Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
Pouco tempo depois, resolvemos sair dali, agora que conhecíamos o caminho voltaríamos pra casa mais rápido.
Empurramos nossas bicicletas até sair da mata e chegarmos à praia. Já íamos montá-las quando um menino se aproximou de nós, com uma senhora idosa segurando seu braço.
Falando com um forte sotaque, o menino nos pediu dinheiro, explicando que em troca sua avó, que era adivinha, nos diria nosso futuro. Christopher fez sinal para que os ignorasse e fôssemos embora, mas, ao olhar a pobre senhora cega, de cabelos brancos e pele enrugada, me comovi. Tirei do bolso uns trocados e estendi para o menino, que agradeceu sorrindo, dizendo que a avó precisava tocar minha mão para fazer a previsão, e que como ela não falava nosso idioma ele faria a tradução.
Estendi minha mão. O menino pegou a mão de sua avó e guiou-a até encostá-la na minha. Embora fosse muito idosa, segurou minha mão com firmeza. Ela ficou por um tempo em silêncio, até que começou a falar, em sua própria língua nativa:
— “Muito cedo de ti tudo foi retirado” — o menino traduzia. — “Mas o Destino a recompensou logo depois, repondo aquilo que havia sido perdido” — Eu e Christopher nos olhamos, surpresos.
— “O Destino também muito cedo lhe trouxe o amor verdadeiro” — o menino continuou. — “Sua alma gêmea sempre estará ao seu lado” — Eu e Christopher sorrimos um para o outro.
— “Você agora vive os dias de glória, do auge desse amor” — ele continuava. — “Viva intensamente cada um desses dias de luz e sol, pois se aproxima a tempestade, vejo uma tormenta se formar no horizonte e depois dela virá a escuridão, tão densa que parecerá que o sol deixou de existir.” — Senti Christopher segurar minha mão.
— Vem, vamos embora — ele disse, preocupado.
— Não, espera, quero acabar de ouvir — O menino nos olhava assustado, nos pedindo desculpas. — Termine, por favor.
— “Só o amor, a fé e a esperança poderão resgatá-la da escuridão, o destino lhe dará uma oportunidade de encontrar a saída, mas preste atenção aos sinais, pois se não estiver atenta poderá ser tarde demais e ficará perdida para sempre. Ouça seu coração, e o sol nascerá novamente!”
Eu mal conseguia respirar, de tão tensa. Perguntei se havia algo mais, e o menino perguntou à sua avó, que negou com a cabeça. Em seguida, ele se desculpou novamente e se afastaram. Eu tremia.
— Você está bem? — perguntou Christopher, me abraçando. — Não acreditou, não é mesmo?
— Não sei, ela não me conhecia e no início disse coisas que realmente aconteceram comigo — falei, assustada.
— Esqueça, está bem? — pediu, enquanto me abraçava apertado. — Nada vai acontecer, vamos continuar juntos e felizes. — E apertei meu rosto em seu peito.
— Promete?
— Não há força no Universo que me faça desistir de você — prometeu solenemente, e segurou meu rosto em suas mãos, olhando-me nos olhos. — Não há escuridão capaz de afastar você de mim, somos um, esqueceu?
— Sim, somos um — disse, me acalmando.
— Vamos, não fique assim, isso é só um truque para impressionar turistas ingênuos como nós — declarou, segurando meu queixo.
— Você está certo, estou sendo tola, não é mesmo? — falei, sorrindo levemente.
— Só esqueça e vamos viver um dia de cada vez — disse, me beijando suavemente.
Voltamos a montar em nossas bicicletas e pedalamos rápido ao cais, onde um barco nos levaria de volta pra casa.
***
Chegamos à nossa casa flutuante no final da tarde, e embora ainda sorríssemos e brincássemos um com o outro, podia sentir Dulce tensa o restante da noite.
Procurei manter o clima descontraído de sempre, mas às vezes eu a pegava olhando para o vazio, a expressão séria e preocupada. Aquele episódio com o menino e a vidente tinha mexido mais com ela do que eu gostaria, porém confesso que também tinha ficado impressionado. Fiquei todo arrepiado conforme a mulher idosa falava e o final trágico foi assustador, parecia que, dito naquele idioma estranho, ganhara um tom de veracidade sobrenatural.
Mas, é claro que, ao sair dali, procurei apagar tudo da mente e voltei a me concentrar em nós. Tinha sido um longo dia e estávamos cansados. Fomos cedo pra cama, e resolvi pegar o violão e tocar pra ela até que dormisse. Observei Dulce relaxar deitada ao meu lado, ela bocejou e seus olhos se fecharam devagar, logo ouvi sua respiração tranquila revelar que estava adormecida. Coloquei o violão de lado, apaguei a luz e deitei a seu lado, abraçando-a. Ao tê-la segura e protegida em meus braços, senti que nada poderia nos separar, não permitiria que nada ficasse entre nós. Vencido pelo cansaço, também caí num sono profundo.
Acordei com seus gritos; ela estava agitada, com os braços estendidos como se tentasse agarrar alguma coisa, estava tendo um pesadelo.
— Dulce, acorda — chamei devagar.
Segurei seus braços, esfregando de cima a baixo, tentando acordá-la.
— Acorda, meu amor — insisti.
Aos poucos ela abriu os olhos, respirando rápido, olhando ao redor assustada e imediatamente começando a chorar. Segurou-se em mim, parecendo desesperada.
— Por favor, não me deixe ir — dizia, entre soluços.
— Ir? Nunca vou te deixar sair de perto de mim — garanti.
Sentei-me na cama e ela se sentou em cima de mim, me abraçando pelo pescoço com seus braços e na cintura com suas pernas.
— Não me deixe entrar lá — ela repetia sem parar.
— Entrar onde?
— Na caverna — disse, com dificuldade. — Estava perdida numa caverna, tão escura, chamava por você, ouvia sua voz, mas não te encontrava.
— Está tudo bem agora, foi só um pesadelo — disse, esfregando suas costas.
— Não me deixe entrar lá — repetiu.
— Não vou deixar — prometi.
Ela me abraçou com força, enterrando o rosto em meu peito, e segurei-a forte junto a mim.
— Me abrace mais forte — ela pediu. — Me faça esquecer.
Continuei abraçando-a apertado, até que senti seus lábios correndo por meu peito, e suas mãos se tornando frenéticas por meu corpo.
— Calma, amor. Está tudo bem agora, está segura — disse, tranquilizando-a.
— Me faça esquecer.
Senti seus lábios em meu pescoço, beijando com ardor e desespero. Talvez aquilo não fosse boa ideia, parecia tão abalada, não parecia certo fazer aquilo, parecia que estava me aproveitando de sua fraqueza.
— Espera, amor — disse. — Não acho uma boa ideia agora.
— Não — rebateu, firme. — Me faça esquecer.
— Não é melhor a gente conversar primeiro?
— Não, preciso de você, agora! — E me calou, com um beijo arrebatador.
E, para demonstrar claramente a que se referia, começou a mover os quadris sugestivamente em cima do meu.
— Oh... — gemi. — Espera, amor...
— Me faça esquecer — insistiu, pressionando ainda mais seu quadril no meu, movendo-se sinuosamente em cima de mim.
— Hum... — gemi de novo. — Não quer mesmo conversar?
— Não! — respondeu decidida, antes de voltar a me beijar de forma voraz.
Não consegui mais me controlar, correspondi ao seu beijo ardente e nos entregamos intensamente. Apesar da forma apaixonada e voraz como nos amamos, Dulce ainda parecia transtornada, me segurava com força, como se temesse que a qualquer momento pudesse me perder, que fôssemos de algum jeito misteriosamente separados e quisesse dessa forma provar a si mesma que isso era impossível. Seus gritos de júbilo pareceram ressoar como um desafio a qualquer força que ousasse cumprir a sina fatal.
Passei o restante da noite deitado a seu lado e ficamos ali, abraçados por um bom tempo, acariciando seus cabelos, até que adormecemos de novo.
Acordei na manhã seguinte sentindo suas mãos em minhas costas, olhei seu rosto e ela parecia tranquila.
— Quer conversar agora? — perguntei.
— Desculpe por ter te atacado ontem à noite — disse, ficando vermelha.
— Não precisa pedir desculpas por isso — falei sorrindo. — Pode me atacar, quantas vezes quiser. Você está bem?
— Sim, agora estou — respondeu, de forma serena.
— Você teve um pesadelo, parecia tão assustada.
— Fiquei mesmo — confessou. — Mas agora, na luz da manhã, tudo passou.
— Mesmo?
— Mesmo — afirmou, olhando-me nos olhos. — Não quero mais pensar nisso, hoje é nosso último dia e quero aproveitar ao máximo com você.
— Sim, nosso último dia — falei, pensativo.
— Vamos prometer uma coisa um pro outro?
— O quê? — perguntei.
— Vamos fazer desse um dia inesquecível! — ela sugeriu, feliz.
— Vamos! — concordei, sorrindo diante da sua animação. — E qual a primeira coisa que você que fazer para começarmos esse dia inesquecível?
— Te atacar! — disse, antes de pular em cima de mim.
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
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lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
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∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
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LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
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anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
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Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
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Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
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jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
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stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
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naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
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melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3