Fanfic: Apenas mais uma de amor. ♥ | Tema: Rebelde

A semana passou depressa. Anahí ficou tão ocupada durante os setes dias, que só ia para casa no final do dia dormir. De manhã, faculdade. De tarde e a noite ela reservara especialmente para trabalhar e arrumar os últimos preparativos para o tão esperado festival cultural da cidade. Todos os anos a companhia de dança que Anahí faz parte se apresenta no tão popular e importante evento. Apresentações de danças, ginásticas rítmicas, peças de teatro, campeonato de skate, shows de bandas famosas e independentes e pessoas importantíssimas como atores ou escritores, fazem parte do festival.

– Karla! – Anahí apareceu no camarim dela e de suas companheiras de dança, ofegante – Pelo amor de Deus, alguém viu a Karla?
– Não Annie, pensamos que ela estivesse com você. – Angelique a olhava pelo espelho, enquanto retocava a maquiagem, despreocupada.

Anahí estava completamente irritada. Aquele dia estava marcado para dar tudo errado. Acordou atrasada; tinha perdido sua meia calça; o diretor do teatro não havia chegado ainda para abrir as portas do local, portanto, elas tiveram que ficar em um camarim improvisado do lado de fora, atrás do palco, que fora montado somente para os shows; Maite, uma das dançarinas, acordou passando mal, não podendo comparecer ao evento e agora não achava Karla.

– Não pode ser. – ela sentou em uma das cadeiras de plástico – Quem deveria ter acordado passando mal era eu!

Ela realmente não sabia o que fazer, então a preocupação veio em forma de choro. Chorava feito um
bebê, enquanto Allison tentava secar suas lágrimas, com um pequeno lenço, para evitar que a maquiagem manchasse.

– Calma Annie. – Viviana dava um copo de água para ela
– Daqui a pouco a Karla aparece e...
– Daqui a pouco nada! – levantou severamente deixando suas colegas assustadas – O espetáculo começa daqui a meia hora! E pelo que tudo indica, nós vamos ter que nos apresentar nesse palco, sem ensaios, sem Maite. – andou em direção à saída – Eu vou procurar ela mais uma vez, se não encontrá-la, Karla está fora dessa apresentação e se der algo errado, ela está fora da companhia!

Anahí saiu do camarim deixando as garotas aterrorizadas. Elas sabiam o quanto Anahí era nervosa
quando se tratava de trabalho e que não estava brincando quando disse que Karla corria risco de perder o emprego. Desde que Anahí se tornara a chefe daquele grupo de dança, não houve mais atrasos ou qualquer outro tipo de irresponsabilidade. Ela não admitia erros. Aprendeu que para ser uma excelente
dançarina, tinha que batalhar e deixar algumas coisas de lado. Annie começou a procurar Karla novamente, enquanto tentava pela décima sétima vez, ligar em seu celular que insistia em dar caixa postal. Não teve escolhas, começou a perguntar para as pessoas que encontrava pelo caminho se alguém tinha visto alguma mulher vestida de bailarina pelos corredores. O desespero lhe tomou conta quando o produtor do evento à encontrou.

– Anahí? O que faz aqui? – ele perguntou.
– Não é nada, só estava procurando o banheiro. – ela mentiu. Não poderia contar o que havia acontecido para o produtor.
– Ok. Mas foi bom que te encontrei. – ele disse sorrindo – Vocês vão ter que se apresentar no palco
mesmo. O diretor do teatro nos ligou, pedindo desculpas. O carro dele quebrou no caminho e não vai
dar para chegar em tempo aqui. Não tem problema, não é?
– Não, não tem. – ela fingiu um sorriso – Agora dá licença, sim?

Annie saiu às pressas de lá. Não deveria faltar muito para que a apresentação começasse. Começou novamente o interrogatório para as pessoas que encontrava pela frente.

– Com licença, o senhor viu uma mulher vestida de bailarina? – ela perguntou para um homem de cabelos grisalhos.
– Oh, sim. Uma roupa igual a sua, certo?
– Isso. – ela respirou aliviada.
– Bom, vi ela entrando naquele camarim. – apontou para uma das tendas que haviam ali.
– Muito obrigada, senhor.

Não pensou duas vezes antes de sair correndo em direção ao camarim improvisado. Quando entrou lá, não pôde acreditar no que estava vendo. Karla deitada em um espaçoso sofá, beijando um homem. A vontade de Anahí era deixá-la ali e excluí-la da apresentação, mas pensou na ausência de Maite.

– Karla! – gritou nervosa.

A morena, rapidamente, empurrou seu parceiro assustada. Sabia que iria levar uma bronca a ser lembrada pelo resto da vida. Mas tentou amenizar o clima.

– Annie, eu posso explicar.
– Ah é? – disse ironicamente – Eu também poderei explicar o porque do seu nome desaparecer da lista de bailarinas da minha equipe.
- Espera aí. – o rapaz se intrometeu – Não quero barraco aqui não!
– Você cala sua boca, não estou falando com você. – retrucou a loira.
– Ah! – bufou ele – Só era o que me faltava. Uma bailarininha de quinta categoria me mandar ficar
quieto.
– O que disse? – gritou Anahí surpresa – Repete!
– Você é uma bailarininha de quinta. Quer que eu repita de novo ou seus neurônios funcionaram dessa
vez?

Anahí ficou paralisada. Como poderia chamá-la assim? Eles nem ao menos se conheciam.

– Olha aqui. – apontou o dedo na cara dele – Eu vou chamar o produtor do evento pra te tirarem daqui.

Ele riu com um tom de sarcasmo e perguntou:

– Você sabe com quem está falando, loirinha oxigenada?
– Sei! – balançou a cabeça afirmando – Com o homem mais sem educação e grosso do mundo.
– Você está falando com – ele pegou em seu braço direito com força, fazendo-a aproximar – Alfonso
Herrera!
– Bela porcaria.

Anahí, ainda confusa pelo toque agressivo em seu braço, não estava acreditando. Realmente, aquele não era o seu dia.

– Me solta! – gritou, se soltando.
– Vai dançar vai o loirinha, vai rebolar essa bundinha no palco que você ganha mais.