Fanfic: Peças de um quebra cabeça perfeito | Tema: ValeCamil

A semana passou rapidamente. As gravações iam de vento em popa o que nos deixava muito contentes. Já havíamos conseguido gravar uma parte da abertura e uma parte do primeiro capítulo da novela. Pelo fato de boa parte dos atores já serem nossos conhecidos e os contratados serem muito profissionais, facilitou demais no andamento dessa primeira parte do processo.

Como a primeira semana estava tranquila o fim de semana foi livre para mim e para o Jaime meio período, porque ele estava tendo um papel mais que importante nesse meio. Estava literalmente surpreendendo até os produtores com suas ideias e suas boas sugestões.

Hoje era sábado. Jaime acordou cedinho e foi para o set da televisa. Como eu estava cansada da semana e não fui convocada, eu acabei ficando em casa descansando. A semana não foi nada pesada, no entanto eu precisava de repouso por causa da gravidez e essa semana eu estava sentindo algumas pontadas no pé da minha barriga que estavam me incomodando um pouco, mas não contei para o Jaime para não preocupá-lo, no entanto eu falaria para doutora na minha consulta de um mês de gravidez que seria na próxima semana.

Jaime chegaria na hora do almoço, então combinamos de almoçar em um restaurante próximo aqui da nossa casa. Já estava pronta, só estava esperando ele chegar mesmo. Fiquei na sala com a TV ligada e os pés sobre o sofá, mexendo no celular. Fico vendo algumas publicações dos meus fãs e todo o seu carinho para comigo e agora com o Jaime.

Logo ouço o carro do Jaime e sorrio. Estava faminta e queria muito esse tempo com ele. Assim que ele abre a porta direciono meu olhar sobre ele que estava com o blazer na mão e um pouco espantado.

Jaime: Oi oi amor! - ele fala caminhando rapidamente em direção das escadas.

Angélica: Ei Jaime! - falo me levantando do sofá. Ele para no meio da escada virando seu tronco e olhando pra mim assim que o chamo: Não vai me dar um beijo? - falo dando passos breves em direção as escadas e automaticamente na direção dele.

Jaime: Espera amor, espera um pouquinho, vou trocar de blusa já venho... já venho. - ele parecia tenso. Subiu a escadas de dois em dois para chegar mais rápido lá em cima. Ele estava muito estranho o que não era normal, então resolvo ir até o quarto. Quando chego lá ele estava sem camisa e buscava no guarda roupa do seu lado uma outra.

Angélica: O que houve amor? Parece tenso, deu tudo certo lá hoje? - apenas encosto a porta perguntando em seguida indo em sua direção. Ele vira seu rosto e assim que pega a camisa, fecha a porta do armário virando seu corpo pra mim.

Jaime: Está, está tudo bem Angie! - ele com uma tremenda pressa enlaça seus braços em minha cintura aproximando e apertando meu corpo do o seu, depositando um beijo intenso em meus lábios. Não entendia essa ânsia dele, essa pressa, essa tensão. Ele não me enganava, alguma coisa havia acontecido para ele estar daquele jeito. Coloco minhas mãos na altura de seus ombros, emburrando seu corpo. Não queria o beijo dele naquele momento, não antes dele me dizer o que estava acontecendo para ele estar daquele jeito.

Ele esboça uma reação de surpreso após eu repudiar seu carinho.

Angélica: O que está acontecendo Jaime? - cruzo os braços na altura dos meus seios com uma expressão preocupada.

Jaime: Nada Angie, nada! Porque você insiste nisso? - ele me pergunta um pouco invocado colocando a camisa.

Angélica: Ta bom então! - não ia ficar insistindo pra ele me contar o que tinha acontecido. Peguei e simplesmente sai do quarto. Percebo que ele tenta me chamar, mas eu já havia saído não facilitando nossa comunicação.

Desço até a sala e lá sento no sofá. Lógico que se eu não tivesse percebido nada de diferente nele é óbvio que eu não perguntaria. Jaime normalmente não era assim. Ele é sempre muito tranquilo e só estava agindo do jeito que agiu porque tinha sim algo que estava incomodando ele e que este não queria me falar. Me deu uma raiva disso, parecia que ele não confiava e mim ou que escondia algo. Isso acaba me deixando nervosa.

Logo ele desce as escadas. Eu estava mexendo no celular, percebo que ele descia, mas nem virei meu rosto para olhá-lo.

Jaime: Vamos Angie? - ele pergunta erguendo a mão em minha direção para me ajudar a levantar do sofá. Continuo mexendo no celular e levanto sozinha caminhando até a porta.

Desço as poucas escadas do hall de entrada de casa. O carro estava estacionado em frente ao portão. Jaime sabia que eu estava invocada com ele. Então não se dirigiu a mim, mas ele também sabia que estava me escondendo algo e que eu não ia ficar tranquila enquanto ele não me contasse.

No restaurante foi exatamente da mesma forma. Fiquei na minha e não troquei uma palavra com ele. Ele conversava comigo, mas eu dava de ombros. Literalmente eu não estava pra conversa. Só ouvia o que ele me dizia.

Jaime: Angélica, você vai continuar me desprezando assim? - ele fala com um tom de suplica na voz com o olhar fixo em mim.

Angélica: Quem disse que eu estou te desprezando? - faço pouco caso respondendo instantaneamente.

Jaime: Ah claro, estou falando com você até agora e você só balança a cabeça, não diz uma palavra. Se for por conta de hoje... eu... eu... - ele gagueja o que me deixa mais furiosa ainda, mas continua: Eu só estou tenso porque ando com grandes responsabilidades sobre a novela e você sabe o quanto tudo é corrido.

Angélica: Fica tranquilo querido! Não vou mais me preocupar com você. Mas por favor, saiba disfarçar melhor quando você tiver algum problema em qualquer coisa que seja, porque hoje se você tentou disfarçar foi completamente sem sucesso. - tiro minha mão de cima a mesa no qual ele segurava.

Jaime: Eu jamais esconderia algo de você! E eu não queria disfarçar nada... eu só....eu só... hãaa... Queria te impressionar! - se eu não estivesse bronqueada com ele eu riria da expressão que ele fez, mas ele é um sínico.

Angélica: Ta certo! Termina de comer logo e vamos pra casa! - agora quem estava apressada era eu e aliás não estava me sentindo bem. As pontadas na região pélvica da minha barriga estavam mais frequêntes, no entanto não eram fortes. Por vezes colocava a mão na região fazendo massagens circulares a fim de saná-las, o que era irrelevante.

Assim que Jaime terminou de almoçar voltamos pra casa. Antes dele colocar o carro na garagem eu saio do mesmo entrando pela entrada da frente do portão.

Estava pensando em algo que dentro do carro começou a me encabular. Antes do Jaime entrar, subi rapidamente para o quarto. Entro lentamente no mesmo fechando a porta atrás do meu corpo.

Vou até o cesto de roupas sujas, abrindo rapidamente. A blusa do Jaime estava lá. Respiro fundo e a pego. A olho por todos os lados que aparentemente não havia nada de errado, nem de suja a ponto dele colocar no cesto. Quando resolvo cheirar, sinto um cheiro de perfume que eu literalmente desconheço. Era um cheiro forte, nem o perfume do Jaime tinha essa fragrância tão apurada. Um cheiro doce que também não era do meu perfume. Coloco a roupa dele contra meu peito e me sento na cama para tentar assimilar o que eu de fato não queria. Aquilo me deu um nó na gargante, mas eu não queria acreditar na possibilidade dele estar me traindo.