Fanfic: Levyrroni: Desde que te vi. | Tema: Levyrroni

O clima na casa permanecia tenso. Ximena estava de volta fazia uma semana e mesmo assim a poeira ainda não havia abaixado. Maite tentava se mostrar forte diante da situação, mas era muito difícil. Batia insegurança nela umas 20 vezes ao dia. Trabalhando, almoçando, até mesmo tomando banho, sua cabeça não conseguia parar de pensar naquele problema. 

Ximena não era uma mãe muito competente. Deixava o menino fazer tudo o que queria, e se alguém reclamasse usava o argumento "Essa casa é dele", como agora, que o menino tirava todos os quadros do lugar. 

- Ele é só uma criança, Maite. - Ximena lhe falou. - E além do mais, essa casa...

- Sim, essa casa é dele Ximena. Não faz nem duas semanas que você está aqui e é a milésima vez wue você repete esta frase. - Maite não tinha ânimo na voz. Falar com Ximena era tão... inútil. 

- Repito, pro caso de alguém esquecer. Rafael, o primeiro herdeiro de William. - sempre que podia, ela lembrava isso a Maite. 

Sem paciência para discutir, Maite se abaixou com cuidado e foi colocando os quadros no lugar. Foi quando William apareceu e perguntou o que tinha acontecido. 

- Que isso, por que todos os quadros e retratos estão no chão? 

- O Rafael tirou... e como Ximena não sabe impor sua autoridade de mãe, deixa ele fazer o que quer. 

- Ximena, não temos babás aqui. Se o Rafinha fizer bagunça, você como mãe tem o dever de por tudo no lugar. Os empregados dessa casa não são pagos pra isso. Nem a Maite.

Ximena bufou. Concordou com a cabeça e pegou o filho no colo.

- Está bem, William. Está bem... dá um beijo no papai, filho. Vamos passear um pouco. 

O menino dócil deu um beijo no pai. Mai notava o quanto William gostava desse carinho. Suspirou e se levantou com cuidado. A gravidez era algo lindo, porém bastante cansativo. A falta de ar sempre estava ali. Ela se apoiou na parede e respirou fundo.

- Tá passando mal, amor? - William tocou seu rosto.

De olhos fechados ela respondeu:

- Não. É apenas falta de ar... esses bebês são bem pesadinhos. E olha que... estamos apenas com 4 meses, indo pra 5... quero nem pensar nos próximos. 

William riu e deu um beijo na testa de Maite. 

- Valerá a pena, você vai ver... apenas estou louco pra saber o sexo. Será que vamos ter dois meninos? Duas meninas? Ou, um casal...

- O que vier eu fico feliz... - ela sorriu um pouco e se sentou, sendo acompanhada por ele.

Nas outras extremidades da fazenda, Ximena estava sentada com o garoto no colo. Procurando área no celular. Sempre esquecia quem nem todas as operadoras pegavam ali.

- Maldição de lugar. - Falou, batendo a mão no celular. 

- Que raiva é essa Ximena! - Daniel veio por trás e riu do modo como ela estava nervosa.

- Ah, oi Daniel! Mas não pega celular nessa porcaria de lugar? 

- Pega ué! Só achar área. Mas enfim, o que faz por aqui?

- Eu voltei. Pra dar uma surpresa ao William. - ela apontou pro bebê. 

Daniel abriu a boca espantado. William com filho? E de Ximena? Quem diria. 

- Nossa, quem te viu, quem te vê. Mas o menino não parece muito com o William não, tirando o cabelo. 

Ximena fico meio incomodada, mas logo a solução veio:

- Ele parece comigo,  ué... todos dizem que é a minha cara.

- É, parece mesmo... - Daniel encerrou o assunto e olhou pro outro lado. - A Maite está em casa? Nunca mais vejo ela... depois que casou e engravidou, sumiu.

- Está lá sim. A barriga dela está absurdamente grande para 4 meses, fico até assustada. Mas você ainda não pode ir lá? Então o que faz aqui?

- Eu sempre entro aqui na fazenda,  as vezes pra caminhar, na esperança de encontrar a Maite. Mas William nem sonha com isso...

- Fica esperto, Dan. Talvez logo você possa ter a Maite prs você. 

- Como assim, qie história é essa?

- Nada... - sorriu pensativa. 

Maite e William conversavam no sofá sobre as crianças:

- Daqui há duas semanas tem exame. Poderemos saber o sexo. Você irá comigo?

- Claro, tá achando que não vou? - ele sorriu e acariciou a barriga dela. - Mas tomara que um seja menino. Pra ser tão bonito quanto o Rafinha.

Maite suspirou. "Como o filho da outra, claro!" As vezes, sem maldade e sem perceber, ele dizia coisas que abaixavam seu astral. Ela estava tão animada com a gravidez. Ainda estava, mas agora não fazia tanta diferença assim, ela pensava. Por que tudo isso tinha que acontecer justamente no momento mais realizador de suas vidas? Ela não se conformava. Não havia maneira de tirar esse espinho do seu coração. Mesmo tentando, era inútil.