Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy
CAPÍTULO QUATRO
Acordei assustada com o despertador tocando, e minha impressão é que só fazia cinco minutos que tinha adormecido. Arrastei-me até o banheiro, na esperança de que um banho me fizesse sentir melhor, e no caminho escutei mamãe gritando para o Christopher acordar.
Pouco tempo depois, quando mais animada voltei para o quarto, ouvi minha mãe ainda chamando por ele. Já estava vestida e descendo para o café da manhã, quando escutei a ameaça final.
— Christopher Alexander Luís Casillas von Uckermann! Se não levantar agora, considere sua mesada da semana suspensa!
Sorri, ao ouvir um minuto depois, ele sair do quarto e ir correndo para o banheiro. Depois de 15 minutos, entrava na cozinha um Christopher de cara amassada e fechada, o cabelo sem pentear, a camisa para fora da calça e a gravata na mão. Como meu humor também não era dos melhores, continuei comendo calada, enquanto o via pegar o suco na geladeira, mas em vez de beber no copo preferiu tomar direto da embalagem. Christopher devia ter acordado com alguma tendência suicida aquela manhã, pois, se mamãe entrasse na cozinha naquele momento, iria trucidá-lo. Normalmente, eu iria alertá-lo, porém, como estava tão esquisito, continuei muda e o deixei a margem da própria sorte.
— Já está pronta? — perguntou, mal-humorado.
— Só preciso pegar minha mochila — respondi, sem olhar pra ele.
— Te espero lá fora — avisou, passando na minha frente.
“Nossa, ele está realmente azedo hoje”, pensei ao me levantar.
Ao sair para a varanda, vi que ele me aguardava encostado na grade, com as mãos nos bolsos da calça, a mochila nas costas e a gravata enfiada de qualquer jeito no colarinho.
— Christopher! — chamou mamãe, surgindo atrás de mim. — Tome conta da Dulce, ela é sua responsabilidade! — Fiz uma careta ao ouvir aquilo, e ele limitou-se a virar os olhos. — Tenha um ótimo primeiro dia de aula, querida! — disse mamãe, me abraçando ao se despedir, e abracei-a também e dei-lhe um beijinho. Depois, andei até ele.
— Vamos passar primeiro para pegar o Poncho e depois seguimos para a escola — explicou, enquanto estávamos na calçada.
— Ótimo! Vou “adorar” andar com o Alfonso todo dia pela manhã — comentei ironicamente, e ele começou a andar fingindo não entender meu comentário.
Quando chegamos à casa do Alfonso, ele já nos aguardava no portão. Ao observá-los, parados um na frente do outro, engoli o riso. Enquanto Christopher parecia ter saído de um furacão, Alfonso tinha a roupa e os cabelos impecáveis, parecendo um modelo de catálogo de roupas.
— Bom dia, pessoas! E aí, animados? — disse com um enorme sorriso, antes de avaliar a aparência de Christopher, de cima a baixo. — Cara, o que você fez com seu uniforme, mastigou?
Christopher não respondeu, mantendo o rosto carrancudo.
— Nossa, estamos “alegres” esta manhã, não? — Alfonso perguntou, examinando-nos.
— Cala a boca e vamos logo — resmungou Christopher.
A escola não ficava longe, chegamos lá em 15 minutos. A entrada estava lotada de estudantes, muitos conversavam animadamente, contando sobre suas férias, e outros faziam cara de tédio igual ao Christopher. Estava um pouco assustada por estar em meio a tanta gente estranha, ainda bem que não estava sozinha. Já conhecia as instalações da escola, pois a havia visitado em outras ocasiões, sabia que era enorme, um complexo formado por prédios antigos, mas reformados com os confortos modernos. O pátio interno era grande, arborizado, e tinha um pequeno chafariz.
— Aonde nós vamos agora? — perguntei, agitada, rodando sem parar minha pulseira no pulso.
— Daqui a pouco vão nos chamar para o auditório. A diretora sempre faz um discurso no primeiro dia de aula, para dar boas-vindas, fazer apresentações, explicar as regras, toda essa baboseira — respondeu Alfonso, enquanto Christopher continuava caladão.
Não demorou muito, apareceram vários funcionários da escola chamando os estudantes. Dirigimo-nos devagar para o local indicado e, ao entrarmos no imenso auditório, nos sentamos a uma das últimas fileiras de cadeiras.
Olhei para Christopher, que tinha se recostado na cadeira, fechado os olhos e fingia dormir. Já o Alfonso era o oposto, cumprimentava amigos que passavam e mexia com algumas garotas. Estava tão animado que não parava de pular na cadeira, parecia até que tinha sentado num formigueiro.
A uma boa distância, vi um grande palco, onde havia sido posta uma mesa comprida com várias cadeiras, nas quais os professores estavam sentados. Ao centro dessa mesa, numa cadeira um pouco mais ostensiva, sentava a diretora, uma mulher de meia-idade, com cabelos grisalhos e ar severo. Ela estava vestida num tailleur elegante de cor cinza. Depois que todos estavam devidamente em seus lugares, ela se inclinou e falou no microfone à sua frente.
O discurso da diretora foi realmente enfadonho. Eles tinham regras para tudo, algumas óbvias, do tipo: dentro dos limites da escola, não se podia fumar, ingerir bebida alcoólica ou qualquer outra substância ilícita, era proibido o uso de aparelhagem de som ou celular durante as aulas, assim como era proibida a leitura de material não didático em sala de aula, e só podíamos frequentar o banheiro correspondente ao nosso sexo. Ao ouvir essa última, tive de rir, no que fui acompanhada por muitos.
— Resumindo, proibido viver! — disse Christopher, de olhos fechados.
— Caraca! Onde vou dar meus amassos esse ano? — quis saber Alfonso, preocupado.
— Como assim? — perguntei, curiosa. Christopher abriu os olhos e respondeu:
— Ano passado, o Poncho foi pego no banheiro feminino, beijando uma garota de 16 anos.
— Adoro mulher mais velha! — Alfonso confirmou, com um sorriso malicioso.
— Daí, quando o levaram para a diretoria e o acusaram de quebrar as regras, ele se defendeu dizendo que nunca havia sido informado sobre ser proibido frequentar o banheiro feminino. — Olhei chocada para o Alfonso, que sorria cinicamente. — Acho que por isso esse ano eles resolveram colocar como regra oficial — completou, fechando os olhos novamente.
No final da apresentação, ao sermos dispensados, a diretora indicou um funcionário que levaria os alunos do primeiro ano para a sala de aula.
— É isso aí, Dulce, bem-vinda à selva! — disse Alfonso, enquanto nos levantávamos.
— Você deveria dizer purgatório — contradisse Christopher. — Boa sorte!
Despedimo-nos ali mesmo. Nervosa, eu os vi se afastar, mas segui o caminho indicado, junto com os outros alunos, automaticamente insegura. Entramos na sala de aula, sentei-me a uma mesa encostada à parede, observando os outros estudantes que ocupavam os lugares vazios. Uma menina de olhos grandes e azuis, com cabelo loiro e comprido se aproximou de mim. Parecia alemã, havia muitos deles vivendo na Inglaterra.
— Já tem alguém aqui? — ela me perguntou sorrindo, apontando para a mesa ao meu lado.
— Não, pode sentar — respondi, retribuindo o sorriso.
— Meu nome é Anahi Portilla, qual é o seu? — inquiriu, depois de tirar a mochila do ombro, colocando-a em cima da mesa.
— Dulce Uckermann.
— Nossa, estou tão animada! Meu irmão estuda aqui também, não via a hora de vir para cá. Você viu quantos gatinhos tem por aí? Tenho certeza que vamos nos dar bem esse ano!
A menina falava sem parar, mas era simpática e alegre, sempre sorrindo com aqueles dentes muito brancos. Gostei dela logo de cara, seu jeito franco e descontraído eram cativantes. Felizmente, pareceu também ter simpatizado comigo, mesmo eu sendo visivelmente o seu oposto. Desejei de todo o coração ter feito minha primeira amiga de verdade na escola.
Na hora do almoço, fomos juntas para o refeitório. Entramos na fila para pegar nossa comida, olhei ao redor, curiosa, mas não vi Christopher ou Alfonso. Sentamos a uma mesa junto com outros colegas de turma. Já estávamos comendo há algum tempo, quando Anahi comentou, baixinho e com a cabeça inclinada em minha direção:
— Você já se deu bem.
— Como assim? — perguntei, sem entender.
— Não se vire agora, mas tem um carinha que não para de olhar para você.
— Tem certeza? — perguntei, passando uma mecha de cabelo por trás da orelha, tentando disfarçar o embaraço da notícia.
— Absoluta — respondeu, olhando para algum ponto atrás de mim.
— Como é que ele é?
— Branco feito papel, parece alto, mas como está sentado não dá para ter certeza, magrelo, tem uma cara engraçada de bebê, olhos castanho, cabelo castanho-claro, precisando urgente de um bom corte, e suas roupas parecem ter sido usadas como pano de chão. — Ela disse tão rápido que quase não consegui entender tudo, mas deu para perceber que era esperta e observadora.
Depois que consegui absorver o que ela tinha dito, logo percebi quem se encaixava com perfeição àquela descrição.
— Acho que já sei quem é — afirmei, olhando pra trás, e não deu outra. — É ele mesmo — confirmei, bebendo meu suco.
— Quem é? — ela perguntou, curiosa.
— Meu irmão, Christopher.
— Irmão? — falou, franzindo a testa. — Mas vocês são tão diferentes.
— Não somos irmãos de verdade, sou adotada. — Já estava acostumada com as pessoas fazendo aquela observação.
— Ah, entendi! E eles são legais, sua família?
— São maravilhosos! — respondi sinceramente.
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— Que ótimo! — comentou, dando mais uma olhada na direção deles. — Seu irmão então deve ser do tipo bem protetor, não? Já que fica olhando desse jeito para você. — Ah, meus pais têm essa mania de colocar o Christopher tomando conta de mim, particularmente não gosto nem um pouco e acr ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 767
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lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13
vondy por suerte hasta la muerte
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∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10
Amei a fic parabens *-*
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LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48
Sdds
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anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43
Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce
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Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10
PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO
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Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15
Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.
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jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46
lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3
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stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51
Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!
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naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19
Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.
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melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22
Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3