Fanfics Brasil - 2 Temporada - 010 Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída)

Fanfic: Apenas Irmãos? || Vondy (Concluída) | Tema: Rebelde / Vondy


Capítulo: 2 Temporada - 010

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Olhei para o manto cinza acima de mim. Era como uma tela gigantesca, refletindo como me sentia naquele momento. Suas cores sombrias, como reflexos do meu humor. Na verdade, não era apenas o céu que eu encarava nesse tom: as pessoas, as casas, as ruas, tudo estava coberto por essa penumbra, como se a vida tivesse perdido o brilho, a cor. Não prestava muita atenção aonde ia, deixava os pés me guiarem sem rumo certo, como se a solução dos meus problemas estivesse escondida numa esquina qualquer.


Passei em frente a uma sorveteria e resolvi entrar. Nem prestei atenção na imensa placa que exibia dezenas de diferentes sabores de sorvete. Pedi o de sempre: chocolate. A atendente pareceu feliz por atender alguém decidido, diferente do que vi acontecer com o cliente ao lado. Com a taça de sorvete nas mãos, sentei em uma das mesas ao lado da vidraça, o que me permitiu ter visão da rua.


Saboreava distraído, observando sem interesse as outras lojas e as pessoas que passavam por ali. E algo do outro lado da rua chamou minha atenção. Acho que fui atraído pelas cores vibrantes usadas no cartaz. De onde estava não distinguia bem as imagens, mas aquele colorido me deixou curioso. O letreiro acima identificava uma agência de viagens. Voltei a sentir a familiar opressão no peito, lembrando que da última vez que estive num lugar desses foi para comprar um pacote turístico para o meu casamento. Forcei-me a reprimir as lágrimas que teimavam brotar.


Solitário, continuei tomando o sorvete, olhando vez por outra aquela vitrine que exibia atraentes paisagens ao redor do globo. Assim que terminei, saí da sorveteria e atravessei a rua. Na falta de coisa melhor para fazer, fui ver mais de perto aquele lugar. Parei em frente e passeei o olhar por todas as propagandas. Confirmei o que imaginava. Boa parte do mundo estava ali representada em ofertas variadas de destino. Será que Dulce aceitaria viajar comigo? Lembrei-me do olhar desconfiado e do jeito constrangido que ela vinha apresentando. Provavelmente não aceitaria. Suspirei desanimado.


Aquela inscrição em grandes letras verdes e amarelas me chamou a atenção. Parei e fixei o olhar no cartaz. Fotos de pessoas rindo e se divertindo em cenários convidativos. Numa delas, uma família passeava a beira-mar. O casal segurava pela mão uma garotinha sorridente. Observei o cabelo cacheado e escuro que lhe caía aos ombros, assim como o belo e saudável tom bronzeado de sua pele.


Era uma criança linda! Desejei que, se um dia tivesse uma filha, fosse assim: uma delicada fadinha, morena como sua mãe.


Uma ideia surgiu e foi tomando forma, à medida que contemplava a figura daquela linda menininha. Aquilo me trouxe à lembrança um momento especial. Meu marasmo foi sendo substituído por uma súbita euforia. Dulce não confiava em mim por não se lembrar de mim... Mas se eu provasse que a conhecia além do que ela supunha, talvez conseguisse dar o primeiro passo rumo ao seu coração.


Um plano começou a se formar em minha mente e, animado, decidi o que fazer. Dei meia volta e, já ia partir, quando resolvi lançar um último olhar para o cartaz.


— Brasil. — falei em voz alta, lendo o título principal, antes de voltar a fitar o rosto da garotinha. — Obrigado! — agradeci à imagem inanimada, e sai correndo à procura da primeira entrada de metrô.


Eu já sabia o que fazer, só não sabia se daria certo. Mas eu tinha que tentar. Desesperadamente, precisava tentar.


 


***


 


Lembro-me que, antes do acidente, amava os dias de sábado. Na sexta-feira, já começava a me sentir mais feliz, vibrando pela expectativa do dia seguinte, quando podia relaxar e curtir meus passatempos favoritos: ler, ouvir música, ver um bom programa de TV ou pegar um cineminha com a Anahí.


Agora, os sábados me deixavam tensa, pra não dizer apavorada. Nunca o fato de ter tempo livre tinha me deixado nesse estado constante de alerta. Também, antes eu não tinha um ex-irmão-atualmarido de quem tinha que fugir.


Eu sabia que estava sendo injusta, terrivelmente injusta com Christopher. Mas não conseguia evitar, minha reação era mais forte do que qualquer razão e bom senso. Eu ficava tão nervosa em sua presença, na dúvida sobre como me comportar, o que dizer, como agir. O pior de tudo, talvez, fosse o fato de me esforçar para esconder dele e, principalmente de mim mesma, o quanto eu o achava bonito, o quanto ele me atraía. Bastava ele sorrir pra sentir que poderia ceder a essa forte e crescente atração.


Maldição! Por que ele tinha que ser tão legal? Tão magnificamente cavalheiro? Quando olhava pra ele, era fácil imaginá-lo vestido como um nobre, o personagem principal de uma novela romântica de época, um príncipe. Meu príncipe!


— Esquece o Christopher! Esquece! — falava para mim mesma.


O mais irônico, para não dizer mais triste, é que eu o havia esquecido de fato. De alguma forma, meu cérebro havia apagado o Christopher completamente da minha memória. Minha mente estava repleta de lacunas quanto à boa parte da minha infância e da minha vida até ali. Podia lembrar com perfeição como foi minha primeira apresentação de balé, de ver meus pais e irmãs na plateia torcendo por mim.


Mas, inexplicavelmente, Christopher nunca estava entre eles. E quando me esforçava para recordar algum acontecimento no qual a presença dele fosse indispensável, a imagem me vinha à mente fracionada, como se minha vida fosse um filme e alguém tivesse feito uma edição de imagens removendo a presença dele.


Com relação ao nosso casamento, o vazio era total. Um gigantesco nada, uma tela em branco. Minhas lembranças eram um quebra-cabeça incompleto, eu não sabia onde estavam as peças que faltavam e se um dia conseguiria recuperá-las. Ventos furiosos haviam entrado pela janela imaginária do meu passado, espalhando as páginas da minha vida e levando-as para o desconhecido.


Durante a semana, procurava me manter tão ocupada quanto possível: escola, ensaios, sessões de estudo com Anahí, longas visitas à biblioteca. Nos finais de semana me via restrita a poucas opções, as desculpas para as minhas ausências se reduziam. E era inevitável estar com ele. Eu tinha prometido não afastá-lo e me via prisioneira por conta dessa promessa. Cada vez que sentia seu olhar sobre mim, onde ficava tão visível sua carência, frustração e ansiedade, sentia-me em dívida. O sentimento de culpa me assaltava, toda vez que aqueles olhos castanhos encontravam os meus. Seu carinho constante era mel e fel: em sua doçura, me sentia aquecida; em seu amargor, me via gelada. Por quanto tempo mais poderia viver nessa ambivalência de emoções, equilibrando-me numa corda bamba? Até quando teria forças pra me manter erguida sobre esse fio? Será que seria o cansaço que me faria cair? Ou seria, por fim, a mente racional rendida ao desejo do coração que me faria tomar a decisão de saltar diante do desconhecido, onde sonho e realidade se encontrariam? Eu não sabia a resposta.


Naquele sábado pela manhã me mantive ocupada organizando o guarda-roupa, tentando dar ordem ao caos deixado por Christopher — um bagunceiro de primeira! Novamente me via cheia de emoções conflitantes, aborrecida com seu desleixo e, ao mesmo tempo, rindo ao encontrar numa mesma gaveta: camisetas, carregador de celular, um pacote de biscoitos vazio, meias sujas e uma cueca samba-canção estampada com ursinhos de pelúcia.


— Este foi um presente da tia Martha no meu último aniversário. — Christopher falou atrás de mim.


Virei, ainda segurando a hilária peça, e falei bem humorada:


— Até que é bonitinha.


— Não sei como ela conseguiu imaginar que algum dia eu usaria isso. Acho que ela pensa que ainda tenho cinco anos! — reclamou, fazendo uma careta. — O que você está fazendo?


— Bem, obviamente, tentando colocar um pouco de ordem no caos reinante nestas gavetas. — respondi colocando novamente a cueca na gaveta e colocando num saco o que precisava jogar fora.


— Por acaso isso é o que vai para o lixo? — perguntou parando ao meu lado.


— Sim.


Ele pegou a cueca da gaveta e jogou no saco que estava ao chão. Tive que rir.


— Está muito ocupada?


— Graças a você, sim. — falei dobrando mais algumas blusas.


 


 


 


Esquecer ele porque? ele é o marido dela! Indeciso


 



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 767



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  • lopachbr Postado em 01/06/2016 - 15:23:13

    vondy por suerte hasta la muerte

  • ∞† Sasabiina †∞ Postado em 01/01/2016 - 17:28:10

    Amei a fic parabens *-*

  • LetíciaVondy Postado em 17/12/2015 - 21:59:48

    Sdds

  • anne_mx Postado em 14/08/2015 - 19:18:43

    Essa foi a melhor fic que já li foi muito perfeitaaaaaaaaaaaa parabens amei a frase que a senhora disse pra Dulce

  • Girl Postado em 02/08/2015 - 12:25:10

    PASSANDO NESSA PORRA PRA DIZER QUE FOI É E SEMPRE SERÁ A MELHOR WEB DE PARENTESCO QUE EU JA LI...ACEITEM MUNDO

  • Anne Karol Postado em 01/06/2015 - 14:54:15

    Bom, o que falar dessa fanfic? Uma das melhores que existe aqui no site. Chorei, comemorei, sorri, ri, me diverti. Ain vou sentir tanta saudade Rebeca. Me apaixonei pela fanfic e vê que ela acabou me da uma tristeza, como se algo faltasse. Muito obrigada por nos proporcionar essa fanfic. Ela é simplesmente maravilhosa <3.

  • jaahvondy Postado em 31/05/2015 - 00:13:46

    lindo, lindo, lindo o final..to muito emocionada aqui...é uma das minhas fics preferidas...<3 foi simplismente maravilhosa, e não tem como explicar o que eu senti quando eu lia esses ultimos capitulos...tudo perfeito...<3

  • stellabarcelos Postado em 29/05/2015 - 00:52:51

    Comecei a ler a web ontem e já terminei! Linda demais e muito viciante ! Obrigada por postar essa história linda sobre o amor verdadeiro Parabéns!

  • naty_rbd Postado em 28/05/2015 - 14:32:19

    Mais uma web sua que chegou ao fim e eu aqui me acabando em lagrimas. Foi perfeita e tenho certeza que essa outra será tambem.

  • melicia_fagundes Postado em 27/05/2015 - 23:41:22

    Adorei a fic. Umas das melhores que ja li. Beijos <3


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