Fanfic: Peças de um quebra cabeça perfeito | Tema: ValeCamil

As gravações já haviam terminado. Me sentia muito emocionada e lisonjeada por um mais um grande trabalho que junto dos meus amigos havia concluído. Meu coração pulsava forte naquele instante. A última cena, o último show, os poucos tempos juntos que ainda teríamos. Sim, A Feia Mais Bela, se encerra por aqui.

Maria: Estamos muito felizes por mais esse trabalho que concluímos. Vai deixar saudade, vai... Vai nos fazer lembrar emocionados? Sim, com toda certeza, mas podem ter certeza que a última sensação vai ser de arrependimento e tristeza. Lembraremos de cada minuto que passamos juntos, cada cena, com os olhos marejados. Lembraremos da grande família que construímos ao longo desses quase dois anos de gravação de “La fea más bella”. Estou muito feliz! “Gracias a todos ustedes por esa pasión”

Os aplausos eram inevitáveis. O show estava lotado e todos nós do elenco de mãos dadas, levantamos nossas mãos juntos e num ato de agradecimento nos reverenciamos ao imenso público que estava diante de nós. Soltei a minha mão que estava entrelaçada com a do Jaime do meu lado esquerdo e da Elizabeth do lado direito, após isso, os abracei ao mesmo tempo. Meus olhos marejamos não queria me poupar do choro.

Cumprimentei cada um dos meus outros colegas de trabalho e logo me direcionei com minha mãe até o camarim.

Já la dentro minha mãe já de imediato me vê entrar e eu tento disfarçar que estava chorando, olhando para baixo e limpando as lágrimas rapidamente do meu rosto, mas é meio que impossível esconder algo dela e mesmo ela tinha me visto entrar, resumindo, nem se eu quisesse. Ela vem rapidamente em minha direção e coloca sua mão em meu queixo levantando-o para olhar bem nos meus olhos.

Maria: Ownn mi hija querida! Já está sentindo falta né? - ela limpava mais algumas lágrimas que eu não consegui limpar antes que ela me vise.

Angelica: Não sabe o quanto mami! - não me seguro e começo chorar de novo. Não conseguia me conter. Minha mãe sem demorar muito me abraça apertado colocando seus braços sobre os meus e eu sem demorar muito deito minha cabeça em seu ombro, ficando bem aconchegada em seu abraço e molhando parte do ombro do seu casaco por estar de lado e com lágrimas escorrendo no percurso inclinado da minha cabeça.

Eu permaneci assim, entregue ao abraço da minha mãe, como se fosse uma menininha que ainda precisava e colo. Sei lá, porque eu estava tão sensível assim. Naturalmente pelo final da novela, que de fato faria grande falta no meu dia a dia, mas não sei, tinha algo mais... Talvez bobagens minhas!

De repente minha mãe faz um movimento com a cabeça e com a mão que eu por estar abraçada a ela não entendo bem. Rapidamente sinto alguém atrás de mim um tanto próximo e uma mão tocando minhas costas. Minha mãe se desprende de mim e eu sou obrigada a virar pra ver quem era. Era o Jaime. Fiquei um tanto surpresa. Não sei, se isso me faria bem, mas ele me olhava firme nos olhos e sorria terno pra mim indo rapidamente em direção ao meu rosto para limpar algumas lágrimas que ainda escorriam pelo mesmo. Logo me abraça apertado e eu correspondo no mesmo momento. Meu corpo agora estava aconchegado em seus braços e minha cabeça encostada em seu peito. Minha mãe não diz nada, apenas sai e nos deixa a sós.

Jaime: Mi Angelica, porque está assim? - Jaime passava depressa sua mão pelas minhas costas, fazendo um carinho intenso na mesma.

Angelica: Emoção Jaime! - respondi rápido, não queria falar muito pra não chorar mais, ainda mais na frente do Jaime.

Jaime: Tem certeza? Está emocionada com o final da novela? - ele se desprende de mim correndo com suas mãos pelos meus braços dando breves apertadas e me olhando firme nos olhos.

Angelica: Sim Jaime, sim! Mal acabou a novela e já me bate essa saudade. Acho que caiu a ficha que acabou mais um ciclo da minha “de nossas” vidas que foi a novela e que vamos ter que nos desvencilhar de tudo, dos amigos, dos fins de semanas e meses rotineiros das gravações, dessa família que construímos com a novela. - eu dizia me desvencilhando das mãos de Jaime nos meus braços e sentando numa poltrona ali perto.

Jaime: Sim Angie! Realmente vai deixar saudade, mas por favor não chore mais, não quero te ver triste, e sim feliz por mais esse grande trabalho que concluímos. - ele acompanhava meus movimentos até a poltrona falando comigo e se dirigindo a um banquinho que estava na frente da penteadeira e colocando-a em minha frente.

Angelica: Jaime, eu não estou triste, lógico eu estou feliz por esse trabalho! - Falo em um tom mais alto e um tanto emburrada por ele não me entender. Não era a obrigação dele me entender, porque nem eu mesma estava me entendendo nesse momento. Não sabia mais de nada.

Jaime: Calma Angie, fica tranquila. Só estou querendo te confortar. Está de tpm hermana!? - ele fala de um jeito fofo no entanto um tanto brincalhão. Rapidamente cruzo meus braços contra meu peito e fico olhando pra ele com o olhar sínico e brava.

Angelica: Aff Jaime! Você não me entende. - me levanto já me direcionando para sair do camarim, Jaime sem demorar muito me segura pelo braço dando um tranco em meu corpo me impedindo que desse mais passos.

Jaime: Angie? Me fala o que esta acontecendo? Sou seu hermano, você sabe que pode confiar em mim e contar comigo sempre, e por eu te conhecer muito bem, eu sei que não é só por conta do fim da novela que você está chateada. - ele ainda segurava firme meus braços e eu olhava pra ele.

Angelica: Ain Jaime! - Tento encontrar forças para respondê-lo sem chorar. Ele era meu hermano o ser mais próximo de mim depois da minha mãe. Mas é sempre difícil pra mim. Ele vai me soltando aos poucos, escorregando sua mão pelo meu braço. Eu abaixo meu rosto, pensando em alguma forma de disfarçar aquela maldita lágrima que estava prestes a escorrer sobre meu rosto, só que era inevitável. Jaime, puxa meu rosto pra cima, segurando meu queixo com a ponta dos dedos e puxando pra cima, para me olhar. Com a outra ele coloca meu cabelo pra trás da orelha e com o polegar limpa aquela lágrima chata e inoportuna que escorreu do meu olho esquerdo.

Angelica: Desculpa por ter falado assim com você Jaime. - um tanto melancólica consigo tirar forças pra falar com o ele. - Ele sorri com seu jeito encantador.

Jaime: Desculpar de que Angie? Relaxa! Eu apenas... - rapidamente eu o corto.

Angelica: Vou sentir sua falta Jaime. Você não sabe o quanto! Não sei, estivemos tão próximos todo esse tempo e...- com voz embargada eu acabo chorando sem concluir o que falava. Dessa vez com gosto, por ter conseguido soltar aquilo que me veio na cabeça e que até então eu não tinha forças para dizer ou estrutura emocional para falar pra minha mãe. Precisava ser diretamente a ele. E foi. Jaime não diz nada, apenas apresenta um lindo brilho em seus olhos e um sorriso de canto de boca e não consigo evitar meu olhar sobre seus lábios. Com suas duas mãos ele passa brevemente em meu rosto limpando aquelas inúmeras lágrimas que agora escorriam com mais intensidade e frequência pelo percurso das minhas bochechas. Não demora muito pra ele direcionar uma de suas mãos em meu pescoço aproximando minha cabeça sobre a dele, sempre olhando fixamente em meus lábios assim como eu. A outra mão ele prende em minha cintura puxando meu corpo para si. Tenho que inclinar meu rosto pra cima por que sou bem mais baixa que ele então nossos lábios se aproximam para um beijo. Um beijo intenso. Um beijo quente. Fico completamente entregue a ele. Sua língua toma conta da minha boca e assim nossas cabeças começam se movimentar sincronizadamente. Um beijo calmo, no entanto que estremecia meu corpo todo. Sua mão passava por toda a área das minhas costas movimentando-se lentamente. Uma das minhas mãos estava sobre o seu ombro e a outra na sua nuca com os dedo enfiados em seus cabelos que permaneciam rígidos por conta do gel, mas isso não me impossibilitou.

Não sei quanto tempo ficamos nos beijamos, mas quando eu estava com Jaime meu mundo parava, ele simplesmente me completava de uma forma inexplicável.