Fanfic: Levyrroni: Desde que te vi. | Tema: Levyrroni

Infelizmente, toda a lua de mel havia chegado ao fim. Mas, foi muito bem aproveitada por ambos, que se divertiram bastante em todas as atividades do pacote da pousada. Sem contar a noites de amor que tiveram, tudo isso em uma semana. Uma grande e inesquecível semana. 

Era manhã quando pegaram a estrada para a fazenda. William se sentia meio chateado por não ter sido uma lua de mel grande, como queria. Mas Maite insistia em dizer que estava tudo bem... e que daqui para frente, todos os dias seriam uma lua de mel completa.

- Olha, não quero que você diga que está tudo bem apenas para me deixar tranquilo. - William falava, enquanto estava no volante. 

Maite riu e balançou a cabeça.

- Amor, para com isso. Eu já disse, está tudo bem. - ela apertou a coxa dele. - Olha, tudo o que você fez? Não conta? 

- Ah mas você merece muito mais. - ele falou estalando os dedos, tirando rapidamente a mão do volante.

- Não me bajule tanto. Vou ficar mal acostumada. - ela sorriu e se inclinou para beijar o rosto dele. 

William sorriu e sentiu os lábios quente do seu amor tocar seu rosto. Sensação ótima. Ele agradecia todos os dias por ter notado que a amava, enquanto ainda era tempo. Não poderia a ter perdido, isso não. 

- A lua de mel foi tão boa que amanhã vou trabalhar muito feliz... - ela falava, mal sabia o quanto estava enganada.

- Trabalhar? - William indagou com uma risada seca. - Claro que não amor.  Você não é mais uma empregada da casa. Agora você é minha mulher.

Maite ergueu uma sobrancelha e sua face ficou um pouco dura. Como assim, não ia trabalhar? Não esperava aquela atitude um pouco machista da parte de William, que sempre se mostrava um príncipe. 

- Como assim William? Eu quero trabalhar. Desde pequena quero ser uma mulher independente de marido. Ter meu próprio dinheiro é minha meta.

William torceu os lábios um pouco. Não era de fato um machista, mas a vida no campo era um pouco diferente. O pouco tempo que convivera com sua mãe, a viu sempre zelando e cuidando da casa, enquanto o pai trazia o sustento. Ele pensou por uns segundos e como resolveria aquela situação. Maite era uma mulher independente, que tinha seus próprios principios e ele não podia mudar aquilo. 

- Mas Maite... agora você terá de tudo. Uma vida de rainha.

- William, eu não quero uma vida de rainha. Eu quero apenas uma vida ao seu lado, mas quero conquistar meu próprio espaço. Meu pai me ensinou isso antes de morrer. Ele sempre quis que eu fosse uma mulher de verdade, pois dizia que mulher que gostava de dinheiro, deveria correr atrás do seu. 

- Já meu pai me ensinou algo muito diferente. Ele dizia que mulher tinha que tomar conta dos filhos, e que seu orgulho não permitia uma mulher trabalhar.

- Meu Deus! Não acha isso um pouco...

- Machista? É, acho. Mas é um contexto leve de machista. Não vou te proibir de sair, nem nada... você continua sendo livre, mas só não quero que você continue trabalhando.

- Está bem. - ela ainda não tinha concordado. - E pode me dizer como vou ter o que eu quero? Eu sou mulher, tenho que comprar meus produtos... absorventes, esmaltes, cremes hidratantes para corpo, cabelo, brincos, e coisas assim não vou conseguir com o par de olhos azuis que eu não tenho.

Ele riu, irônicamente, tentando explicar seu lado.

- Eu sei que não meu amor, mas eu estou querendo dizer que não vou te privar de todos esses luxos. Você terá de tudo, só estalar os dedos que eu vou e compro... aliás, te dou uma pensão todo o mês, combinado?

É, parece que a primeira briga conjugal estava rolando e nenhum dos dois daria o braço a torcer tão fácil.

- Não quero seu dinheiro. Quero conquistar o meu próprio. Eu posso te ajudar com o gado, com a fábrica de mel ou com as vendas das flores...não sei.

- Ah, e você entende disso? - ele a encarou. - Não quero te ofender nem nada, mas... sei lá, né.

- Meus talentos não são limitados dentro da cozinha, William! Eu tenho uma noção de administração, é só você me dar uma chance.

- Eu não sei não. - ele bufou e coçou o queixo. - Meu pai não concordaria em ter uma mulher em seus negócios.

Maite bateu o pé dentro do carro e viu que a vida de mulher casada não era tão maravilhosa quanto parecia. Pelo menos não em alguns pontos. William era tão cabeça dura quanto ela e aquela decisão ainda teria que ser muito lapidada. Mas ela sabia que ia ter que moldar a fera, só não sabia como.