Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
CAPÍTULO DEZESSEIS
"O primeiro amor deixa marcas para vida inteira."
Segunda-feira, manhã fria, acordo sozinha, abro os olhos e suspiro desanimada – o primeiro dia sem o Christopher.
A manhã foi deprimente, como imaginei que seria, e assim que desci encontrei mamãe, que mal respondeu meu cumprimento, ficando o tempo todo de cabeça baixa, enquanto tomava seu chá.
— Christopher viajou? — perguntou sem olhar pra mim.
— Sim, vai ficar uma semana fora, nas filmagens.
Depois disso, voltou o silêncio incômodo.
— Papai já foi trabalhar? — perguntei.
— Sim — ela respondeu seca.
Ela acabou de tomar seu chá e, respirando profundamente, levantou o rosto e me encarou.
— Antes de sair, preciso esclarecer sobre algumas mudanças na dinâmica dessa casa. — Aguardei ansiosa pelo que viria. — Já que você e o Christopher agora estão... — Ela parecia estar encontrando a maior dificuldade para dizer a palavra — casados, minha responsabilidade cuidando das coisas de vocês acaba aqui. De agora em diante, vocês lavam, passam e cozinham. Se acharam que têm responsabilidade para se casarem, então podem se virar sozinhos. Estamos entendidas?
— Perfeitamente — respondi, automaticamente.
— Acho que por enquanto é só — disse, virando-se de costas para mim e levando a xícara até a pia.
— Tudo bem pra mim — eu disse, nervosa. — Mãe, você sabe que nunca quisemos magoar vocês, certo?
Ela continuou de costas, lavando a xícara.
— Sim, mas não ter a intenção não diminui as consequências, nem faz doer menos. — Ela soltou bruscamente a xícara na pia e se virou pra mim. — Você faz ideia de como me senti ao saber, na mesma noite, que meus “supostos filhos” estão apaixonados e não somente isso, se casaram escondidos de toda a família, usando de minha boa fé ao permitir aquela viagem? Desde que vocês voltaram do Taiti, senti uma mudança no comportamento, estavam sutilmente mostrando uma intimidade que não tinha percebido antes, principalmente no Christopher. Os olhos dele nunca deixam você, sabia? Ele parecia um gato, diante de um suculento passarinho voando convidativamente na frente dele, acompanhando com os olhos cada movimento seu, e às vezes ele te olhava de um jeito que, honestamente, faria até a Madonna ficar embaraçada.
Anahí estava certa, ela tinha percebido muito mais do que eu imaginava.
— Dulce, vocês estão usando algum método contraceptivo?
— Sim, claro! — respondi, ficando muito vermelha.
— Ainda bem, vocês são muito jovens, mal iniciaram a vida, então só se cuidem, está bem? — Eu apenas afirmei com a cabeça.
— Mãe, você acha que algum dia o papai perdoa ao Christopher? — Aquele assunto não saía da minha cabeça, e ela demorou um pouco pra responder.
— Sinceramente, não sei. Claro que eu gostaria que eles voltassem a se entender, mas será que você tem ideia do quanto o magoaram? — Ela sentou na minha frente, olhando-me nos olhos. — Dulce, você sempre foi a princesinha do seu pai, desde o início, na mente dele, você era tão filha nossa como os outros. Na concepção dele, Chris tinha o papel de irmão mais velho, que deveria ser sempre seu protetor e guardião na nossa ausência. Imagina o susto que não foi descobrir que a pessoa em quem você havia confiado seu tesouro mais precioso te traiu, usando de mentira e dissimulação para conseguir o que queria?
— Nunca quisemos enganar vocês, sempre detestamos mentir, mas tínhamos tanto receio da reação de vocês quando contássemos a verdade — tentei nos justificar.
Ficamos um tempo pensando nas coisas que tínhamos acabado de dizer, ambas tentando explicar o comportamento de seus homens.
— Você sabia que, quando fomos ao orfanato pela primeira vez, anos atrás, nós estávamos procurando um menino para adotarmos? — perguntou.
— Não, não sabia — respondi, surpresa.
— Já tínhamos duas filhas e um menino, mas queríamos muito dar um irmão para fazer companhia pro Christopher, e eu não podia ter mais filhos — revelou, enquanto passava as mãos na mesa, removendo os farelos. — Então tivemos a ideia da adoção, nos indicaram um orfanato, e lá fomos nós, na esperança de encontrar nosso próximo filho. Fomos muito bem recebidos pela diretora, que adorou saber que queríamos adotar uma criança já crescida, o que é muito raro, geralmente procuram por bebês. Fomos então conduzidos até um pátio onde as crianças brincavam.
— Eu me lembro desse pátio, costumava ficar lá sentada embaixo de uma árvore. — disse, interrompendo-a.
— Passamos por várias crianças, observando atentamente os meninos, na esperança de que encontrássemos alguém especial. Resolvemos nos separar, fui para um lado, seu pai para outro. — Mamãe agora deu um largo sorriso. — Lembro como se fosse ontem, cerca de meia hora depois seu pai voltava segurando você pela mão, dizendo que o Destino tinha nos reservado uma surpresa. — Ao ouvir aquilo, me arrepiei inteira.
— O Destino? Foi isso que o papai disse? — perguntei surpresa, lembrando-me das palavras da adivinha.
— Sim, ele disse que olhava ao redor, sem conseguir se decidir por alguém, o dia estava nublado, mas de repente, do nada, as nuvens se abriram um pouco e o sol iluminou a árvore onde você se encontrava. Ele viu que tinha uma criança sentada sozinha ali e seguiu curioso para saber quem era.
— Eu lembro perfeitamente esse momento — disse, emocionada. — Eu tinha perdido meus pais há um ano, me sentia solitária e desamparada, gostava de me sentar ali, conversava com aquela árvore como se ela fosse minha amiga, e na verdade era.
— Seu pai disse que foi isso que lhe chamou a atenção — contou, sorrindo. — Quando ele se aproximou, disse que ouviu você falando com alguém, mas achou estranho, pois não tinha ninguém ao seu lado, depois ele entendeu que você falava com a árvore, como se fosse uma amiga, e ele achou aquilo tão bonitinho!
— Eu lembro! — disse, dando uma risada. — Ele surgiu do nada e me perguntou: “Com quem você está conversando, meu bem?” E, eu muito surpresa e embaraçada, não respondi nada, mas ele insistiu e confessei quem era. Ao ouvir minha resposta, ele sorriu, disse que de fato era uma bela árvore para se ter como amiga, me disse também seu nome, perguntou o meu e a minha idade. Depois ele se sentou do meu lado e conversamos um pouco, dizendo que gostaria de me apresentar sua esposa e perguntando se poderia acompanhá-lo. Não me opus e ele ficou de pé, me estendendo a mão, e depois de um momento, indecisa, a aceitei.
— Seu pai estava tão feliz, fiquei muito surpresa no início, mas ele estava tão empolgado e você era tão adorável, que por fim me convenci também. Fomos pra casa e conversamos com seus irmãos, as meninas não se importaram nem um pouco de ganhar mais uma irmãzinha, mas o Christopher... — Ela deu uma risada. — Ele ficou uma fera! Ele disse: “Mais uma menina? Só falta ela ser feia e chata!”
— Ele disse isso? — perguntei, rindo.
— Sim, já estava enciumado de perder o posto de filho caçula e ainda por cima para uma menina? Bem, chegou o grande dia, chegamos em casa com você, e daí todos se conheceram. — Ela ficou pensativa. — Lembro que, assim que o Christopher te viu, algo nele mudou definitivamente, toda aquela postura agressiva desapareceu, parecia enfeitiçado por você, como se estivesse diante de algo mágico. Eu e seu pai ficamos muito felizes e aliviados que ele tivesse mudado o comportamento, pensamos que ele tinha começado a desenvolver por você o mesmo amor fraterno que tinha pelas outras irmãs, mas... — Ela mordeu os lábios, voltando a ficar tensa. — Parece que estávamos enganados.
Ficamos um momento em silêncio, ambas constrangidas diante do assunto que conversávamos.
— Foi amor à primeira vista — confessei, com a voz trêmula. — Eu olhei pra ele, dentro de seus olhos, e senti algo tão especial e único, algo que com o tempo entendi que era amor. Senti-me tão feliz, ao mesmo tempo fiquei apavorada! Como viveria na mesma casa com alguém que supostamente deveria ser meu irmão, mas que secretamente em meu coração era o meu grande amor? Então sofri calada, ano após ano, até que, quando decidi finalmente desistir dele e seguir em frente, surpreendentemente se declarou! — Claro que eu não ia contar pra mamãe a história da pegação no banheiro, achei melhor poupá-la dos detalhes. — Foi um dos momentos mais fantásticos de toda a minha vida, por isso sinto muito, mamãe, mas nunca poderei dizer que me sinto arrependida de ter escolhido ficar com ele, posso me arrepender de ter mentido ou enganado, mas nunca de corresponder ao amor do Christopher.
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
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lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
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∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
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LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
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anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
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Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
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Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
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jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
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stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
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naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
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melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3