Fanfic: Paixão sem Compromisso (Adaptada) DyC | Tema: Rebelde/DyC/ Romance + Hot
No olhar de Christopher, sem dúvida existia conivência com a candidata. Nele, Dul leu desejo, porém não apenas atração física, mas também admiração e respeito. Depois de alguns desapontamentos, ela aprendera a decifrar a expressão facial de um homem. Por mais que tentasse ser profissional, seu corpo reagia com suaves e esparsos arrepios de prazer, intensificando o desejo, que estava prestes a lhe dominar os sentidos. Mas graças ao seu treinado autocontrole, até então, estava conseguindo disfarçar bem
Dulce focalizou a divisória de vidro assim que Alan e Peg passaram para a sala da recepção. Enquanto estava de costas para Christopher, ouviu-o dizer:
— Eu acredito
— Acredita no quê? — Ela cravou a vista nele.
— Que você me protegerá como ninguém mais.
O coração de Dul disparou, suas faces enrubesceram. Ele tinha lido sua mente ou a frase era tão banal a ponto de todos a conhecerem? Procurando não se trair pela voz, ela limitou-se a concordar com um gesto de cabeça.
Christopher permaneceu observando-a um pouco mais. Sobre sua mesa, estavam o histórico profissional de Dul o exemplar do Keys Confidencial.
Ele ergueu a vista para o barco que, do lado de fora, o havia incomodado. Naturalmente, esqueceu-se um pouco de Dulce, e ela percebeu.
— Tudo bem? — pleiteou a atenção de Ucker, imaginando se, em vez de entrevistá-la, ele não tentaria beijá-la ou propor um encontro íntimo.
Dul admitiu que um encontro com Christopher seria ótimo, mas isso teria de esperar. Antes disso, precisava obter um contrato de serviços de segurança para a Privacy Dynamics. Tinha de superar todos os outros concorrentes do ramo, despertando o orgulho do pai, apesar das objeções paternas ao fato de ir procurar aquele conhecido bon vivant.
Como regra, Dulce seguia os conselhos do pai na vida profissional, mas não naquele dia. Algo a atraía para Christopher Uckermann, e era mais do que um contrato. Fique longe dele, recomendara o pai.
— Posso continuar? — Ele suspirou e ela conteve um sorriso.
— Como quiser, Sr. Uckermann.
— Para começar, prefiro que me chame de Christopher — ele disse com voz sedutora. — Bem, você não será apenas minha guarda-costas...
Dul gelou, prevendo o que viria a seguir. Era comum que os clientes lhe pedissem que passeasse com o cachorro, servisse drinques e outras tarefas que nada tinham a ver com sua função.
— E quais outras funções eu teria que desempenhar?
Christopher levantou-se e começou a passear pela sala, assumindo um ar distante, bem diferente do que demonstrara até então
— Está tudo bem? — ela perguntou preocupada.
Ucker respondeu com um sinal de cabeça e abaixou a voz para responder:
Se eu a apresentá-la como minha segurança particular, vamos atrair toda sorte de comentários e talvez maior atenção da imprensa marrom. No entanto, se fingirmos ser um casal de namorados, não levantará suspeita alguma, além de afastar pessoas mal-intencionadas.
O banho de água fria que Dulce sentira minutos antes, com a alusão de tarefas menos nobres, agora pulara para o extremo oposto, com a sugestão de um romance de conveniência
Dul sabia-se uma péssima atriz e como tal, não conseguiria fingir-se apaixonada por um homem com quem tinha um compromisso profissional. Ainda indecisa sobre o que fazer, ela levantou o olhar.
— Está tudo bem? — Ele perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.
Apesar de todas as implicações que poderiam surgir, caso ela aceitasse o desafio, Dulce percebeu que o olhar de Christopher continuava a lhe transmitir confiança
No mesmo instante, lembrou-se mais uma vez das palavras do pai:
Não se envolva.
Tarde demais.
— Alguma dúvida? — ele a chamou de volta à realidade.
— Não, mas é bom que fique claro que, por princípio, não costumo me envolver emocionalmente com os clientes.
Christopher parou e fixou o olhar surpreso nela. Quando voltou a falar, deu a impressão de estar ofendido inclusive
— Mas não é bem isso...
— Sr. Uckermann — ela o interrompeu, enfurecida. — Não sou uma acompanhante! Sou uma guarda-costas
— Desculpe-me se lhe passei essa impressão. A idéia não é essa. Como guarda-costas, você terá que morar em minha casa para poder me proteger dos invasores, paparazzi... bem, de todo tipo de gente.
A casa de Christopher, conforme ela já havia pesquisado antes de se submeter à entrevista, era uma verdadeira mansão, no estilo caribenho, em meio a um bosque de carvalhos e ciprestes. O tipo de lugar em que heroínas de romances históricos eram defloradas por homens com perfil similar ao de Christopher. E Dul não se via como heroína e muito menos romântica. Na certa, ele estava fazendo-a de boba, ou brincando...
— Não estou brincando. — Novamente Christopher adivinhou-lhe o pensamento. — Vamos apenas fingir que estamos juntos. E não duvido que você saiba ser convincente nesse quesito, não?
— E justamente o que me preocupa. Estamos entrando em terreno perigoso
— Pode ser mas, deixe-me provar como é fácil. — Ele estreitou a distância entre eles.
O bom senso aconselhou-a a recuar. Mas a presença máscula dele a reteve no lugar.
— O que está fazendo? — ela indagou, perplexa.
— Quero explicar minha idéia sem a intromissão de outras pessoas.
— Refere-se a Alan e Peg?
—Além dos dois, há um paparazzo aí fora. Não olhe agora. A contragosto, Dul ficou surpresa e perguntou onde o intruso poderia estar
— Ele está na casa do leme daquele barco à esquerda da marina. Já o tinha visto antes e suspeitei. Acabo de confirmar que é mesmo um fotógrafo, porque o vejo empunhar uma câmera com um zoom poderoso, capaz de registrar tudo o que se passa aqui no escritório. O patife está me seguindo há dias. Talvez seja o mesmo que invadiu o meu quintal e me fotografou para aquele tablóide. Imagino que, no momento, ele esteja não apenas nos fotografando, mas também usando a lente zoom para leitura labial.
Dulce examinou Ucker, que lhe segurava o pulso. Os dedos eram um pouco ásperos, calejados de trabalho braçal, porém o toque era quente e gentil
— Estou dizendo a verdade—ele sussurrou-lhe ao ouvido.
— Nunca brincaria com algo assim, sobretudo depois da publicação daquelas fotos humilhantes.
Humilhantes? Um modelo de homem como Christopher não deveria se aborrecer por mostrar o corpo perfeito, mesmo de costas. As fotos se aproximavam do nu artístico, mas, claro, ele não havia autorizado sua divulgação, que talvez o lançasse no ridículo dentro do seu meio de negócios.
— O fotógrafo não tem o direito de se intrometer na vida de ninguém — ela comentou.
— Sinto muito.
Surpreso por tal comentário, Christopher não soube o que dizer. Estava reconstituindo na mente a frase de Peg: poderia ter sido pior.
No entanto as palavras de Dulce também significavam compreensão além do cuidado. Seu olhar sincero era dedicado exclusivamente a ele, sem nenhuma pretensão de tirar proveito pessoal. Ela era, de fato, uma mulher admirável. Christopher não mediu conseqüências, quando tocou-lhe o rosto com a mão.
Ela piscou forte, porém não recuou, prova de que acreditava estarem mesmo sendo observados. Após breve hesitação, colocou seus dedos sobre a mão de Christopher.
De imediato, ele sentiu um magnetismo intrigante, mais intenso até do que uma relação sexual, ou mais poderoso do que todo o dinheiro do mundo. Foi como se Christopher experimentasse a carícia de Dulce em todo o corpo, fazendo-o ansiar por mais.
Sem pausa ou aviso, ele inclinou-se e beijou aqueles lábios de veludo que o entorpeciam só de olhar
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Autor(a): carolinadc
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