Fanfic: Levyrroni: Desde que te vi. | Tema: Levyrroni

William buscava, buscava e não compreendia o motivo pelo qual sua amada havia feito uma brincadeira tão sem graça. Se sua intenção era provocar discórdia entre ele e Maite ou entre ele e Daniel, ela havia conseguido um pouco. Pensou que talvez ela estivesse insegura no relacionamento, pois ele trabalhava muito e aquela seria a única saída para ganhar mais atenção. Não comentou nada com ela. Nenhuma palavra. Era como se o bilhete nunca tivesse existido.

Como seu plano de expulsar a suposta amante do seu "gatinho" não havia dado muito certo, Ximena decidiu que ativaria seu plano B. Faria qualquer coisa para que Maite fosse embora da fazenda. Qualquer coisa mesmo. Sentia que ela era uma ameaça a seu relacionamento com William, e aquilo ela jamais poderia permitir. Mesmo confiando no seu taco, era bom manter todas as inimigas bem longe. Ele era um homem claramente muito bonito, além de ser forte, alto, musculoso. Um prato dado para qualquer uma caso Ximena desse mole. Mas ela estava fazendo marcação. William não seria de mais ninguém, além dela. Era sua lei.

Aproveitou que William estava no povoado fazendo compras pro rancho e ativou seu plano B. Maite estava sozinha no pequeno jardim que tinha ao lado da casa grande. Regava as plantas distraída e nem notou quando Ximena se aproximou. Como uma mulher madura, no auge dos seus 27 anos, Ximena tinha que admitir. Maite era linda, apesar de sua pouca idade. Seus 19 aninhos lhe faziam parecer uma mocinha indefesa. Ah, mas ela sabia que essas eram as piores. Lia a aura de Maite e sabia que de indefesa, essa daí não tinha nada. Por isso, quanto antes ela fosse embora, melhor e mais aliviada ficaria Ximena.

- Regando as plantas? - Ximena por fim falou.

Maite virou o rosto e a olhou. Não deu muita confiança e voltou sua atenção as plantas.

- Não vai me responder? - Ximena insistia.

- Não vejo a menor necessidade de responder uma pergunta tão óbvia. Estou com o regador em mãos, está saindo água dele, está apontado em direção as plantas. - Maite sorriu. - Isso responde sua pergunta?

Ximena riu com desdém. Olhou para a menina de cima a baixo e soltou seu veneno:

- Às vezes eu tenho uma peninha desse tamaninho de você. - ela fez um sinal pequeno com os dedos. - Tão nova, e quase não pode curtir a juventude por ter que trabalhar tanto...

Maite balançou os ombros. Nunca se importou com isso. Gostava de sair mas preferia ser útil para alguma coisa.

- Não sinta pena. Eu poderia ter ficado na cidade, arrumado um cara rico por lá. Não fazer nada o dia inteiro como você. Acordar depois do meio dia. Gastar o dinheiro que ele me desse em roupas caras, mesmo sabendo que quando eu morresse, não levaria nada disso. Mas não. Ao contrário, decidi vir para esse lugar absurdamente lindo, trabalhar. Não me canso. Quando o trabalho é prazeroso e você gosta, ele não te cansa. Ah, é mesmo... você nunca soube o que é trabalho na sua vida né? Se trabalhou, com certeza foi algo mais... físico. - Maite sorriu com seu triunfo de ter feito Ximena perder a pose. Insinou que ela provavelmente já teria dormido com alguém por dinheiro.

O rosto de Ximena ficou vermelho. Numa mistura hilária de raiva e vergonha por querer ser a opressora e acabar sendo a oprimida. Apertou suas mãos com força. Pensava no seu próximo argumento mas não tinha a menor idéia do que falar. 

Magh apareceu e olhou pras duas. Se encaravam com a raiva de dois touros.

- Atrapalho algo? - Magh perguntou se dirigindo à sua sobrinha. 

- Não tia, a dona Ximena estava me contando como é viver bem sem ao menos nunca ter trabalhado na vida. Vai lá, dona Xi... diz pra minha tia como é bom? Precisamos achar um cara que nos sustente, tia...

Ximena bufou e saiu dali para não ser mais pisada. Magh não pôde conter uma risada e Maite se sentia uma vencedora por ter dado uma lição e dito umas boas verdades na cara da metida. 

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William passou o dia fora, resolvendo coisas e comprando coisas para os bichos. Estava exausto. Assim que chegou, disse que precisava falar com Maite e subiu para tomar banho.

Ela ficou preocupada sobre o assunto que conversariam. Será que a outra lá, já havia feito fofoca? Puts! Era isso. Sentia que sim. Gritou de raiva por dentro e já ensaiava tudo o que falaria. Sobre estar quieta no jardim e a patroa vir encher sua cabeça com baboseiras e coisas que não lhe interessavam nem um pouco.

Marcou uns 15 minutos para William tomar banho com calma. Aproveitou que Ximena tinha ido tomar o café da tarde e subiu. Não que faria algo com William, mas odiava ter ela como terceira pessoa ali. Maite bateu na porta e esperou ela ser aberta.

O perfume dele correu por todo corredor. Maite se arrepiou só de sentir. Obedeceu o sinal para que entrasse e se sentou no sofá que tinha no pé da cama.

- Por que não me diz como foi seu dia? - William estava na penteadeira, ajeitando seu cabelo.

- Me-meu dia? Bom, cuidei das flores... ajudei minha tia como sempre...

- Só isso? - ele virou a cabeça e olhou para ela. - Não quer me contar mais nada?

Que raiva. A outra já havia aberto a bocona. Maite já estava pronta para contar a história toda.

- Eu sabia. Sabia que você não ia me contar quase nada do seu dia... - ele foi se aproximando. - Por isso comprei isso pra você.

Hã? Comprou isso? Maite o encarou confusa. Ele não sabia da pequena briga? Havia comprado algo para ela? Suspirou aliviada por ter ficado totalmente calada. Olhou para o embrulho na sua mão e perguntou curiosa:

- O que é isso?

- Uma coisa para você escrever tudo o que acontece nos seus dias... vai, abre!

Ela pegou sem jeito e abriu. Seus olhos brilharam. Era um diário lindo, não pôde esconder seu sorriso.

- Gostou de verdade?

- Claro, Will! É lindo. Minha cor preferida! - sorria com suas covinhas.

- Fico muito feliz por você ter gostado. Escreva tudo o que quiser nele e faça bom proveito... - ele se aproximou e beijou o rosto dela, que fechou os olhos para sentir cada sensação que o beijo podia lhe dar.

Seu corpo reagia tão estranho ultimamente. William chegava, e ela sentia um frio na barriga imenso. Algo estava no ar... será amor?