir não faz parte do meu comportamento, mas agora, com a ira circulando pelo meu corpo, tive ímpetos de bater, de socar alguém ou alguma coisa, pra aliviar ou descontar toda a dor que sentia. Porque a dor estava lá, sempre lá.


Inesperadamente, uma imagem invadiu a minha mente. Fechei os olhos e me vi brigando com alguém. Era uma discussão. Dava as costas para a pessoa com quem gritava e, pouco depois, ouvi a palavra “vadia” sendo pronunciada por alguém atrás de mim. Uma raiva pulsante tomou conta do meu corpo e guiou meus atos me fazendo girar e esbofetear com toda a força. Então a imagem clareou e vi quem tinha recebido o tapa. Vi o rosto dele virado, as marcas vermelhas, mas enquanto aquela antiga Dulce tinha se arrependido, a atual assistiu e se regozijou. Súbito, a cena mudou e me vi sendo agarrada, beijada, empurrada contra uma bancada. Eu não suportava mais ver aquilo, queria parar as imagens, mas não conseguia. Queria me concentrar na raiva, na violência, mas aqueles beijos estavam me destruindo. Apesar de toda a dor e ira, sentia que ainda gostava daquilo, pior, precisava daquilo, sentir aquela paixão circular pelo meu corpo.


Finalmente tudo acabou. Como veio se foi. Em choque, sentei no sofá. Sem forças, completamente dividida, amor e ódio se digladiando dentro do meu peito. Peguei uma almofada e comecei a socar, tentando colocar pra fora todos aqueles sentimentos confusos.


— Chega de sofrer! — disse pra mim mesma, depois de extravasar meus sentimentos.


Daquela experiência uma verdade silenciosa ficou muito clara pra mim, apesar de toda a mágoa, apesar de me sentir dilacerada, apesar de toda raiva, ainda o amava. Eu tinha até vergonha de admitir aquilo. Como podia amar alguém que tinha me enganado, mentido e traído? Eu realmente deveria ter sérios problemas de amor-próprio e autoestima ao entender que, assim como no passado, tinha uma vontade enorme de bater nele, como também uma vontade poderosa de beijá-lo.


Nervosa, levantei e subi as escadas. Deveria ter ido para o quarto que foi da Maite. Mas pela força do hábito, segui direto para o meu quarto. Só me dei conta disso quando já estava nele. E lá estavam todas as provas, todas as recordações. Olhei ao redor me sentindo encolher. Vi nosso pôster na parede e caminhei em sua direção.


— Você foi a melhor ilusão da minha vida. — murmurei ao passar a mão pela nossa imagem.


Outra coisa me chamou a atenção. Um apito baixinho. Reparei que o som vinha do computador. Provavelmente havia esquecido ligado. Fui até a mesa e mexi no mouse. Surgiu o nosso famoso papel de parede, engoli seco e disse a mim mesma:


— Acostume-se com a dor, aprenda a conviver com isso.


O apito baixinho era do correio eletrônico, avisando que tinha recebido mensagens novas. Mas não queria saber disso agora. Distraidamente, marquei todas e, já ia clicar para deletar tudo, quando meus olhos bateram no título de um deles que dizia: “Para a mulher da minha vida”. Olhei o endereço do remetente. Era dele. Estremeci. Primeiro, de surpresa; depois, de raiva. Completamente irada com a sua ousadia, cliquei em deletar sem titubear. Desliguei o monitor e saí do quarto pisando duro.


Fui para o banheiro, tirei a roupa de forma apressada e entrei no chuveiro quente. Minha cabeça ardia de raiva, principalmente por perceber outra emoção aflorando pelas beiradas. Procurei, com todas as forças me controlar, mas o sentimento me dominava e tinha me tomado completamente. Saí correndo do chuveiro. Enrolei-me na toalha e fui pingando de volta pro quarto.


Tinha tanta saudade dele, mas tanta, que parecia que meu peito ia arrebentar. Eu não sabia qual sentimento era mais poderoso naquele instante, saudade ou raiva. Mas foi num meio termo entre esses dois, que guiei minha mão. Entrei na lixeira da minha caixa postal e recuperei rapidamente aquela mensagem.


Meu primeiro e único amor.


Sinto sua falta crescer a cada dia e lembrei que você me ensinou uma palavra em Português que não existe em nenhuma outra língua. Por várias vezes você tentou me explicar o seu significado, mas só hoje consigo compreender perfeitamente o que é SAUDADE.


Que idioma maravilhoso por criar uma palavra que consegue expressar a tristeza e alegria que sentimos pela falta de quem amamos. Sim, pois saudade é isso, não é? A tristeza pela ausência e a alegria que nos traz à lembrança.


Espero, de todo coração, que leia este e-mail e entenda o significado.


Viajarei amanhã para a casa do vovô Uckermann, onde passarei o Natal. Ficaria imensamente aliviado se pudesse me responder antes de partir.


Coloquei um anexo que espero completar tudo o que sinto.


Sempre seu,


Christopher


Eu estava com a visão completamente embaçada pelas lágrimas teimosas que escorriam, não sabia nem se conseguiria ver o anexo. Foi com surpresa que ouvi uma música tocar ao abri-lo. Senti a saudade me invadir com força total, aquela música tão linda e romântica me atingia de forma poderosa. Era como se ele estivesse ali ao meu lado, cantando ao meu ouvido aquela letra que falava de amor, arrependimento e perdão.


Ao final, não sabia mais o que pensar, não conseguia entender como um homem que demonstrava aquele nível de sensibilidade podia ter feito o que fez. Estava tão confusa e perdida, precisava refletir e ponderar. Não podia decidir nada agora.


Ele tinha me pedido uma resposta. Fiquei confusa. Realmente não sabia o que escrever. E o que você faz quando se encontra assim sem palavras? Como um pequeno milagre, me veio à mente uma pequena prece que aprendi quando criança, e foi aquilo que digitei. No momento, era tudo o que podia oferecer.


Que as gotas da chuva molhem suavemente o seu rosto,


Que o vento suave refresque o seu espírito,


Que o sol ilumine o seu coração,


Que as tarefas do dia não sejam um peso em seus ombros,


E que Deus envolva você no manto do Seu amor.


Que a estrada se abra à sua frente,


Que o vento sopre levemente em suas costas,


Que o sol brilhe morno e suave em sua face,


Que a chuva caia de mansinho em seus campos.


E até que nos encontremos de novo,


Que Deus guarde você na palma de Sua mão.


Faça uma boa viagem e aguarde.


Dulce.


 


 


 


 


 


Prontinho meninas, estão ai mais capítulos. o que vocês estão achando? 


dd



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 767



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  • lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13

    vondy por suerte hasta la muerte

  • ∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10

    Amei a fic parabens *-*

  • LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48

    Sdds

  • anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43

    Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce

  • Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10

    PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO

  • Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15

    Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.

  • jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46

    lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3

  • stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51

    Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!

  • naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19

    Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.

  • melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22

    Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3


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