- Ai tia, ontem finalmente consegui fazer o William virar meu amigo. Tô tão contente que dá vontade de sair pulando pela casa.
Magh riu. Com sua experiência de vida, sabia exatamente onde esse sentimento de amizade chegaria.
- E você está feliz? - ela preparava uma cesta para a sobrinha comer, pois ia passar o dia em algum lugar calmo da fazenda, lendo.
- É claro, tia. Ele no fundo no fundo é um cara super legal. Você viu, no café da manhã estava até com um brilho no olhar. Ele precisava disso, tia. De uma amiga.
O telefone da sala tocou, Maite desceu da bancada da cozinha e foi atender.
- Alô? - ela disse.
Ouviasse uma respiração no outro lado da linha, mas nenhuma voz.
- Alôôô, tem alguém na linha? - insistiu.
Se havia alguém, desligou. Maite deu de ombros e quando se virou, viu William, que perguntou:
- Era para mim?
- Não, na verdade ninguém falou nada. Acho que pode estar mudo ou algo assim.
- Ah, estou de saída. Vou ver se mando o Seu Antônio ver o telefone.
- Está bem. - sorriu, levando ele até a porta. - É, onde você vai?
- Num lugar, bastante especial para mim... - suspirou. - Quer ir junto?
Maite sorriu e disse que sim. Pegou a cesta de comida que estava na cozinha e voltou até William.
- O que é isso? - ele olhou.
- Uma cesta com comida. Da pra comer lá?
- Dá, dá sim. Mas eu vou de cavalo, você sabe subir?
- Acho que sei. - Maite deixou a cesta no chão e foi em direção ao cavalo. Tentou de algumas maneiras subir, mas não tinha jeito. Ela definitivamente não sabia subir.
William riu e a ajudou, deu a cesta para ela e subiu em seguida, ficando atrás.
O cavalo andou por uns 10 minutos, levando eles para um lugar escondido da fazenda. Onde não se ouvia mais nada além do barulho do vento. Uma mão de William segurava a corda e a outra estava segurando Maite pela cintura. Um ar diferente tinha ali, uma paz, pareciam estar chegando num paraíso.
- E esse cheiro de flores? - ela olhou para William.
- Vai entender o porquê se olhar para frente.
Quando ela olhou, seus olhos brilharam e sua boca abriu. Que visão mais perfeita. Aquele lindo campo de flores, enorme na sua frente. Uma grama azul ficava no meio, com a sombra de uma única e grande árvore. Havia caminhos feito detalhadamente com paralelepípedos. O lugar era quase um céu.
- William, que lugar lindo.
- Gostou? Meu pai fez para minha mãe, quando eles se casaram. Adoravam vir aqui. Esse lugar definitivamente marcou eles. Lembro que me traziam aqui. Era tão pequeno...
- É simplesmente maravilhoso. - ela desceu do cavalo e correu em direção ao balanço que havia na árvore. William deu água e comida pro cavalo e em seguida foi até ela, se sentando na grama.
- Venho aqui para pensar às vezes. Quando tenho saudades deles... é um ótimo lugar.
Maite saiu do balanço, estendeu uma toalha branca no chão e colocou a cesta no meio.
- Agora eu entendo por qual motivo você some tanto. Você tem seu próprio paraíso.
William sorriu um pouco e apontou pro lado.
- Está vendo aquele chalé ali? Eles passaram sua lua de mel ali. Meio que, fui feito ali também. - riu.
- Ual, é tão lindinho. Seu pai devia ser um homem muito romântico.
- E era, demais. Meio cabeça dura, mas, era um homem pra casar. Me criou da melhor forma possível. Com a melhor educação. Me ensinou tudo o que sei. E minha mãe, ah... era um doce, literalmente. Seu nome era Melissa. Apelido Mel... daí veio o nome da fazenda. "Méli" na língua que meu pai adorava. Juntando com a venda do mel, ficou perfeito.
- Agora eu entendo. As abelhas são trazidas até aqui, certo?
- Isso mesmo, e não fogem. São meio que treinadas. Mas lá na fábrica tem um quarto com toda a tecnologia, capaz de levarem essas flores, e ela se sentir em seu habitat natural. E além disso, esse campo é regado todos os dias. Também damos algumas flores para as floriculturas, pois são muitas. E outras para uma fábrica de perfume de outra cidade.
- Que interessante. Você está fazendo um ótimo trabalho com o que seus pais lhe deixaram. Parabéns.
- Mas eu tenho que agir logo, sabe? - olhou pro nada. - Eu não vou durar para sempre, daqui a pouco vou envelhecer. Preciso me casar, ter filhos... treina-los para administrarem e cuidar da fazenda... mas as coisas sairam muito do meu planejado.
Maite olhou pro nada e por um instante se imaginou como a senhora Levy. Com filhos, cuidando de William. Mas logo acordou para sua realidade.
- Você ainda é jovem, William. Logo encontrará a mulher que lhe dará tudo.
William olhou para ela e deu um leve sorriso. Abriu a cesta e pegou um pão, jogando mel por cima. Deu para ela e fez outro.
- Pelo visto somos viciados em mel... - ela riu.
- Eu adoro. Tudo o que envolve mel, eu amo.
Os dois ficaram batendo papo por bastante tempo. Quando terminaram de comer, deitaram um ao lado do outro e olharam o céu.
- Gostei muito desse lugar. - ela se virou para ele, que lançou outro sorriso.
- Pode voltar aqui quando quiser. Mas, sozinha! No máximo com a Magh.
- Tá bom, seu chato. - sabendo o motivo dele ter falado isso, ela riu e lhe deu um tapinha no ombro.
William tocou a mão dela e fez carinho. Seu instinto masculino o fez se aproximar de Maite, e ela não recusou aquela aproximação.
Com aquela carinha no fundo no fundo triste, Maite passou a mão no rosto dele, com calma, delicadeza.
William olhou para ela e os dois já estavam cara a cara. Um impulso, talvez, fez os dois se aproximarem, fazendo suas bocas se tocarem, transformando aquela aproximação num beijo calmo e demorado. Ele com a mao apoiada em sua cintura, e ela com a mão no rosto dele.
Quando seus lábios se afastaram, e deram conta do que havia ocorrido, um riso espontâneo de ambos preencheu o ambiente.
- Nossa, eu... nem sei o que dizer! - William falou.
- Não é preciso. Não diga nada. - Maite deitou a cabeça no ombro deles, e ficou ali... conversando até o fim de tarde.
Mirelly_perroni : Siiim :3 agr são amigos, vamos ver o que ocorre em diante....
Primeiro beijo aaaawn *----*