Fanfics Brasil - 2 Temporada - 070 Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída)

Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy


Capítulo: 2 Temporada - 070

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— Então ela não ouviu a sua versão.


— Ainda não. — falei desanimado. — E isso está me matando, porque quero vê-la mais do que qualquer coisa no mundo. Ao mesmo tempo, estou apavorado. Como posso confessar algo assim pra ela, como posso me declarar inocente?


— Você não pode. — vovô esclareceu com simplicidade. — Mas você não pode fugir disso, tem que enfrentá-la, tem que ser honesto e se expor, não importando o resultado. Somente a verdade, somente sendo completamente sincero poderá ter alguma chance com Dulce.


— Eu tenho medo, medo de perdê-la.


— E é pra ter medo mesmo. É bom ter consciência de que ser verdadeiro não lhe dará garantias de perdão, você terá que estar preparado para qualquer decisão dela.


Ficamos calados por certo tempo, ambos pensativos.


— Você a ama? — perguntou-me de repente.


— Mais do que minha própria vida. — respondi imediatamente.


— Então, se a ama como diz, respeite-a. — declarou categórico. — Quando vier procurá-lo, respeite seus sentimentos, sua dor e tenha serenidade ao lidar com ela e aceitar o que decidir. — senti meus olhos úmidos, mas engoli a emoção, tudo o que eu não precisava agora era desabar na frente do meu avô. — Sua avó e eu ficamos casados por 42 anos. E fomos muito felizes! Mas isso não significa que nos entendíamos o tempo todo. — relatou com um leve sorriso. — Nem sempre tínhamos a mesma opinião sobre um determinado assunto. Às vezes, poucas vezes, é verdade, tive que dormir no sofá. Mas sempre acabávamos juntos. E sabe por quê? Amor, Christopher!


— Eu acredito vovô, de verdade! — falei coçando a barba por fazer. — Mas o tempo está passando e estou ficando maluco. Eu anseio tanto ver tudo isso resolvido, ter a Dulce de novo na minha vida, que tenho vontade de sair correndo e gritar até perder a voz!


— Ah! A impaciência da juventude! — exclamou balançando a cabeça. — Eu entendo, meu rapaz. Pode não parecer, mas já fui jovem, cheio do vigor e da paixão que o amor proporciona nessa idade. Venha, quero te mostrar uma coisa. — pediu, erguendo-se da cadeira. Surpreso, segui seu exemplo, levantando também.


Voltamos pra sala e paramos em frente a uma parede, onde ele apontou para um quadro pequeno e disse:


— Sua avó fez isso. Leia, por favor.


Aproximei-me para ver melhor. O quadro tinha uma moldura pequena e dourada. Por trás do vidro, um tecido com flores bordadas e, ao centro, lia-se a seguinte frase também bordada:


 O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, nunca falha.


Fiquei um tempo refletindo, enquanto vovô aguardava.


— Acredito, mas não é fácil. — murmurei.


— Ninguém disse que seria. — afirmou colocando as mãos no bolso da calça. — Mas enquanto existir amor e for recíproco, valerá a pena, cada segundo de sofrimento valerá apena.


— E quando o amor não é mais recíproco? — perguntei preocupado e o ouvi suspirar.


— Caso isso aconteça, presenteie o ser amado com a maior dádiva de todas. 


— E qual seria? — perguntei franzindo a testa.


— Liberdade, Christopher. — respondeu resignado. — Se você ama alguém que não corresponde mais ao seu amor, deixe-a livre, deixe-a ir. E não existirá maior prova de amor do que essa. Às vezes, mesmo quando o amor é pleno, ao ver tanta dor nos olhos da mulher que se ama, segurando as mãos dela entre as suas, mesmo sangrando por dentro, você pensa primeiro nela e aprende a dizer adeus, só para que ela finalmente descanse, só para que finalmente encontre alívio.


O meu avô disse aquilo de cabeça baixa e sabia que agora ele não falava mais de mim, mas de si mesmo. A minha avó tinha lutado bravamente contra um câncer e sabia que o vovô John tinha estado ao seu lado até o final. No entanto, somente agora, ao ser obrigado a ficar longe da Dulce, podia entendê-lo mais e avaliava melhor a extensão de sua dor.


— Eu temo o momento da verdade. — confessei em voz baixa. — Mas se não tenho como evitá-lo, não irei fugir.


Depois de alguns minutos, ele levantou o rosto e sua expressão tinha mudado.


— Até que esse momento chegue, vamos manter seu físico e mente ocupados. — falou decidido. — Trate de aproveitar bem o restante do dia de hoje!


— Como assim? — perguntei surpreso.


— Você não pensou que iria ficar aqui tendo uma vidinha de hotel, com serviço de quarto, não é mesmo?


Eu ia responder que tinha pensado em ficar trancado em meu quarto o dia todo, afundando-me em autocomiseração, ajoelhar no milho, chicotear minhas costas ou outro tipo de autoflagelação qualquer, como forma de me punir pelos meus pecados, afogando-me em culpa, mas apenas respondi:


— Não. O que o senhor tem em mente?


— Amanhã você ficará sabendo. Por hoje, descanse. Relaxe da viagem e durma bastante. Aqui no sítio a vida começa cedo.


— O que o senhor chama de cedo? — cedo pra mim eram nove da manhã.


— Quatro e meia da manhã, vestido e pronto! — explicou num largo sorriso.


Arregalei os olhos, controlando o forte impulso de sair correndo dali, subir na minha moto e voltar pra Londres.


Pouco depois o vovô se despediu dizendo que tinha alguns afazeres por terminar e que voltaria ao anoitecer. Vi-me sozinho naquela casa. Fui para o quarto que ele tinha me indicado e deixei minhas coisas. Voltei para sala decidindo o que fazer em seguida. Como tinha ficado muito tempo sentado na moto, tinha vontade de esticar as pernas e andar um pouco. Olhei pela janela, felizmente tinha parado de nevar. Coloquei o agasalho e fui caminhar.


Andei pela propriedade por um bom tempo, observei que nessa época do ano não havia muito que se ver, além da belíssima paisagem branca que seguia até o horizonte e das árvores secas. Era bem diferente da primavera ou do verão, quando a natureza explodia em cores e formas.


Ao longe, vi o celeiro. Sorri com a lembrança que me veio à mente e decidi ir naquela direção. Abri a porta de madeira antiga e olhando ao redor, confirmei que estava sozinho.


— Será que continua no mesmo lugar? — perguntei-me.


Fui até o fundo do celeiro, subi as escadas e me vi no meio de camadas enormes de feno. Empurrando-os, cheguei até a parede do outro lado. Abaixei, limpei uma área próxima ao chão e, encontrei! Mesmo depois de todo esse tempo, ali estavam as marcas feitas a canivete! Via com clareza a letra D, seguida da letra C e depois “Para sempre”.


Quando Dulce e eu fizemos aquilo, não tinha a conotação de hoje. Era o nosso segundo verão juntos. Brincávamos de pique esconde e nos escondemos no meio do feno, enquanto Angel nos procurava. Ela estava demorando tanto, que começamos a criar coisas para passar o tempo. Dulce tinha pedido emprestado meu canivete e fez sua inicial na madeira. Quando terminou, eu resolvi fazer o mesmo, colocando minha inicial ao lado da sua. E ficamos admirando o resultado. Estávamos deitados sobre as montanhas de feno. Observava como seu cabelo escuro contrastava no feno dourado e discretamente a admirava. Ela soltou um suspiro profundo e fiquei curioso.


— Em que você está pensando? — perguntei.


— Nada demais. — respondeu corando.


— Está entediada?


— Não. — negou balançando a cabeça. — Nunca fico entediada com você.


Ela olhava para o chão e parecia um pouco embaraçada com o que disse. Distraída, pegou um galhinho de feno e levou aos lábios mastigando ligeiramente. Senti um impulso tão forte de tocá-la que não resisti. Segurei sua mão entre as minhas e murmurei:


— Também nunca fico entediado com você.


— Verdade? — perguntou com os olhos arregalados e não tive como não sorrir.


— Por que o espanto? — perguntei divertido com sua reação. — Você é muito legal para uma… irmã. — completei, mas queria ter dito outra coisa.


— Seremos… amigos pra sempre? — notei que ela também fez uma pausa, parecendo procurar pela palavra certa e apertou minha mão na sua.


— Claro! — respondi feliz. — Para provar, vou colocar isso aqui.


Peguei o canivete e talhei as palavras “Para sempre” ao lado de nossas iniciais.


— Que tal? — perguntei olhando o resultado.


— Perfeito! — ela exclamou feliz.


Sorrimos um para o outro e percebi que todo aquele momento era perfeito. Havia pureza e inocência em nossos gestos. Em nosso olhar, algo que somente a infância era capaz de produzir: um amor puro, sem malícia.


Mas a magia do momento foi quebrada, ao ouvirmos o estridente grito da Angel.


— Achei vocês!



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 767



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  • lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13

    vondy por suerte hasta la muerte

  • ∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10

    Amei a fic parabens *-*

  • LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48

    Sdds

  • anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43

    Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce

  • Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10

    PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO

  • Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15

    Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.

  • jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46

    lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3

  • stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51

    Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!

  • naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19

    Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.

  • melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22

    Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3


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