Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
— Claro que estou, seus malucos! — respondeu, enfiando a mão na cabeça do Christopher e arrepiando o cabelo dele.
— Para, Maite! — Christopher reclamou.
— Querem saber de uma coisa? Sempre achei que tinha um lance estranho entre vocês.
— Sempre achou? — perguntou Christopher, descrente.
— Hum, hum — confirmou, enquanto bebericava. — Vocês se relacionavam diferente de quando era comigo e com a Angel, sentia sempre uma espécie de tensão, uma vibração no ar, sei lá, algo que eu percebia, mas não sabia bem o que era. — Parou de falar e deu um sorriso malicioso. — Bem, mas eu fiquei realmente desconfiada quando peguei esse moleque, aqui, falando dormindo — revelou, apontando pro Christopher.
— O quê? — perguntou ele, ficando supervermelho. — Como assim?
— Ah, isso já faz tempo! Um dia cheguei de madrugada escondido da mamãe, subi as escadas nas pontas dos pés e, quando entrei no corredor, ouvi uma porta se abrindo. Entrei correndo no quarto do Christopher, que era o mais próximo — disse, agora rindo. — Fiquei ali um tempinho, daí vi o Christopher dormindo, se remexendo todo na cama, e dizendo: “Vem... me beija...” Até aí tudo bem, pensei que ele estava sonhando com uma garota qualquer, então completou, dizendo: “Me beija, Dulce...” — eu e Christopher nos olhamos, surpresos.
— Então, você já sabia de tudo? — Christopher perguntou, um pouco constrangido.
— Tudo não, né? Mas, depois disso, comecei a prestar mais atenção em vocês dois, e posso dizer que disfarçaram muito bem, principalmente essa menina aqui. — E apontou pra mim. — Eu lembro que, uma vez, entrei na sala e vi a Dulce olhando pela janela lá pra fora. Até aí nada demais, mas, quando olhei seu rosto, fiquei curiosa, você resplandecia num sorriso tão bonito, cheguei por trás e lhe disse: “O que você está olhando que te deixa tão feliz?” Olhei na mesma direção e adivinha quem eu vi? — Agora, era eu quem ficava envergonhada, e ela bateu no ombro do Christopher e disse. — Você, manézão!
Christopher olhou pra mim, sorrindo, e piscou um olho, me fazendo ficar mais vermelha ainda.
— Então, como podem ver, eu já desconfiava que algo rolava, só não sabia se era um sentimento pra valer ou empolgação de adolescência, sabe? — disse tranquila, mexendo na caneca. — Mas, pelo que estou percebendo, a coisa é seria, não é mesmo?
— Sim, realmente nos amamos — Christopher respondeu, sem titubear.
— Olha, posso imaginar o que vocês estão passando desde que revelaram tudo, já conversei um pouco com a mamãe e hoje vou ver se consigo falar com o papai. Achei que não tem nada a ver esse lance dele de deserdar o Christopher, por isso peço que vocês tenham paciência com os coroas, eles não estavam preparados.
— Nós sabemos, May — eu disse, de olhos baixos. — Temos tentado uma convivência pacífica, mesmo assim ainda dói a frieza deles.
— Eu sei, querida. E é por isso que estou aqui, vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para tentar fazer nossos pais entenderem — declarou, solidária.
— Oh, May! — eu disse, me levantando e abraçando-a. — Você vai fazer isso mesmo?
— Claro, meu bem! Afinal de contas, sou a irmã mais velha, isso deve servir para alguma coisa. — Christopher também se levantou e abraçou a nós duas. — OK, chega dessa sessão melodrama! — disse, sufocada com nosso abraço conjunto.
Ao nos levantarmos, Christopher aproveitou para me dar um beijo suave nos lábios.
— Uau! Realmente, é muito estranho ver vocês fazendo isso! — comentou Maite, de olhos arregalados. — Acho que ainda vou levar um tempo pra me acostumar com a ideia de que agora tenho uma irmã-cunhada. — E rimos todos juntos.
Na manhã seguinte, Christopher partiu, acompanhei-o até o carro que o aguardava, nos abraçamos bem apertado e beijamos várias vezes, até que o motorista buzinou, reclamando que daquele jeito chegariam atrasados e perderiam o avião. Olhei em seus olhos uma última vez, demos um beijo curto e intenso, então ele entrou no carro e partiu.
******
POV CHRISTOPHER
Quatro dias depois eu estava voltando. Uma tempestade violenta varria Londres, o avião sacudia o tempo todo com a turbulência, deixando os passageiros agitados e nervosos, e foi com um suspiro de alívio que senti o avião aterrissar.
Não via a hora de sair dali e encontrar a Dulce, que viria me pegar como combinamos. Estava morrendo de saudade, já podia imaginar seu sorriso lindo esperando por mim, assim que saísse pelo portão de desembarque, e aquele pensamento me fez caminhar ainda mais rápido.
Andei apressado, passando na frente de todos os outros passageiros, e sem perceber estava praticamente correndo. Finalmente vi a saída e atravessei o último obstáculo, passando por uma porta onde uma comissária nos dava as boas-vindas.
Assim que me vi do lado de fora, comecei imediatamente a procurá-la por entre as pessoas ali presentes. Impaciente, olhei ao redor e, depois de muito observar, constatei desapontado que ela ainda não havia chegado. Olhei para meu relógio de pulso e confirmei que estava dentro do horário combinado. Ouvi um trovão e pensei que provavelmente a chuva a tivesse atrasado. Depois de 10 minutos em pé, resolvi sentar numa cadeira próxima e continuei aguardando. A ansiedade só aumentava.
Os minutos pareciam se arrastar, e quando completou meia hora resolvi ligar para seu celular. Em vez de chamar, entrou uma mensagem informando estar fora de área ou desligado, e comecei a achar aquilo muito estranho. Será que ela tinha me esquecido? Não, isso era impossível, no dia anterior tinha confirmado tudo com ela quando conversamos por telefone.
Quando já estava esperando há 40 minutos, vi uma figura molhada e familiar se aproximando, mas não era a Dulce, era Maite. Franzi a testa na hora, não poderia ser coincidência ela estar ali àquela hora.
Assim que ela se aproximou, me levantei e fui logo perguntando:
— O que você está fazendo aqui? Onde está a Dulce? — Foi então que reparei seus olhos vermelhos e lábios trêmulos; tinha alguma coisa errada.
— Chris, fica calmo — ela disse, rápido. — Vim te buscar, por favor, me acompanhe que eu te explico no caminho.
— Explicar o quê? Eu não dou um passo enquanto você não me falar o que está acontecendo! — disse, desconfiado.
— Chris, por favor! Não torne isso pior do que já está sendo — suplicou.
— Do que você está falando? — Agora eu estava ficando realmente preocupado. — Maite, quero saber onde está a Dulce, o que está acontecendo, quero saber agora! — berrei, nervoso.
Ela passou, nervosa, as mãos pelos cabelos molhados de chuva, enquanto parecia decidir o que fazer.
— OK, só me prometa que vai ficar calmo, tá bom?
Respirei fundo.
— Estou calmo, agora desembucha!
Ela fechou os olhos, suspirou profundamente, abriu-os e os vi novamente cheios de lágrimas.
— A cerca de 10 minutos daqui, um motorista bêbado perdeu o controle do carro na pista molhada e atravessou para a outra, onde vinham os carros na direção contrária — disse, com a voz fraca. — Ele bateu em dois carros antes de capotar.
— E o que isso tem a ver com a Dulce? — perguntei cheio de pavor, observando Maite mover os lábios sem conseguir emitir nenhum som, e desesperado segurei-a pelos ombros e gritei: — FALA, MAITE!
— O segundo carro em que esse motorista se chocou era o dela!
Ao ouvir aquilo, senti meu cérebro congelar, meus joelhos falharem e, por um momento, parei de respirar. Não conseguia assimilar o que Maite acabava de dizer, tinha que ser algum engano, não podia ser verdade.
Ela voltou a falar comigo, mas eu não conseguia entender bem o que ela dizia, era como se falasse de muito longe ou, então, através de um rádio mal sintonizado. Só conseguia entender algumas partes.
— Dulce... hospital... emergência... centro cirúrgico... — Eram coisas demais para assimilar de uma vez só. — Chris, você entendeu tudo o que eu disse? — perguntou, preocupada.
Eu não conseguia pensar nem sentir nada. Um vazio tomou conta do meu corpo, eu estava em choque.
— Leve-me até ela — foi tudo o que consegui dizer.
Fizemos o trajeto enfrentando o trânsito lento e pensei como uma simples chuva podia causar toda aquela tragédia. Observei um policial rodoviário sinalizando para os carros desviarem para a outra pista e entendi o que estava acontecendo, ao avistar um reboque e reconhecer um carro parcialmente destruído sendo removido: era o carro da mamãe, o carro que a Dulce devia estar dirigindo. Tremi da cabeça aos pés ao constatar o estado do lado do motorista, parcialmente destruído, observei o ângulo estranho das ferragens distorcidas e entendi que provavelmente haviam usado uma serra para conseguirem abrir o metal e retirá-la dali. O medo apoderou-se de mim.
Cerca de meia hora depois, chegávamos ao hospital. Nem esperei a Maite estacionar o carro direito, abri a porta com ele ainda em movimento e saí correndo, deixando Maite gritando atrás de mim, pedindo para esperar, mas a ignorei e corri ainda mais.
Entrei por uma porta, em cuja placa informava “Emergência”, olhei ao redor, perdido, até que vi a recepção e me dirigi até lá.
— Quero informações sobre uma paciente — disse, respirando pesado.
— Pois não, qual o nome?
— Uckermann, Dulce Uckermann.
— O que o senhor é dela?
— Marido — respondi, e observei a recepcionista olhar-me com descrença, mas não disse nada.
— Só um momento, por favor — ela respondeu, indiferente, e em seguida começou a procurar por algo no computador e esperei tamborilando os dedos pelo balcão, impaciente. — Sim. Ela deu entrada hoje, no final da tarde, acidente automobilístico?
— Sim — confirmei, murmurando.
— Ela está em cirurgia no momento — comunicou, num tom frio e profissional. — Peço que aguarde naquela sala, assim que o médico acabar a cirurgia virá conversar com o senhor.
— Qual é o estado dela? Em que parte do corpo é a cirurgia? — perguntei, confuso.
— Desculpe, mas não dispomos dessas informações — respondeu, no mesmo tom formal. — Quando o médico chegar, responderá a todas as suas perguntas. — E encerrou a conversa.
“Sua vaca!”, pensei, olhando para o rosto arrogante daquela mulher, com vontade de chutá-la.
Dirigi-me frustrado até a sala que ela havia me indicado e, ao entrar, verifiquei surpreso que papai e mamãe já estavam ali. Mamãe correu para me abraçar, mas papai ficou imóvel, sentado de cabeça baixa, no mesmo lugar.
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— Ah, Chris! — disse mamãe, ao me abraçar. — Finalmente, você chegou! — Maite entrou em seguida, falando no celular com alguém. — Alguma notícia dela? — perguntei. — Assim que chegamos, fomos informados de que ela foi encaminhada imediatamente para cirurgia, parece que sua cabeça foi atingid ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
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lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
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∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
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LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
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anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
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Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
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Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
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jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
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stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
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naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
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melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3