Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
CAPÍTULO TRÊS
Último fim de semana antes de começar mais um período letivo, uma mistura de ansiedade, nervosismo e melancolia me invadiu, pois as férias acabavam e segunda-feira, além de recomeçarem as aulas, eu estaria numa escola nova, com novos professores e novas amizades, pelo menos assim eu esperava.
Era manhã de sábado. Papai lavava o carro lá fora, e eu estava arrumando meu quarto quando escutei mamãe me chamando. Encontrei-a na lavanderia, tirando as roupas da máquina de lavar e colocando-as na secadora.
— Chamou, mãe?
— Sim, querida — disse, enquanto parava o que estava fazendo, e se virando para mim passou a mão no rosto, tirando o suor. — Por favor, eu me esqueci de pegar a roupa do Christopher para lavar e ele não me escuta com aqueles fones no ouvido o tempo todo, você faria o favor de pedir para ele trazer aqui?
— Claro.
— Obrigada, meu bem.
Subi as escadas e bati na porta do quarto dele. Desde o dia do fatídico episódio não ia mais lá, por isso me sentia um pouco desconfortável agora. Ele não atendeu, por isso bati de novo. Nada.
— Droga! — Comecei a literalmente socar a porta, com as duas mãos.
— Que foi? O mundo acabou? — ele disse, abrindo de supetão, mas foi tão rápido que não tive tempo de parar, perdi o equilíbrio indo com toda a força em cima dele. Caímos os dois no chão do quarto, comigo por cima. — Caramba, Dulce! Ficou maluca? — perguntou, zangado.
— A culpa é sua! Você nunca tira essa porcaria do ouvido! — respondi, irritada.
— Puxa, começaram os amassos e nem para me chamar, meu chapa! — Ouvimos uma voz dizer da porta.
Levantei como um raio, ergui os olhos e deparei com o sorriso cínico de Alfonso Herrera, o melhor amigo do Christopher, que estava encostado no umbral.
Pelo que eu sabia, Christopher e Alfonso eram amigos desde o jardim de infância e sempre aprontavam alguma coisa juntos. Eu até achava bem natural esse comportamento, já que Christopher não tinha um irmão para companheiro de brincadeiras, porém eu e Alfonso tivemos o que se chama de antipatia imediata um pelo outro. Desde o início achei suas piadinhas irritantes, e seu modo de agir, quase promíscuo, pois se tinha algo de que Alfonso Herrera gostava, e muito, eram garotas, e esse era mais um motivo para eu nunca “baixar a guarda” com ele.
Ao fitá-lo, agora friamente, reparei que ele e Christopher estavam praticamente com a mesma altura e peso, mas diferente de Christopher seu cabelo liso era preto e seus olhos eram de um tom de verde tão claro que chegavam quase à cor branca, formando um belo contraste com a pele clara.
Infelizmente era obrigada a afirmar, Alfonso era muito bonito, mais que isso, extremamente másculo, aquele tipo de cara que, quando passa, faz as garotas suspirarem. O pior disso tudo é que ele tinha consciência desse seu estranho poder de atração e o usava sem piedade.
— Você tem uma mente poluída, sabia? — rebati.
— Bom dia para você também, Dulce! — respondeu, com aquele sorriso irritante.
— Oi, cara, bom te ver, voltou quando? — recebeu-o Christopher, sorrindo. Nem tinha se abalado, já estava acostumado com as besteiras do Alfonso.
— Acabei de chegar, encontrei seu pai lá fora e ele me disse que podia entrar. Mas, se eu soubesse que ia interromper um momento tão “delicado”, não tinha vindo sem me anunciar primeiro.
Ignorando o idiota, me virei para o Christopher, passando o recado da mamãe:
— Mamãe está pedindo sua roupa suja.
Sem dizer nada, ele começou a recolher todas as roupas espalhadas pelo quarto, que não eram poucas, e pegou mais algumas dentro do guarda-roupa.
— Pronto, pode levar — disse, parando na minha frente, estendendo-me toda aquela enorme trouxa de roupa suja.
— Por acaso tenho cara de empregada? Deixa de ser preguiçoso e vai lá entregar para ela. — Christopher era muito abusado, se deixasse pediria até que eu amarrasse o cadarço de seus tênis.
— Nossa, sua irmã continua o mesmo “doce” de pessoa — comentou Alfonso, só para me chatear.
— E você, continua o mesmo babaca — falei com o olhar fulminante, espumando de raiva.
— OK, agora chega de “elogios”. Você, fora do meu quarto — Christopher disse para mim. — Alfonso, espera aqui que eu já volto.
— Certo, mas não demora que eu quero te contar sobre umas francesinhas fantásticas que conheci na viagem — ouvi Alfonso dizer quando passei por ele.
Para completar meu dia “perfeito”, Alfonso ficou para almoçar – eu mereço! Mas não posso culpá-lo muito, a macarronada com almôndegas da mamãe era famosa. Além desse motivo, ele visivelmente tinha uma quedinha pela Maite, e passou o almoço inteiro olhando as pernas dela, sendo ignorado totalmente, para minha alegria.
Depois do almoço, nossos pais foram tirar uma soneca, e eu e as meninas resolvemos ficar de bobeira no quintal. A Maite estava sentada na escada, pintando as unhas, Angel lendo uma revista de fofoca, deitada numa toalha, e eu fiquei do lado dela, acabando de ler o meu livro, até que chegaram os meninos com uma bola de vôlei.
— E aí meninas, que tal uma partidinha? — Alfonso perguntou, virando-se esperançoso para Maite.
— Estou fora. Acabei de fazer as unhas — ela respondeu logo, e ri comigo mesma ao ver a cara de decepção do Alfonso.
— Eu topo! — disse Angel. — Você vem, Dulce?
— Sim — respondi, só para ter o prazer de tirar aquele sorriso bobo da cara do Alfonso.
Nosso quintal não era enorme, mas suficiente para fazermos alguns jogos, usando com criatividade o espaço que possuíamos. Fiquei assistindo aos meninos colocarem a rede de vôlei, e quando terminaram me levantei.
— Meninas contra meninos? — perguntou o bobão.
— Acho que não vai dar certo, vocês dois juntos vão ter vantagem, pois são bem mais altos que a gente, melhor dividir. — sugeriu Angel. Fiz uma careta ao ouvir aquilo. — Que foi? — perguntou, olhando para mim. Revirei os olhos e ela entendeu, já que sabia que eu não ia muito com a cara do engraçadinho. — Ah, tá… então, que tal, eu e Alfonso contra Dulce e Christopher. Pode ser? — Felizmente eles concordaram.
Alfonso logo tratou de tirar a camisa, apostava que só para se exibir para Maite, que patético! Tiramos a sorte no cara ou coroa, para ver quem começava, e eu e Christopher ganhamos. Ele sacou, e começamos a partida. Eu podia ser baixinha, mas me garantia, fazendo logo o primeiro ponto.
— Valeu, Dul! — gritou Christopher, rindo para mim, daquele jeito que me fazia virar manteiga, e batemos as mãos nos confraternizando.
A partida prosseguiu e, apesar dos esforços da dupla adversária, terminamos ganhando o primeiro set. Já estávamos com vantagem no segundo quando, ao me virar, senti uma bolada nas costas.
— Ai! — reclamei.
— Desculpa, foi mal! — disse Alfonso, desculpando-se, mas não vi arrependimento nenhum na cara dele.
— Está tudo bem? — Christopher perguntou.
— Estou ótima — respondi, encarando meu adversário sem temor.
Aguardei o momento certo de revidar, e a oportunidade surgiu. Christopher levantou a bola para mim, corri, pulei e saquei com força, e a bola foi direto na cara do Alfonso.
— Desculpe, foi mal! — repeti a mesma frase dele, e ele me olhou roxo de raiva.
— Sua cadelinha! — gritou Alfonso, dirigindo-se a mim.
— Pede desculpas agora, Alfonso! — gritou Christopher atrás de mim.
— Qual é, cara, foi ela que jogou a bola na minha cara!
— Não interessa! Pede, agora! — disse Christopher, com firmeza.
— Nem pensar! — Alfonso respondeu, sacudindo a cabeça, e Christopher se aproximou da rede.
Christopher era o cara mais calmo e tranquilo que eu conhecia, mas que ninguém quisesse vê-lo zangado, pois se transformava.
— Se você não pedir agora, eu te faço pedir — ameaçou, falando baixo com uma veia pulsando na testa.
— Calma, gente! Vamos agir civilizadamente — propôs Angel, erguendo as mãos e tentando apaziguar o clima.
— Pede! — insistiu Christopher.
— Agora você vai ficar do lado da irmãzinha, é? — Alfonso falou, de gozação. — Esqueceu que sou seu melhor amigo, meu chapa?
— Ninguém fala com a Dulce assim na minha frente, ninguém! — Christopher respondeu, frisando bem a última palavra.
— Tudo bem, Chris — falei, aproximando-me dele e colocando minha mão em seu braço, mas não olhou para mim; continuava encarando Alfonso, aguardando.
Alfonso deu uma olhada para nós dois e surpreendentemente deu uma gargalhada.
— Ai! Quanta frescura! Está bem! Desculpe, Dulce! — disse, ironicamente. — Pronto. Satisfeito? — perguntou para Christopher, que pareceu ter ficado na dúvida.
— Agora que tudo foi resolvido, podemos acabar com isso logo de uma vez? — sugeriu Angel, e felizmente Christopher balançou a cabeça em concordância e voltamos a nossas posições.
Prosseguimos o jogo, e o placar final, três sets a um. Ganhamos fácil!
No final da tarde, a confusão estava esquecida, e Christopher e Alfonso já tinham feito as pazes. Mamãe pediu algumas pizzas e todos nós comemos com vontade, bebendo muito refrigerante. Pouco depois, finalmente Alfonso se despediu de todos.
Terminei o dia suada e suja, então fui tomar um banho refrescante. Enquanto me ensaboava, lembrei-me do rosto do Christopher ao me defender durante a partida de vôlei. Tinha ficado realmente irritado, mas não pude deixar de sentir uma onda de emoção com o ocorrido e também gratidão.
Quando já estava vestida, sentada na cama e acabando de pentear o cabelo, Christopher apareceu na porta, segurando seu violão e algumas folhas de papel.
— Posso entrar? — perguntou, inseguro.
— Claro — respondi, um pouco surpresa.
Ele se aproximou, puxou uma cadeira, colocando-a perto de mim, e sentou-se.
— Será que você pode me ajudar?
— Pode falar — respondi, curiosa.
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Depois do que ele tinha feito por mim, andaria até sobre brasas se me pedisse. Christopher me estendeu as folhas de papel, e eu as peguei e olhei para ele sem entender. — Aprendi essa música essa semana, na aula de violão, meu professor disse que é uma música brasileira muito famosa. Eu tenho a letra em inglês, mas eu queria ou ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
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lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
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∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
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LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
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anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
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Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
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Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
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jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
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stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
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naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
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melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3