Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
Suspirei e me dirigi ao tapete. Sentamos de frente um para o outro, de pernas cruzadas. Ela procurou colocar um bom espaço entre nós. Sorri. Encaramo-nos e voltei a sentir aquela vibração maravilhosa que fluía entre nós. Eu desconfiava que ela sentisse o mesmo, mas isso devia deixá-la assustada. Infelizmente, Dulce não se lembrava da força da conexão que existia entre nós.
— Conte-me tudo. — pediu cortando o clima.
— De onde você quer que eu comece?
— Do início. Como nos conhecemos? — perguntou visivelmente tensa.
Respirei fundo e comecei a contar a nossa história, desde o primeiro momento em que nos vimos. Procurei descrever com riqueza de detalhes as impressões que tivemos um do outro, explicando quando contava algo pelo meu ponto de vista ou tinha sido dito por ela. Falei sobre a nossa infância e do amor inocente e puro que tinha surgido desde aquela época. Contei sobre nossa adolescência, do conflito que passou a existir quando amor e desejo viraram uma coisa só; do quanto nos sentíamos culpados pelos nossos sentimentos e de como foi duro esconder o que sentíamos.
Às vezes ela interrompia perguntando uma coisa ou outra. Na maior parte do tempo, escutava atentamente. Falei do momento em que nos revelamos e ela ficou muito surpresa.
— Eu te dei um tapa? — perguntou espantada.
— E dos bons!
— Aposto que você mereceu! — afirmou depois de refletir por um momento.
— Por que diz isso?
— Você é muito atrevido!
— Digamos que, quando se trata de você, meus instintos me dominam. — expliquei sorridente. — Nunca tive muito controle quando o assunto é você. Sempre fico meio desesperado.
Observei que aquilo a desconcertou e que a intensidade do meu olhar a deixava desconfortável. Ela baixou os olhos timidamente, colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha.
— E como eu era em relação a você? — perguntou olhando para as mãos.
— Você quer toda a verdade?
Ela ergueu o rosto, com expressão aborrecida.
— Por que pergunta isso? — indagou franzindo a testa. — Claro que quero saber toda a verdade!
— Mesmo que possa surpreendê-la ou chocar? — perguntei olhando-a firmemente.
Ela me encarou um pouco insegura. Fechou os olhos, respirou fundo e, quando os abriu, parecia que, de tão sólidos, tinham passado da cor mel para âmbar.
— Não importa o que seja, quando fizer uma pergunta, peço que me conte toda a verdade, sem enrolação!
— Está bem. — assenti tranquilo e satisfeito. — Tínhamos uma relação intensa, você era amorosa e apaixonada! Quando eu era obrigado a viajar a trabalho e ficar fora por alguns dias, você me recebia com alegria e saudade. A gente mal via a hora de ficar junto. — fechei os olhos, emocionado com a força das minhas lembranças. — Nosso quarto era nosso mundo. Procurávamos deixar todos os problemas, todos os preconceitos, tudo que nos incomodava, longe daqui. Era onde tínhamos mais liberdade de sermos nós mesmos, onde conversávamos e fazíamos planos. — olhei rapidamente para nossa cama, antes de voltar a encará-la — Era também onde nos amávamos, onde nossas roupas voavam, onde seu corpo se encostava ao meu numa entrega doce e exigente; onde cada toque era um passo rumo ao paraíso, onde cada sussurro seu era música, onde sua pele era...
— Pare! — pediu nervosa. — Por favor, pare!
Vi medo e vergonha em seu olhar.
— Desculpe, não queria constrangê-la. — passei as mãos pelo cabelo, nervoso. — Mas essas lembranças estão muito vivas em mim.
Ficamos um tempo em silêncio, olhando para nossos pés, perturbados com a minha última confissão.
— Está tudo bem. — admitiu mais calma. — Eu sei que você estava apenas sendo sincero. É que certas coisas são inacreditáveis pra mim. — depois percebi seu olhar se suavizar. — Realmente quero entendê-lo, quero entender o que a gente significou um para o outro.
— Significou? — perguntei cheio de mágoa. — Você significa tudo pra mim, Dulce! — disse pondo-me de pé.
— De-desculpe! — gaguejou, também se erguendo. — Não quero magoá-lo, não mesmo! Mas, por favor, entenda que não posso oferecer mais do que amizade, uma profunda e sincera amizade.
— Amizade? — perguntei ríspido. — Depois de tudo que te contei, acredita mesmo que vou conseguir me contentar com amizade?
Ela passou a língua pelos lábios nervosamente.
— Se você me ama como diz amar, sei que poderá entender e aceitar minhas condições. — respondeu tensa.
— Você não sente nada por mim? — perguntei amargo. — Nada? Por favor, seja sincera como fui com você!
Ela abaixou a cabeça, torcendo as mãos. Olhou-me parecendo um pouco embaraçada.
— Sinto carinho por você. — falou por fim. — E não vou mentir, sinto também atração. Afinal, você não é de se jogar fora. — não tive como não sorrir um pouco — Mas para por aí! — alertou, vendo o brilho voltar aos meus olhos. — Então, por favor, será que não podemos começar como amigos, melhores amigos? — ergueu o braço, estendendo a mão como para selar um acordo.
Olhei a mão estendida à minha frente e minha vontade era segurá-la, puxando-a para mim. Mas tinha que ser firme. Tinha prometido não tocá-la, a menos que pedisse. Foi muito a contragosto que ergui minha mão apertando a sua. E a vi sorrir aliviada.
— Amigos. — aceitei enquanto sacudíamos as mãos. — Por enquanto. — então o sorriso sumiu do seu rosto e ela soltou rapidamente a minha mão. — Concordo com seu pedido, mas tenho um a fazer.
— Qual?
— Não me exclua da sua vida. — pedi. — Faça-me parte dela tanto quanto possível. Pode fazer isso por mim?
Ela pareceu pensar, provavelmente imaginando as consequências dessa promessa.
— É um pedido razoável. — cedeu de forma ponderada. — Tudo bem, aceito.
— Ótimo! — vibrei alegre e aliviado.
***
Maldita hora que fiz aquela promessa! — pensei.
Estava no banheiro escovando os dentes para dormir, e o fazia com tanta força que cheguei a sangrar a gengiva. Enxaguei a boca e cuspi na pia, observando a espuma vermelha escorrer pelo ralo.
Lá estava eu, apavorada com a ideia de voltar para o quarto. E estava assim porque, em razão da minha promessa, estava obrigada a partilhar a mesma cama com Christopher.
— Maldição! — disse em voz alta.
Nunca poderia imaginar que “fazer parte da minha vida” incluísse dormir juntos. Quando sugeri que ele voltasse a dormir em seu antigo quarto, ele fez questão de me lembrar da promessa, inclusive ameaçando quebrar a dele, caso eu não cumprisse a minha.
Chantagista! — pensei.
Ele era esperto e tinha me colocado contra a parede mais uma vez. Não me sobrou alternativa a não ser concordar. Por falar em ser colocada contra a parede, fechei os olhos e me lembrei da sua surpreendente declaração, seguida daquele ataque apaixonado. Senti meu coração bater mais rápido ao recordar o gosto da sua boca, o calor do seu corpo pressionando o meu, suas mãos percorrendo a minha pele como se estivessem acostumadas a fazer isso. Ah! Ele tocava lugares que me faziam tremer, como se soubesse de cor onde eu era mais sensível.
— Controle-se, Dulce! — falei abrindo os olhos.
Olhei-me no espelho. Estava corada e os lábios tremiam ligeiramente. Meus olhos estavam assustados. Não estava acostumada a me sentir assim. Pelo menos, não me lembrava de sentir tão vulnerável a um homem. Lembrei-me dele, do seu rosto, dos seus olhos castanhos, da sua boca, do seu cabelo...
Droga! — pensei zangada. — Por que tenho essa vontade absurda de tocar o cabelo dele?
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Tremi novamente e senti o medo preencher meu peito. Não gostava daquela sensação. Aquele pavor estava acabando comigo. Anahí tinha dito que quando acabasse esse medo eu conseguiria ouvir o que meu coração estava me dizendo. Mas como e quando eu conseguiria me livrar desse frio paralisante? Do que eu tinha medo? Dele? — pensei. ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
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lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
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∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
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LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
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anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
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Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
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Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
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jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
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stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
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naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
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melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3