Fanfics Brasil - 2 Temporada - 069 Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída)

Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy


Capítulo: 2 Temporada - 069

832 visualizações Denunciar


— E então, pequena sereia, quer dizer que está enfeitiçando a todos com o seu canto? — brincou vovô e ela sorriu encabulada.


Olhei pra Dulce, pensando que realmente tinha de haver algo sobrenatural a seu respeito. Tive vontade de responder ao vovô que, não podia garantir pelos outros, mas definitivamente já era uma vítima do canto daquela sereia.


Foi então que papai se aproximou abraçando a nova filha com carinho. E ficamos os três ali, três gerações de homens Uckermann, completamente enfeitiçados por aquela menina. Até hoje não saberia explicar o que tem de diferente na Dulce. Mas algo nela se conecta automaticamente aos homens da família Uckermann, é só sorrir e ficamos meio bobos. Foi dessa forma que conquistou um avô atencioso, um pai devotado e a mim — a princípio, um irmão protetor; depois, um homem completamente apaixonado.


Saí da rodovia principal e entrei numa estrada secundária. A paisagem era belíssima, quilômetros de campos cobertos de neve. Ao longe uma floresta de muitos pinheiros e algumas montanhas formavam uma cerca natural contra os ventos violentos do inverno. Por volta de meia hora depois, me aproximei do enorme portão de madeira que marcava o início da propriedade do vovô, atravessei aquele marco e continuei mais um pouco até chegar à casa principal.


Parei a moto a uma curta distância da entrada. Retirei o capacete respirando o ar puro pela primeira vez. Aquilo era delicioso, tão diferente do ar cosmopolita de Londres. Olhei rapidamente ao redor e percebi que pouco tinha mudado desde a última vez que estive ali. Com a mochila nas costas, caminhei até a porta, um pouco nervoso, é verdade. Por mais que mamãe tivesse dito que o vovô me receberia normalmente, não deixava de me preocupar como seria recebido por ele.


Parei bem em frente à porta e depois de respirar profundamente, bati com firmeza. A porta se abriu e, então, lá estava ele, bem de frente pra mim, um dos poucos homens mais altos que eu, John Uckermann. Tinha que levantar o rosto para encará-lo.


Magro, alto, cabelos brancos e lisos, ralos e bem curtos. Tinha o rosto fino e comprido, barba bem feita, olhos de um azul cinzento que já foram cheios de determinação, mas hoje pareciam reflexivos e levemente curiosos. Sério como sempre, mas sem ser antipático, cumprimentou-me.


— Olá, Christopher! — entoou. — Por favor, entre!


— Obrigado! — agradeci aliviado por fugir do vento gelado.


— Espero que tenha feito uma boa viagem. — disse formalmente.


— Tranquila, mas um pouco mais longa do que esperava.


— Sim. Nessa época do ano as estradas costumam estar quase intransitáveis. — concordou. — Agora tire o seu casaco e pendure-o ali, por favor.


Obedeci e depois fiquei sem saber o que fazer. Não me sentia muito à vontade.


— Espero que esteja com fome. — falou educadamente.


— Um pouco.


— Então vamos até a cozinha, o almoço está pronto e esperando por nós.


Segui meu avô, olhando distraído ao redor. A casa estava arrumada e tudo parecia parado no tempo. Os mesmos móveis, os mesmos quadros na parede, fotos da família rodeando todo o ambiente e, ao olhar casualmente para algumas delas em cima da estante, vi uma foto antiga que me fez estacar.


Maite, Angel, Dulce e eu. Devia ter treze anos. Era verão e usávamos roupa de banho, tínhamos os cabelos molhados pelo banho no lago e a pele muito vermelha pelo sol, com exceção de Dulce que exibia um invejável bronzeado. Estávamos abraçados. Segurava Dulce casualmente pela cintura — mas naquela época éramos somente irmãos. Mesmo assim, senti a familiar pontada no peito, aquela saudade doída e pulsante. Vovô, percebendo que parei, voltou. Olhou por cima do meu ombro para a foto que fitava.


— Lembrando dos velhos tempos. — afirmou.


— Nem tão velhos. — respondi.


— Sim, está certo! Parece ter sido ontem... Vocês quatro chegando ao final da tarde, depois de um dia de aventuras, parecendo potros selvagens atrás de comida. — rimos juntos.


— Nossa! Realmente devíamos parecer assim, não é? — perguntei sorrindo.


— Piores! Mas deixe para ver as fotos mais tarde. Você não quer que o seu velho avô caia de fome.


— Claro que não, desculpe. — falei sem graça e voltei a segui-lo.


Entramos na cozinha e logo reparei que dificilmente haveria outro cômodo onde a ausência de minha avó poderia ser mais sentida. Sentei na cadeira e a sensação que tinha era que a qualquer momento ela pudesse entrar com aquele seu famoso sorriso, perguntando com o seu delicioso sotaque irlandês se queríamos mais alguma coisa. Não devia ser nada fácil para o meu avô continuar vivendo ali, com tantas lembranças ao seu redor. Meu pai e meus tios bem que tentaram convencê-lo a vender o sítio e mudar para a cidade, mas o vovô foi inflexível.


— Pronto para se arriscar com o cozido? — perguntou, enquanto mexia a panela fumegante.


— O cheiro está muito bom. — respondi.


— Lave as mãos e pegue pratos e talheres bem ali. — falou apontando para um armário.


Fiz o que me pediu e logo estávamos saboreando com evidente prazer aquela refeição quente e nutritiva.


— Pra quem estava com pouca fome, até que você comeu direitinho! — brincou vovô depois que repeti pela terceira vez.


— Congratulações ao cozinheiro! — brinquei satisfeito.


— Tive uma boa professora. — disse rodando o copo vazio entre as mãos.


Estávamos naquele estado preguiçoso que ocorre depois de comer tão bem. Ficamos um pouco em silêncio, aproveitando a paz daquele momento. Tudo que podia ouvir era o vento que continuava a soprar forte lá fora e o tique-taque do relógio na parede.


— Christopher, muito me agrada a sua presença aqui. — vovô falou subitamente — Mas sua mãe foi bastante evasiva quanto aos motivos que o fizeram me procurar como refúgio. Respeito as razões dela e também as suas, caso prefira não falar sobre o assunto. Mas sinceramente, gostaria de compreender melhor o que aconteceu.


Olhei nervoso para meu avô, sem saber se devia ou não falar, ou se falasse, por onde começar. Passei a mão pelo cabelo, observando que ele continuava calmo e me encarava com paciência. Dar-lhe alguma explicação era o mínimo que podia fazer por ter aceitado me receber sem muitos questionamentos.


— O que o senhor sabe? — resolvi perguntar.


— Bem, me corrija se estiver enganado. — falou cruzando as mãos em cima da mesa. — Estou sabendo que você e a Dulce mudaram o tipo de relacionamento que tinham, passando de fraterno, para amoroso. Casaram-se, estou certo?


— Sim. — respondi nervoso.


— Depois do trágico acidente, ela esqueceu a relação que tinham e, através de muito esforço e paciência, vocês acabaram voltando às boas. Recentemente, ela pegou você com as calças na mão e não quer vê-lo nem pintado de ouro. Ainda estou certo?


— Eu não sei. — respondi mais nervoso ainda.


— Não sabe? — vovô perguntou com olhar atento. — O que isso quer dizer? Você não dormiu com outra mulher?


— Dormir, eu dormi. — respondi olhando para minhas mãos.


— Então você a traiu com outra mulher.


— Eu não sei. Talvez. — disse envergonhado.


— Christopher, se você dormiu com alguém, deve saber como as coisas foram feitas, certo?


— Errado. — respondi agitado, passando a mão no rosto. — Na verdade, acordei naquela manhã com aquela garota ao meu lado, sem fazer a menor ideia de como ela tinha ido parar ali. Nós tínhamos bebido um pouco na noite anterior, mas nunca poderia imaginar que terminaríamos daquele jeito. Ao acordarmos, ela disse coisas… ela afirmou coisas… — fechei os olhos, enjoado só de lembrar. — Mas eu não sinto como se tivesse feito, quer dizer, em meu estado normal sei que jamais faria. Não existe outra mulher na minha vida a não ser a Dulce!


Abaixei os olhos, embaraçado, sem saber como continuar.


— Em seu estado normal, você quer dizer sóbrio. — vovô completou. — Mas o problema é justamente esse, não é? Você não estava em seu estado normal, estava influenciado pela bebida, em estado de euforia da embriaguez e não tem lembrança de nada. — ao ouvir aquilo, mais uma vez, me senti um idiota. — Realmente, você está encrencado. — afirmou depois de algum tempo.


— Diga alguma coisa que eu ainda não saiba. — falei amargamente.


— Vocês já conversaram, você e Dulce?


— Não voltamos a nos ver desde aquele dia. — respondi amuado. — Fizemos nosso primeiro contato hoje por e-mail e ainda não dissemos muito, mas ela me desejou boa viagem e pediu que aguardasse.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a):

Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

— Então ela não ouviu a sua versão. — Ainda não. — falei desanimado. — E isso está me matando, porque quero vê-la mais do que qualquer coisa no mundo. Ao mesmo tempo, estou apavorado. Como posso confessar algo assim pra ela, como posso me declarar inocente? — Você não pode. &mdash ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 767



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13

    vondy por suerte hasta la muerte

  • ∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10

    Amei a fic parabens *-*

  • LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48

    Sdds

  • anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43

    Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce

  • Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10

    PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO

  • Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15

    Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.

  • jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46

    lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3

  • stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51

    Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!

  • naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19

    Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.

  • melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22

    Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais