Fanfic: Levyrroni: Desde que te vi. | Tema: Levyrroni

Maite estava na porta do escritório, com a bandeja do almoço de William. Era meio óbvio que ela não perderia essa oportunidade, de ouvir tudo o que eles estavam falando. Não que fosse fofoqueira, mas a curiosidade falou, na verdade gritou bem mais alto. 

- Não acho nem um pouquinho justo você vir querer me dar lição de moral, William. - Ximena estava com as mãos apoiadas na mesa, enquanto William olhava para ela. - Desde que eu cheguei aqui, você não me deu um pingo de atenção. E só foi pro bar ontem porque eu insisti, senão, seria mais uma noite completamente cheia de tédio nesse lugar.

- Não estou te dando lição de moral nenhuma. Te dei sim um puxão de orelha mas é para o seu bem e você não vê. Ximena, eu te amo. Não quero ver você mal falada por aí, não entende?

- Sinceramente, não entendo. Você sempre apoiou a idéia das mulheres serem livres.

- Opa! - William levantou um dedo para fazer uma observação. - Livre é uma coisa, agora sair, encher a cara como um homem e dançar como se fosse uma meretriz, aí são outros 500, amor!

Maite, doida pra entrar, bateu na porta. William disse "Pode entrar". Ela entrou, fingiu nem notar a presença de Ximena ali e colocou a bandeja sobre a mesa.

- Está bom assim, ou você prefere outra coisa? - Maite lhe perguntou.

- Não Mai, que isso! Está ótimo, obrigado.

- Eu preparei o suco de abacaxi com hortelã que você tanto gosta... você deve estar com o estômago ardendo por tanto estresse. - ela falou, se referindo à Ximena.

Ximena cruzou os braços e mentalmente se perguntava a que horas entraria nessa conversa. Bufou e olhava séria para William, que fingia não ligar para os caprichos exagerados dela.

- Hmmmmm, está delicioso. - William sorriu para Maite.

- AAAAAAAAAAAFF! - Ximena bateu o pé. - Estou sendo abandonada nessa casa, que merda. - foi saindo, subindo em direção ao seu  quarto.

William fez que não com a cabeça. Odiava aquele comportamento infantil em qualquer pessoa. Sabia que era birra, que logo ela voltaria dizendo que amava ele, então o que lhe restava era esperar...

Maite se retirou, o deixando comer em paz. Sabia que ele tinha muito trabalho para fazer, e perturbação era o que menos precisava naquela hora. 

- Tiiiia, se você visse! - Maite chegou animadinha na cozinha.

- O que aconteceu enquanto você foi levar o almoço dele, hein? - olhou para a sobrinha com o alface na mão.

- Bom, eu tava na porta do escritório e ouvi a Ximena lá falando com ele. Pareciam estar discutindo. Dai eu entrei, tive uma breve conversa com William e ela saiu resmungando, cheia de drama dizendo que estava sendo abandonada. - Maite não podia conter sua risada.

- Ai meu Deus, Maite! - com muita vontade de rir, mas se segurando, Magh disse. - Isso não se faz. Ouvir conversas dos outros não pode. Não quero que você se torne uma empregada fofoqueira, igual a das novelas que a gente assiste.

- Fofoqueira não. - ela ria. - Eu só gosto de estar por dentro das coisas que acontecem no meu local de trabalho.

...

Após o horário de almoço, Daniel saiu da fazenda Arenas, indo em direção a Méli. Não estava nem aí para o que William sempre repetia. De que ele não era bem vindo ali, e blá blá blá. Só queria acertar as contas como homem. Não gostou nada do que fez enquanto estava no bar com Maite. Aquela menina deveria ter ido embora com ele, com era o combinado. Mas o loiro teve que se meter e estragar tudo. E isso, Daniel não "deixou pra lá". Entrou, mesmo sem o porteiro deixar. Nenhum sorriso naquele rosto. 
Quando chegou na frente da casa grande, viu William acariciando o cavalo. Provavelmente estava saindo para algum lugar.

- Arenas? - a voz de William não era nada feliz ao ver aquele sujeito. - O que diabos está fazendo aqui outra vez?

- Eu vim acertar as contas contigo. Achou que ia fazer o que fez e ficar assim? 

- Tá ficando louco? Eu faço o que bem entender.

- COM A MAITE, NÃO! - Daniel gritou. - Ela veio comigo, ficou comigo a noite toda e era para ter vindo embora comigo.

William deixou escapar uma risada. Olhou para ele de cima a baixo. Que cara engraçado. Acha que pode chegar na fazenda de outro, querendo exigir alguma coisa. Lugar errado, querido Daniel. Lugar errado.

- Olha, Dan... - William falou com deboche. - Não tenho tempo para ficar discutindo com desocupado. O que eu fiz tá feito, não dá pra desfazer. Estava tarde, Maite voltou comigo. Aceite isso! E além disso, a tia dela é minha gorvernanta. Acha mesmo que eu ia voltar e deixar ela na noite contigo? Meio óbvio que não, né... - William se virou de costas e Daniel tocou seu ombro. 

William se virou com raiva daquilo tudo já, e deu um soco em cheio em Daniel.

- Não toque em mim. - Olhava de cima, vendo Daniel caido no chão. - Já estou com a paciência esgotada. Parece criança, não entende nada.

Com a mão no rosto, Daniel levantou e devolveu o soco, fazendo William quase cair. Mas ele se segurou e continuou como homem. A entrada da casa grande parecia um ring de luta livre. Os dois se agarravam como brutamontes. Um soco mais forte que outro.

Se alguém não aparecesse... eles iam acabar se matando.