Fanfic: Peças de um quebra cabeça perfeito | Tema: ValeCamil

Espero o Jaime sair por completo do quarto e fechar a porta e assim me sinto a vontade para tirar o roupão. Não tinha pego nada, então vou até o closet com a mesma dificuldade e dor pra andar, escolhendo uma camisola pra dormir e ali mesmo me vestindo. Outra coisa era o meu cabelo pingando de molhado. Por estar próxima da penteadeira resolvo logo pegar o secador para secá-lo. Agora eu literalmente sabia o quão ruim se sentiam as pessoas que não podiam mexer ou não tinham esse simples membro do corpo como o braço ou a mão. Era terrível ter que fazer tudo com uma mão só. Como eu sempre fui muito prática o secador já estava ligado na tomada e em cima da penteadeira. Ali, me sento no banco ficando de frente ao espelho. Passo primeiramente o pente pelos meus fios molhados, desembaraçando um pouco, em seguida ligo o aparelho secador para secar que mesmo assim eu via dificuldade em trabalhar com ele somente com uma mão.

Não percebo quando Jaime entra no quarto, mas levo um susto quando ele se aproxima de mim e o vejo pelo reflexo do espelho.

Angélica: Que susto Jaime! - mais tranquila mesmo com a presença dele ali, desligo o secador. Jaime não exita e passa sua mão a frente do meu corpo, tomando o secador da minha mão e indo com o mesmo atrás de mim voltando a secar meu cabelo.

Jaime: Desculpa por ter te assustado. - ele fala brevemente.

Angélica: Jaime, não precisa me ajudar eu já disse. - viro um pouco meu rosto junto com meu tronco para tentar pegar o secador, ele o desliga mas não deixa eu pegar.

Jaime: Você não está vendo que não está conseguindo secar com uma mão. - ele fala, enquanto esperava a minha boa vontade. Respiro fundo e mesmo não querendo me viro de volta para o espelho. Jaime liga o secador e com cuidado vai secando meu cabelo, passando as mãos sobre os fios e por vezes a escova. Digamos que pra quem nunca teve experiência com secador, ele se saiu muito bem. Secou por alguns minutos e não demora para terminar: Ta vendo, não custou nada te ajudar. - ele o desliga colocando sobre a penteadeira e logo direcionando uma de suas mãos em meu braço direito, me ajudando a andar até a cama: Por que você tirou a tornozeleira? - ele pergunta ao se aproximar da cama e vê-la jogada ali.

Angélica: Por que eu fui tomar banho, ué!

Jaime: Mas você sabe que não pode tirar.

Angélica: O meu pé é o que menos estou sentindo e por favor para de fingir que se importa. - falo enquando afastava o bumbum pela cama para encostar melhor as costas na cabeceira da mesma.

Jaime: Eu sempre me importo com você, se não me importasse eu não estava com você desde sempre. - ele fala tirando seu casaco lilás do personagem da série, se direcionando com o mesmo até um lugar para pendurá-lo.

Angélica: Ah, então você está comigo por pena? - pergunto, olhando sinicamente pra ele.

Jaime: Jamais Angélica! Estou com você porque você é a mulher que eu escolhi e quero pra vida toda, mas parece que você não vê isso. - ele fala, indo até o closet.

Angélica: Eu não vejo? Você que tem sérios ataques de surtos de ciúmes doentiu por mim e eu que sou a culpada de tudo agora? Por favor Jaime, para de sinismo! - Jaime respira fundo, passando suas mãos pelo rosto. Ele termina de tirar parte de suas roupas e não diz mais nada e vai entrando no banheiro. Bufo, cansada dessas discussões que estavam me deixando muito mal. A minha vontade era surtar de vez e não olhar mais pra cara do Jaime, mas ele era alguém importante pra mim e quero acreditar que só está em um mau momento. Que estamos em um mau momento.

Ele demora pra sair do banheiro. Percebo, por ter ficado bastante tempo vendo um determinado programa de TV e mexendo no celular. Quando ele sai era possível ver pelo canto do olho ele de toalha se direcionando para o closet. Por estar com braço direito machucado, só conseguiria dormir reta ou virada para o lado direito que era onde o Jaime dormia, sendo assim, preferia dormir de barriga pra cima, para não ter que olhá-lo. Não demora para que o Jaime termine de se ajeitar e venha pra cama. Fasto mais meu corpo pro lado, dando mais espaço entre nossos corpos. Jaime imediatamente pega seu celular no criado mudo e começa a mexer. Como estava com o meu na mão e no twitter, logo vejo que ele publicava algumas coisas da série em sua conta. Mesmo deitada, viro meu rosto disfarçadamente para olhá-lo. Estava com o cabelo brilhando de molhado, penteado pra trás, com um bico nos lábios por estar concentrado no que mexia no celular. A minha vontade era de enchê-lo de beijos, mas o nosso dia foi tão chato, Jaime se manteve tão duro comigo e com as coisas, que eu preferia deixar do jeito que estava. Respiro fundo, bloqueando a tela do meu celular e colocando embaixo do travesseiro. Viro meu rosto pro lado oposto de onde estava o Jaime e vencida pelo cansaço de um dia dolorido e tenso, nem percebo quando durmo.

Quando normalmente meu dia anterior não foi bom, meu sono é extremamente pesado e tenho diversos sonhos sem sentido, o que me faz ficar mais cansada ainda no dia seguinte e desse jeito acordei, mas no entanto, me movi na cama e senti alguém bem próximo de mim. Até achei que estava sonhando com algo em cima de mim, mas não. Respiro fundo, abrindo os olhos lentamente, percebendo que estava com um cobertor super quente sobre mim. Fasto um pouco ele, deixando apenas em minhas pernas. Passo minha mão direita em meus olhos, abrindo-os por completo, mas com uma certa dificuldade por conta dos raios de sol já estarem invadindo a janela do nosso quarto.

Estranho, pois o Jaime ainda dormia e normalmente a uma hora dessas ele já tinha acordado, pra falar a verdade uma hora dessas ele já tinha saído pra trabalhar. Entro em desespero ao ver o horário pegando meu celular de baixo do travesseiro.

Angélica: Jaime, Jaime, acorda! A série, você está atrasado! - coloco minha mão em seu peito chacoalhando seu corpo como posso. Ele leva um breve susto, mas desperta tranquilo. Resmunga primeiro, abrindo aos poucos os olhos, com a mesma dificuldade que a minha: Jaime acorda!

Jaime: Já acordei, calma! - ele fala bem tranquilo ainda, passando a mão pelos olhos: O que foi? - ele pergunta, ainda não entendendo minha agitação e preocupação.

Angélica: A série, você viu que horas são? - falo erguendo o celular bem a frente de seu rosto.

Jaime: Mas hoje eu não tenho gravação. - ele fala apoiando suas duas mãos sobre a cama, para sentar.

Angélica: Se você tivesse falado eu saberia, só que esqueci que suas preocupações são outras. - fico brava por ele não ter me contado nada. Fasto o cobertor que ainda cobria minhas pernas, fstando meu bumbum para sair da cama.

Jaime: Angie... - ele fala em tom de suplica por eu estar tentando botar pilha em toda nossa discussão do dia anterior. Desço da cama com os dois pés no chão, já esquecendo que meu tornozelo estava lesionado, sentindo uma fisgada intensa no mesmo que me fez soltar um grito de dor: Angelica... - Jaime sai voando da cama preocupado, após me ver encostar com tudo na cama de novo com uma expressão de dor: Você está machucada lembra? - ele fala vindo ao meu lado, segurando firme em meu antebraço e com a outra em minha cintura.

Angélica: É, mas não queria estar. - falo, ainda dando alguns baixos gemidos de dor, mas logo me levanto de novo querendi ir para o banheiro. Com a guia do Jaime, ele caminha comigo, me deixando dentro do mesmo. Lá me viro como posso. Lavo meu rosto e faço todas as higienes necessárias. Queria amarrar o cabelo, porém era meio que impossível com uma mão, então os mantive soltos.

Jaime: Vai tirar a camisola? - Jaime pergunta assim que me pega pelo braço me ajudando a sair do banheiro.

Angélica: Vou, mas só depois. - falo enquanto ele me guiava até o meio do quarto, mas ai eu paro e me viro de frente pra ele: Obrigada! - agradeço séria olhando para os seus olhos, querendo esboçar um sorriso pequeno. Me senti no direito de agradecê-lo pois, ainda que ele bravo comigo e eu com ele, Jaime não me deixava na mão.

Jaime: Por você eu faço tudo e você sabe disso. - ele dá um breve sorriso de canto de boca passando sua mão com o polegar em meu rosto.

Angélica: Éh... - dou uma pausa engolindo seco, desviando meu olhar do dele, mas logo continuo, voltando com a minha mirada sobre ele: Seria muito se eu te pedisse um beijo? - pergunto, olhando fixamente para o seu rosto lindo. Não aguentava mais ficar daquele jeito com ele, então resolvo acabar com aquilo de uma vez. Assim que pergunto isso, seus olhos caíram mais sobre mim com um brilho sem igual.

Jaime: É o que eu mais quero desde quando... - não deixo ele completar a fala e o puxo em minha direção, envolvendo meu braço direito em seu pescoço. Mesmo com o tornozelo machucado, fui capaz de ficar na ponta do pé sem sentir dor alguma, a esqueci por um momento, o que foi ótimo. Jaime ao sentir meus lábios tocando os seus, solta o ar quente pelo nariz que bate em minha pele do rosto. Ele envolve seus braços em minha cintura, me levantando com todo cuidado. Ele encosta minhas costas na cômoda ali próximo de nós para manter com facilidade meu corpo sem encostar os pés no chão. Introduzo minha língua em sua boca com todo o jeitinho e ele sem exitar corresponde. Com uma mão ele joga meu cabelo pra trás em seguida a direcionando em meu pescoço, onde ali ele acaricia com carinho e acompanha os movimentos do beijo. Minha língua molhadinha roçava com precisão na língua dele e assim vou mudando o lado da minha cabeça. Não sei por quando tempo ficamos nos beijando, só sei que foi um tempo bom a ponto de não querermos mais nos soltar, mas no entanto como fui eu que comecei o beijo, aos poucos vou parando. Jaime solta um grunidinho ao perceber que eu diminuia a intensidade do beijo mas mesmo assim para junto comigo, depositando em seguida selinhos intensos e demorados em meus lábios, me ajudando a colocar lentamente no chão minha perna do pé machucado, descendo a mesma com cuidado enquanto a segurava pela coxa.

Olho para os seus lábios vermelhos pelo beijo, sorrindo. Ele também olhava para os meus sorrindo.

Angélica: Quanto tempo de beijo? Marcou ai? - brinco.

Jaime: Não sei amor! Mas foi bastante, acho que foi nosso record! - ele brinca também e continua: E... sabe... Como... Eu... Sei... ? - ele vai falando e a cada pausa da palavra ele depositava um selinho em meus lábios.

Angélica: Como? - pergunto deslizando minha língua em meus lábios, passando minha mão com as pontas dos dedos na lateral do seu rosto.

Jaime: Por que seus lábios estão vermelhos. - ele fala olhando pra eles.

Angélica: Então eu também já sabia. - falo, fazendo cara de sinismo.

Jaime: Por que você não me falou? Então vamos deixar mais vermelho. - com o braço ele prensa minha cintura na sua, tomando meus lábios de novo. Empurro um pouco seu corpo.

Angélica: Chega James! - falo com a voz abafada por sua boca na minha, mas logo ele solta meus lábios dando uma última chupadinha e me ouve: Vamos descer pra tomar café, está tarde demais.

Jaime: Ta bom amor! - ele sorri fastando seu corpo do meu. Ele pega a tipoia que estava na cômoda colocando em mim. Abre a porta e rapidamente me ergue em seu colo. Sorrio terna pelo seu cuidado comigo.

Jaime desce comigo até a cozinha. Assim que chegamos a Cris estava lá e como sempre com a mesa toda linda e posta para nós.

-Bom dia Cris! - falamos juntos. Cris fixa o olhar sob nós e se espanta comigo.

Cris: Bom dia pra vocês também, mas... Dona Angélica? O que houve? - ela pergunta preocupada, vendo Jaime me sentar na cadeira.

Angélica: Tive uns problemas na academia Cris. Dei uma torcida no tornozelo e no pulso, mas vou ficar boa. - falo com uma certa tranquilidade: Ah e por falar em melhorar, Jaime eu preciso que compre uns remédios pra mim. - direciono minha fala a ele.

Jaime: Está com a receita ai Angie? - ele pergunta ainda de pé em minha frente.

Angélica: Esqueci no carro. - falo coçando a cabeça ao lembrar.

Jaime: Ah, então eu já pego lá e saio pra comprar. - ele fala já querendo caminhar pra ir.

Angélica: Não, agora não! Antes toma café comigo. - falo com um jeito de manhosa.

Jaime: Ta bom, mas logo em seguida vou comprar. - ele fala, fastando a cadeira para se sentar e assim tomamos café da manhã juntos. Eu particularmente estava morrendo de fome e digamos que nunca comi tanto no café da manhã como hoje. Jaime a mesma coisa.

Assim que termino de comer e Jaime também, peço pra ele me ajudar me levando até a sala, mas dessa vez não deixo ele me pegar no colo.

Cris: Se precisar de qualquer coisa, pode me chamar dona Angélica! - ela fala assim que me vê já levantando pra sair da cozinha.

Angélica: Obrigada Cris! - a agradeço e com a guia do Jaime vou andando devagar saindo da cozinha, passando pelo corredor e indo até a sala, onde rapidamente ele me deixa no sofá com as pernas esticadas na extensão do mesmo e um travesseiro em baixo do meu tornozelo machucado. Logo em seguida ele pega as chaves no chaveiro pra pegar a receita que deixei no carro e comprar os meus remédios. Antes ele deposita um selinho em meus lábios e ai sim, ele sai.

Lembro que tinha deixado o celular no quarto, mas para não atrapalhar a Cris em seus afazeres pedindo pra ela, acabo deixando lá mesmo. Ligo a televisão e fico assistindo, mas ai não demora muito para eu ser interrompida pela campainha. Fico esperando uns segundos para ver se a Cris vinha atender, mas no mínimo ela estava ocupada fazendo algo nos fundos de casa, pois não veio. Estranho a campanhia tocar, mas logo penso que poderia ser o Jaime que esqueceu a carteira ou algo assim. Coloco os pés no chão e com cuidado me levanto. Mancando um pouco por sentir dor no meu pé esquerdo vou até o interfone e nem acredito quando descubro quem era. Otto.