Fanfic: Peças de um quebra cabeça perfeito | Tema: ValeCamil

Assim que ouço a porta da sala de fechando por completo, abro meus olhos, passando minha mão enxugando minhas lágrimas.

Angélica: Ida sem volta Jaime Camil! - grito para que ele escute e continuo: Você só liga pra mim quando quer amor, quando quer sexo, nem em nos casar você falou mais, está cansado de mim e arrumou esse pretexto que você sabe que não existe! Eu te odeio Jaime, eu te odeio! - começo a chorar forte, colocando a mão direita tapando minha boca, fechando meus olhos novamente, completamente arrazada.

Cris: Meu Deus dona Angélica! O que aconteceu entre vocês? - ela se senta ao meu lado perguntando, passando a mão pelo meu rosto.

Angélica: Me deixa sozinha Cristina, por favor, me deixa sozinha! - tiro a mão que tapava minha boca e meu choro, falando com a respiração desconcertada.

Cris: Não, eu não vou te deixar. Na verdade eu vou, mas pra buscar água com açucar pra você. Olha o seu estado, está tremendo! - ela fala preocupada, pegando em minha mão direita e em seguida se levantando se direcionando a cozinha. Tento me conter ao máximo, mas meu coração estava apertado, não sabia como agir, tinha vontade gritar de ódio do Jaime, ódio por ele desconfiar de mim, não me entender e mais ainda por ter me deixado assim. Cris logo vem caminhando com um comprimido calmante pra mim e um copo com água e açúcar. Estava muito nervosa, mas, eu não sei de verdade o que eu sentia. Eu o amava e estava sendo doloroso pra mim, essa forma dele agir e mais ainda ter saído, dizendo que precisava de um tempo. Pra mim isso dizia tudo. A verdade era que ele estava cansado de mim e arrumou esse pretexto nada haver para ficar do jeito que ficou. Estava agindo imaturamente com antes. Como aquele desgraçado do passado que prometia estar comigo e me procurar e nunca o fez, e no final, acabou que ficando com aquela que ele dizia ser a mulher da vida dele. Agora por já termos anunciado nossa vida juntos, tudo estava me doendo com uma maior intensidade.

Cris: Se tranquiliza dona Angélica. Ficando assim não vai ser nada bom para sua saúde! Se acalma! - ela chega mais perto de mim e me observa tomar a água com açúcar em seguida do comprimido.

Angélica: Me ajuda Cris! Eu preciso de ajuda! - falo em tom de suplica, muito embargada ainda e com incessantes lágrimas deslizando-se pelo meu rosto.

Cris: Eu faço tudo por você, somos amigas a tanto tempo! Me diga, o que quer que eu faça ou diga pra você melhorar. - ela segura firme em minha mão.

Angélica: Jaime acha que eu estou traindo ele Cris. Ele desconfia de mim. - meu choro é novamente embalado: Maldita hora em que eu não te chamei novamente para atender a campainha.

Cris: A campainha? - ela arregala os olhos soltando minha mão.

Angélica: Sim Cris! Otto bateu aqui e eu desci para atendê-lo, mesmo estando com o pé machucado. Esqueci por uns instantes que estava de camisola, porque fiquei assustada com a presença dele e Jaime saiu pra comprar meus remédios. - pego a sacolinha que ele havia jogado no sofá mostrando e dando a ela. Continuo: Mas na verdade, ele chegou na hora em que conversávamos e ficou me observando de longe. - respiro fundo, entortando a boca nervosa por lembrar.

Cris: Angélica, por Deus! Você devia ter gastado esse pique seu para andar com esse tornozelo machucado para me chamar. - ela me repreende: Estava nos fundos e você sabe que lá jamais eu ouviria campainha tocando. - ela passa as mãos pelo seu rosto, indignada com tudo.

Angélica: Eu sei Cris, mas de qualquer forma não ia adiantar de muita coisa eu te chamar. Seria até pior, porque talvez ele quisesse entrar e de qualquer jeito Jaime o veria, mas... Não seria conversando comigo. - me entristeço mais ao falar.

Cris: Vocês estavam a uma pilha de nervos. Nunca vi o seu Jaime daquele jeito, por Deus!

Angélica: Eu também não Cris. Ele nunca agiu dessa forma comigo, ainda que estivesse nervoso ou bravo com algo. - passo as pontas dos meus dedos em meus ohos.

Cris: Angélica, eu sei que é muito otimismo para o momento, mas eu sei que isso vai passar. Ele ainda vai voltar aqui hoje mesmo e vocês vão se acertar e... - a corto.

Angélica: Não, não vamos Cris! - limpo minhas lágrimas e falo com mais firmeza: Jaime teve o que ele quis e por agora ele se cansou de mim. O Jaime de uns meses atrás, jamais me deixaria aqui sozinha, machucada do jeito que estou. Ele procuraria conversar antes de tomar qualquer decisão preciptada. Esse Jaime que você viu saindo aqui é o imaturo que está desconfiando da mulher que nunca deu nenhum motivo pra ele desconfiar assim, muito pelo contrário, perdoou ele quando ele estava sendo cercado por uma vadia que quis se aproximar dele quando gravávamos a novela. - vou contando pra ela, menos nervosa e recordando.

Cris: Isso você não me contou, além da sua gravi... - ela pausa a fala, porque lembrou que esse assunto era terrível pra mim de se lembrar.

Angélica: Gravidez perdida, pode falar. - engulo seco e solto o ar pela boca, continuando: Sabe, você lembrando disso me faz crer que realmente não era pra ser. - entorto a boca, ao lembrar daquele serzinho que eu carregava dentro de mim e que de verdade não tinha culpa de nada. Me dava uma enorme angústia de pensar nessa hipótese. 

Cris fica pensativa assim que falo isso. Eu também permaneço em silêncio. Meu coração trêmia e minha mão permanecia gelada. Sempre caía minha pressão quando me alterava, mas foi nesse momento que tomei uma decisão: Sabe de uma coisa Cris? - me ajeito melhor no assento do sofá. Ela fixa seu olhar em mim, muito atenta no que eu ia dizer: Vou vender essa casa e hoje mesmo quero voltar para o México. - sou bem segura em minhas palavras. Cris se espanta com a minha decisão.

Cris: Vender sua casa? Voltar para o México? - ela contesta todas minhas afirmações, sem acreditar.

Angélica: Sim Cris. Cada canto dessa casa, me lembra o Jaime, o cheiro dele esta em meu nariz e nesse espaço. Ele está alojado em mim e acredito que faria muito mal eu estar aqui nesse lugar que me faz lembrar mais dele, onde passamos tantos momentos juntos. - vou falando, enquanto gesticulava para partes da sala.

Cris: Você não acha que está sendo drástica demais Angélica? Vocês estão juntos a tanto tempo, acredito que o Jaime não fará isso com você. Ele só precisa refletir, sobre o que houve de verdade e logo vai te entender... - não deixo ela continuar falando.

Angélica: Não Cris! Não! Eu não quero que ele venha até a mim como um cão arrependido, me pedindo desculpas ou em total harmonia reflexiva. Quero que ele sofra um pouco, que sinta o que eu senti por ele anos atrás e o que estou sentindo agora. Quero que ele sinta na pele o quanto é bom ser deixado de lado, ser esquecido, sem prévio aviso, como ele fez comigo no passado. Eu sei que ele vai se arrepender, porque é típico dele, mas... Eu não sei até que ponto eu posso confiar em um homem que tem esse ciúmes doentiu por mim. Ainda que Otto seja o meu ex marido, sabe Cris, não teve sentido as desconfianças dele. Otto me respeitou do começo ao fim e acredito que isso fez com que Jaime não aceitasse.

Cris: Ai dona Angélica! Como eu queria que ficasse tudo bem entre vocês. Ela comenta entristecida.

Angélica: Mas não vai ficar Cris, pra mim, não vai ficar. Eu vou reservar hoje mesmo minhas passagens para o México e vou pra casa da minha mãe. Vou me mudar permanentemente para lá e tentar vender essa casa para conseguir comprar a minha casa lá. - falo um tanto determinada.

Apesar do pouco tempo eu sempre era muito decidida quanto as coisas que eu queria, seja no momento que fosse. Mesmo estando machucada eu não ia deixar de cumprir o que eu queria para o momento.

Cris logo me ajuda a subir para o quarto e lá a primeira coisa que faço quando chego é pegar meu notbook, para ver uma passagem para o México, de preferência no período da noite ou o mais rápido que fosse. Felizmente eram poucas pessoas que faziam viagem de Los Angeles para o México, então foi fácil encontrar um bom horário. Enquanto fazia isso Cris, ia arrumando minhas malas.

Cris: Está chorando de novo dona Angélica? - ela olhava pra mim digitar com uma mão só os números do meu cartão de crédito, comprando minha passagem pela internet. Como eu pedi para ela ser rápida com a arrumação ela não veio até a mim, mas ela fez uma expressão de preocupada comigo, diante das minhas lágrimas que escorriam pelo meu rosto e molhavam a tipoiaque segurava meu braço lesionado e caía também, entre o vão dos meus seios por estar com uma camisola de decote.

Angélica: Não consigo evitar Cris! - falo com as vistas embaçadas pelas gotículas de lágrimas que se acumulavam em meus olhos: Por dentro sinto meu coração comprimido. Estou com um nó na garganta. Meu ser me pede pra não agir assim, mas meu coração diz que é oportuno, que é necessário. - falo, olhando por vezes pra ela agora.

Cris: Então haja como o seu coração está pedindo. Nosso coração não falha. - ela tenta me confortar. Passo as costas da minha mão direita pelos meus olhos, confirmando com a cabeça.

Não tinha mais como voltar atrás. Comprei minhas passagens de volta ao México. Após isso, liguei pra companhia do aeroporto, dizendo que eu precisaria de uma certo sigilo para viajar e que não queria que ninguém soubesse, então entraria e saíria do aeroporto por um local mais reservado, tanto por conta dos paparazzis e alguns fãs, como pelo fato de estar machucada. Depois a única coisa que me preocupou era que eu não tinha avisado nada a minha mãe, mas eu sabia que a qualquer hora que eu chegasse lá, ela me acolheria. Seria por pouco tempo também, pelo menos enquanto eu vendesse minha casa daqui e com esse dinheiro eu via algo por lá. Decisões tomadas repentinamente mas acreditava que seria melhor assim, tanto pra mim quando para o Jaime.