Fanfic: Peças de um quebra cabeça perfeito | Tema: ValeCamil

Angélica: Conta mãe! - falo ansiosa pra saber. 

A.Maria: Rosy Ocampo me ligou ontem a noite e me chamou pra ser mãe da protagonista da novela mais uma vez. - ela fala sorrindo.

Angélica: Mami que ótimo isso! - digo em um total entuasiasmo a abraçando: E você já aceitou não é? - pergunto entusiasmada voltando com meu olhar ao seu rosto.

A.Maria: Não! - ela responde rapidamente, sem rodeios.

Angélica: Como não mãe? - me espanto com sua resposta direta e negativa.

A.Maria: Não aceitei filha! - ela muda rapidamente sua expressão.

Angélica: Mas porque mãe? É mais uma chance sua de trabalhar comigo e fazer sucesso com a novela! - falo sem entender o primeiro posicionamento da minha mãe, após o seu entusiasmo pra contar a novidade pra mim.

A.Maria: Eu sei filha, mas é que eu não estou mais na idade para me desgastar com novela. - ela fala meio desanimada.

Angélica: Mãe, como assim não está mais na idade? Para com isso, você está flor da idade, muita gente gostaria de estar no seu lugar por ser essa grande atriz, excelente cantora e minha mãe. Me orgulho de você por tudo isso! Só não quero que você desista dessa oportunidade assim. - acompanho ela com o olhar ao se levantar do sofá.

A.Maria: Tudo bem filha, vamos esquecer isso agora, por favor? Vem vamos almoçar. - ela estica a mão para que eu a acompanhe.

Angélica: Tudo bem mami, mas não pense que vou esquecer de tudo isso em! Você me apoiou e agora é minha vez. - sorrio dando minha mão a ela me levantando do sofá, acompanhando-a até a cozinha.

A.Maria: E o Jaime filha? Falou pra ele vir pra cá? - ela pergunta enquanto caminhávamos até a cozinha.

Angélica: Nossa mami, esqueci! Me dá licença um minutinho?

A.Maria: Claro meu amor! Fica a vontade! - ela fala com sua atenção voltada a mim e logo seguindo com seu percurso a cozinha.

Pego meu celular dentro da bolsa que estava sobre o sofá da minha mãe. Busco o número do Jaime em meus contatos e acho rapidamente. O chamo e no terceiro sinal ele atende.

Jaime: Oi amor! - ele fala de imediato por ter visto meu nome em seu celular.

Angélica: James, liguei pra te avisar que vim aqui pra minha mãe e que ela quer que você venha também quando sair ai da mecânica. Ainda vai demorar? - pergunto bem direta.

Jaime: Creio que não Angie é uma coisinha de nada, mas como aqui está cheio demorou um pouquinho pra ele ver meu carro, mas está na minha vez e já que está ai na sua mãe passo ai assim que terminar aqui - ele confirma sua vinda. Sorrio satisfeita.

Angélica: Ta bom amor! Te espero então, beijo. - nos despedimos e desligamos. Volto com meu celular para dentro da bolsa de novo, largando-a no sofá novamente.

Aproveito que minha mãe estava na cozinha e vou dar uma olhadinha na casa. Estava com tanta saudade de tudo. Subi aquela imensa escada da casa para chegar no segundo andar da mesma.

A primeira porta que entro é do meu antigo quarto que agora no mínimo deveria ter virado de hospedes, só que não. Minha mãe conservou exatamente tudo como antes. O meu lençol da cama favorito, a cortina vermelha as paredes em um tom claro de cinza com a textura de adesivo de flor, junto dos quadros com as fotos da época da novela, foto com o papai e com ela. Sorrio ao ver tudo do mesmo jeitinho de antes.

Saio rapidamente do meu quarto e entro no da minha mãe e claro, a mesma surpresa. Tudo da mesma forma!

Me aproximo da cama e da sua prateleira de enfeites. Fico observando tudo até que vejo uma caixinha diferente que nunca tinha visto antes lá em cima. Ela me atraiu demais, porque era maravilhosamente linda, até achei que era uma caixinha de música, mas não era. A pego, sento-me na cama e resolvo abri-la para ver o que tinha dentro e ao abri-la me assusto ao ver algumas caixinhas de comprimidos com diversas bulas junto deles. Achei aquilo completamente estranho, pois minha mãe não aparentava estar doente e mesmo se estivesse ela me falaria. Pego-os em minhas mãos algumas das bulas que estavam lá, e ao ler minhas pernas ficam bambas. Eram alguns remédios para pressão alta, dores de cabeça e febre. Fico completamente espantada ao ver tudo aquilo, porque literalmente minha mãe nunca havia precisado de nada disso, nunca mesmo, e agora... Além de parecer estar precisando por eu ter encontrado, ela não havia me falado nada. Fiquei sem ação e completamente preocupada com tudo isso.

Não demora muito para eu ouvir uma voz bem baixa e de longe da minha mãe me chamando. Deixo a caixinha sobre a cama, andando até a porta, erguendo meu corpo pra fora da mesma para respondê-la mais alto e não aparentar que estava em seu quarto.

Angélica: Já estou indo mãe! - falo em um tom mais alto na voz voltando rapidamente para o quarto dela, guardando tudo de volta na caixinha, colocando no lugar exatamente tudo como estava.

Desço as escadas colocando a mão na testa completamente preocupada, principalmente pelo fato da minha mãe não ter me contado nada. Caminho até cozinha e chegando nela minha mãe pegava as coisas nos armários, colocando tudo na mesa, entre copos, talheres e pratos.

A.Maria: Demorou filhinha. O Jaime vai vir? - ela pergunta me olhando.

Angélica: Sim mami, ele virá! - não consigo disfarçar minha preocupação e meus sentimentos a minha mãe então ela acaba notando.

A.Maria: Está tudo bem filha? - ela pergunta.

Angélica: Sim mãe, ele está bem, já já está por aqui! - respondo direcionando meu pensamento ao Jaime, mas na verdade ela perguntava de mim. Que gafe para quem queria disfarçar!

A.Maria: Eu perguntei de você filha! - ela fala se aproximando de mim que estava com os braços cruzados. Ela passa a mão em meus rosto olhando firme em meus olhos.

Angélica: Perdão mãe, me distrai. Eu estou bem sim! - respondo ela rapidamente: Vamos comer! - puxo sua mão para sentar à mesa.

Logo nos sentamos ela faz questão de me servir e logo ela se serve. Minha mãe conversava algumas coisas poucas comigo, mas minha preocupação com ela era tão maior que em muitas coisas não prestei atenção. E modéstia parte eu sou uma excelente atriz, mas com os meus sentimentos verdadeiros eu literalmente não sabia esconder ou disfarçar.

A.Maria: Filha? Estou perguntando! - ela cai com seu olhar firme sobre mim.

Angélica: Desculpa mãe eu estava com o pensamento longe. - logo não demora muito e a campanhia toca. Esboço uma reação quase me levantando mas minha mãe toma a frente.

A.Maria: Deve ser o Jaime, vou lá atender pode ficar ai sossegada filha! - ela fala andando até lá.

Ela rapidamente chega com o Jaime na cozinha e ao perceber viro meu rosto. Sorrio de canto ao vê-lo.

Jaime: Oi meu amor! - ele se desprende da minha mãe e vem em minha direção, depositando um beijo em minha testa.

Angélica: Oi James! - respondo brevemente.

A.Maria: Senta querido, você chegou em uma boa hora, almoce conosco! - minha mãe guia ele até uma cadeira próxima a mim e o serve.

Almoçamos juntos enquanto minha mãe conversava com o Jaime e por incrível que pareça, apesar de ter sido a melhor novidade dela a mim, ela não citou absolutamente nada sobre a proposta da Rosy que ela havia me contado para o Jaime. Notou mas nem toquei no assunto novamente, porque afinal, não queria encher minha mãe com isso, só não queria tomar a iniciativa de dizer que invadi a privacidade dela e descobri de seus remédios para pressão alta que ela me escondia, nem sei por quanto tempo. Meu silêncio predominada e eu não conseguia evitar isso.

Jaime: Angie? - Jaime coloca sua mão sobre a minha em cima da mesa, falando comigo.

Angélica: Oi James! - vou com a minha atenção a ele.

Jaime: Está tudo bem? Parece preocupada! - ele fala, com seu polegar acariciando as costas da minha mão.

Angélica: Estou sim meu amor! E o seu carro o que tinha? - pergunto a ele para me livrar do assunto eu e a minha aparente preocupação.

Jaime: Escapamento solto, nada de grave! Ah e por imaginar que você possivelmente estaria com seu carro pedi para meu colega da mecânica deixar o meu na frente de casa. - ele fala e logo em seguida dá uma golada no suco.

Angélica: Ai, até esqueci de te avisar amor, desculpa! - acompanho ele se levantando para colocar seu prato na pia, pegando o meu e o da minha mãe.

Jaime: Relaxa amor! Sabia que estaria com o seu carro! - ele sorri pra mim, já deixando os pratos na pia. Dou um breve sorriso, correspondendo.

Não estava conseguindo esconder meu desanimo e descontentamento da minha mãe, mas ainda sim queria que ela tomasse a iniciativa de me contar tudo que estava acontecendo com ela. Ainda na mesa ficamos conversando informalmente, principalmente Jaime e minha mãe. Como tentava disfarçar ao máximo o que sentia resolvo me levantar da mesa para lavar a lousa. Ela por estar atenta conversando com o Jaime não percebeu, se não imediatamente tentaria me impedir mas quando se deu por ela eu já havia terminado e como eu não estava me sentindo bem decido ir embora.

Angélica: Mãe já vou embora! - falo me aproximando deles que agora me olhavam atentos.

A.Maria: Mas já minha filha? Fica mais! - ela pega em minha mão se levantando da cadeira.

Angélica: Não mãe eu preciso ir de verdade, prometo que venho aqui depois! - insisto passando minha mão pelo meu cabelo falando.

Jaime: Se quiser ir, então vamos Angie! - Jaime se levanta arrumando a cadeira que estava sentado, me acompanhando.

A.Maria: Tudo bem então filha, acompanho vocês! - ela fala um pouco descontente mas me acompanha colocando seu braço envolto a minha cintura e eu sobre seu ombro.

No portão Jaime se despede dela e eu logo em seguida a abraço, sussurrando em seu ouvido.

Angélica: Mami, conta comigo pra tudo! Confia em mim! - olho em seus olhos passando a mão em seu rosto: Te amo! - minha mãe da um breve sorrindo no entanto percebo que fica pensativa. Não demora muito pra ela abrir o portão e sairmos. Ela acena, correspondemos e assim entra de volta a sua casa. Já próximos do carro Jaime e direciona a mim:

Jaime: Vai dirigindo meu amor? - ele pergunta.

Angélica: Não, não, dirigi você! - falo entregando a chave em suas mãos.

Jaime: Angie, o que você tem meu amor? Estou preocupado! Você esteve a todo momento do almoço calada, com semblante triste. É sobre aquilo de ontem ainda? - ele pergunta passando sua mão em meu rosto. Respiro fundo fechando os olhos. Não o respondo, apenas encosto minha cabeça em seu peito, o abraçando e começo a chorar. Ele me envolve com seus braços, me confortando assim, sem saber direito o que eu tinha de fato.