Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
Preparadas pro Ucker saber que vai ser papis?
Acabei de dizer aquilo, olhando para o prato à minha frente e me sentindo murcho como um balão vazio.
— Desculpe, Ucker. — Zoraida disse com os olhos cheios de remorso. — Não teria perguntado se soubesse que era um assunto tão delicado.
— Não se preocupe, já estou me acostumando com isso. — a tranquilizei tentando sorrir. Mas sabia que havia dito uma mentira. Nunca me acostumaria ficar longe da Dulce.
— Bem, quando ela chegar, não queremos que veja suas mãos nesse estado, não é mesmo? — falou apontando para as bolhas em minhas mãos. — Espere aqui que já vou tratar disso.
Zoraida levantou, logo voltando com remédio, gaze e esparadrapo. Em pouco, estava com as mãos cheias de curativo.
— Para quando é o bebê? — perguntei enquanto ela terminava de colocar um pouco de pomada em minhas mãos.
— Para qualquer momento! — respondeu sorrindo e acariciando a barriga. — Pronto, terminei.
— Obrigado. — agradeci, sentindo-me aliviado. — Prometo não esquecer mais das luvas! — e todos rimos.
Aquela tarde passou rapidamente. Havia um enorme volume de trabalho e a minha pouca prática deixava tudo muito mais devagar. Quando estava anoitecendo foi que dei por encerrado meu expediente. Segui para casa com o corpo moído, tão exausto que quase não conseguia pensar. Fui direto para o chuveiro. A água quente bateu em meu corpo como um bálsamo. Tomei a sopa que o vovô me serviu, sem sentir o sabor e respondendo às suas perguntas com monossílabos. Fui para o quarto e me joguei na cama, apagando instantaneamente. Não me lembrava de dormir tão cedo há anos.
O restante da semana se passou da mesma forma. Vovô me mantinha tão ocupado, que mal tinha tempo de me coçar. Quando me dei conta, era véspera de Natal e nem sinal da Dulce. Passava frequentemente a mão pelo peito, querendo aliviar aquele desconforto causado pela dolorosa espera.
Naquela manhã, levantei cedo como de costume e depois do desjejum caprichado fui alimentar os animais. Já tinha cumprido meu dever com as aves, os porcos e as ovelhas. Era hora de tratar dos cavalos. No estábulo, eles relinchavam impacientes.
— Pronto, não precisam mais reclamar. — falei colocando a mistura especial nas baias.
Cocei a cabeça de um dos animais mais mansos, observando suas orelhas se mexerem, demonstrando gostar do carinho. Sorri. Estava assim distraído, quando ouvi a voz de um anjo dizer:
— Estava te procurando.
Quase saltei de susto. Virei rapidamente e lá estava ela, parada próxima à porta, pálida, magra, mais magra do que me lembrava. Seus olhos grandes e expressivos me observavam sérios sob os cílios escuros. Apertei os olhos com força.
É uma ilusão. Só pode ser uma ilusão. Se continuar com os olhos fechados, talvez tudo volte ao normal. — pensei alarmado.
— Bem, sei que apareci de surpresa. Se não quiser falar comigo hoje, podemos marcar outro dia. — a ilusão disse de forma muito real.
— Não! — gritei abrindo os olhos e entendendo que, por ter agido tolamente, havia sido mal interpretado. — Quero conversar com você, agora!
No segundo seguinte andei até ela tão rápido quanto consegui. Parei ansioso à sua frente e disse a primeira coisa que me veio em mente.
— É você! — exclamei, mal conseguindo respirar. — Senti tanto a sua falta!
Eu olhava para ela, como um cego que passa a enxergar e vê a luz pela primeira vez. Não conseguia parar de fitá-la. Estava me banqueteando com sua figura. Agora mais de perto, podia ver melhor seus cabelos que saiam da touca grossa de lã branca. Ela usava um cachecol vermelho, e fiquei com ciúme do cachecol. Daria tudo para trocar de lugar com aquela peça de vestuário e envolver suavemente a sua pele. Vestia também um grosso agasalho branco, calças jeans, botas e luvas. Roupas bem comuns de inverno, mas pra mim, estava tão radiosa que era como estivesse usando veludo, brocados, joias e uma coroa. Confesso: não importava o que estivesse usando, ela sempre seria a rainha do meu coração.
— Você está muito ocupado? — perguntou me olhando insegura.
— Pra você, nunca! — respondi afobado.
Minha nossa! Depois de todo esse tempo, finalmente aconteceu: Dulce estava ali, de verdade, tinha cumprido sua promessa, estava ali, parada bem à minha frente, a poucos passos de mim. Tudo o que mais queria era abraçá-la, apertá-la de encontro ao meu peito, cheirar seus cabelos e dizer o quanto a amava e que nunca mais a deixaria sair de perto de mim. Por um momento me senti fortemente tentado a cometer essa loucura. Cheguei a dar um passo à frente, mas algo em seus olhos me fez desistir. Seu olhar estava diferente. Algo neles me fez lembrar o olhar que tem um animal abandonado pelo dono, aquele olhar que carrega tristeza, mágoa, desconfiança e carência. Era um olhar que dizia: “Fique onde está, se sabe o que é bom pra você!”.
Percebi que segurava nervosa a alça da bolsa pendurada no ombro, enquanto a outra mão segurava uma pasta preta, fina e retangular. Ela continuava me olhando, sem nada dizer. Fiquei aguardando, estranhando seu silêncio. Sem mais me conter, comecei a falar.
— Dulce, por favor, me perdoe, sei que não mereço, mas mesmo assim, imploro que me escute e …
— Eu estou grávida! — declarou subitamente.
Olhei pra ela, achando que tinha alguma coisa errada com meus ouvidos. Com certeza havia entendido mal.
— Não entendi o que você disse. — falei colocando minhas mãos na cintura.
— Eu estou grávida! Ensaiei mil maneiras de te contar, tinha até preparado um bom discurso, mas tudo o que consigo dizer é isso.
Eu olhava para ela com os olhos arregalados e voltei a achar que poderia estar dormindo, sonhando toda essa cena. Sonhava que a Dulce tinha chegado, que falava comigo e que tinha acabado de confessar que estava esperando um filho meu. De repente, respirar se tornou muito difícil e comecei a sentir as pernas bambas; abria e fechava a boca tentando dizer alguma coisa, mas nada saía.
Assisti imóvel ela abrir a pasta que trazia, retirando uma série de papéis. As folhas tremulavam como nervosismo de suas mãos.
— O que é isso? — perguntei quase sem voz.
— São os resultados dos exames. Gostaria que você olhasse, para que não restasse nenhuma dúvida sobre a minha palavra. — explicou nervosa.
Automaticamente peguei os documentos e tudo o que conseguia enxergar era a palavra “POSITIVO” em letras vermelhas.
— Você está esperando um… um… bebê? — perguntei sentindo a cabeça rodar.
— Sim. Estou com seis semanas de gestação. Você pode ver no resultado da ultrassonografia.
— Não preciso ler, acredito em você. — falei voltando a fitar seus olhos.
Olhamo-nos por um momento, ambos tensos pela seriedade daquela revelação.
— Eu vou ter um bebê, Chris. — confirmou falando devagar e seriamente, como se adivinhasse que eu ainda não tinha conseguido assimilar o que tinha dito. — Eu vou ter um filho, você vai ser pai.
Foi aí que algo muito estranho e curioso aconteceu, senti minha mente se desligar, como se tivesse entrado em curto circuito. Há semanas vinha suportando tensão, ansiedade e sofrimento. Aquela informação parecia demais para que o meu cérebro assimilasse. Meus olhos se fecharam, as folhas de papel voaram de minhas mãos e senti os joelhos dobrarem sob o peso de meu corpo.
Apaguei.
kkkkkkkk Todo doido
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*** Dirigir até o sítio tinha sido um processo lento e desesperador. Desde que tinha pegado os resultados dos exames, não via a hora de despejar aquela verdade sobre ele. Naquela manhã, véspera de Natal, guiei o carro pelas estradas congestionadas e cheias de neve. A viagem demorada acabou comigo. Estava cada vez mais nervos ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
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lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
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∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
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LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
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anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
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Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
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Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
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jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
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stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
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naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
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melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3