Fanfic: As Dificuldades do Amor [VonDy] | Tema: Rebelde

~bate aqui quem pensou que eles iam se encontrar na praia!!~ hahahhahah

Obrigada pelos comentários <3 <3 <3

Espero que gostem!

Christopher narrando

Segunda-feira

- Vamos, Clara! – falei enquanto segurava sua mochila rosa, me sentindo meio ridículo. Essa seria a primeira vez que a levo ao colégio.

- Tô aqui, papai... – ela falou enquanto aparecia na sala, quieta demais para o habitual.

Me aproximei e a peguei no colo, ainda estranhando a sensação. Nesse momento Alma entrava na sala com a lancheira –também rosa- dela.

- Alma, o que ela tem? Está meio.. quente? – falei depois de sentir a testa dela apoiada em meu pescoço. – Pega ela aqui. – pedi.

- Deixe-me ver. – ela pediu, aproximando-se. Analisou a menina por alguns instantes. – Alguma coisa dói, docinho?

- Tá dodói.. a gaganta, tá dodói.. – ela choramingou mais uma vez, inquieta.

- Ela deve estar com a garganta inflamada, devido à praia do fim de semana. – ela constatou – vou chamar o Franco, ele está lá no jardim cuidando de algumas coisas, mas pode nos levar ao hospital. Me dá ela, vou cuidar dela.

- Não! – falei meio apressado – Bem.. eu não tenho trabalho hoje de manhã, ia levá-la na escolinha. Posso levar ela ao medico.

- Tem certeza disso, Christopher? – ela perguntou arqueando a sobrancelha.

- Tenho... – falei incerto.

- Tudo bem, então. Vou pegar os documentos dela e cartões do plano de saúde, não me demoro.

[...]

- Clara Peregrín Uckermann. – uma atendente, loira, chamou. Levantei apressado com Clara no colo e uma mochila com coisas dela pendurada no braço, que me atrapalhava bastante! Segui até a enfermeira – Nesta sala, senhor. A doutora já vai te atender.

- Obrigado.. – respondi entrando na sala, Clara estava sonolenta no meu colo.

- Bom dia, senhor... – ela parou olhando brevemente a ficha que tinha em mãos – senhor Uckermann. – ela sorriu amigável – O que essa princesa tem? – perguntou se aproximando – Coloque-a aqui na maca, por favor. – ela pediu – A propósito, sou a Dra. Maite.

- Bem, ela acordou hoje assim meio mole. Quando a babá perguntou se algo doía, ela reclamou da garganta. – falei olhando ao redor. Era tudo tão... estranho.

- Ela fez algo que saiu da rotina dela? – perguntou enquanto a examinava.

- Eu não sei. – falei e ela me encarou, meio incrédula – Bem, fomos à praia no fim de semana.

- Oh, sim. – ela falou, voltando-se para a menina de novo. – Olha, vou chamar a enfermeira para tirar o sangue dela, quero o resultado só por precaução. Mas tudo indica que é um resfriado. Por isso a febre, garganta inflamada e a moleza no corpo.

- Hum... Tudo bem. – falei olhando-a vestir a blusa de Clara novamente.

- Ela tem medo de agulhas? Aconselho o senhor a segurá-la. – ela perguntou enquanto ia até a porta do consultório e chamava alguém.

Me aproximei de Clara, e meio assustado, perguntei quase que em um sussurro. – Você tem medo de agulhas, Clara?

- Gula? Daquelas que fula assim ó.. – falou cutucando levemente o meu braço. Balancei a cabeça confirmando. – Gosta não, papai.

- Ótimo.. – resmunguei – Eu sei como é, também odeio. – ela riu levemente do meu mau humor.

- Senhor Uckermann, preciso sair um instante, não estou localizando minha enfermeira assistente. – ela se explicou – Volto em instantes.

- Tudo bem. – falei, concordando com um aceno de cabeça.

- Papai, qué ir pa casa.. – ela resmungou

- Eu também, garotinha. – falei apertando sua bochecha gordinha meio desajeitado. – Eu também.

Dulce narrando

- Dulce, sua insuportável. Estou atrás de você há uns cinco minutos. Preciso que venha tirar o sangue de uma garotinha no meu consultório.

- Eu estava trocando os curativos do senhor Adams, ela acordou hoje, acredita? – falei animada. Senhor Adams era um idoso de 78 anos que sofreu um acidente de carro junto com a filha. A filha teve alta há alguns dias, mas ele estava em um estado crítico, algumas costelas fraturadas e em coma induzido. Mas hoje ele havia acordado, finalmente, para a alegria da família.

- Que maravilha! – Maite disse animada. – Mas agora vamos! – pediu me puxando.

- O que a menina tem? – perguntei, enquanto íamos em direção à sua sala.

- Ah, é um resfriado. Só quero o exame de sangue por precaução, sabe como sou, não gosto de deixar passar nada. – ela falava. Sim, a conheço profissionalmente. Ela era uma médica excelente.

- Aqui. – ela falou abrindo a porta do consultório, entrei logo após dela. – Senhor, Uckermann, podemos tirar o sangue da Clara agora.

- Uckermann? – repeti meio incrédula, até meus olhos focarem da figura no canto do consultório, sentado meio desajeitado com a criança no colo. Era ele! Não podia ser!

Ele levantou o olhar, que correu de Maite para mim e então congelou. Levantou com a menina no colo e veio em nossa direção. Nossos olhares conectados, duros como gelo.

- Dulce Maria? – ela falou atônito.

Não obteve nenhuma resposta. Eu não conseguia.

- Vocês se conhecem? – Maite perguntou, confusa. Mas foi ignorada.

- Quer dizer que agora trabalha aqui? Que mundo interessante... e pequeno, não acha? – ele falou daquele jeito sarcástico e sacana de sempre. Senti todo o meu sangue ferver.

Ainda não respondi nada. Não encontrava voz.

- Papai... – ouvi a menina choramingar nos braços dele.

Papai.

Papai.

Ele era pai.

A mesma pessoa que me pediu para matar meu filho um dia, estava ali na minha frente com outra criança no colo.

O colo que um dia desejei que protegesse meu filho.