Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
Olhei pro Poncho, que se coçava inteiro, e fiquei com pena. Meu tom bronzeado de pele era uma proteção natural contra tanto calor, mas ele devia estar sofrendo horrores. Embora não estivéssemos diretamente sob o sol, o clima era muito abafado e seu rosto estava vermelho e suado.
A cidade era cercada por montanhas de vegetação muito verde e exuberante. Pegamos uma grande rodovia a beira mar. Teria achado a vista maravilhosa, se não estivesse tão esgotada.
— Para onde vamos, senhora Rodríguez? — perguntei tentando soar curiosa e não impaciente, como verdadeiramente estava.
— Ruth, querida! — pediu com meio sorriso. Tentei retribuir com outro sorriso, mas meus músculos faciais se recusaram a colaborar satisfatoriamente. Desconfio que acabei fazendo uma careta, pela forma como suas sobrancelhas se ergueram. — Pousamos em Cairns e estamos à caminho do vilarejo de Port Douglas, famoso por ser o ponto de saída para a Grande Barreira de Corais e portal de entrada para o Parque Nacional Daintree que, segundo afirmam, é um dos mais belos do mundo pela diversidade de plantas e animais nativos. Ficaremos numa casa que aluguei de um colega de trabalho. Ele disse que fica pertinho da praia Four Mile.
Durante a explicação, observei que o asfalto parecia se mover em ondas. Ruth ligou o rádio e começou a tocar uma música bem alegre.
— Adoro essa música! Stay é do Oingo Boingo! — ela soltou uma sonora risada ao ver nossas caras, que deveriam transparecer uma mistura de choque e surpresa. — Acho que não conhecem essa banda, mas dancei muito as músicas desses caras.
Go
Don`t you go
Won`t you stay with me one more day
If we get through one more night
If we get through one more night
Enquanto cantarolava empolgada, o estado de Poncho piorava. Nunca o tinha visto tão incomodado. Gemia e se coçava como sendo atacado por um enxame de formigas. Não sabia o que fazer para aliviar seu sofrimento.
— Chega! Não aguento mais! — ele gritou de repente.
Olhei espantada para ele, que começou a arrancar as roupas alucinado.
— Alfonso José! O que está fazendo? — gritou sua mãe quase batendo no carro da frente — Enlouqueceu?
Fiquei completamente sem reação, tanto pelo choque do que acontecia como pelo que acabara de ouvir. Alfonso José? Tinha ouvido bem? A mãe o tinha chamado de Alfonso José? Essa viagem estava sendo uma caixinha de surpresas.
Completamente descontrolado, Poncho tirou a camiseta ensopada e jogou pela janela; desafivelou o cinto, deitou no banco com as pernas para o alto, abriu a calça jeans e, puxando-a pelas pernas com dificuldade, também jogou fora. Junto com as meias, chutou os tênis, que tiveram o mesmo destino das roupas. Já ia colocando as mãos na cueca, quando o impedi.
— Para! — falei rápido — Acho que já deu pra refrescar o suficiente!
Ruth encarava horrorizada o filho seminu no banco de trás. Peguei uma revista da minha bolsa e comecei a abaná-lo na vã esperança de refrescá-lo um pouco. Nunca tinha visto Poncho desse jeito. Mesmo com todas as janelas abertas parecia estar derretendo. Ele fechou os olhos e fiquei preocupada, seus lábios começavam a rachar.
— Senhora Rodríguez, melhor parar no primeiro posto de conveniência. — pedi, sem deixar de abaná-lo — Acho que ele precisa beber alguma coisa gelada.
— Farei isso. — respondeu chocada. — Se tiver uma loja por perto, poderemos comprar algo mais fresco para ele vestir.
Dez minutos depois estacionávamos o carro. Ruth e eu saímos apressadas, deixando Poncho deitado no banco de trás se abanando com a revista.
Enquanto Ruth se dirigiu à pequena loja, fui apressada ao setor de alimentação, peguei meia dúzia de isotônicos e água mineral. Depois fui à sessão de cosméticos. Escolhi o protetor solar mais forte que encontrei e um bom protetor labial.
Corri para o caixa, paguei tudo e voltei para o carro. Poncho continuava deitado no assento de olhos fechados.
— Todo-Poderoso, voltei! — avisei parada ao lado da janela — Trouxe algo bem gelado. Vamos, beba!
Ele abriu os olhos, sentou e pegou a garrafa do isotônico. Levou aos lábios e bebeu metade do conteúdo de uma só vez. Devia mesmo estar com muita sede.
— Ah! Que delícia! — disse com um suspiro profundo antes de continuar bebendo com vontade.
— Como está se sentindo? — perguntei inquieta, depois de vê-lo beber tudo, e passei a mão por sua testa.
— Estou melhorando. Obrigado, gata! O que seria de mim sem você?
— Acho que sua mãe faria a mesma coisa. — respondi. Na verdade, não tinha muita certeza. Algo me dizia que Ruth não era um tipo muito maternal.
Pouco depois ela chegou, segurando duas sacolas nas mãos.
— Pegue aqui. — comandou, entregando as sacolas para ele. — Não tinha muitas opções, então fiz o melhor que pude.
Pouco depois Poncho vestia uma camiseta branca de algodão estampada “A Austrália me ama”, com o desenho de um canguru piscando o olho. Colocou uma bermuda estilo surfista com estampa florida em vários tons de azul e sandálias nos pés. Para completar o traje, Ruth tirou da sacola um chapéu de gosto duvidoso e Poncho, inseguro, colocou na cabeça.
Quando sentei ao seu lado e o vi vestido daquele jeito, fiz força para controlar o riso. Poncho sempre foi muito preocupado com sua aparência, motivo pelo qual gastava bastante comprando roupas de marcas famosas. Trajado daquele jeito, como um verdadeiro turista, era no mínimo cômico.
— Anahí, prometa que nunca vai dizer a ninguém que me viu vestido desse jeito.
Apenas ri, tirei o protetor labial da bolsa e carinhosamente comecei a aplicar em seus lábios ressecados. A luz de um flash espocou à nossa frente. Olhamos surpresos e vimos Ruth segurando uma câmera digital.
— A foto ficou ótima! — ela comentou alegre. — Depois envio para vocês, será uma ótima recordação da viagem!
Olhamo-nos espantados, enquanto Ruth dava partida no carro. Ela não fazia a menor ideia do quanto estava enganada.
— Mamãe, deixe-me lembrá-la para nunca me chamar daquela forma novamente. — exigiu azedo.
— Qual é o problema com seu nome? Não consigo entender! Não acha que soa romântico, Anahí?
Limitei-me a concordar com a cabeça, ainda tentando me acostumar com essa nova informação. Poncho resmungava baixinho, algo parecido com “nome idiota”.
Meia hora depois chegamos ao vilarejo que era o nosso destino. A cidade parecia ser pequena. Vimos algumas lojas, pequenos estabelecimentos comerciais. Seguimos para a praia e, felizmente, encontramos o endereço que procurávamos sem dificuldade. A casa, cercada de belas palmeiras, se diferenciava um pouco de outras que havíamos avistado por ali. A maioria tinha uma arquitetura de aspecto moderno e sofisticado. A nossa, apesar de ter dois pavimentos, era mais simples.
Originalmente, devia ter sido pintada de branco, mas agora, provavelmente pela ação do tempo e falta de manutenção, encontrava-se amarelada e descascando em alguns pontos. Na frente, uma pequena varanda com cadeiras de aspecto antigo. Olhando ao redor, a vegetação parecia mal cuidada, crescendo de forma desordenada, sinal de que há um bom tempo que não recebia visita de um jardineiro. Ao entrarmos, minhas suspeitas de que o local sofria por abandono foram mais uma vez confirmadas. O ar estava impregnado pelo cheiro úmido e abafado, característico de ambiente fechado há bastante tempo. Os móveis estavam cobertos por panos brancos.
— Esse lugar está parecendo um mausoléu! — Poncho declarou, assim que entramos, colocando nossa bagagem no chão da sala.
— Depois que limparmos um pouco e abrirmos as janelas, ficará mais agradável. — sugeri.
— Essa foi a casa da mãe de um amigo meu. — Ruth explicou ao ouvir o comentário dele. — Parece que ela faleceu há dois anos atrás, enquanto assistia TV aqui na sala.
— A senhora alugou a casa de uma velha que morreu aqui dentro? — Poncho perguntou alteando a voz.
— Não vai me dizer que, além da frescura com o calor, também tem medinho de fantasma! — zombou.
— Mãe, você realmente se supera a cada segundo. — criticou ácido. — Vem, Annie! Vamos olhar o resto da casa. E vou logo avisando que não vou dormir no quarto da velhinha!
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Um pouco constrangida por ficar presenciando esse estranho relacionamento entre mãe e filho, segui Poncho. Os outros cômodos se revelaram com o mesmo aspecto mal cuidado, com móveis empoeirados e cortinas fabricadas no século passado. O que era uma pena, pois acredito que, passando por uma boa reforma, a casa ficaria com um aspecto b ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
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lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
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∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
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LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
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anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
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Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
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Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
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jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
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stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
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naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
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melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3