Fanfic: Levyrroni: Desde que te vi. | Tema: Levyrroni

Uma dor de cabeça despertava junto com o pobre William. Ele conhecia muito bem essa dor. Dor de ressaca. Pra que diabos foi beber se era tão fraco para bebidas? Ele nem sabia responder. Talvez pelo fato do álcool fazer você esquecer algumas coisas por um tempo. Mas e quando o efeito passa?Aí, tudo volta. Olhou para o lado e viu a rosa. Estranhou, mas a pegou. Tão linda. A cheirou e colocou num copo com água perto da janela.

Eram seis da tarde. Ele tomou um banho bem quente para se sentir melhor. Ainda com a toalha enrolada no quadril, ajeitava o cabelo e escovava os dentes para tirar o cheiro da bebida. Pegou uma aspirina e tomou. Foi até mo guarda roupa, deixou a toalha cair e começou a se vestir. Uma bermuda jeans e uma camisa preta. Passou um pouco do seu perfume e desceu. Estava faminto. 

Quando desceu e entrou na cozinha, Magh ajeitava algumas contas. Ele se aproximou e deu um beijo no rosto dela. Ela o olhou e não escondeu sua alegria. 

- Meu querido. - seus olhos brilharam. - Que bom que saiu do quarto. 

- Vim pegar algo para comer. - falou, ainda distante. 

- Maite me contou que você bebeu. - ela soltou um suspiro de reprovação. - Sabe que eu não gosto quando faz essas burrices. 

- Também não me agrada, mas foi o único jeito, Magh! - ele abriu a geladeira e pegou um pote de margarina e pegou também alguns pães. Passou e começou a comer. Magh trouxe um café bem forte, sabia que isso ajudaria. 

- Você tá destruído novamente, meu lindo... e eu sinto tanto, tanto! - ela passava a mão nos seus cabelos e lembrou da época em que William só chorava quando ralava o joelho ou quando seu pai não podia levá-lo para viajar. 

- Eu não compreendo por qual motivo a vida vem sendo tão dura para mim. - bebeu um gole do café. - Não entendo, não entendo, não entendo. Primeiro, eu perco minha mãe quando era apenas uma criança pequena. Daí, quando viro um homem perco meu pai e agora... Ximena vai e me apronta. Me sinto o pior dos burros.

- Você não foi burro, só a amou demais. 

- O que eu faço, Magh? O que faço? Quero uma vida boa, uma vida feliz. Logo logo fico velho, e não terei aproveitado nada. Não terei herdeiros para cuidar de tudo isso... tudo o que meu pai construiu com tanto carinho. Ai, viu... - bufou. 

- William, eu acho que você deve deixar de ser tão calculista. Deixe as coisas acontecerem. Viva o momento e pare de se importar tanto com o futuro, pois assim, você perde todo o presente. A hora é agora. Acorda! Olha só tudo de lindo que você tem em volta. Se jogue de cabeça sem se importar. Caiu? Levante e comece tudo novamente. Tenha a persistência de sua mãe e a coragem de seu pai.

Magh talvez estivesse certa. William era muito calculista, perfeccionista. Seguia cada regra sem violá-las. Dependendo, isso não era bom. Ele gostava de viver cuidadosamente, nos passos de uma lebre, pois achava que assim, alcançaria seus objetivos. Mas estava enganado. Tinha que recomeçar como um leão, e mandar Ximena pro espaço. Ele deixou soltar um leve sorrisinho. Olhou para Magh e a abraçou bem forte. Não tinha seus pais, infelizmente, mas Deus o compensou com Magh. 

Após comer com calma, ele foi para a varanda e viu a rede balançando. Uns cabelos negros caiam para fora... Maite estava ali. Ele se aproximou e se agachou. 

- Ei... - falou num tom baixo.

- William!  - exclamou, feliz por ver ele Ali.

- Desculpa por beber, ok? Eu lembro vagamente de você lá no quarto. 

- Te desculpo sim. - fez que sim com a cabeça. - Mas...

- Mas? - franziu as sobrancelhas. 

- Só se você vier comigo! - cruzou os braços. 

Ele olhou pro lado. Pensou em recusar. Mas se lembrou da fala de Magh. 

"... Viva o momento..."

Suspirou e se entregou. 

- Tudo bem! - falou por fim.

- Oba! - ela sorriu. - É assim que se fala, vem... - pegou na mão dele e começaram a caminhar. 

Ficaram conversando pelo caminho e ele reconhecia o lugar para onde era levado. O rio.

- Maite, você me trouxe pro rio.

- Eu sei disso. Quando estou triste, venho para cá. - ela se sentou na pedra. - Se funciona comigo, vai funcionar contigo.

- Você é louca... - deu uma leve risada.

- Eu só não te bato porque você riu.

- Ah, tá. Como se uma pirralha de 19 anos fosse me bater. - debochou. 

- Epa, eu já fiz vinte. Há um mês e meio atrás, então me respeite. 

- Uh nossa, grande coisa, um aninho só. 

- Não vou ficar discutindo com um bobo. - ela se levantou e tirou a blusa e ele não conseguiu desviar o olhar. 

- O... o que vai fazer?

- Nadar ué. - ela olhou pra ele. 

- Mas a água está muito fria.

Ela deu de ombros e sorriu, se jogando na agua do rio. William observava o jeito espontâneo dela. Era linda, ele sempre pensava. Ela começou a chamar ele, mas ele negou com a cabeça.

- Não entro aí não. Tá doido!

- Ah... Então tudo bem. - ela suspirou. 

- Sério? Tudo bem mesmo?

- Claro que não! - riu com maldade e começou a jogar água nele, que ria pela água estar bastante gelada.

Logo, foi puxado. Estavam os dois como crianças, fazendo guerra com água. Um dava leves empurrões no outro, fazendo ambos cairem na gargalhada. Mergulharam juntos, de mãos dadas para irem a mesma direção. William se sentia alegre agora. Mas alegre de verdade. 

- Não quis entrar e agora tá mais agitado que eu. - Maite falava.

- Ah, para de graça. Você me forçou. - ele falou se sentando numa pedra que ficava dentro da água. 

- Se minha tia visse a gente nessa água fria ia ter um troço. - sem perceber, Maite foi em direção ao colo de William e se sentou. Ele a olhou meio sem graça, mas logo deixou e sorriu. 

- Eu amo quando você sorri. - ela pôs a mão no ombro dele.

- E eu, amo quando você me faz sorrir... - falou e sorriu mais uma vez. 

Ela respirou fundo. Seu coração disparava dentro do seu peito. Sempre quando estava com ele, era assim. Ela o amava. Amava com todas as suas forças. 

- Will... - falou bem baixinho e "jogou tudo pro alto", sem se importar, o beijou. Um beijo bem intenso e calmo. Ele se deixou beijar e levou a mão sobre a face dela... "aproveitar o momento" seria seu novo lema. Maite lhe apertou os cabelos e o beijava mais. O calor passava de uma boca a outra. Ele nunca havia sentido um beijo tão profundo assim... e assim como ela, não queria parar. 

Dei um beijinho para vocês suspirarem. Hahaha *-*