Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
CAPÍTULO TRINTA E UM
"Na família está faltando a união, porque cada um tem um agenda particular, onde suas prioridades não são as de Deus."
— A senhora sabia que isso podia acontecer?— perguntei com voz tensa.
Ela desviou o olhar, claramente desconcertada com a situação.
— Mais ou menos. — minha mãe respondeu insegura — Meu amigo disse que não vinha aqui há muito tempo e não poderia garantir o estado da instalação elétrica. Creio que por estar há tanto tempo sem manutenção possa ter queimado alguma coisa, já que ligamos todos os aparelhos de ar condicionado. Ele me deu o telefone de um eletricista local, caso acontecesse algum imprevisto.
— Telefone do eletricista? — perguntei mordaz. — Difícil dizer quem foi mais irresponsável, se o seu amigo, por ter tido a cara de p/au de oferecer essa casa mal assombrada, ou a senhora, por aluga-la sem verificar suas condições!
— Alfonso, caso não tenha percebido, sou uma mulher muito ocupada. Trabalho duro. Tentei fazer o melhor, mas não tive tempo para me ater aos detalhes!
— Detalhes?! — destaquei chateado. — A senhora chama não ter energia elétrica de detalhe? Além do calor, ficaremos com a geladeira e o freezer sem funcionar. As coisas irão esquentar ou estragar! Quanto ao eletricista, não sei se está lembrada, mas hoje é Natal. Quem é o maluco que vai trabalhar num dia desses?
— Deixe de ser tão negativo! Vamos, Anahí, diga a ele que essa postura não ajuda!
— Não envolva a Annie nisso! — taxei com firmeza. — Isso é entre nós dois! E não sou negativo. Estou envergonhado com a sua atitude! Sabia que Anahí poderia estar em casa com a mãe e os irmãos tendo um Natal de verdade? Um Natal na companhia de uma família amorosa, com uma sala cheia de enfeites e presentes, com comida de verdade à mesa, e não com essa gororoba congelada que nos ofereceu? Mas eu fui egoísta o suficiente para convencer a mãe dela, que é uma mulher incrível, permitir que eu trouxesse sua única filha para passar o Natal longe deles, num lugar diferente e na companhia de estranhos. E tudo isso para quê? Anahí aceitou vir comigo pra quê? Para chegar e ser ofendida? Para enfrentar mais horas de voo como se já não estivéssemos cansados o suficiente? E, mesmo suportando uma viagem desconfortável, ela ainda me serviu de enfermeira quando quase sucumbi naquele inferno! E agora, como grand finale, somos obrigados protagonizar nesse cenário de filme trash!
Eu não consegui me controlar. As palavras saíram da minha boca num ímpeto insano. Não parei para pensar, apenas disparei tudo que vinha à minha mente e estava trancado em meu peito há muito tempo, tempo demais.
— Depois de hoje, não espere que volte aqui novamente. Não sem antes ter certeza de que serei bem recebido, ou melhor, sem ter certeza de que minha presença é realmente desejada. Como fui tolo e ingênuo ao pensar que esse ano as coisas pudessem ser diferentes!
Virei para Anahí que observava tudo calada, visivelmente constrangida. Segurei sua mão me sentindo angustiado. Não queria que o nosso primeiro Natal juntos fosse assim. Queria ter oferecido algo mais parecido com o que, com certeza, ela teria se estivesse em casa.
— Desculpe por te fazer passar por isso; por te envolver nessa minha família maluca. Você não merecia passar o Natal desse jeito. Desculpe ter sido tão egoísta, querendo você só para mim, sem pensar direito para onde a estaria trazendo. Desculpe por tudo, por estragar seus planos, por desfazer seus sonhos, por te fazer passar por esse pesadelo. Eu me arrependo do dia em que tive a maldita ideia de trazê-la comigo! Espero que você me perdoe.
Anahí tentou falar alguma coisa, mas impedi colocando os dedos sobre seus lábios. Eu não queria, não podia ouvir tudo o que sei que diria. Com seu bom coração, com certeza, tentaria me fazer mudar de opinião, me convencer do contrário.
Sentia um nó na garganta e grande aflição no peito. Precisava fugir, precisava de um tempo para mim.
— Vou dar uma volta. — avisei, antes de soltar sua mão e sair pela porta.
***
Observei Poncho partir. Fazia-me mal vê-lo naquela situação. Ele estava muito perturbado com tudo que tinha acontecido e não lhe tirava a razão.
Ele sempre evitou conversar comigo sobre sua família. Quando algum assunto os envolvendo vinha à tona, respondia com frases curtas ou desconversava rapidamente. Agora eu compreendia o motivo.
Achei melhor não segui-lo. Entendi que ele precisava de um tempo para se acalmar. Voltei para Ruth, imaginando que ela também pudesse estar abalada. Para minha surpresa, já estava ao celular e, pelo que entendi, tentando localizar o tal eletricista. O que lhe faltava em sensibilidade era compensado em praticidade.
Não me restou alternativa e tive de aguardar. A refeição permaneceu sobre a mesa. Se antes da discussão a comida não parecia convidativa, agora estava repulsiva. Peguei uma maçã na geladeira e voltei para o meu quarto. Comi mais por nervoso que por apetite. Sorte que trouxe um livro pra ler.
Depois de passar um bom tempo lendo naquele ambiente quente, comecei a me sentir desconfortável com o suor que escorria pelo pescoço. Olhei preocupada para o relógio. Havia duas horas que Poncho tinha saído. Ele não tinha levado o celular. Com um suspiro resignado, resolvi trocar de roupa e cair na piscina para me refrescar.
Nadei por bastante tempo, desejando que Poncho estivesse ali comigo. Sacudi a cabeça, tentando me conformar. Suas últimas palavras ecoavam na minha mente. Após nadar de um lado ao outro com braçadas firmes, fiquei boiando cansada, admirando aquele céu azul tão bonito. Estava assim distraída quando ouvi passos e percebi um vulto próximo. Poncho saía por entre as árvores. Estava de peito nu, com a camiseta jogada por cima de um dos ombros.
— Há quanto tempo você estava aí? — perguntei.
— Há algum tempo. Você estava linda boiando. Parecia uma sereia!
Seu rosto não demonstrava emoção, mas percebi a tristeza em sua voz. Era estranho vê-lo assim. Ele era sempre tão alegre, brincalhão e irônico... Esse novo comportamento me deixava sem ação.
— Não quer me fazer companhia? — sugeri com um leve sorriso.
Ele continuou imóvel, encostado numa palmeira observando o céu.
— Tem certeza que ainda quer a minha companhia? — consultou sério.
— Mais do que nunca. — murmurei fitando-o sem piscar.
Como se estivesse em câmera lenta, assisti suas mãos abrirem o cinto que prendia a calça e em seguida já estava despido. Estávamos sozinhos e o local tinha certa privacidade, mas me pareceu que isso não era algo que importasse para ele. Pelo seu estado, desconfiei que, mesmo que estivéssemos numa praia lotada, nada o teria impedido. Ele andou devagar até a borda da piscina e parou olhando para mim. Fiquei sem fôlego ao comprovar mais uma vez o quanto era belo. Seu corpo esguio, másculo e bem proporcional faziam dele o modelo perfeito para qualquer artista ou para as lentes de uma câmera. Impossível não reconhecer seu maravilhoso potencial e prever uma carreira de sucesso no ramo da moda. Sem nenhum aviso, ele pulou num salto perfeito, mergulhando e sumindo nas águas da piscina. Voltou a aparecer bem próximo. Ficamos ali, de frente um para o outro, numa admiração mútua.
— Você me perdoa?
— Não há o que perdoar. — respondi tranquila.
— Trouxe você pra cá, para esse lugar horrível e… — foi minha vez de colocar os dedos sobre seus lábios e fazê-lo calar.
— Quero que me escute e preste muita atenção. — pedi com ternura. — Você disse coisas muito sérias naquela sala. Concordo com a maioria delas, mas discordo de muita coisa também. Para começar, pare de se sentir culpado por ter me trazido. Eu quis vir, eu quis ficar com você. É verdade que não sabia o que iria encontrar, mas já vi coisa suficiente em minha vida para me abalar com pouco. Você disse que estragou meus sonhos. O que realmente você sabe sobre eles, Alfonso Herrera? Muito pouco, pelo visto. Se soubesse quanto tempo sonhei em ser sua namorada, em ficar com você num relacionamento sério...Você não faz ideia! Desde a época da escola, eu ficava te observando de longe, enquanto dava bola pra qualquer outra garota, menos pra mim. Depois começamos a nos relacionar em razão dos amigos em comum. Por um milagre, começamos a namorar. Estou te contando isso, não para que fique mais cheio de si do que já é, mas para que entenda que se existe um sonho em minha vida que se tornou realidade, esse sonho é você. Você não estragou o meu Natal. De que adiantaria uma casa linda e enfeitada, uma mesa cheia e farta, sem você? Acredite, esse foi o Natal mais incrível da minha vida, porque estou passando com você.
Terminei de falar e me aproximei, parei bem à sua frente e o encarei. Levantei a mão e dei uma sonora bofetada em seu rosto. Ele me encarou com um par de arregalados olhos violeta.
— Por que você fez isso? — gritou surpreso.
— Por ter me magoado, dizendo que se arrependia de ter tido a ideia de me trazer com você. Nunca mais diga isso! — falei zangada e apontando o dedo para seu rosto — Nunca mais diga algo parecido, entendeu?
Ele ficou me olhando espantado.
— E então? — perguntei abrindo um sorriso.
— E então, o quê? — retrucou visivelmente confuso.
— Você vai ou não me agarrar de uma vez?
Ele arregalou tanto os olhos, que parecia estar se questionando se eu não tinha dupla personalidade. Mas essa reação durou apenas alguns segundos. Logo ele explodiu numa gargalhada tão gostosa que me fez tremer inteira de alegria. Esse era o Poncho que eu conhecia e amava.
Sem perder mais um minuto, ele me abraçou totalmente confiante e dono da situação, me puxando para um beijo delicioso e profundo. Nós estávamos tão colados, que parecíamos um.
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
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lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
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∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
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LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
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anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
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Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
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Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
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jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
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stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
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naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
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melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3