Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
Balancei a cabeça, bebendo um pouco mais do refrigerante, continuando pensativa. Ele tinha falado de sua família com um toque de indiferença, que não passou despercebido. Voltei a olhar ao redor e tive a impressão de que Alfonso tinha uma vida bem solitária. Seria sua preferência por desenhos animados um indicativo de uma infância perdida, um retorno à inocência? Céus! De onde eu estava tirando toda essa análise freudiana? Obriguei-me a encerrar esse curso de pensamentos, me concentrando apenas em me divertir e aproveitar o momento.
À medida que o filme prosseguia, fui ficando intrigada; ele não tinha feito nenhum movimento que sugerisse aproximação, na verdade estava confortavelmente esparramado no sofá, comendo pipoca de forma bem relaxada. Será que todas as histórias que eu tinha ouvido eram falsas? Então lembrei quando havíamos ficado juntos no drive-in. Lembrei as sensações despertadas por sua boca e por seu corpo colado ao meu. Do jeito que ele me tocou, não tínhamos feito nada demais, mesmo assim foi mágico. Após semanas de ansiosa espera, finalmente me ligou e agora eu estava ali.
Eu não sei o motivo, mas comecei a achar a imobilidade dele insultante. Por que ele não tomava uma atitude? Será que, por acaso, eu não era boa o suficiente para o famoso Alfonso Herrera?
Comecei a me sentir ansiosa, não conseguia continuar me concentrando no desenho, então parei de olhar para a TV, virei o rosto pra ele e o observei fixamente. Seu perfil másculo era tão atraente, não sei o que me impressionava mais, o jeito como seu cabelo cheio estava tão perfeitamente arrumado, como a pele barbeada de seu rosto parecia tão macia, ou ainda se era a luz refletida em seus olhos que me fazia lembrar estrelas num céu noturno. Tudo o que sei foi que, de repente, ele também olhou pra mim, a princípio com um leve sorriso, mas aos poucos ficando sério; ele voltou a olhar brevemente para a TV, logo em seguida me encarou novamente e não fugiu mais. E o que vi em seus olhos me fez sentir contrações no estomago. Um alarme disparou no meu cérebro, sinalizando a palavra “perigo” em letras néon, mas eu ignorei, estava fascinada demais para me importar. Há anos Alfonso era meu secreto objeto de desejo e, mesmo não querendo dar o braço a torcer, sendo apenas mais uma em sua lista, não consegui resistir. Eu não queria resistir.
Vieram-me à mente as sugestivas palavras de Shakespeare: “Não é digno de saborear o mel aquele que se afasta da colmeia com medo das picadas das abelhas”. Suspirei. Sim, com certeza eu estava disposta a provar desse mel, mesmo sabendo que provavelmente o preço a pagar seria uma bela ferroada.
Como num filme em câmera lenta, nossos rostos se aproximaram, fechei os olhos, eu sabia que ia ser perfeito e foi. Tínhamos ficado juntos no drive-in, então já sabia que sabor tinha sua boca, uma mistura de hortelã com tabaco que tinha me deixado inebriada. E agora eu sentia de novo esse mesmo gosto, que era tão a sua cara e me fazia desejar estar mais perto e muito rápido.
Ele não hesitou nem por um segundo, muito menos eu. O beijo foi intenso, longo, molhado e sem pretensões de terminar. Então, muito tempo depois, quando eu já estava deitada no sofá, com Alfonso totalmente debruçado sobre mim, enquanto nos abraçávamos com força, consegui finalmente afastar um pouco minha boca da dele, respirando rápido.
— O que estamos fazendo, Alfonso?
— O que você acha que estamos fazendo? — perguntou num tom irônico, enquanto beijava meu pescoço.
Eu o queria, isso era óbvio, e não iria ser hipócrita de não admitir isso a mim mesma, mas eu queria saber onde estava me enfiando.
— Vou mudar minha pergunta, o que nós vamos fazer? Quais são as regras aqui?
Ele parou o que fazia e posicionou o rosto bem perto do meu.
— Você quer saber quais são as regras do jogo?
— E estamos jogando? — perguntei, de testa franzida.
— Existem muitos nomes para o que estamos fazendo, mas por enquanto chamaremos de jogo e, como toda boa prática esportiva, existem regras.
— Regras? — perguntei, olhando-o desconfiada. — De que tipo?
— São simples, a primeira e mais importante delas, não obrigo ninguém a fazer nada, então, se você me disser pare, será o que farei. Só faço de comum acordo — respondeu com calma, e tocando levemente meu cabelo.
— E quais são as seguintes?
— Não sou exclusivo de ninguém, o que rolar, rolou e a coisa para aí. Sem compromissos, obrigações e cobranças. Se por acaso a gente achar que vale a pena se encontrar de novo, pode acontecer, mas isso não equivale a namoro. Por sinal, essa é minha outra regra de ouro, eu não namoro.
— Por que não? — perguntei, achando aquilo meio estranho.
— Não tenho nada contra quem namora, só que simplesmente isso não é pra mim — asseverou, balançando a cabeça.
Eu o olhei pensativa por um momento.
— Mais alguma regra, que preciso ficar sabendo?
— Existe a mais óbvia de todas, sexo seguro sempre — falou, enquanto tirava uma embalagem de preservativo do bolso de trás da calça e me mostrava.
Eu olhei para o pacotinho colorido e brilhante em sua mão, depois voltei a olhar para ele.
— Planejou tudo?
— Não, mas sempre existe a possibilidade — respondeu, com naturalidade. — Você não pensa assim?
Em vez de responder, enfiei a mão no bolso da frente da minha calça, tirei de lá outra embalagem de preservativo e a estendi pra ele.
— Isso responde a sua pergunta?
Ele olhou surpreso pra minha mão e em seguida soltou uma risada.
— Isso significa um sim?
Olhei para seu rosto bonito, tão perto do meu, e me perguntei se podia lidar com o que estávamos prestes a fazer e com as possíveis perdas. Mas não haveria só perdas, não é mesmo?
Também haveria ganhos, a realização de um antigo sonho. Resolvi parar de racionalizar. Sim, estava disposta a correr o risco. Sim, eu podia lidar com isso. Tomei minha decisão. Eu sorri, insinuante, e devagar aproximei minha boca de seu ouvido.
— Você acha que consegue dar conta?
Ele afastou o rosto para me encarar, com a sobrancelha erguida.
— Isso é um desafio? — perguntou, com uma suavidade perigosa.
— E se for? — disse, atrevida.
Os olhos dele cintilaram.
— Gata, essa máquina aqui não tem câmbio automático, você escolhe a marcha.
— E se nós testássemos todas elas? — propus, tocando seu peito com minhas mãos abertas.
— Você gosta de velocidade? Por que eu aviso, adoro percorrer curvas perigosas. — disse, passeando suas mãos pela lateral do meu corpo.
Ergui os braços e o abracei pelo pescoço.
— Vem aqui, motorista, e faça jus a essa carteira de habilitação.
— Aperte o cinto! — avisou.
Beijamo-nos novamente, e a viagem começou.
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CAPÍTULO QUARTOZE Naquele final de tarde, eu e Christopher, saímos juntos do apartamento do Alfonso, ainda envoltos no clima de romance e paixão que tínhamos acabado de viver nas duas últimas horas. Já fazia dois meses que tínhamos aqueles encontros secretos, e a cada dia se tornava mais difícil continuar escondendo no ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
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lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
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∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
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LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
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anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
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Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
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Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
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jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
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stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
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naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
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melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3