Fanfic: Levyrroni: Desde que te vi. | Tema: Levyrroni

- Estou notando você meio triste e não estou gostando nada disso. - Magh dizia, enquanto estava no quarto servindo Maite. 

Juntando a gravidez, a preocupação, Ximena perturbando e o pequeno Rafael gritando na mesa como se não tivesse mãe, Maite viu que era melhor jantar sozinha, em seu quarto. 

- E tem como não ficar, tia? Eu achei que eu seria feliz ao me casar. Mas olha só o que aconteceu. 

- Filha, você é a dona e senhora absoluta da casa. Deve impor seus limites, ditar suas regras. Não vai adiantar nada ficar aí se lamentando. Anda, você está grávida, não doente...

Maite suspirou, pegando uma pequena quantidade de comida no garfo. Colocou na boca e enquanto mastigava, pensava no que acabara de ouvir. A tia falava a verdade, bastava ela TORNAR aquilo verídico também. 

A gravidez lhe tornou uma mulher ainda mais atraente. Não tinha mais a carinha de garota de quando chegou a fazenda. Agora, parecia uma dama. Seus cabelos longos e com leves ondas, caiam todo pelo ombro direito, fazendo um reflexo lindo com o roupão de seda branco.

William entrou no quarto uns 40 minutos depois e se deparou com ela lendo um livro infantil. 

- Livro infantil? - ele questionou, sentando na cama e tirando o sapato. 

- Sim, vou ter que ler bastante livros assim, então... melhor eu começar a praticar. 

- Concordo.

Ela abaixou o livro e observou. Sua camisa estava pintada de molho, e havia outras marcas de comida também. 

- O que foi isso?

- Rafael. Brincando com comida... - Will soltou uma risada.

Maite permaneceu séria diante da situação. O que aconteceria daqui a pouco? O menino ia poder jogar fora os vasos valiosos?

- Ele não tem nem dois anos ainda. Logo vai crescer e sabe o que vai se tornar? Um garoto mimado.

- Não exagera, amor. É coisa de criança. 

- William o que está acontecendo contigo? Você está indo contra seus princípios para não estragar a diversão de uma criança? O que você falava sobre desperdício de comida?

- Nossa, que humor. Desde quando isso virou uma discussão? 

- Eu não sei. - Mai ergueu os ombros com ironia. - Me diga você que está se tornando um hipócrita. 

- Hipócrita, eu? Eu só estava brincando com meu filho. 

- E se esquecendo que está vindo mais 2 pela frente. 2, William. - Ela fazia o sinal 2 com a mão. - Entendeu? Responsabilidade em dobro. Você como o pai do Rafael, deveria por limites nele, não deixar ele fazer o que quiser. Como será quando nossos filhos nascerem, heim?

- Tudo vai continuar como está. - ele respondeu na boa intenção. 

- Tudo como está? Então está me dizendo que não fará nada pra ao menos controlar essa situação? 

- E o que eu posso fazer? 

Maite bufou e virou um pouco pro lado. Embora não conseguisse ficar totalmente virada, era uma boa maneira de encerrar aquela discussão inútil com William. Se sentia tão magoada. A vontade de chorar era tanta. Mas ela não podia fazer isso. Tinha que ser forte. 

Na manhã seguinte, William acordou ainda com um peso na consciência. Discutir com Maite na noite anterior não havia sido nada legal. Ao tentar abraçá-la, notou que a mesma já não estava na cama. Provavelmente não quis estar ali quando ele acordasse. Ele só pensou que tinha que dar um jeito nisso. Não queria ficar brigado com sua mulher. 

Tomou um banho e logo desceu, olhou em volta da mesa e franziu as sobrancelhas. Ela não estava ali. Foi procurar no escritório, também não. Na cozinha, menos. Onde será que estava? 

Comeu em silêncio e sozinho. Provavelmente Ximena ainda dormia, claro. Ela não daria o luxo de acordar com as galinhas. 

Magh entrou na sala de jantar e William lhe falou:

- Bom dia, Magh. Você viu a Maite? Não consigo achar ela em lugar nenhum. 

- Ela disse que ia sair, querido. 

- E você não foi com ela? - ele estranhou. 

- Não, uai. Ela é uma mulher crescida. Só foi passear um pouco. Disse que queria ir sozinha. Sozinha entre aspas, pois o motorista foi com ela. - Magh notou uma preocupação no olhar de William. - O que houve entre vocês? 

- Tivemos uma...pequena briga ontem. Só isso...

- Só isso, mesmo? Não precisa conversar? 

- Não, tudo bem. Quando ela chegar, avise que preciso falar com ela.